Reunion [aberto para bruxos!]

Edward estava, agora, em seu quarto, passando um pente de qualquer jeito em seus cabelos. Não estava, de fato, nem um pouco empolgado com essa tal reunião. Seu pai, ao contrário, não parara de falar sobre isso a semana inteira. “Se ele não fosse meu pai, eu juro, eu provavelmente teria deixado ele em coma por duas semanas! Que saco!” pensara Edward. Não agüentava mais ouvir falar naquela tal de reunião. Ao que sabia, o objetivo era apresentar a herdeira de uma das famílias. Wilde, se ele não estava enganado. Ele vestia uma camisa de seda branca por cima de sua calça social negra. Sua cara, olhando-o através do espelho a sua frente, não era das melhores. Estava sendo forçado a participar desta reunião. “Como um membro da comunidade bruxa, você tem de aparecer, Edward! Está fora de questão a sua ausência, não discuta! Afinal, você é ou não um Martin? Aprece-se, garoto, só temos algumas horas!” Dissera seu pai, quando tentou, novamente, pela última vez, convencer o pai de que sua presença não seria lá muito importante.
“Certo. Calma, Edward, não vai ser tão chato assim, não é?” pensava consigo mesmo. Então, uma segunda voz sobreveio sarcástica: “Ah, não, claro que não. Você só terá de ficar olhando um bando de coroas fumando e conversando sobre os tempos que já foram e sobre o que mais eles gostem de conversar. Vai ser divertido a beça!” Deixou um ou dois botões da camisa aberto, pegou seu casaco negro e rumou para a porta do seu quarto. Passou pelo corredor do hotel onde morava (afinal, seu pai não precisava comprar uma casa para duas pessoas morarem se ele tinha um hotel inteiro, não é?) e foi em direção a última porta. Bateu duas vezes e esperou. Como ninguém atendeu, abriu a porta e chamou:

- Pai? Estou entrando, onde é que você está? – perguntou colocando apenas a cabeça para dentro do aposento. Olhou a volta. Apenas a luz do banheiro estava ligada, projetando assim a única iluminação, além da que vinha da lua, que o quarto desfrutava.
Caminhou calmamente com o casaco sobre os ombros em direção ao banheiro e já ia dizendo algo malcriado sobre o pai ter dito que eles estavam atrasados quando estancou. Seu pai estava caído, com uma das mãos sobre a pia, encostado contra a parede e a outra mão no rosto. Edward correu até o pai e passou os braços pelos ombros do pai, ajudando-o a levantar.
- Pai! O que aconteceu? Está se sentindo bem? Com você... – ia perguntando um Edward nervoso quando o pai levantou a mão para silenciá-lo, a caminho de sua cama, no quarto.
- Calminha, Eddie – Disse o pai de uma forma debochada. – Está tudo bem. É só que eu não tenho dormido muito, sabe como é. Administrar um hotel grande como esse não é mole. – falou ele sorrindo. Uma das poucas vezes que Edward via o pai sorrir. Principalmente para ele.
- Sinceramente? Não está nada bem, meu velho. O senhor já é um coroa, e ainda mais caído no banheiro? Ainda espera que eu acredite que está tudo bem? – perguntou Edward com certa pontada de desdém, mas sem conseguir esconder a preocupação.
- Acredite, está tudo bem, só tive uma tontura. – Disse novamente Charlie
- Ah, ta! Certo! – Disse o filho, sarcástico
- Agora vamos, você tem de ir para a reunião! – falou todo feliz, o homem.
- “Você”?!?! – repetiu Edward - O que quer dizer com isso?!
- Ora, você não quer que um coroa vá a essa reunião passando mal, não é? Você tem de ir. Vai logo. – falou o homem empurrando-o.
Lá estava Edward, em seu Dodge Challenger negro com listras brancas, indo para a tal reunião. Não precisamos dizer que ele estava muito irritado, claro. “Como é que ele faz isso comigo? Era ele que queria ir, não eu! Que ódio!” Dirigia o carro pelas ruas segundo as instruções de seu pai. Logo parou diante de um casarão. Estacionou o carro, jogou o casaco sobre os ombros e foi em direção do portal de entrada. Assim que chegou a porta, um homem o recebeu com um sorriso simpático. Edward, que fora bastante bem educado, tratou de disfarçar a irritação e sorriu brevemente para o homem, se apresentando. Assim que o fez, ficou ali, parado, no hall de entrada, encarando a casa a sua volta, sem saber para onde se dirigir, o que fazer ou como se portar em uma reunião entre as famílias, como esta.

“E agora?”