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Face a face com o sobrenatural. Baseado na série de Meg Cabot, 'A Mediadora'.
 
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One Of Those Days... [aberto] Atrama

Deu-se inicio de mais um semestre na cidadezinha de Carmel. Misterios estão sendo, pouco a pouco, revelados e segredos antes bem guardados, estão começando a vir a tona. Bruxos, Mediadores e Fantasmas se encontraram, chocando-se uns com os outros, e sem conseguir evitar os ligigos, as paixões avassaladoras, o ódio ou o amor. E agora? Que escolha você fará?

Bem vindo ao jogo!
Big Brother Carmel
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11 de Setembro
Clima: Levemente fresco em Carmel. Algumas nuvens começam a nublar o céu; uma ameaça delicada à uma chuva vindoura.
Horário: Noite.

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Obrigada.

 

 One Of Those Days... [aberto]

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Elaine London
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MensagemAssunto: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] EmptyDom Fev 08, 2009 8:08 pm

eeestreando a casa de banho XD

-----

O meu dia estava sendo a porcaria das porcarias... e eu não estou dizendo isso por estar na casa de banho.

Não, nada a ver.
O meu problema reside no facto perturbador que eu descobri hoje...

Amanda -- a minha irmãzinha, a mesma Mandy que eu custumava atirar na piscina e para quem eu corria pedindo conselhos nem vale a pena olhar assim para mim... e daí se eu era a mais velha? Mandy sempre teve muito mais presença... além disso sempre foi mútuo; ela me pedia conselhos também, okay? -- vai-se casar.

É isso mesmo. A minha pequenina vai-se casar.
Casar... urgh como eu odeio essa palavra.
Me faz lembrar de quando eu sonhava acordada imaginando o meu casamento e como Mandy me ia odiar por vesti-la num tom perto do branco e...

AONDE É QUE A MINHA IRMÃ DEIXOU O JUÍZO!?

Não, simplesmente não consigo que isso me entre na cabeça... Afinal, quem é que se casa aos 21 anos hoje em dia?
Por Deus ela está no 3º ano da faculdade...

Além de que não suporto a ideia de vê-la "deixar o ninho", por assim dizer, tão nova.
A minha mãe vai viver sozinha... ela não vai ter ninguém para conviver com ela... excepto os amigos, mas desde que eu faleci ainda não gosto do termo morri, soa... demasiado definitivo que ela se tem isolado de todo o mundo... nem liga para aquelae cara no trabalho que está tão obviamente apaixonado por ela desde o dia em que a viu, o Stephen.

Aliás, não fosse a minha fatídica morte, Mandy nem estaria casando... ela conheceu Jason --- o rapaz que está roubando a liberdade de ser jovem da minha irmã --- antes de entrar para uma daquelas consultas idiotas no psicólogo.

Estavam ambos na sala de espera do consultório, que estava atulhada --- quem diria que há tanta gente precisando de ajuda psicológica? Se eu tivésse sabido disso mais cedo, teria escolhido Psicologia na escola... de certeza que teria futuro na profissão... não fosse o facto de que eu estou... falecida, óbvio. --- e a minha irmã estava com a cabeça no espaço, o que resultou num desastre, naturalmente: --- e digo isso por experiência própria; Não convém ficar aérea quando existem pessoas nas proximidades e/ou você tem alguma coisa na mão --- ela derramou todo o conteúdo da garrafa de àgua que tinha na mão em cima do pobre rapaz.

E em vez de se chatear com ela, o que é que o panaca faz? Aceita o pedido de desculpas dela e ainda a convida para tomar sorvete... pft... não que eu o censure assim tanto, a minha irmã tornou-se numa garota bem bonita.

Sabe o pior disso tudo?

Apesar de eu ainda tomar conta dela --- mesmo sem que Mandy saiba --- eu tive de vê-la chorar quando me foi contar tudo no cemitério... Como ainda sentia a minha falta todos os dias e como nem se importava se ia parecer uma idiota vestida de branco --- uma cor que ela sempre detestou pelo vazio que esta representa --- porque tinha a certeza que se eu estivesse viva não a deixaria casar de azul-vivo como ela sempre quis e... enfim...

Acabei por chorar também... não exactamente porque não tenho fluidos corporais e por isso não tenho como derramar lágrimas.

Mas senti-me deprimida, triste e p*** da vida... ou, no caso, morte.

Não só pela minha vida perdida como porque, se eu pudesse, eu diria à minha irmã que casasse de azul sim, já que eu aprendi da pior maneira que se não aproveitarmos a vida, fazendo o que queremos realmente, o tempo pode não esperar por nós e quando vêmos estamos presos entre os mundos, infelizes e confusos.

E é por isso tudo que eu estou no banheiro feminino do Colégio Junipero Serra... porque eu custumava me sentar na parte do lavatório de mármore onde duas das torneiras avariaram e ninguém se deu ao trabalho de consertar, pensando ou falando com alguém, quando estava chateada ou triste e ainda era viva... e vicios velhos são dificeis de matar, não é mesmo?

Hum, parece que alguém entrou.

Nem me vou dar ao trabalho de me desviar da frente do espelho... ninguém me vai ver anyway...


