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Face a face com o sobrenatural. Baseado na série de Meg Cabot, 'A Mediadora'.
 
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Deu-se inicio de mais um semestre na cidadezinha de Carmel. Misterios estão sendo, pouco a pouco, revelados e segredos antes bem guardados, estão começando a vir a tona. Bruxos, Mediadores e Fantasmas se encontraram, chocando-se uns com os outros, e sem conseguir evitar os ligigos, as paixões avassaladoras, o ódio ou o amor. E agora? Que escolha você fará?

Bem vindo ao jogo!
Big Brother Carmel
- CALENDÁRIO -


Dia on:
11 de Setembro
Clima: Levemente fresco em Carmel. Algumas nuvens começam a nublar o céu; uma ameaça delicada à uma chuva vindoura.
Horário: Noite.

OFF: Favor finalizar suas ações até o dia 14 de setembro. A partir daí, poderão postar livremente na categoria Big Brother Carmel. Ps.: Só poderão postar os personagens que receberam uma mp da Admnistração.
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Agradecimentos à Meg Cabot, por ceder-nos a maravilhosa série de livros 'A Mediadora', e aos players e jogadores do board.

Proibida a Cópia total ou parcial.
Obrigada.

 

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Eric Harrison
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptySex Abr 03, 2009 11:19 pm

[Dados do Player]

Nome: Ninna
Idade: 13 (parei de mentir a idade –oi)
E-mail: megu.gume@gmail.com
Comunicadores (MSN, YM, AOL..)
ninnabreu_xp@hotmail.com < msn
Tem outro personagem no RPG? Se sim, cite-os, e também a espécie a qual pertencem: YEP! Lauren T. Scott - Humana

[Dados do Personagem]

Nome: Eric Harrison
Idade: 15
Data de Nascimento: 01/04/1994
Local de Origem: Carmel, Califórnia
Artista Utilizado: Logan Lerman
Características Físicas: Cabelos castanhos, olhos azuis acinzentados, pele clara, magro, estatura mediana.
Características Psicológicas: Bagunceiro e desajeitado. Esperto... Não vai muito bem nas provas, mas quando estuda (meio impossível) tira nota máxima. É atencioso com seus amigos, mas é meio agressivo com os inimigos.
Um dos engraçadinhos da sala de aula. E ele é metido às vezes, só às vezes.

Biografia:

Eu nasci e vivi em Carmel minha vida inteira. Não acho que minha vida tenha sido a das mais interessantes.

Mas, vou contá-la assim mesmo.

Meus pais se conheceram ainda pequenos, eram vizinhos. Eles brincavam juntos no parquinho da casa de minha mãe.
Meu pai, Edward W. Harrison, diz que sempre amou minha mãe, Árica Terry Harrison. Tenho certeza que é mentira. Não há como amar uma pessoa sem conhecer outras!

Continuando...

Dizendo meu pai, ele e mamãe eram super apaixonados desde pirralhos. Brincavam de papai e mamãe (e eu sempre penso besteira quando falam isso, mas ele era o pai e ela a mãe e tinha uma boneca que era a filha), brincavam também na areia, etc.

Quando fizeram sete anos descobriram seus sexos... se é que me entendem. É... se não entenderem eu explico, ele mostrou o pequeno pênis para ela e ela sua vagina para ele... básico.
Eles não se falaram por uma semana depois disso, dizendo minha mãe. Vergonha, óbvio.

Aos onze anos, eles deram o primeiro beijo. Que fofo, não? Não. Meu pai foi burro o suficiente para beijar só a minha mãe. Ela diz que foi romântico e puro. Claro! Foi só um selinho. O primeiro beijo de verdade dos dois foi aos quinze anos.

Aos dezoito eles perderam a virgindade... juntos, claro. E minha mãe ficou grávida! E, não! Não era eu... Era minha irmã que faleceu no parto. Antes de ocorrer o parto, minha mãe foi expulsa de casa! E foi morar adivinha onde... na casa de meu pai! Claro. Lá eles tinham relações sexuais todas as noites, pelo visto gostaram do sexo, né? Quando minha mãe teve minha irmã falecida (-q), ela voltou para a casa de meus avós maternos. Minha mãe pulava a janela do quarto dela para se encontrar com meu pai para eles mandarem ver, se é que me entendem (de novo).

Numa dessas escapulidas eu fui concebido! Olha que bonito, eu fui um acidente também. Como a dona Árica não queria ser expulsa de casa novamente, ela fugiu com o senhor Edward. Casaram em Las Vegas e depois de ganharem algum dinheiro lá como faxineiros de cassinos, voltaram para Carmel e compraram sua própria casinha.

Nessa casinha que eu nasci, há quinze anos atrás. No dia da mentira. Por isso sempre digo que minha vida é uma mentira, não era para eu existir. O que, de fato, é verdade.

Eu sempre fui meio bagunceiro, mas só comecei a me dar mal na escola a partir da quarta série.

Sério, eu era tão nerd em matemática, português, história, geografia, etc... Sim, eu era inteligente pacas. Mas... relaxei e minha mãe agora fica me dando lição de moral, o que eu acho um absurdo porque ela pulava janelas para transar!

Voltando ao assunto minha vida:
A primeira garota que eu gostei se chamava Leila. Ela era a mais bonita da sala. Estávamos na pré-escola ainda.
A segunda garota que eu gostei foi na terceira série. Ela era minha melhor amiga. Se chamava Elizabeth.
A partir da quarta série não era eu quem gostava das garotas, eram elas que gostavam de mim.

Na quinta série eu quase reprovei. Mas, uma garota chamada Amanda me passou cola no exame final porque estava afim de mim, e eu passei de ano.

Na sétima série... nossa, foi o ano mais complicado. Eu quase morri. Foi um dos únicos anos que estudei para as provas. Passei com nota máxima e fui zoado muito.

Oitava série, relaxei de novo. Não é culpa minha se as garotas começaram a criar curvas...

[ FIM ]
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The Shadow
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptySeg Abr 06, 2009 7:50 pm

bio aceita, amore,mas tenha um cuidadinho em certos termos usados, tá? afinal, esse é um board aberto, e todos podem ver *_*
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Data de inscrição : 17/04/2009

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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptyQui Abr 30, 2009 8:51 pm

[Dados do Player]

Nome: Ayla
Idade: 15
E-mail: ayla_mendonca@hotmail.com
Comunicadores: ayla_mendonca@hotmail.com
Tem outro personagem no RPG? Se sim, cite-os, e também a espécie a qual pertencem: Juliene Roxe, Andrew Copton, Elisabeth Parrish e Alan Johnson (humanos), Josh Fuller e Mabelle Smith (Fantasmas), John Maldok (deslocador), Angelique Bruni e Zach Spencer (Mediadores) e Henry Raavi (Bruxo)


[Dados do Personagem]

Nome: Malu Monteiro
Idade: 17
Data de Nascimento: 20/01/1992
Local de Origem: Carmel - Califórnia
Artista Utilizado: Doutzen Kroes
Características Físicas: vide foto e biografia
Características Psicológicas: Divertida e encantadora. Recatada, porém autoconfiante, aprendeu que para se conseguir algo tem que correr atrás. Sempre amiga e confidente, fala pouco e sempre ouve, seu mal é cometer loucuras em nome do amor e nunca desistir de encontrar o seu homem perfeito.

