Festa do Cabide. Aberto!! (Censura 15+)

Eu já tinha ajudado o rapaz que me fez vir até Carmel já se fazia dois dias, já tinha vindo ao campus e visto tudo que se tinha pra ver por aqui também. Hum, pode se dizer que essa cidade é algo bem diferente, calor e Doomsday não combinam tanto assim. Mas, fazer o que não? Tenho que ficar agora...

Sentei no banco olhando o nada, como sempre, foi quando vi. Uma bela roda de gente envolta de uma garota, ela olhava para os outros como se eles a estivessem pertubando. E, provavelmente, estariam. Eu mataria para não ter pessoas daquele jeito a meu redor. Ela entregava alguns papéis, ao que pareciam, as pessoas estavam querendo e por demais, aquelas folhas. Deveria ser algo de extrema importância. Eu deveria ir lá ver, mas sinceramente, não quero me mexer.

Fechei os olhos e respirei fundo, querendo tanto não ter que ajudar mais ninguém pelo resto do mês. Eu já estava só um caco por ter ajudado esse último cara, que parecia que passaram por cima de mim com um trator.

-Pega. - uma voz me fez abrir os olhos e uma folha estava no meu rosto. Segurei e folha e fitei quem me entregava. Era a garota que estava recebendo atenções a poucos momentos. - Vai na festa, ok?

Você esperou resposta? Pois bem, ela também não. Olhei a folha e vi um endereço. Humm, Festa do Cabide? Isso seria interessante.
--*--

Já era quase nove quando achei a casa, iluminação forte saindo pelas janelas e eu sabia bem que por aqui eu poderia, ao menos, me distrair da vida insana que estava levando até agora. Toquei a campainha, e foi a mesma garota que me entregou o convite, que abriu a porta.

-Ei, tudo bem? Sou a Doomsday. - falei no tom mais calmo possível.

Eu tinha ahh... não estava muito bem na faculdade. Eu faltei em algumas aulas por causa de tal de gripe (not suína) e perdi muita matéria. Ah sim, nunca pensei que a faculdade de fotografia ia ser tão dura. Acho que podia passar na faculdade de Farmácia que seria mais fichinha. Ah sim, estava me dando mal. E se continuasse assim, meus pais iriam querer que eu voltasse para Utah. E eu não quero voltar para a pequena cidade dos meus pais. Ah sim, se não fosse pelo motivo deles quererem se mudar para as Bahamas. Que eles fossem sem mim, ou melhor, vá eles, Marc e a namorada de Marc.

Na saida, sempre na saída algo me acontesse. Não, não foi algum menino, foi só um convite, para uma festa, por Cadance Fox. Eu não sei direito se iria ou não, já que depois que conheci o Johnson me via igualzinha como meus amigos do futebol americano: bêbada, louca e frágil. Decidi parar de beber nessas festas. Bem, eu só estava fazendo isso por causa do meu amigo. Eu não queria ser uma garota má. Não queria ser uma santa, apesar de estar bem longe de ser uma.

Meu apartamento estava muito bagunçado. Mesmo, se é que entendem. Eu não arumava a séculos, talvez pelo fato de só estar lá para dormir. Fiz uma promessa silenciosa que quando tivesse tempo arrumaria. Eram ainda uma hora da tarde. Eu tinha tempo de sobra pra arrumá-lo. Ah, começei varrendo, depois com o aspirador... isso me cansou. Mas ainda era cedo; tá, minha casa estava limpa, e arrumadinha e ainda tinha muito tempo para gastar.

Gastar... decidi sair para comprar minha roupa para hoje, já que eu decidira que ia. Estava pensando em um vestido, e bem, vestido... escolhi um rosa com lantejoulas prateadas. Oh, eu realmente amei ele, mas eu me via usando ele somente na festa. Ele via até um pouco mais longo do que o meio da coxa, diria que via até o joelho. Era tomara que caia e tinha uma causa cheia de lantejoulas.