Última edição por Elaine London em Qua Mar 11, 2009 6:13 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] EmptyTer Mar 10, 2009 3:53 pm

E esse era mais um dia da minha monótona morte....Deus,você pode fazer as piores coisas sem ninguém te ver,mas sabe o que é o pior?Ninguém vê que você consegui tamanha façanha....horrível devo alertar...
É,lógico,era super legal aprontar na aula do professor Walden sem ouvir as reclamações dele,mas,eu não tinha com quem rir,quer dizer,eu assustava a maioria fazendo cadeiras levitarem no meio da explicação,e fazia alguns rirem com isso,sem nem saberem o porque que estavam rindo....
Mas,eu ria na hora e depois?
É,eu precisava encontrar outro mediador ou fantasma para dividir a farra com alguém...
Eu não preciso andar,eu posso me teletransportar,sumir,mas,quando você não tem mais nada que preste a fazer,você acaba andando só para ter o que fazer..
E fui para o pátio aonde fiz água jorrar em quem passava,e o padre me viu....ok,ele não era o mediador que eu queria que estivesse por perto,ele não iria ser meu companheiro,iria dar bronca,dei um sorriso irônico para ele e sumi dali...
Não é bem do meu feitio ser assim....quer dizer,é,sou uma irresponsável,e mesmo tendo consciência que foi isso que causou minha morte,continuei sendo,não faria diferença mudar agora certo?
Mas,não sou uma rebelde sem causa,ou pelo menos não me acho,sou uma irresponsável,simpática e alegre e com memória péssima....
Mas enfim,acabei me encontrando indo para o banheiro,e sendo um pouco,ou muito,vaidosa,entrei para me ver no espelho.
No começo percebi que tinha alguém lá e não liguei,mas logo percebi que tinha um brilho a mais,um brilho igual ao meu e prestei atenção,era uma menina jovem também...já tinha visto aquele rosto,só não me lembrava da onde....
Acho que ela era da escola,mas,eu praticamente só conversava com quem era do meu grupo..
-Olá.
Eu disse sorrindo e parei em frente ao espelho,aonde ela também estava,mas,o espelho era grande,e comecei a passar uma sombra e logo em seguida um baton,não adiantava muito,mas,velhas manias nunca mudam...
-Acho que já vi você antes,mas não tenho certeza......Sophia Cook,prazer.
E desviei minha atenção do espelho....
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MensagemAssunto: Re: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] EmptyQua Mar 11, 2009 7:33 pm

A garota que entrou parecia ser mais ou menos da minha idade... e tal como eu ela não era pálida.

Simplesmente translúcida.

Arregalei um pouco os olhos ao notar o brilho espectral que ela emitia. Fazia tempo que eu não falava com outro fantasma, embora tivésse visto um ou dois por aí.

- Olá - ela disse sorrindo, enquanto passava alguma maquilhagem.

Imagino que também ela seja uma garota da qual os hábitos sempre ganham.
Quero dizer, é dificil deixar de fazer coisas que você sempre fez durante a grande maioria da sua vida, né?

Eu, por exemplo, ainda frequento esse banheiro para pensar; a minha casa pelas memórias; a beira-mar e o parque porque eu custumava passear lá com Daemon e por vezes com Amanda e esses eram os nossos locais; também vou na pizaria e no café aonde passávamos os serões com os outros amigos.

Tudo isso pelas sensações e pelo desejo de reecontrar alguns desses amigos e ver minha mãe e minha irmã.

- Acho que já vi você antes, mas não tenho certeza... Sophia Cook, prazer - disse a recém-chegada, sorrindo novamente e desviando o seu olhar do espelho para mim.

Um sorriso brotou no meu rosto e resolvi me apresentar também.

- Oi. Eu sou a Elaine. Elaine London, mas pode esquecer o sobrenome. Prazer em te conhecer também.

Algo no nome dela me soou familiar... e o fato de ela ter dito que achava que já me tinha visto antes era como que a confirmação de que eu estava certa em relação a esse pressentimento.

Por uns momentos, deixei o pensamento vaguear pelas velhas e vagas memórias do passado, que parecia agora tão distante como o mar está do céu.
A cada dia que passava, tudo se tornava um pouco mais confuso e incerto, pois novas recordações iam sendo formadas no dia-a-dia. Lenta, mas seguramente eu estava começando a perder alguns momentos da minha vida, se bem que fossem apenas coisas irrelevantes...

Bem, eu sempre achei que as memórias felizes deviam perdurar... nunca disse nada acerca das outras... vai daí que Deus resolveu aliviar a minha carga mental (?)...

Um flash na minha cabeça me paralisou.
Aquela mesma garota, Sophia, apenas um pouco mais nova, menos maquilhada e com um penteado diferente irrompeu no meio das minhas antigas memórias.

- Mas é claro que já nos vimos antes! Você é a Sophia! Uma das colegas de turma e até amiga, eu acho, da minha irmã no ano em que eu... em que eu fui dessa para melhor...

Não pude evitar um pouco de amargura na minha voz ao falar daquele assunto, mas mesmo assim tentei parecer tranquila ao encarar Sophia.
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MensagemAssunto: Re: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] EmptyQui Mar 12, 2009 8:45 pm