Biografia:
20 de maio
Rio de Janeiro


Querida Rê,

Você não vai acreditar no quanto minha vida mudou desde que vim para o Brasil.
Mau embarquei no aeroporto e já fui recebida com um dos calorosos abraços brasileiros - mamãe tem razão eles são muito receptivos - e tenho que admitir que vovó é bem melhor do que eu imaginava. Acredita que ela já pulou de pára-quedas? Nem eu pulei de pára-quedas, apesar de que ela me prometeu que me levaria para voar de asa delta na próxima semana, era só eu acertar minhas coisas e procurar um colégio.
Falando em colégio quero só ver o que diabos vou fazer para entender o que eles dizem, é muito mais complicado do que eu imaginava, sorte minha que vovô é um ótimo professor de língua portuguesa. Também pudera, ele nasceu aqui e olha que já tem mais de setenta. Mas até eu queria viver por setenta anos num lugar como esse. Sei que não vou ser tão justa na minha descrição, mas tentarei fazer o melhor:
Esqueça as montanhas verdes da Califórnia e os belos coqueiros que protegem o sol mais radiante da América. Encontrei um lugar que tem as montanhas mais verdes, os coqueiros mais grandes e o sol mais radiante de todo o globo e olha que cheguei ontem, mas vovó fez questão de mostrar os pontos mais lindos do Rio, mesmo tendo certeza que apenas um dia não seria o suficiente. Dá pra acreditar que mesmo sendo filha de uma brasileira eu não conhecia os encantos do Brasil?
Ainda não te contei o mais legal da viagem: conheci uma tia completamente pirada. Ela é mais nova que mamãe só alguns anos, mas parece ter a nossa idade. Se chama Clarisse, mas exige que todos a chamem de Claire, porque é mais sofisticado. Todo mundo chama, menos vovô, para ele é Clarisse e não há quem discuta. Uma coisa eu notei, ele é tão cabeça dura quanto eu!

Eu sei, deixei o melhor para final:
Eles são lindos! (Acrescente uma grande euforia nessa exclamação)
Não vou dizer que os garotos de Carmel são feios, de fato eles não são, mas também não tem essa pele bronzeada dos brasileiros - na verdade, eu sou uma quase albina perto deles - e nem o gingado. Ah e que gingado! Conheci só um amigo da família, Bruno, mas só por ele já posso ver que os outros são incríveis e maduros e... Óh! Meu Deus, é bom eu parar por aqui...
Sinta inveja, sim senhora, estou me divertindo muito, mas ainda não encontrei
"o cara", se é que me entende e nem acho que vou encontrá-lo aqui. De qualquer forma, te mando um cartão postal do Rio, saiba que é mais lindo visto de perto!

Beijos saudosos de uma Malu quase derretida pelo sol.

-x-


12 de agosto
Ainda no Rio, brevemente em Sampa


Querida Rê,

Eu sei que você está chateada por não ter vindo e eu adoraria quer você viesse, mas nem tudo é um mar de rosas, hoje por exemplo, estou voltando as aulas. Não que eu despreze a escola, mas, francamente, estava muito mais feliz passeando pelo Rio. Mas as escolas não são de todo mal, digo, exceto a parte do português, não me entra na cabeça toda essa língua confusa que eles falam, mas que as aulas com o vovô estão me ajudando, ah estão e muito.
Uma das qualidades daqui é o povo caloroso. Fui muito bem recebida no novo colégio, apesar de ser apelidada carinhosamente de
gringa estou feliz, são todos divertidíssimos e já devo ter arrumado uma porção de amigos. Fora os garotos que apesar de extremamente galinhas não deixam de ser encantadores e gatos. Além do fato de que parece que todo mundo se encanta quando eu falo da Califórnia, assim como eu me encanto quando eles contam sobre o Brasil.
Enfim, eu nem te contei que pulei de asa delta não é?
Garota, foi incrível, era como se eu pudesse voar de verdade. Sentir os ares brasileiros realmente está me fazendo um bem enorme, fora toda a paisagem e as praias. Que praias! Não vou dizer que as de Carmel não são tão boas quanto às do Brasil, ambas tem suas diferentes qualidades, mas que o sol quente do Sul ajuda bastante a complementar o cenário, ah isso ajuda mesmo.
E você não acreditaria se eu dissesse que minha instrutora foi a vovó. Exatamente vovó, mãe de Gabriela Monteiro, minha mãe. Eu vou te dizer, não é só você, quando eu ficar mais velha também quero ser como a vovó Lurdes e, claro, ser casada com alguém como o vovó. Não acredito que mesmo depois de tanto tempo casados - quase cinqüenta anos - eles ainda são tão românticos um com o outro. É um amor assim que eu quero encontrar Rê e eu vou encontrar, marca o que eu estou te escrevendo, eu vou encontrar. Ainda não encontrei nenhum por aqui, mas isso não quer dizer, necessariamente, que eu não me diverti.
Dias desses Claire - ela me obriga a não escrever a palavra
"titia" na carta, pensa que você a achara uma velha lendo isso - me levou a uma boate. Isso mesmo, uma boate. Uma garota Californiana, de dezesseis anos em uma boate. Maravilhoso não?
No começo pensei que não me deixariam entrar, mais foi fácil, Claire diz que tem seus contatos de modo que lá estava eu, até uma da madrugada, dançando em uma pista colorida cercada por garotos que, devo admitir, me pareceram bem mais safados do que os safados de Carmel, mas fora isso, também encontrei um parisiense tão lindo que se fazia parecer um modelo da
Calvin Klein, seu sorriso era tão branco que chegava a ofuscar as luzes da boate e ele tinha o cabelo tão loiro, tão macio. Claro que eu cheguei a tocar em seu cabelo, assim como tava perto o bastante para notar seus olhos extremamente verdes. Sim, eu fiquei com ele!
Muito irônico se formos levar em consideração o fato de eu vir para o Brasil para pegar um cara que mora em Paris, mas não é pecado, é? Mais pecado é o fascínio que ele me causava. Mesmo assim não era
ele, entende.

Enfim, mas e quanto a você? Me diga, como andam as coisas na Califórnia? Espero que tão mais agitadas que aqui, porque daqui a um ano vou voltar e não quero que esteja na mesma monotonia de sempre.

Beijos e abraços apertados de uma Malu aprendendo a sambar.

PS: farei compras com Claire nesse fim de semana, ela vai me ensinar o estilo
fatality das brasileiras.