Com roupas às mãos... fiz o resto; maquiagem, banho e etc. Meu cabelo estava em um coque solto, e cacheado. Viva ao meu cabelo rebelde que me enrrola toda hora. E já estava na hora de ir. Iria com o carro que minha visinha emprestou - prometi a ela que cuidaria da filha dela e arrumaria a casa dela durante o tempo que ela precisasse, mas eu sei que ela ia abusar e me pedir pra cuidar de Faith todo o santo dia - apesar de não ser muita coisa, dava pro gasto. Era velho, acho que 1987.

Cheguei na casa de Caddie e dei um toque de leve na sua campainha. Percebi que meu cabelo estava desmanchando - ele não estava mais tão cacheado. Caramba, nunca vi alguém tão de lua como meu cabelo. Ah sim, alguém, porque ele tem vida própria.

Estava feliz por não perder a festa. É, apesar de nnao ser como antes, ainda sim iam ter pessoas, e garotos. Eu, sinceramente, não tinha jeito. Ah, Alan socorro. Será que eu conseguiria me transformar em uma moça direita?

Vi a lindo decoração da casa dela. Eu só exclamei com a boca e entrei.

Eu estava sentada na cozinha do Sr. Norrel, bebendo uma latinha de cerveja. Não é como se ele fosse todo liberal e me deixava beber cerveja em casa. Nada disso. O fato é que ele estava surfando até agora e depois sairia com alguns amigos. É, eu sei. O meu avô tem mais vida social do que eu. Eu já tinha feito minha redação de dez páginas sobre os desafios do nacionalismo revolucionário no Irã e pra variar não tinha absolutamente nada passando na televisão. Céus, como eu sinto falta do meu amado apresentador Peter Dobbie.

Fiquei sentada mais alguns minutos, brincando com a latinha em minhas mãos. Eu não podia ficar assim pro resto da minha vida. Peguei minha mochila e comecei a procurar pelos pedacinhos do convite de uma festa de Cadance Fox. Não é que eu não gostasse dela, mas é que é inevitável um papel não se rasgar em minha mão. Deve ser algum tique nervoso. Primeiro eu começo a dobrá-lo, depois a rasgar devagar e quando eu vejo, lá se foi o papel. Mas isso não vem ao caso. Coloquei os pedacinhos em ordem, anotei o endereço no braço e subi.

Eu não sei o que mudou na minha mente, mas ficar sentada naquela cozinha deprimente não ia me fazer bem. Eu estava cansada de ser a garota nova e precisava me misturar na multidão, certo? Tomei banho e comecei a escolher a roupa. Não que isso fosse super importante, porque eu sei bem o que significa festa do c-a-b-i-d-e, mas eu poderia sair de lá antes de tudo isso acontecer. Ou não. Coloquei minha única calça justa (especial para essas ocasiões, há!) com uma blusa normal. Deixei meu cabelo molhado, afinal ele secaria em cinco minutos, eu querendo ou não. Passei um lápis e calcei meus tênis.

"Não é só você que tem vida social, vô. Saí! Beijos, Arabella." Peguei minha mochila e deslizei para o banco do meu Plymouth '70, o Carl. Além de ser divertido, cuidar da Summer me rendia dinheiro. Foi com esse dinheiro que eu comprei a minha Christine. Não era exatamente o modelo da Christine, mas era a mesma marca. Não estava tão acabado, e meu avô me ajudava com algumas coisas, já que eu não entendia nada de carros.

Cheguei lá por volta de nove e quinze. O lugar não era tão longe e eu não pretendia ficar tão "loucona" a ponto de não poder dirigir de volta. Eu acho. Coloquei a chave no bolso e fui até a entrada. A música estava alta e dava pra escutar a conversa do pessoal. Ok. Por que é que eu vim mesmo? Toquei a campainha e fiquei olhando para os meus pés.

Sabe a primeira coisa que eu vou fazer? Depois de vomitar, provavelmente Pegar uma cerveja.

Festa.
O doce néctar da juventude.