Eu não sou narcisista,nem um pouco,é isso que penso pelo menos,só que...é tão bom se ver não?Por isso foi um pouco difícil deixar de olhar o espelho para olhar para aquela menina...eu preferia me ver...sim,é algo bem estranho,mas hey,não me julgue,isso é bem comum....
-Oi. Eu sou Elaine. Elaine London,mas pode esquecer o sobrenome. Prazer em te conhecer também.
-Olha que legal,eu sou Cook,ou o mesmo que 'cozinhar' quase,e você é Londres..
E comecei a rir,é,tem horas eu devo ser tão chata..... mas poxa,é rir para não chorar,a culpa não é nossa de ter sobrenomes assim....nem um pouco....ela parecia distante,talvez pensando,então preferi ficar quieta...e quase levei um susto quando ela voltou a falar...
- Mas é claro que já nos vimos antes! Você é a Sophia! -Mas é claro que eu sou a Sophia,será que já não tinha dito isso antes?- Uma das colegas de turma e até amiga, eu acho, da minha irmã no ano em que eu... em que eu fui dessa para melhor...
Mas quem,pelo amor de Deus,era a irmã dela?
Nessas horas ter uma memória péssima não ajuda em nada,se em vida já quase não lembrava,tente imaginar em morte.....é algo horrível devo dizer,nem sei comofazia nas provas...
London.....devia ter uma London na minha sala não?Mas,não era a Elaine?Não,não era,ela disse irmã....ela mencionou a morte dela também,sabe,não sou muito de falar da minha morte...mas gosto de ouvir a dos outros,mas ela disse em um tom triste....achei melhor ficar quieta e tentar lembrar quem era a irmã d....
-Mandy!
Eu exclamei....será que tinha adivinhado?
-Bom,ela era da minha sala,era minha colega,agora quanto a ser amiga....digamos que ela não era do grupo dos que bagunçam...desculpa..
Desculpa pelo que?Quem gosta de saber que a irmã bagunça?Acho que a minha não gosta,acham que ficam até felizes com isso....
E dei de ombros para os meus próprios pensamentos e sorri...
-Bom,então você era daqui também não?Acho que eu me lembro de você...um carro que caiu no mar.... -E notei que ela poderia não gostar muito do assunto,e desviei para o meu lado..- Quase igual a mim,só mudando o fato que o meu foi irresponsabilidade e não tinha mar..
Tentei sorrir conformadamente...mas não tinha como,a pior coisa na vida de um morto...é a morte...e o peso dela....fora isso.........bom,você supera!
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MensagemAssunto: Re: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] EmptyQua Mar 25, 2009 5:27 pm

Sophia pareceu pensativa por um pouco até que uma faísca de reconhecimento trespassou seus olhos e ela exclamou o nome da minha irmã.

- Mandy! Bom, ela era da minha sala, era minha colega. Agora quanto a ser amiga... digamos que ela não era do grupo dos que bagunçam... Desculpa... - Ela sorriu meio que se desculpando e acabou por encolher os ombros como se não fosse importante.

E de facto não era. Eu sabia que a minha irmã não bagunçava.
Apesar de extrovertida e sempre pronta para uma boa partida, Mandy não era, nem nunca fora irresponsável. Tal como eu.
Sempre achei que para nos divertirmos não precisamos infrigir nenhuma lei, nem beber ou consumir droga.

Quero dizer, se você sabe que fumar é mau para o seu organismo, porque raios é que você experimenta, mesmo sabendo que ao fim de um tempo corre o risco de dependência?

É por essa mesma razão que eu nunca fumei um único cigarro ou experimentei droga. E beber... bem não quer dizer que não tenha feito, mas apenas de forma moderada. Se fiquei bêbeda duas vezes, foi demais.

- Bom, então você era daqui também não? Acho que eu me lembro de você... um carro que caiu no mar... - Ela pareceu notar que eu estremeci um pouco quando ela mencionou o... 'incidente'. E por isso mudou o curso da conversa - Quase igual a mim, só mudando o fato que o meu foi irresponsabilidade e não tinha mar...

Preferi ignorar a última parte. Pessoalmente, não gosto que me façam perguntas sobre a minha morte e por isso, regra geral tambem não faço perguntas sobre a dos outros.
é um processo demasiado doloroso e demorado para reviver... e se não me vai ajudar a entrar na 'luz' então não vale a pena falar disso. Além de que ela tinha ouvido falar do acidente. Certamente saberia em que condições eu tinha perdido a vida.

- Sim. Eu era daqui. Na classe do ano seguinte. Estava quase a terminar o secundário. Ia entrar na faculdade em dois anos. - Eu sorri um pouco ao lembrar os meus planos idiotas sobre ser psicóloga ou quem sabe criminalista - Não sabia concretamente o que queria seguir, mas planos eram coisa que não me faltava. E você? Já sabia o que queria exercer?


[Off]Desculpa pela demora Lore :S[/Off]
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MensagemAssunto: Re: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] EmptyQui Mar 26, 2009 6:48 pm

Bom,enquanto ela pensava eu me voltei novamente para o espelho,só pra ter o que olhar sabe?

- Sim. Eu era daqui. Na classe do ano seguinte. Estava quase a terminar o secundário. Ia entrar na faculdade em dois anos.

Aquilo me fez rir,eu não pensava muito em faculdade,quer dizer,eu sabia o que queria,mas a faculdade vinha depois.

-Não sabia concretamente o que queria seguir, mas planos eram coisa que não me faltava. E você? Já sabia o que queria exercer?

Eu suspirei e me voltei para ela novamente.

-Bom,digamos que sabia o que queria fazer,mas a ordem exata,bom,isso vinha depois.

E fui me lembrando de tudo,eu não posso dizer que não gostava de lembrar,era legal sabe?

Tudo bem que era um passado distante e um futuro impossível,mas,enquanto eu ainda lembrasse tava valendo.

-Na verdade,eu só sabia que queria meu carro,o resto vinha depois,não importava,mas,nem esse eu pude aproveitar.

Nem eu,nem ninguém devo dizer.

-Eu faria um mochilão pelo mundo e depois faculdade de Administração por conta do meu pai,mas como já bem disse,o que importava de início,era o carro,a chave para minha liberdade e depois....

E depois,eu me veria presa em uma sala de uma empresa.

Mas eu não disse isso.

-E depois,eu jogaria minha liberdade fora,mas isso não aconteceu.

E abri um sorriso.Eu tento ver pelo lado positivo.