-x-


30 de setembro
São Paulo


Queridíssima mamãe,

Eu sei o quanto está triste por não ter vindo ao Brasil comigo, mas também sei o quanto é difícil para a senhora arrumar um brecha no hospital para poder viajar. Ser fisioterapeuta é complicado e é justamente por isso que eu decidi que vou ser jornalista. Nada de hospitais, tenho pavor de sangue e pessoas ensangüentadas, essa parte deixo para a senhora. Como vovó Lurdes diz, sou como o James, meu pai, passarei a vida procurando ação nas ruas. Uma repórter investigativa, isso que quero ser.
E por falar na vovó, ela mandou zilhões de beijos e abraços, para senhora e para o papai. Não mencionou o nome do Marcos, acho que ela não sente falta do meu irmão mais velho e mais irritante. Mesmo, ainda, eu só tendo um irmão. Certo, brincadeirinha, ela mandou que a senhora apertasse as bochechas dele por ela.
Mas me conte mamãe, como vai o papai? Ainda fissurado no trabalho? Não sei como ele aguenta tantos clientes desonestos, ser advogado nos dias de hoje está difícil. E quanto ao Marcos? Aposto que não sai da frente do computador, ele não iria fazer Informática? Diz para ele que esse mercado está se expandindo ainda mais, principalmente no Brasil.

Ai mamãe e falando no Brasil. A senhora tinha razão, esse é o melhor país do planeta - tá, não tão melhor que a minha adorada Califórnia -, mas é o segundo melhor. Estou passando um tempo em São Paulo, na casa da tia Claire e seu marido - acho que é o quarto, sim, ela é mais desmiolada quanto à senhora dizia e tão mais engraçada ainda. Na realidade, ficar muito tempo aqui deixa a vovó bem irritada, diz ela que passo mais tempo em São Paulo do que no Rio, o que não é de todo uma verdade.

Escute mamãe, escrevo pouco porque o táxi já está chegando, estou indo de volta para o Rio, não posso abandonar a escola não é mesmo? Ainda mais agora que estou falando fluentemente o português, sorte a minha ter tido aulas com a senhora quando mais nova, senão estaria completamente ferrada com essa nova língua.

Beijos cheios de saudades, da Malu, da Lurdes, do vô Tomas e da Claire.

-x-


28 de dezembro
Rio de Janeiro


Querida, linda e maravilhosa Rê,

Não fique convencida com os elogios, digo isso porque estou extremamente feliz. Estou me sentindo uma nova Malu, uma nova pessoa e estou super feliz pelo fato do ano novo estar se aproximando, mal vejo a hora de admirar os fogos de artifícios estourando no céu estrelado e límpido do Brasil, tem coisa melhor do que um aglomerado de pessoas, todas de branco, se juntando na praia a meia noite para comemorar o ano novo? Fora que a primeira coisa que sentirei em 2009 será a maré fria das águas do Brasil, uma emoção. Já fiz até compras, tentando conter minha ansiedade, você ficará louca quando ver a porção de vestidos, shorts e blusas brancas que estarei levando de volta para a Califórnia. Estou me divertindo muito com Claire, sobre tudo o fato de ser ela quem está pagando essas compras, tem sorte de ter se casado com um homem rico, mesmo que eu não queira essa "sorte" para mim, sou muito mais crente no amor do que no dinheiro, ainda que ela diga que isso é uma tremenda besteira.

Mas me conte, estão sentindo minha falta no colégio?
Eu sei que não sou nenhuma miss popularidade, mas tenho meus amigos e admiradores... E por falar em admiradores... Quanto ao seu príncipe encantando? Já encontrou ou está na caça assim como eu? Um dia minha cara Renata, um dia, ainda tenho esperança, até porque, para duas garotas de dezesseis anos, ainda temos muito o que viver.

Como sempre, o melhor para o final: Pintei o cabelo.
Exatamente.
Não, não pintei de roxo, nem de vermelho, nem mudei muito o tom dele. Mas fiz uma mechas que tiraram aquela cor opaca dele, agora está muito mais dourado e destacando muito mais a minha pele que, devo admitir, está muito melhor do que quando saí da Califórnia. Estou bronzeada e de cabelos dourados - bem mais ondulados e sedosos -, meus olhos até parecem mais claros agora com o novo
look, os garotos vão morrer quando eu voltar para a Califórnia, até porque, Claire está me ensinando como ser sexy e decente, só na sua forma de andar e vestir - apesar de ela ser muito mais sexy do que decente. Me ensinou a ter autoconfiança e a arriscar e também a comentar loucuras, seja por mim ou por algo que eu deseje muito.

Sei que você, minha maquiadora particular, vai ficar super chateada, mas tenho que te dizer Renata, ela me ensinou uns truques de maquiagem que você vai amar, simplesmente. Queria muito que vocês duas se conhecessem, assim como você, ela adora maquiagens e acessórios.

Estou indo agora, depois do Natal isso aqui ficou uma confusão. Ah e por falar em Natal, depois tenho que te contar a ceia maravilhosa que eu tive, a culinária brasileira é realmente deliciosa, não tem para outra.

Beijos saudosos de uma Malu extremamente apressada.

-x-


13 de janeiro
Argentina


Querida mamãe,

Como eu disse, vim para a Argentida, depois de uma longa estadia em Minas - um dos estados mais verdes e com águas mais limpas que já conheci - vim parar na Argentina.
Uma tremenda de uma volta pelo Brasil, hã?
Não vou dizer que prefiro a Argentina ao Brasil ou à Califórnia, isso jamais, mas não posso negar que a Argentina também tem suas maravilhas e uma delas é o comércio. Nunca imaginei que acharia jóias tão lindas aqui, são simplesmente perfeitas. E a paisagem daqui é igualmente encantadora como a do Brasil.
Hoje pularei de pára-quedas com a vovó Lurdes e o vô, ela conseguiu convencê-lo de pular também e estou muito, muito contente, queria muito que a senhora estivesse aqui para ver enquanto ele se enrosca todo na aparelhagem, mas eu sei que vai dar tudo certo.
Tia Claire não está aqui comigo, está no México, segunda lua de mel com seu marido e estou feliz por ela, não sabe o quanto ela vivia me falando dessa viagem.

Mamãe, pode soltar fogos de artifício e fazer a festa, decidi que voltarei um mês antes do previsto, em Abril, para que eu não perca mais dias de aula e possa arrumar tudo a tempo.
Até porque, mesmo o Brasil sendo maravilhoso e eu já estar me acostumando com o clima, não vou negar que bem no fundinho uma dorzinha está açoitando meu coração. Saudades de Carmel!
Essa vai para o acredite se quiser, mas essa cidadezinha é simplesmente,
minha cidadezinha. E também tenho saudades da senhora, do papai, do tio Bernard, da Rê, da minha cadelinha Tequila e até do chato do Marcos.

Mãe, tenho que ir agora, o avião já vai alçar vôo, deixe para puxar minha orelha quando eu chegar aí, por favor, não faça um discurso de três folhas como da vez que eu vooei de asa deltas.

Beijos cheios de medo e emoção.

-x-


31 de março
Rio de Janeiro


RÊÊÊÊ!!