Eu viveria minha vida toda só em festas. Festas de manhã, a tarde e a noite. Claro, festas com álcool, homens e pessoas nuas, principalmente, homens nus, afinal, homem só é útil sem roupa, de resto, só ocupa espaço na terra.
Eu não era feminista, realista, na verdade, afinal, homem foi a melhor coisa que inventaram, mas só servem para duas coisas: cortar grama e fazer sexo e como eu não tenho nenhum gramado, então só me tem uma utilidade e digamos que eu me aproveitava bem disso, em especial em festas, ou em boates, ou em terços, ou passeatas, ou qualquer lugar público e não público.
Sou incorrigível, inescrupulosa e nem um pouco santa, mas eu resumo isso tudo em um fato: eu simplesmente aproveito os prazeres da vida.

Hoje, especialmente, eu estava irradiando felicidade. Por vários motivos. Um deles, em especial, era a festa que Cassie tinha planejado e eu ajudei com muito prazer - um prazer inestimável - a decorar.
Essa prometia ser a melhor festa de todos que eu havia entrado de penetra em Carmel. Primeiro porque eu não entraria de penetra, segundo porque teria bebida da melhor qualidade e terceiro porque, de um jeito ou de outro, no fim todos terminariam completamente nus e, principalmente e felizmente, bêbados, pretendo estar bêbada também, mas ciente o bastante para me satisfazer.
A festa em si já obrigava que no fim todos estivessem sem nenhuma ou quase nenhuma peça de roupa, já que, a cada trinta minutos cada um ia tirando uma acessório ou roupa.

Eu me adiantei um pouco, já estava sem absolutamente nada. Assim como vim ao mundo. Eu e um dos convidados, um dos que chegou mais cedo. Não sei como se chamava, não sei quantos anos tinha ou da onde tinha vindo, só sei que ele era tão bom de cama quanto Bush é bom presidente, então digamos que eu não estava lá muito contente naquele momento. Mas como a festa só tinha começado - ou bem dizer nem começado - eu tinha a leve impressão de que as coisas melhorariam muito daqui pra frente, assim que eu saísse de cima da mesa e dê-se um chá de sumiço para aquela pessoa que mal conseguia respirar sozinho.

Não tinha visto Cassie desde que puxei aquele cara para a cozinha, nem vi se havia chegado mais alguém além de mim e ele. Na verdade, não estava me importando muito com a festa, só com a sede tremenda que eu estava sentindo e uma vontade quase viciante de fumar um cigarro. O meu eu perdi em algum momento entre o que eu tirava minha calça e jogava num canto daquele espaço, então a única forma de achar meu cigarro era achar minha roupa e, sem pudor nenhum, comecei a caçá-la pela cozinha, me esquecendo completamente do cara em cima da mesa.

Eu não estava tão vestida quanto estava agora, sem nada, mas também não poderia sair por aí desfilando nua pela casa de Cassie, até porque a brincadeira perderia a graça se eu não tivesse nenhuma roupa para tirar.
Eu coloquei uma calça jeans preta e uma blusa larga em decote V. É claro que eu não deixei de por uma lingerie, na verdade, uma das que eu considerava a melhor, vermelha e sexy, se eu tirasse a calça e a blusa já estaria praticamente pelada com aquela peça de baixo que, sinceramente, não tapava nada. O problema, no momento, era eu encontrar a roupa no meio da cozinha enorme da casa de Cassie, que, só para constar, também era enorme.

Eu não sei como ela tinha tido a permissão de dar uma festa. Tenho o leve pressentimento de que ela não tinha a permissão do papai gostoso porém coroa dela e que essa era uma festa proibida, o que a tornava ainda melhor do que as outras festas, afinal, tudo que é proibido é bom e excitante e, diga-se de passagem, eu adoro coisas proibidas. Não só porque eu trabalho com isso, ou porque correr o risco de ser presa é uma aventura impagável, mas a adrenalina que me corre nas veias é forte o bastante para vetar a parte racional do meu cérebro que já nem nunca racionalizou.