Pelo menos agora eu posso ver o mundo inteiro e o melhor de tudo,sem gastar dinheiro.
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MensagemAssunto: Re: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] EmptyQui Mar 26, 2009 7:15 pm

Sophia desviou o olhar do espelho e sorriu antes de responder, com o ar que toda a gente toma ao relembrar.

- Bom, digamos que sabia o que queria fazer, mas a ordem exata... Bom, isso vinha depois. Na verdade, eu só sabia que queria meu carro, o resto vinha depois, não importava, mas nem esse eu pude aproveitar, - Um olhar quase irónico tomou conta do seu rosto, enquanto ela parecia divagar em pensamentos ao me esclarecer sobre os seus antigos planos para o futuro. Os planos pré-falecimento... Sabia bem como era.

Perder seus sonhos e ânsias de um momento para o outro. Segundos; minutos se tanto e você deixa de viver. De querer fazer algo de útil pelo mundo, porque na verdade, mesmo que houvesse algo que você pudesse fazer, as pessoas nunca te poderiam agradecer ou dar crédito pela sua acção e assim, a maioria se resignava com o tédio que abundava a maior parte dos dias de um fantasma. Fazendo de tudo para se distrair, se divertir, tentar recuperar uma pequena parte daquilo que você perdeu ao falecer .

Eu sabia porque era o que eu fazia. Ainda que ser fantasma não fosse só desvantagens.

Reganhei a concentração quando a voz de Sophia voltou a soar pelo banheiro, ainda que eu fosse a única a escutá-la.

- Eu faria um mochilão pelo mundo e depois faculdade de Administração por conta do meu pai, mas como já bem disse, o que importava de início, era o carro, a chave para minha liberdade e depois... - Ela pareceu hesitar, como se houvesse algo que lhe era desagradável só de pensar e que ela preferiu ocultar - E depois, eu jogaria minha liberdade fora, mas isso não aconteceu.

Um novo sorriso voltou a adornar o seu rosto, como se houvesse algo que a divertisse no meio daquilo tudo.
De uma forma estranha me senti contagiada por aquele sorriso e o meu próprio rosto se iluminou.

- De uma forma um tanto sádica e irónica você acabou por manter a sua liberdade... O problema mesmo foi o custo que pagou por ela, - continuei sorrindo embora a minha voz tenha adoptado um tom quase imperceptivelmente melancólico - Eu tinha a liberdade que eu precisava... mas não a coragem que eu necessitava. E isso acabou por levar a minha felicidade... - Olhei directamente para a garota a pouco mais de um metro de mim - Se eu pudesse ter uma segunda chance de viver a minha vida, pode crer que eu ia arriscar, mesmo que fosse deitar tudo a perder, - Dei uma risada antes de acrescentar - E me manteria bem longe de precipícios, isso é certo!


Última edição por Elaine London em Qui Mar 26, 2009 7:46 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] EmptyQui Mar 26, 2009 7:39 pm

Assim que terminei o que disse e abri um sorriso,ela abriu um sorriso também e começou a falar.

- De uma forma um tanto sádica e irónica você acabou por manter a sua liberdade... O problema mesmo foi o custo que pagou por ela,

Eu ri com isso,sim,eu tinha minha liberdade agora,mas não tinha com quem compartilha-lá,não tinha com quem aprontar,nem nada.

-Eu tinha a liberdade que eu precisava... mas não a coragem que eu necessitava. E isso acabou por levar a minha felicidade...Se eu pudesse ter uma segunda chance de viver a minha vida, pode crer que eu ia arriscar, mesmo que fosse deitar tudo a perder,e me manteria bem longe de precipícios, isso é certo!

Com a última parte eu ri,acho que eu também me manteria...ou não.

Ela parecia ser uma garota do tipo certinha,já que disse que ia se arriscar mais.

-Se eu pudesse ter uma segunda chance de viver,eu não mudaria nada,podia ser irresponsável o quanto fosse,como você disse,eu continuaria a arriscar tudo,afinal,quem não arrisca,não petisca.

E pensei se realmente ia querer uma segunda chance pra viver,afinal,tudo muda,eu conseguiria me enquadrar de novo?

Quer dizer,eu iria continuar a mesma,mas,e eles?

-Mas,acho que segundas chances são nulas,e não daria certo,não pra mim,até porque,pra mudar levaria muito tempo, -Não só tempo,mas também,ah,sei lá,só sei que poderia não dar certo,porque enquanto fantasma,eu continuaria assim,nessa idade pra sempre,a mentalidade poderia mudar um pouco,mas sei lá.- E outra,se tivéssemos outra chance,nós...nós voltaríamos no tempo?Como seria?

Nunca cheguei a perguntar isso a um mediador,até porque,bem,eu não gostei de ter morrido,mas,será que agora,eu iria querer voltar atrás?

Ainda mais sabendo que faria tudo igual,o final não seria igual também?

-Sabe,eu acho que isso pode ser legal pra muitos,mas.....mas não é pra mim. Eu não queria ter morrido,mas,sei lá,eles já podem ter se acostumado sem mim...

E dei de ombros,por incrível que pareça,a conversa não estava me deixando triste,aos poucos,eu aprendia a lidar com a morte melhor do que eu mesma pensava ser capaz.
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MensagemAssunto: Re: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] EmptyQui Mar 26, 2009 8:11 pm

Sophia riu do meu comentário e me respondeu praticamente de imediato.

- Se eu pudesse ter uma segunda chance de viver, eu não mudaria nada, podia ser irresponsável o quanto fosse, como você disse, eu continuaria a arriscar tudo,a final, quem não arrisca, não petisca, - Eu sorri com a expressão que ela utilizou, pois era uma das que eu própria custumava usar - Mas, acho que segundas chances são nulas e não daria certo, não pra mim, até porque, pra mudar levaria muito tempo.