Estou chegando, me aguarde que eu vou arrasar. Para você ter uma idéia eu saí da Califórnia com três malas e estou retornando com o dobro disso, só de roupas e bijuteria que Claire me comprou, fora os presentes que ganhei da despedida de ontem à noite na casa da minha tia avó Julieta. Menina ela cozinha melhor que a vovó Lurdes, algo que eu considerava cientificamente impossível.
Ai, mas foi uma despedida maravilhosa, devo estar chorando até agora. Eu não queria mesmo ir embora, contudo, não queria ficar por sentir saudades de vocês, não seria maravilhoso se todos morássemos aqui?
Não sei por que meus pais não optaram por morar no Brasil, eu sei meu pai é Californiano e toda a família dele também é - aliás, amo meus avós Californianos -, mas, poxa, toda a família da minha mãe é brasileira e eu já sinto uma afeição tão grande por eles que é como se eu os tivesse conhecido desde que nasci. Não que eu já não conhecesse a vovó e o vovô, lembro de que eles iam a Califórnia nos visitar, mas era muito raro e ficavam pouco e agora que estou convivendo com eles, não queria que isso acabasse.
Mas, para o contentamento de todos e o meu também - em partes - estou voltando para Carmel, feliz da vida e com a mala cheia de roupas e novidades.

Espalhe a notícia, chegarei depois de amanhã de manhã.

Beijos cheios de alegrias e tristezas da Malu.

PS: Me peguem no aeroporto, é uma ordem.


-x-
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptyDom maio 03, 2009 6:10 pm

Biografia aceita!
Bom jogo. =)
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptyQui maio 14, 2009 3:32 pm

[Dados do Player]


Nome: Fire
Idade: 17 anos
E-mail: fairy02_fire@hotmail.com
Tem outro personagem no RPG? Se sim, cite-os, e também a espécie a qual pertencem: Summer Martin Webber (Bruxa)

[Dados do Personagem]

Nome: Daisy Darcy
Idade: 34 anos
Data de Nascimento : 5 de Julho de 1975
Local de Origem: Londres,Inglaterra
Artista Utilizado: Maggie Gyllenhaal
Características Físicas: Olhos azuis turquesa,pele branca,lábios bem rosados,cabelos curtos,postura elegante,mostra de longe que tem um nome.Ou pelo menos...classe e dignidade.


Características Psicológicas: Simpática,anti-pática,falante,quieta,tímida,desinibida,complexa!Daisy Darcy não é o que parece ser...ela é tudo que precisa ser,nas situações que precisa ser.Ela escolhe os raros que um dia vão conhecê-la de verdade,e não se anime em passar anos ao lado dela pra descobrir se você não for um dos escolhidos,pois sua própria mãe nunca a conheceu.De fato...se duas foram as pessoas escolhidas,é muito: sua melhor amiga,e seu primeiro e único amor...Michael.Antes de conhecê-lo ela não era o sinônimo e o oposto...mas graças a ele,ela ganhou essa característica.


Biografia



Abro o diário que ganhei quando fiz 15 anos.

“Outch...como ele é perfeito.Diferente dos outros garotos dessa escola,muito diferente.Algo nele me chama atenção e me atrai mais do que os outros...muito mais.Estávamos no recreio,eu com minhas amigas e ele com os amigos dele,enquanto eu ignorava minhas amigas pra observa-lo.Ele parece tão normal e ao mesmo tempo tão diferente,tão clássico,tão intelectual,tão fofo,tão lindo,tão... foi quando ele olhou pra mim me fazendo gelar e não disfarçar nem um pouco ao arregalar os olhos de susto e me virar imediatamente para minhas amigas,quase me escondendo debaixo da terra.Depois desse dia ele começou a olhar pra mim também,e eu não sabia se era por curiosidade,por brincadeira ou porque finalmente tinha reparado que eu existia.Até que foram perguntar.Nota pessoa: Ainda mato Julian Stuart (minha melhor amiga).”

Estava no jato com Lily a algumas cadeiras do lado,dormindo,enquanto re-lia pela milésima vez meu diário.Ainda o tinha,e ainda escrevia nele.Não,e ele nem era tão grande e pesado assim...não escrevia nele todos os dias.

“Me sinto a mulher mais feliz do mundo ao lado dele,mesmo com apenas 16 anos completados ontem.Ele me deu o melhor presente que eu podia querer...ele me fez além do que eu poderia sentir,mesmo o imaginando.Ele é perfeito em realmente tudo...
Mas mamãe não gosta muito dele.E papai concorda – claro,o que ela não diz que ele não concorda?Que raiva dessa lei em que todos devem concordar com a “Rainha”.Ninguém gosta dele só porque ela diz que ele não presta,mas o que ela sabe que eu não sei?Quem é ela pra saber?Não foi ela que esteve com ele ontem por 5 horas sozinhos e... enfim,eu o conheço e sei que ele é um ótimo rapaz...eu sei!”


Olhei pra Lily após ler essa parte do diário e lágrimas escorriam pelo meu rosto como uma cachoeira,de tão rápidas em tão grande quantidade,mas eu tinha absoluta certeza que nenhuma expressão além de tristeza saía dalí.Mas eu fazia a mesma expressão muitas vezes quando olhava pra ela,então era uma expressão fraca pro tamanho das lágrimas.Eu aprendera a chorar horas e em menos de 5 minutos ficar tão neutra que ninguém notaria...foram 17 anos de treinamento.

“Quem é ela pra saber?Não foi ela que esteve com ele ontem por 5 horas sozinhos e... enfim,eu o conheço e sei que ele é um ótimo rapaz...eu sei!"

Re-li mais uma vez e olhei pra minha filha.Eu não o conhecia...eu nunca o conheci.Eu me enganei de tal forma que fiz esse rostinho puro e lindo passar por tanta coisa ruim que hoje faz meu coração se partir sempre que me olha.Ela se parecia tanto com ele que me dava ódio,muito,muito ódio.Eu juro,se eu fosse como ele,eu venceria essa luta!Fui eu que sofri por 17 anos a vendo daquele jeito!Ele morreria.



Meu ódio não era de ver o rosto dele nela,era de lembrar dele e lembrar o que ele nos fez.Lembrar como fui idiota de acreditar nele,e abandonar a pessoa mais especial pra mim.E o que me garantia vencer a tal “luta”,seria admitir que se não fosse por ele,Lily não existiria,e por mais que eu tenha sofrido com o sofrimento dela,hoje estamos juntas e tudo valeu a pena.Quero dizer,se não fosse ele,ela não existiria.E minha vida sem ela...impossível imaginar.

Mãe,

Você estava certa.
Eu nem mesmo sei como...


Você sempre soube, não é? O que Michael realmente era... Sempre disse que um dia ele iria me abandonar, exatamente quando eu mais precisasse dele. Se eu tivesse confiado em você... Se eu tivesse te escutado... Acho que você imagina como isso é difícil para mim, admitir as coisas assim, principalmente depois de tudo que aconteceu.

Eu estou grávida e ele simplesmente sumiu.Não sei o que fazer... Essa criança vai ser como ele... Eu não sei se...

Por favor? Será que eu posso voltar pra casa?

Sua filha,

Daisy.