Sou uma pessoa incorrigível. Assim como Cassie, que, tanto quanto eu, também adoro coisas excitantes, e Kath, talvez a mais certinha de nós três, que, apesar do seu estilo patricinha, algo que eu desprezo nas outras garotas, conseguiu chamar minha atenção. Eramos um trio. Um trio de marginais, mas eu preferia chamar de trio imbatível, incorrigível, imutável.
Um trio que recentemente tinha se reduzido a uma dupla: Cassie e eu. Porque diabo Kath havia sumido eu não sei. Cassie tem a resposta, mas se me dissesse teria de me matar, ao menos é como eu penso. Não que eu tenha chegado a perguntar, ou me interessado tanto que me esforçasse a perguntar. Há muito tempo aprendi a quebrar facilmente vínculos com outras pessoas, não que eu gostasse do fato de não falar mais com Kath, mas se foi escolha dela eu não gastaria salivas para convencê-la de que somos inseparáveis, até porque, não somos, somos simplesmente... Compatíveis, o que não nos torna, necessariamente tão intimas que não possamos ter nossos momentos só nossos e acho que é isso que ela precisa, elas na verdade. Não que eu entenda de psicologia, mas não precisa ser nenhum gênio para perceber que alguma coisa estava acontecendo ali e desde que isso não interferisse na festa ou nos meus planos de orgia, não me importava com mais nada.

Além do mais, já estava semi-pronta para a festa. Tinha achado minha calça, coloquei minha blusa com decote, agora só falta a maldita lingerie que eu esqueci de por antes das peças de cima. Maldita lingerie.
- Hey, amor, porque tanta pressa? - perguntou o homem que a pouco estava arfando em cima da mesa. Veja bem, não que ele seja desprezível, digamos que não só do tipo que você quer tentar uma segunda vez e como hoje não era dia de segundas vezes com uma pessoa só, então eu não tive dúvidas quanto a terminar agora mesmo com aquilo que nem tínhamos começado. Eu estava acostumada e como não sabia o nome dele, não teria problemas quanto a ser grossa.
- Porque eu quero ir pra festa. - disse sem olhar pra ele que a poucos metros se aproximava de mim
- Ora, mas a festa esta aqui. - ele disse com prepotência, o que me fez soltar um riso abafado.
- Festa? Onde? Com você? - eu falei, assim que apanhei a lingerie no chão, debaixo da mesa e me aproximei dele a gargalhadas - A festa com você já acabou, bonitão. - falei apertando sua bochecha e me afastando até o outro cômodo. De fato ele era bonito, mas não era tão bom quanto pensei que fosse a julgar pela aparência. - Foi bom enquanto durou. - falei, me afastando e entrando no outro cômodo que descobri ser a lavanderia. A festa rolava na sala e eu pretendia chegar lá assim que colocasse a lingerie de novo. Odeio roupas ou excesso de, são pegajosas, quentes, difíceis de tirar e só servem para tapar aquilo que todo mundo quer ver.

Mas, felizmente eu estava me dando bem com a lingerie hoje, de forma que em cinco minutos eu estava na sala, com uma taça de alguma coisa que cheirava a álcool na mão e completamente bêbada sem precisar tomar um gole daquilo que eu segurava:
- Agora a festa pode começar pessoas e quero ver cada um de vocês sem nenhuma roupa. - gritei, bem no aglomerado de pessoas no centro da sala e erguendo a mão que segurava a taça, com um sorriso grandioso no rosto. Mal cheguei e já poderia apontar vários caras que eu queria ver assim como veio ao mundo.
Abaixei a mão e levei aquela mistura saborosa de puro álcool até a boca, sentindo queimar na minha garganta, um gosto irresistível de tequila. Eu notei, logo que entrei na festa, que as pessoas já começavam a tirar alguns acessórios, então, para não ficar fora da brincadeira, comecei a tirar minha bota de salto que tinha acabado de colocar quando saí da cozinha. Como eu tinha poucos acessórios, não demoraria para que chegasse a parte de eu tirar a blusa e depois a calça...
Senti que aquilo era só o começo de uma grande diversão.