Sim, talvez o que ela dizia fizésse sentido. Mas será que não valia a pena? Esperar o tempo que é preciso para que se consiga mudar e viver uma vida completa? Eu acho que eu queria isso. Uma nova chance.

Pelo menos não teria esse peso no meu coração agora.

Não teria morrido sem garantir que cada pessoa que eu mais gostava sabia exactamente o quanto eu a amava... Ou melhor, três em particular. As que mais significado tinham para mim e mais sentido davam à vida.
A minha mãe, Mandy e Daemon.

Talvez eles fizéssem uma pequena ideia de como eu me sentia, mas nunca fui dada a demonstrações exaustivas de afecto e isso era uma das coisas que eu lamentava. Se eu pudesse abraçá-los por mais uma única vez que fosse, eu teria uma existência muito mais feliz.

Quem sabe até eu não conseguisse avançar? E eles com as suas vidas também.

Prestei novamente atenção ao que Sophia dizia.

- E outra, se tivéssemos outra chance, nós... nós voltaríamos no tempo? Como seria? Sabe, eu acho que isso pode ser legal pra muitos, mas... mas não é pra mim. Eu não queria ter morrido, mas, sei lá, eles já podem ter se acostumado sem mim...

Eu ri com a pergunta dela e mais um pouco com as suas suposições. Não estava troçando dela, apenas achara engraçado o modo como ela via as coisas.

- Eu não sei. Eu estava falando hipoteticamente. Se nós tivéssemos outra chance, apenas se. O que não quer dizer que seja possível. E não acho que mesmo que eles já se tenham acustumado sem nós, se importariam se nós ficássemos. Acho que até poderiam ser mais felizes... - Abri novamente um sorriso para Sophia - Mas sabe uma coisa? Gostaria de ser capaz de encarar a nossa presente situação de uma forma tão positiva quanto a tua...
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MensagemAssunto: Re: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] EmptyDom Mar 29, 2009 9:36 am

É lógico,eu não acreditava muito nessa hipótese de voltar a vida. Seria possível? Voltar atrás? Mas até se fosse......E como um estalo na minha cabeça,eu me lembrei,é lógico que poderia ser possível,deslocadores viajam no tempo,eles podem até impedir a morte.

Mas ainda restava a dúvida,será que eu,iria querer voltar atrás?

Então a voz da Elaine me chamou pra realidade.

- Eu não sei. Eu estava falando hipoteticamente. Se nós tivéssemos outra chance, apenas se. O que não quer dizer que seja possível. E não acho que mesmo que eles já se tenham acostumado sem nós, se importariam se nós ficássemos. Acho que até poderiam ser mais felizes...

Eu também tinha esse pensamento,mas eu mesmo tempo,eu tinha medo disso e se não fosse assim?

Eu sou uma pessoa extremamente corajosa,enfrentaria o que fosse,mas,meus pequenos grandes medos acabam comigo.

- Mas sabe uma coisa? Gostaria de ser capaz de encarar a nossa presente situação de uma forma tão positiva quanto a tua...

-Positiva?

Eu perguntei sobressaltada,sim,minha memória sempre me ajuda.

-Ah sim,claro,na verdade,faz pouco tempo que me acostumei com...a minha situação,até uns tempos atrás não seria capaz de falar sobre suposições de voltar a viver.

Por um lado eu até ficava feliz por isso,mas será que a conformação era um sinal de que em breve eu iria embora?

Porque,eu posso não saber se quero voltar a viver,mas,será que eu quero ir embora? Eu não ligo se eu não sei pra onde eu vou,mas aqui é tão bom...

Eu balancei minha cabeça como se quisesse apagar os pensamentos.

-Olha,eu tava lembrando,tem um jeito de voltar a vida,ou pelo menos tentar,com ajuda de deslocadores,mas eu nunca me interessei não.

Eu fiz uma pausa e continuei.

-Sim,eu também acho que eles sintam falta de mim,digo,de nós... -Não,eu não penso só em mim.- ..Mas,sei lá,talvez não fosse realmente pra eu permanecer entre eles,vai saber? Mas não acredito muito nisso não.

E ri,como eu não acreditava em algo e ia falando?

-Quero dizer,até tempos atrás eu achava que Deus não existia,e foi quando eu morri que acreditei nisso.

Eu quase soltei que começava a desconfiar que vampiros e bruxos também existiam,esse pensamento me fez rir,mas eu preferi ficar quieta por enquanto e esperar resposta.
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MensagemAssunto: Re: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] EmptyTer Mar 31, 2009 8:49 am

Sophia pareceu um pouco confusa e até sobressaltada com a minha afirmação, mas pareceu entender o que eu queria dizer.

- Positiva? Ah sim, claro. Na verdade, faz pouco tempo que me acostumei com... a minha situação, até uns tempos atrás não seria capaz de falar sobre suposições de voltar a viver.

Fiquei espantada com a sua afirmação e olhei meio intrigada para ela.
Então ela se conformara com a sua 'situação' --- como ela própria descrevera o... uh... falecimento --- ?

Esse fato caiu como uma bomba atómica sobre a minha cabeça.

Quero dizer, o que leva uma pessoa tão jovem como ela --- que era apenas um ano mais velha do que eu em termos físicos e que morrera mais recentemente --- a confomar-se com a ideia de estar morta --- apagada, sem vida, vagueando à deriva sem ninguém que a apoiasse e, no meu caso, infeliz --- ao invés de se revoltar porque a sua vida chegou ao fim demasiado rápido?