____________________________________________________________________

Li a carta que escrevi pra minha mãe,que também estava guardada no diário.Como um arquivo aonde todos os detalhes estão ali,como provas (Lily também a tinha,essa e uma outra carta,mas eu tinha a original,guardada,como quase tudo).Eu voltaria pra casa e criaria Lily na casa de minha mãe,ela teria tudo o que teria direito e seria tratada como um princesa que é.Só não contava com minha mãe dizendo que não aceitaria minha filha em sua casa...Lily deve sentir a raiva que eu senti naquele momento,pois ainda estava em minha barriga quando recebemos tal notícia.A raiva foi maior do que quando Michael...Michael...me abandonou.A “Rainha” me fez entender que ou eu dava minha bebê pra adoção e as duas teriam um teto,eu um futuro e ela talvez um futuro,ou as duas morariam aonde a vida nos levasse e minha filha tivesse um futuro garantido: tendo a pior vida possível.Eu não respondi na hora,pensei em todas as opções que tinha,afinal,eu poderia ainda tentar alguma outra opção,certo?Errado.Não deu tempo de pensar muito,poucas semanas depois o fruto daquele amor no dia 5 de Julho de 1991, nascia.

“Como era linda...como era parecida com ele...como era perfeita...como eu o odeio e o amo ao mesmo tempo: por ter me enganado,por ter me deixado fazer isso com ela...e por ter me dado a chance de vê-la de novo.Ao olhar aquele rostinho tão puro e inocente,fiz a escolha que qualquer mãe que amasse seu filho faria.Eu dei uma chance a ela,pois aqui comigo não teria chance alguma.Eu deixei ela ter alguma opção...Mesmo que agora eu chore sem parar desde que cheguei do orfanato.E já fazem 7 horas.

Mas eu dei uma chance a nós duas,de nos vermos de novo.Eu conheci uma pessoa lá dentro que me prometeu tentar uma segunda chance.Disse que me ajudaria a ver minha filha sempre que eu quisesse,e tentaria não fazê-la ser adotada por ninguém,para que quando eu pudesse ficar.Mas aos 18 anos ela seria livre e não poderia fazer nada.Eu tenho 17 anos,daqui a poucos anos eu consigo minha filha de volta,não corro esse risco...”


Li a carta que deixei junto de um livro que foi de seu pai,quando coloquei-a para adoção,no mesmo dia do seu nascimento


Londres, 04 de Abril de 1992

Lily,

Eu não posso te criar.

Não posso te pedir para entender também. As coisas são complicadas demais.

Isso pertenceu a seu pai, acho que um dia pode ser útil.

----



Se você abriu esse livro, deve ser um de nós... E tem algumas coisas que você deve saber...

----

________________________________________________________________



Fechei meu diário odiando a mim mesma agora.Daqui a poucos anos???Poucos???Eu pretendia tê-la de volta assim que EU completasse os 18 anos,e agora quem vai completar é ela!Não os 18,mas 17,o que é perto.A “Rainha” não me deixou livre até morrer,e uma parte de mim deu graças a Deus pela morte dela.Eu simplesmente não pude pegar Lily.

“Por mais que doa não ter minha filha e eu odeie vê-la naquele lugar...é um alívio pra mim quando posso ficar observando ela no pátio,brincando,conversando,enfim...Como ela cresceu,está tão linda!O que eu perdi,meu deus...como me deixa arrasada lembrar do que eu perdi...todos os momentos mais especiais.Eu somente sabia pela moça que me ajuda,mas não estava lá ao lado dela.Mais parecia que eu era a presidiária e nem ao menos podia falar com ela,ao invés dela que está confinada num orfanato.

Aqui estou eu com 34 anos e com um império criado.Como eu já disse,mesmo não tendo Lily comigo,tive forças pra criar um império completo e poder dar a vida que ela merece.Fiz tudo isso por ela,exatamente tudo,foi de vê-la naquele lugar que tive forças de construir esse castelo pra nós,já que minha mãe não me deu nada além de um teto,pois sabia que um pouco mais de ajuda me faria ter Lily de volta.Mas agora eu consegui.Minha mãe faleceu semana passada e agora,nada me impede de ter minha filha de volta.”


Exceto que...eu não tinha imaginado como chegaria pra ela e falaria isso tudo.Como ela reagiria,como entenderia.Demorou mais alguns meses pra tomar coragem.Foi quando soube que Lily tinha fugido do orfanato e me desesperei,meu controle sobre ela tinha acabado e ela ainda era...meu bebê.Procurei por alguns meses antes de finalmente acha-la,e essa parte da história não é tão interessante: o reencontro não foi como se espera; não foi muito digno de final de filme.Entrei na loja aonde a fujona trabalhava e vi a minha funcionária brigando com minha filha; a cara que eu fiz não foi de muitos amigos.Falei seu nome,disse sobre seus olhos serem iguais aos... dele.Na hora eu senti a raiva de lembrar dele ter me enganado,dele ter nos feito passar por isso,de me sentir grata,ao mesmo tempo,por ter me dado essa criança linda,e feliz por estar com ela agora.Existia mais um...: o medo de não consegui-la de volta.Mas eu tinha que tentar,e tínhamos muito a fazer,então não era um bom momento pra deixar esse sentimento ser levado em conta.Conversamos; ela me machucou quando disse que queria ver o pai; me fez temer vê-lo de novo; me fez temer perdê-la pra ele,enfim.Porem,eu não poderia negar isso a ela,pois ela merecia ver o pai.Okay,vamos pra Carmel.Cinco meses depois,quero dizer,pois tínhamos que fazer tudo do jeito certo.Reconheci-a como filha,falei sobre abrir uma filial lá,mais algumas papeladas,e hoje estamos aqui.

“O que mais me dói... é não ouvi-la me chamar de mamãe...”
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptyTer maio 26, 2009 4:03 pm

Biogradia aceita! =)
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Brad Ackerman
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptySex Jun 12, 2009 11:12 am

[Dados do Player]

Nome:Gabi
E-mail:biin.z@hotmail.com
Idade:16 anos.
Comunicadores (MSN, YM, AOL..): MSN-idem.
Tem outro personagem no RPG? Se sim, cite-os, e também a espécie a qual pertencem: Não.

[Dados do Personagem]

Nome: Brad Ackerman
Idade: 18 anos.
Data de Nascimento:20/12/1990
Local de Origem: Carmel, Califórnia.
Artista Utilizado: Chace Crawford

Características Físicas: Brad tem 1,85 de altura, relativamente bom para que pratica luta livre, ele acha que sua altura intimida. Além dela, seu corpo também era um requisito para as lutas; com o abdômen bem torneado, e seus braços definidos. Deixava seus músculos a mostra sempre que possível pois tinha orgulho deles, mas não cansava tem tentar aumentá-los, não os achava bom o suficiente.
Suas feições eram uma mescla de adolescente com homem, o deixava atraente estar entre o meio termo. Seus traços eram fortes, marcantes; difícil passar despercebido.