Eu podia estar um pouco mais habituada com a ideia de que iria passar o resto da eternidade entre um lado e o outro, sem saber exactamente o que me prendia ali mentira, eu sabia o que me prendia. E muito bem mas nunca, nunca haveria de me conformar com a perda de tudo o que eu mais amava no mundo --- A minha família, Daemon, as sensações... a própria vida. --- Foi por isso que me fez tanta confusão aquela simples afirmação.

Sophia voltou a falar.

- Olha, eu tava lembrando, tem um jeito de voltar a vida, ou pelo menos tentar, com ajuda de deslocadores, mas eu nunca me interessei não.

Eu sabia o que eram deslocadores, mas pensava que eram apenas um mito.
Mas se Sophia os estava mencionando agora, talvez o que aquela velha cartomante no fundo da rua do mercado disse seja verdade. Talvez existam pessoas capazes de mudar acontecimentos ao voltar atrás no tempo.

Uma faísca de esperança brilhou nos meus olhos.

Então eu poderia reganhar a minha vida? Ou pelo menos tentar?
Isso era melhor do que qualquer outra coisa que me pudessem ter dito até àquele momento. Nem mesmo se alguém me dissesse que Daemon tinha ido no cemitério gritar a plenos pulmões que me amava eu ficaria mais feliz. Isso seria apenas a cereja no topo do bolo.

Apesar de tudo, a sensação de felicidade rapidamente cedeu parte do seu tempo de antena na minha cabeça, ao fato de Sophia ter dito que nunca se interessara pela oportunidade de reviver.
Mesmo assim, não pude evitar um sorriso de brotar nos meus lábios, por mais pequeno que fosse. E que não era.

Sophia pausou por momentos antes de retomar o discurso.

- Sim, eu também acho que eles sintam falta de mim, digo, de nós... - Ela acrescentou, pensando que eu talvez ficasse ofendida se não o fizesse. Não ficaria - Mas, sei lá, talvez não fosse realmente pra eu permanecer entre eles, vai saber? Mas não acredito muito nisso não.

Talvez ela tivesse razão.
Talvez nós tivéssemos morrido por que o destino assim o decidira.
Ou Deus.
Ou Alá.
Ou Buda.

Ou lá o raio que parta quem decide quem vive e quem morre. Eu pensei irritada.

Mas deslocadores também existiam por alguma razão, não? Eles não tinham os seus poderes à toa mas para ajudar pessoas como nós.
Quero dizer, qual é o objectivo de poder viajar no tempo e não ajudar pessoas?

Dar passeios pela sua infância? Fazer trabalhos sobre história? Ou, quem sabe, ir naquela viagem à Disneyland que a sua família fez antes de você nascer?

Ah, poupem-me, né? Lógico que não.

Sophia riu talvez apercebendo-se da contradição que acabara de pronunciar. Eu ri junto. Ela parecia ser uma companhia divertida. Talvez pudéssemos ser amigas e pregar peças nos mocinhos brigões juntas.

- Quero dizer, até tempos atrás eu achava que Deus não existia e foi quando eu morri que acreditei nisso..

Eu ri do que ela disse.

- Sério? Comigo foi um pouco ao contrário. Sempre acreditei em Deus e depois de... falecer... Bem, não foi exactamente deixar de acreditar na sua existência... foi apenas questionar os motivos da mesma. Porque, quero dizer, sempre me foi dito que ia parar no céu e, no fim de contas, aqui estou eu. - encolhi os ombros mostrando que, para mim, teologia já vira melhores dias. Não me importava assim tanto, na realidade - Mas, desculpa pela pergunta e se não quiser, pode não responder, mas... porque é que você se sente tão... acustumada com o fato de ter perdido a vida? Você não era feliz? - Me senti um pouco 'cusca' por assim dizer, mas, de qualquer forma, ela era livre de me responder ou não. Eu só esperava que ela não levasse a mal a pergunta...
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MensagemAssunto: Re: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] EmptyTer Mar 31, 2009 8:47 pm

Assim que terminei de falar,Elaine riu também. Uma hora eu falaria o real motivo dos meus risos em relação a última frase,mas,e se achasse que eu estava tirando onda?

Era melhor ficar quieta,como já bem disse.

- Sério? Comigo foi um pouco ao contrário. Sempre acreditei em Deus e depois de... falecer... Bem, não foi exactamente deixar de acreditar na sua existência... foi apenas questionar os motivos da mesma. Porque, quero dizer, sempre me foi dito que ia parar no céu e, no fim de contas, aqui estou eu.

Com essa,eu quis rir também,mas novamente,fiquei quieta,porque,primeiro,eu ouvia que o céu era aonde queríamos que fosse,e segundo,eu ainda estou aqui por um motivo certo? Certo?

E,uma hora ou outra,eu iria embora,era só resolver o assunto pendente,agora pra onde eu iria depois,nem eu sei dizer.

- Mas, desculpa pela pergunta e se não quiser, pode não responder, mas... porque é que você se sente tão... acustumada com o fato de ter perdido a vida? Você não era feliz?

Juro,a pergunta me pegou de surpresa,eu não esperava essa.

Quero dizer,eu não estou acostumada,eu estou me acostumando,percebe a diferença?

Mas as pessoas falam o que elas vêem que eu passo. Então,acho que estava bom assim,pelo menos eu continuava do mesmo jeito que fui em vida,pra cima?

-Sabe,não que eu acredite bem em Deus,ah,não sei explicar,mas,não sou do tipo religiosa,mas se ainda estou viva,não viva,mas você entende,se ainda to aqui,é porque tem algo não?

Olhei pra ela,suspirei bem fundo e me preparei para dar uma resposta.

-E tudo bem em relação a pergunta. – E comecei a pensar em como responder decentemente a pergunta,afinal,só contava a história pra mediadores,não pra fantasmas.

-Bom,eu era feliz,eu adorava minha vida,apesar das idiotices,irresponsabilidades,eu era feliz. -E comecei a refletir.- Ok,eu acho que não era,se ainda estou aqui,mas eu ainda acho que
era,entende?
-Nem eu entendia.

-Mas,o que me prende aqui,não se resolve tão fácil,aliás,depende de mim,só de mim,é só um peso na consciência sabe?

Ou pelo menos eu penso assim.

Aquilo ainda doía em mim,um peso que eu não me livraria tão rápido,mas ainda assim sorri.

-Quanto ao fato de estar acostumada,bom,o que eu posso fazer?As vezes eu sou uma rebelde sem causa,admito,mas,quando sei que isso não vai me levar a nada,eu nem continuo,posso ser muita coisa,mas não besta,me inconformar com a morte não me daria a vida de volta,nem me tiraria daqui,mas,não a morte em si,mas o peso,o peso ainda me dói muito,mas fora isso,o que eu posso fazer?

Suspirei de novo,contar essa história me cansava,não mentalmente,mas,mais pelo fato de já tê-la contado várias vezes.

-E você?

Ah sim,eu sou curiosa,mas sempre fico na minha,mas se perguntam de mim,eu pergunto também,só esperava não ter falado muito e nem muito rápido.
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MensagemAssunto: Re: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] EmptyQua Abr 01, 2009 11:34 pm

Aulas. Aulas. Aulas.
Sabe, eu gosto de estudar, de verdade. Mas a parte de ficar sentada por 50 minutos consecutivos, prestando atenção em apenas uma pessoa, me deixava no mínimo tensa. E depois de três horários desses eu precisava espairecer. Interrompi o professor de física timidamente, pedindo por um passe para ir ao banheiro e ele me deu sem pestanejar. Ser uma aluna boa realmente paga nesses momentos.

Decidi que realmente ir ao banheiro seria uma coisa legal, já que era o que estava escrito no meu passe, e eu podia muito bem espairecer lá, desde que ficasse em pé. Assim que me aproximei comecei a ouvir vozes, e claro, é um banheiro desde quando é estranho se ouvir gente conversando no banheiro. De certo duas garotas fofocando, falando da vida e tal.

Só que quando abri a porta me dei conta que elas não estavam falando da vida, e sim da morte, eram duas fantasmas. Que continuaram ali, conversando, provavelmente convencidas de que eu era alguém que não poderia vê-las ou ouví-las. Eu nem me preocupei em escutar o que conversavam, escutar conversas alheias, mesmo de mortos, aliás ESPECIALMENTE dos mortos, é falta de educação, até porque os mortos normalmente nem mesmo tentam se esconder. Apenas dei uma tossidinha e deixei claro que as estava vendo ali.

- Uhm... Estou atrapalhando? - Perguntei timidamente, como sempre, o que realmente me irritava às vezes.
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MensagemAssunto: Re: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] EmptySeg Abr 06, 2009 7:25 pm

Sophia respondeu à minha pergunta, embora parecesse ter sido apanhada desprevenida. Não me pareceu incomodada, apenas, como já mencionei, algo surpreendida.

- Sabe, não que eu acredite bem em Deus, ah, não sei explicar, mas, não sou do tipo religiosa, mas se ainda estou viva, não viva, mas você entende, se ainda to aqui, é porque tem algo não? E tudo bem em relação a pergunta, – Ela suspirou antes de responder, como se estivesse subitamente muito cansada. Deve ser algo de que ela não gosta de falar... Você e a sua grande boca, Ali!, pensei, algo arrependida por ter feito a pergunta - Bom, eu era feliz, eu adorava minha vida, apesar das idiotices, irresponsabilidades, eu era feliz, - De repente, ela pareceu estar visualizando coisas à medida que ia falando... Um introspecção em voz alta, por assim dizer - Ok, eu acho que não era, se ainda estou aqui, mas eu ainda acho que
era, entende?
- Entendi o que ela queria dizer, ainda que fosse algo confuso. Mesmo a própria Sophia parecia ter dificuldade em explicar - Mas, o que me prende aqui, não se resolve tão fácil, aliás, depende de mim, só de mim, é só um peso na consciência sabe?

Oh lá se a entendia! Eu lembro que a última conversa que eu tive com a minha mãe. Foi a coisa mais seca à face da terra. 'Tenha um bom-dia na escola, querida' 'Você também mãe'... E se bem que isso não é necessariamente uma coisa que deva causar problemas de consciência, mexe com você.
Porque se eu soubesse que aquela era a última conversa que eu ia ter com a minha mãe, óbvio que eu teria dito muito mais, né?
Assim, não sinto um peso na consciência; apenas um peso no coração... e de certa forma, o que me prendia aqui também só dependia de mim... embora houvessem outros *cof*Daemon*cof* envolvidos que teimavam em não colaborar.

- Quanto ao fato de estar acostumada, bom, o que eu posso fazer? Às vezes eu sou uma rebelde sem causa, admito, mas quando sei que isso não vai me levar a nada, eu nem continuo, posso ser muita coisa, mas não besta, me inconformar com a morte não me daria a vida de volta, nem me tiraria daqui, mas, não a morte em si, mas o peso, o peso ainda me dói muito, mas fora isso, o que eu posso fazer?

Suponho que Sophia tinha razão... mas hey, eu sou apenas humana! Está na minha natureza ser irracional. E mesmo que eu soubesse que nada me ia devolver a vida, pelo menos eu também não me conformava com isso. De alguma forma isso me fazia sentir um pouco melhor. Pelo menos eu não tinha desistido de tudo... Não que Sophia o tivésse feito; ela apenas encarava as coisas de uma forma mais realista.