Características Psicológicas: De temperamento forte e mutável, sempre gosta de ter qualquer situação sobre controle e nunca consegue manter uma linha de temperamento sem que ele a mude rapidamente. Sedutor e atraente consegue o que quer com muita facilidade, mas quando o assunto se trata de seus verdadeiros sentimentos a história muda; não é muito aberto em relação ao que sente verdadeiramente, tem medo de ser expor demais nesse aspecto, mas diante aos amigos é uma pessoa super aberta e cativante. Continua com as mesmas brincadeiras e piadinhas de criança; sabe como irritar quando quer. Ele se leva mais pela emoção do que pela razão; seus sentimentos são tão intensos que às vezes perde o controle sobre eles. Competitivo, a luta livre o deixou assim; adora desafios e não gosta que duvidem dele; perder é uma palavra inexistente em seu vocabulário. É leal a sua família, algo que ele não substitui. Extremamente impaciente e determinado, não há quem tire da sua cabeça quando ele se predispõe a fazer ou conseguir algo.

Biografia: A Califórnia sempre foi o seu lar, o calor escaldante de seu país sempre deixava sua pele bronzeada e seus cabelos esvoaçavam na direção dos ventos. A praia, o barulho das ondas e o azul do mar o confortavam, visitava-a com freqüência; era como seu lugar particular. Mesmo com turistas e pessoas ao seu redor, ele se desligava de tudo e de todos, era como se a praia se tornasse somente dele, como se ele se tornasse um pedaço daquele pedaço de paraíso. Ele tinha crescido, e junto com ele a família também, e era bom para todos ter um ligar onde pudesse ficar só. Você, o raiar do sol, o barulho das ondas e mais ninguém.

Já se passaram quatro anos desde que a família aumentou. Andy, seu pai, antigamente tentava esconder a dor da perda de sua mãe e tentava não compartilhá-la com seus filhos, preferia guardar só pra si, mesmo que às vezes esse sentimento o sufocasse. Cobria o papel de mãe muito bem, o jantar na casa dos Ackerman era sagrado, todos tinham que estar em casa. Mas mantinha a pose masculina, sentia uma enorme obrigação, um dever em apoiá-los muito grande. O sofrimento passou, ou apenas se perdeu com a chegada de sua nova esposa e sua filha Suzannah, que vieram de Nova Iorque para Califórnia morar com sua família. Antes de se casarem, Andy e sua esposa passaram semana escolhendo uma casa que tivesse pelo menos um quarto para cada filho, o que não era pouco, no total eram quatro. Finalmente se decidiram por uma casa enorme na colina de Carmel, estava num estado lamentável, mas a firma de construção para a qual o Andy costuma trabalhar a reformou por um bom preço.

Ela e Suzannah tinham a pele bem clara, principalmente a filha, que tinha cabelos muito escuros. A convivência entre os dois era igual à convivência de quaisquer irmãos, cheio de desavenças. Brad contava todos os seus segredos para seus pais, e assim ela fazia o mesmo. Ela o apelidara de Dunga, apelido pelo qual ele não tinha muito afeto. Os dois tinham a mesma idade, ambos dezoito, e ao mesmo tempo tão diferentes. Suzannah parecia ser mais madura que Brad, ainda moleque, com feições já de homem e um ego enorme, convencido e vaidoso, ela já era uma mulher em todos os sentidos.
Ainda tinha seus outros dois irmãos de sangue. Jake era o mais velho deles, trabalha na pizzaria local, a fim de tentar arranjar dinheiro para comprar um carro, e David o mais novo, um pequeno prodígio, um menino inteligentíssimo, tem uma vasta reunificação de conceitos sobre os mais variados assuntos.

Brad está no ultimo ano do colégio, onde entrou sem precisar fazer recuperação ou arrumar confusão, o que realmente foi uma surpresa para todos da família. Antigamente sempre estava envolvido nas encrencas da escola, mas mesmo demorando ele acabou amadurecendo, mas não o suficiente. Ainda continua um menino por dentro, por mais que a idade e sua aparência disfarcem, continua com aquela insistência incansável, com as mesmas brincadeiras e a mesma paixão adolescente por Débora Mancuso.

Sempre foi difícil para ele expressar seus sentimentos, ele era aberto e comunicativo até certo ponto, mas quando se tratava dos seus verdadeiros sentimentos ele guardava para si, por mais conquistador que ele pudesse ser. Débora é uma das garotas mais belas do colégio, era aquela que realmente tirava seu fôlego. Foram sempre amigos, mas ela andava com outros meninos, nunca tinha a atenção que queria, e desse jeito ele andava com outras também, por mais que ele gostasse dela, homem é homem. É o amor platônico de sua juventude, por maior que seja sua vontade de ser mais que isso.
Ele evita de falar com sua meia irmã no colégio, pois às vezes ela age de um jeito não convencional como o resto dos outros adolescentes, ele sempre a via falando sozinha, e não era bom manchar sua reputação por causa das atitudes estranhas de sua irmã.

Vivia da luta livre, vivia pela luta livre. Era seu vicio uma de suas maiores paixões. Tomava suas bebidas de shakes de proteínas para aumentar sua massa muscular, não havia ninguém que levava tão a serio a luta como ele.

As coisas estavam no começo do fim este ano, iria acabar o colégio e entrar para um mundo novo, onde nem mesmo ele sabia que ‘mundo’ escolheria. Era a ultima chance de fazer tudo o que ele não fez, a ultima chance de fazer tudo o que ele quer, sem pensar nas conseqüências. O ultimo ano de viver essa vida antes que ele tenha que mudá-la de rumo, então vamos viver direito.
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptySex Jun 12, 2009 12:38 pm

Bio aceita! Bom jogo! =)
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Shirc Marrie Teichmann
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptySáb Jun 13, 2009 10:15 pm

[Dados do Player]

Nome: Bruna Posse de Albuquerque Sueiro López, vulgo brubês (:
Idade: 15 aninhos *-*
E-mail: ea.bruninhaa@hotmail.com
Comunicadores (MSN, YM, AOL..) ea.bruninhaa@hotmail.com
Tem outro personagem no RPG? Se sim, cite-os, e também a espécie a qual pertencem: Não o/

[Dados do Personagem]

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Nome: Shirc Marrie Teichmann
Idade: 16 anos
Data de Nascimento: 20 de agosto de 1993
Local de Origem: Alemanha
Artista Utilizado: Hayden Panettiere
Características Físicas: Atlêtica, 1,62m, loira, cabelos ondulados, de comprimento médio para longo, fios brilhantes. Tem os olhos claros e profundos. Um rosto exuberante e inteligente, um corpo esbelto e atlético. A pele passava por toda a gama de branco translúcido a um rosa profundo, dependendo se estava irada, cansada ou excitada.