Justo quando eu ia dizer isso para Sophia, a porta se abriu.
Por uma questão de reflexo condicionado, eu me mantive calada, mas Sophia não pareceu notar, ou, se notou ignorou, porque ainda perguntou:

- E você?

A moça que entrou tinha um ar simpático e tímido, aparentando ter mais ou menos a minha idade física. Tinha os cabelos muito pretos e uns olhos castanhos expressivos.

Não sei como eu soube, mas eu simplesmente soube. Aquela garota podia ver-me.
Acho que foi pela forma como ela parecia encarar-me e a Sophia, embora não parecesse estar a prestar verdadeiramente atenção ao que dizíamos.

E então ela falou, confirmando as minhas suspeitas.

- Uhm... Estou atrapalhando? - Ela parecia ser realmente tímida, mas fôra educada e parecia simpática.

Ainda um pouco espantada por ter conseguido falar com duas pessoas no mesmo dia, quando na verdade não tinha uma conversa há semanas, sorri para a moça.

- Não. Estamos só conversando, - Olhei para Sophia, tentando perceber se ela se importava ou não e aguardei que ela dissesse alguma coisa.
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MensagemAssunto: Re: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] EmptyQua Abr 08, 2009 6:17 pm

Sabe quando a pessoa não te responde,e você fica ali,acho que até com cara de besta esperando por alguma resposta ou algo do tipo?

Bom,fui eu ali,mas,eu não fiquei brava,tudo bem,eu relevei aquilo,até porque Elaine estava olhando uma menina que estava entrando,eu nem liguei muito pra ela,por favor,não sou egocêntrica ou egoísta ou algo assim,porque até se ela pudesse me ver,eu não teria parado a conversa,tudo que eu falei aqui,eu já falei para mediadores.

Ou pelo menos eu me lembro que sim.

Olhei pra fora,estava um dia normal,como outro qualquer,o sol batendo forte,se ainda estivesse viva,hora dessas estaria cabulando aula,ou atrapalhando o professor a dá-la.

Estando morta,em uma hora como essa,em um dia normal,eu não estaria em um banheiro,na verdade,estou tentando lembrar agora o que mesmo que eu fim fazer no banheiro.

Na verdade,eu poderia estar agora em sala de aula....ah sim,eu acho que hoje mais cedo eu estava,ou eu poderia estar andando ou fazendo algo do tipo em Carmel.

Mas eu não sairia daqui por agora,afinal,fazer amizades sempre é bom,mesmo que não sejam tão parecidas com você.

- Uhm... Estou atrapalhando?

Não era a voz de Elaine,então,eu tive certeza,a menina realmente podia ver.

Antes que pudesse dizer algo,Elaine respondeu.

- Não. Estamos só conversando.

Eu abri novamente um sorriso e olhei pra ela,ela parecia um pouco tímida,acho que deveria ter nossa idade mais ou menos,e com certeza,estudava ali. Será que ela estava na aula que eu atrapalhei hoje?

-Sim,só conversando,sou Sophia.

Eu me lembrei do começo de nossa conversa e me perguntei se Elaine também lembrava,se a menina ali fosse deslocadora,ela poderia responder sobre a viagem no tempo,para impedir a morte,mas eu não perguntaria isso,eu não estava interessada,ou pelo menos não por enquanto,só quem poderia fazer a pergunta agora era Elaine.

Me virei pra ela com um olhar do tipo 'agora você pode perguntar',mas,eu nunca sei se as pessoas entendem meu olhar.

-Ahn...Elaine,acho que ela pode nos ajudar.

Eu não sabia mais o que dizer,porque,de certa forma,um medo do que poderia ser a resposta,não só de uma, como de ambas,começou a me dominar e eu fiquei me perguntando porque coisas assim me afetavam tanto.
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MensagemAssunto: Re: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] EmptyQua Abr 08, 2009 6:45 pm

Observei as duas fantasmas que não se alteraram em nada com a minha presença e o fato de que eu podia vê-las. Isso é bom. Fantasmas que reagem mal a pessoas como eu normalmente possuem uma péssima índole ou eram recém falecidos, muitas vezes em negação. Nenhum dos dois gêneros eram exatamente bons de se lidar, então eu me senti realmente aliviada.


- Não. Estamos só conversando.

Uma delas me respondeu, enquanto a outra ainda parecia notar a minha presença, não se demorou muito, de qualquer modo.

- Sim,só conversando,sou Sophia.

Eu sorri levemente para as duas fantasmas e me aproximei, enquanto a segunda se apresentava.

- Katharine. - Eu apenas balancei a cabeça. Apertar a mão de fantasmas é algo... Estranho.

-Ahn...Elaine,acho que ela pode nos ajudar. - Sophia falou, como alguém que acaba de se lembrar de algo que não quer exatamente se lembrar.

- Ahm. Posso? - Eu não sei nem porque perguntei isso assim, quer dizer, é óbvio que posso, não foi pra isso que eu nasci mesmo? Ajudar almas perdidas? - Uhm, quer dizer. É, eu não sei qual é o problema de vocês, mas eu posso tentar ajudar.

Eu realmente não entendia como alguém, vivo, morto, poderia querer a minha ajuda. Meus progressos com o Aidam só poderiam provar que eu sou um fracasso nessa coisa de mediar, e minha falta de habilidade em deslocar. Pff. Eu sou um fracasso total nessa coisa. Então pra que eu nasci mesmo?
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MensagemAssunto: Re: One Of Those Days... [aberto]   One Of Those Days... [aberto] Empty

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