Características Psicológicas: Intratável, mentirosa, insuportável, cara-de-pau, enfim, odiosa. Shirc é um ser impagável, comediante nata e , por se sentir superior, gosta de se referir a si mesmo na terceira pessoa do singular. Depois de muitos anos em Londres, poucas pessoas nunca ouviram falar de Shirc. Não por causa grandes cargos ou feitos impressionantes – a menos que você considere explodir bombas como algo fenomenal. Na realidade, muitos gostariam de nunca ter ouvido falar em Shirc , já que a probabilidade de terem sofrido direta ou indiretamente por algum feito da garota não é tão escassa. Apesar da (não muito) pequena inclinação para as travessuras, não é nem de perto do tipo corajosa; pelo contrário. Sempre que pode evita os lugares mais sombrios, e se não for possível, carrega alguém para defendê-la dos perigos que podem habitar o próximo corredor. Muito prestativa, é claro. Apesar de ligeiramente – com ênfase, por favor – esperta para algumas (poucas) coisas que envolvem montar planos diabólicos, na maior parte do tempo sua ficha é das que mais demoram pra cair e perguntas para as pessoas sobre o significado de algumas palavras são constantes. Academicamente falando, então, Shirc é quase um caso perdido. Mesmo assim, apesar de todos os contras, a garota não é de todo ruim e, por incrível que possa parecer, os amigos não são poucos – até porque, por eles, mesmo que só para os mais importantes, com certeza deixaria seu egoísmo e medo de lado, se necessário. Muitos dos colegas inclusive chegam a dizer: “A Shirc? Ah, ela é legal”. Assombrosa, não? Mas agora que se mudou para Carmel, os conhecidos ficaram para trás e ela espera conhecer novas pessoas.


Biografia:

Caham. Olá. Meu nome é Shirc Marrie Teichmann e por alguma razão eu tenho que fazer uma biografia para anexar a minha ficha. Daphne disse que agora que mudamos de cidade precisamos fazer a biografia logo, antes que descubram que ela meio que trouxe a mim e ao Luckas sem alguns pré-requisitos, como a bendita biografia. E provavelmente não era para vocês saberem disto, muito menos para minha ficha conter esta informação, mas só me deram um papel, to sem borracha aqui e a escrivaninha está muito longe, não quero pegar outro e recomeçar, entende? Sabe, eu deveria ter comprado aquela outra lapiseira que tinha borracha junto, o cara da papelaria disse. “Um dia isso será muito útil”, mas eu só ri, porque essa aqui tinha carinhas e achei mas legal. Mas então, né, a biografia...

Há quase dezessete, eu nasci, no dia vinte de agosto. Sou do signo de Leão, o que eu acho que é legal, porque ele bravo, superior e tal. Não estou dizendo que amo ser superior, tanto que só tenho 1, 60, e o Luckas vive me chamando de baixinha, aquele chato. Então. Até os nove anos, morei em Londres, apesar de na verdade ser alemã. Mamãe era de lá, sabe, e ela e papai se conheceram, ahm... bom, na Alemanha, né? Eu acho. E então eles se casaram. Só que papai é irlandês, que nem a Daphne. Mas não, espera, ela ainda não entrou na história! Droga, eu realmente precisava de um novo papel. Bom, voltando. Quando papai e mamãe casaram, mamãe (aliás, é Stella, viu?) já tinha sido casada e já tinha outro casal de gêmeos. Quando eu e Luckas nascemos, Derick e Renée tinham uns quatro anos.

Ah, mas então! Até os meus nove, vivemos todos (eu, papai, mamãe, Luckas, Derick e Renée) em Londres, num apartamentinho classe média baixa que parecia agradar a todos, menos Renée. Como ninguém ligava pra opinião dela (pelo menos eu não), estava tudo certo. Só não ficou muito legal quando papai e mamãe começaram a discutir e discutir e, um mês depois, a guarda conjunta permitia que eu e Luckas passássemos as férias e alguns outros poucos feriados em Paris, com papai, e o resto do ano em Londres, como de costume. A única parte boa desse divórcio é que só víamos Renée durante os poucos feriados que passávamos na Inglaterra, porque no resto do tempo ela estava no colégio ou nós na França. O chato é que Derick encontrava-se no mesmo quadro. E agora sim é hora de falar da Daphne! Sabe, quando conheci ela, não gostei dela, não. Acho que é porque eu não queria que papai namorasse ou sei lá, mas eu e o Luckas achávamos ela muito chata e aquelas coisas todas de criança birrenta – só que agora ele finge que nunca chamou ela de bruxa má e tudo mais, porque tem medo que ela não compre mais presente no natal. Idiota.

Mas o fato é que a Daphne veio, ficou, e depois a gente até meio que gostou dela. Inclusive, foi por causa dela que fomos morar em Carmel, e não em Londres de novo. Ela por algum motivo gostava da cidade. Já estávamos todos prontos, de mala e cuia, pra mudar permanentemente pro território. Foi quando aconteceu. Papai (ah é, o nome é Thomas!) nunca nos explicou direito porque, mas acontece que mamãe já vinha doente há algum tempo e, bom... ela se foi. Depois disso, Renée e Derick tiveram que ir morar com o pai deles, que eles nem conheciam antes disso, e eu e Luckas fomos de vez pra Carmel, com papai e Daphne. Sabe, os gritos da Renée não fizeram a menor falta. E aí todos nós viemos parar aqui, o que foi legal, eu acho..

Logo de cara me adaptei, e o Luckas também, só não tínhamos feito amigos ainda, quer dizer, só tínhamos feito amizade com os bolinhos de chocolate, a sim, eles viraram nossos melhores amigos. Mas mesmo assim ainda esperamos conhecer gente aqui, espero que não demore muito.

Então, é isso, não é? Biografia e tal. Agora eu só preciso descobrir como tirar essa mancha maldita do papel...

Inscrições - Humanos - Página 4 Manchay


Off: hey, desculpa...sei que não ficou muito bom mas, tava meio perdida. Qualquer erro a brubês concerta *-* obrigada
[right]
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Evandro Tamiozzo
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptySeg Jun 15, 2009 8:39 pm

[Dados do Player]

Nome: Evandro
Idade: 17
E-mail: crazyboy676@hotmail.com
Comunicadores (MSN, YM, AOL..) E-mail.
Tem outro personagem no RPG? Se sim, cite-os, e também a espécie a qual pertencem: Sim; Ryan Homes - Mediador

[Dados do Personagem]

Nome: Evandro Tamiozzo
Idade: 21
Data de Nascimento: 26/11/1987
Local de Origem: Rio de Janeiro, Brasil
Artista Utilizado: Chris Pine
Características Físicas: Alto, Porte Médio/forte, Caucasiano, olho preto, cabelo escuro e curto.
Características Psicológicas: Tímido, romantico, sarcástico, as vezes mau humorado, esperto, rápido, curioso, discreto, desconfiado e muito calmo (quando o assunto não envolve mulheres); dificilmente perde a cabeça com problemas, além de ser corajoso, luta pelo que acha certo, protege os amigos com a própria vida se for necessário e tem forte senso de justiça, ou, pelo menos tenta sempre apoiar o que acha certo.

Biografia:

"Estou em Carmel já fazem 3 semanas e ainda não falei com quase ninguém... As pessoas desse lugar são tão... estranhas. Quero voltar pra casa... Quero voltar pro Brasil... Ah, o Brasil... Meu saudoso Brasil..."

Meu nome é Evandro Tamiozzo (costumam me chamar de Evan), tenho 21 anos e estou perdido em uma cidadezinha da Califórnia. Digo "perdido" porque... Bem, vim aqui ficar de compania para um amigo meu, mas ele arranjou uma namorada em outro estado e ele prefere ficar por lá durante duas ou três semanas direto, pra depois vir aqui gastar A MINHA GRANA e vazar de novo. Maldito! Se eu soubesse não teria vindo. Mas meu passaporte é de um ano, se eu voltar antes tenho que pagar multa e... Melhor não pensar nisso, eu amo meu suado dinheiro. Ah, mais uma coisa! Não é que eu não tenha namorada também como ele... Na verdade eu... É, eu não tenho. Mas eu conheço uma menina que mora aqui na rua, ela é morena alta e vem aqui em casa toda noite e... Tá, é mentira. Eu não tenho.

Me sinto um estranho nessa cidade; as pessoas me encaram de um jeito diferente, parece que eu sou um alien, quando os bizarros são eles! São todos mau-encarados! Parece também que todos estão sempre de mal com a vida, pois só andam com a mesma cara amarrada de sempre. E eu estou aqui, no meio de tudo isso.

Bom, eu comecei a trabalhar em um bar. Dava um dinheiro bom, dava pra me sustentar legal já que eu morava sozinho. Ainda dava pra guardar o que sobrava caso eu precise mais tarde ou meus pais lá no Brasil queiram. Entretanto, como tudo na minha vida dá certo, pouco tempo depois o dono ficou louco falando que o lugar era mal assombrado ou qualquer coisa assim e resolveu fechar as portas. Eu não acredito em fantasmas, mas foi uma verdadeira confusão na cidade, com diversos padres, curiosos, até uma espécie estranha de índios e sei lá mais o quê indo para aquele local. E eu? Bem, cá estou eu sem ter de onde tirar dinheiro novamente. Existindo ou não, malditos fantasmas! Não tinham alguém melhor pra encher o saco? Agora estou dependendo dos meus familiares até arranjar outro emprego. Meus pais todo mês enviam uma grana e eu complemento fazendo um bico aqui, um bico ali, como entregar compras, pizzas, e assim vai. O dinheiro que sobra eu guardo para sair para uma festa, pagar meus pais ou comprar algo diferente pra comer.

Agora que eu falei nos meus pais, bateu uma saudade da minha mãe... Bem que ela falou pra eu não vir, que era perigoso vir para um país estranho sozinho e... É, eu sei o que você está pensando. Boca de mãe é maldita mesmo. Enfim, ela toda semana me envia cartas, sempre com os mesmos assuntos. Vem uma dela, uma do meu pai e uma dos meus primos. Sou filho unico, então fui criado com meus primos. Pra mim, eles são como irmãos. Todos já estão casados e... Droga! Eu sou o unico que sobra. Vivem me perguntando quando é que eu vou levar uma menina pra apresentar pra família; "se for americana então"! Eles falam que eu vim pra cá e ando 'pegando' todas, que um dia eles aparecerão aqui para ver se eu não estou escondendo o ouro. Quem dera... Mas, como bom menino que eu sou, super sincero (hehe) confirmo isso. (Que foi? Não posso decepcionar a família.)

As mulheres desse lugar são bonitas, simpáticas e até me dão uma bola as vezes, mas da ultima vez que eu me "aproximei" de uma... bom, ela era casada. E eu só descobri isso após algumas noites. E não foi da melhor maneira possível, já que o tal marido dela era policial e... Prefiro não lembrar. Acho que já sou bem conhecido em uma parte da cidade por esse fato.

Atualmente minha vida tem sido andar pelas ruas procurando um emprego bom (mentira, não precisa ser 'bom'; estou aceitando qualquer coisa) e lugares bonitos, tais quais eu registro no papel. Sabe, meu hobby favorito (Depois de jogar vídeo-game, claro) é desenhar. E, nesse ponto, Carmel realmente me encanta. O lugar tem um ar de cidade antiga, com construções rústicas que faz com que cada esquina te inspire. É uma pena que é um caos, uma vez que a cidade tem crescido bastante. Mas ignorando esse ultimo fato, e voltando ao de ela ser uma cidade com construções que contam uma história, eu tenho um caderno de desenho lotado, com os melhores e mais bonitos pontos da cidade, e, ahn... da mais bela moça que já vi por aqui também. É uma pena que eu só vi ela uma vez... Será que estava de passagem pela cidade? Afinal, eu a procurei muito tempo e nunca mais a vi! Eu sabia que devia ter falado com ela... Mas ela estava com uma amiga e... Pareciam estar distraídas e... Droga.

Ela era linda; tinha um corpo bem definido, com belas curvas, além de olhos claros... Ah! Aqueles olhos! Quando me encararam acho que paralisei. Não consegui fazer nada além de ouvir o som do meu lápis escorregando pelo meu caderno e batendo no chão, sendo chutado para longe pelo grupo que passava, que se quer pegou para mim. Mas pouco me importava isso, o que importava naquela hora era guardar o rosto daquela garota, porque ela sim, iria ser meu melhor desenho.

Logo minha "futura musa" desviou o olhar de mim, seguindo em frente sendo puxada pela amiga. Será mesmo que ela estava olhando pra mim? Digo, eu não estava sozinho lá, ela poderia ter visto um pássaro ou até um pedaço de papel no chão que chamou mais sua atenção do que eu. Procurei andar pela praça nos dias seguintes, tentando vê-la novamente. Dessa vez estava decidido que iria falar com ela e, quem sabe, mostrar meu desenho. Sim! Naquela mesma noite eu cheguei em casa e, com a imagem que minha mente fez questão de guardar, passei tudo para o papel. Duas, três vezes. Mas eu não sou louco; só fiz isso porque uma das vezes o papel molhou, e as outras duas... bem, uma folha ficava no meu caderno, e a outra eu deixava na minha gaveta. Eu gostava de olhar pra ela quando estava a toa (aká; o dia inteiro). Mas de nada adiantava só olhar um pedaço de papel, sendo que eu poderia nunca vê-la novamente.

"Ah, aqueles olhos... Reconheceria-os em qualquer lugar... Só queria mais uma chance de reencontra-los."

Mas chega de se lamentar não é? Até porque daqui a pouco eu tenho que sair a procura de emprego, afinal, a mulher que eu se quer sei o nome não iria pagar minhas contas nem meus comes e bebes. O homem da lavanderia falou que me dá uns trocados se eu entregar uma roupa pra uma madame nova que chegou na cidade. Acho que ele tem medo de falar com ela, porque diz ele que ela é meio sinistra e... Bom, não me importa agora. O dinheiro é fundamental, afinal, daqui a um ano eu estarei de volta para o Brasil, quero levar pelo menos uns trocados.

"Ah, o Brasil... Meu saudoso Brasil..."
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptySeg Jun 15, 2009 9:19 pm

Brubês (rs), sua bio está corretinha, sem nem um erro. O unico pequeno problema é que a Hayden já está sendo usada em uma outra personagem, como você pode constatar na Lista de Avatares. Para que seja devidamente aceita, é preciso escolher outro avatar. Tudo bem? Desculpe o transtorno!


Evan, biografia aceita. Bom jogo. =)
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptySex Jul 03, 2009 2:12 am

[Dados do Player]

Nome: Lety
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Comunicadores (MSN, YM, AOL..)
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letyciangel@yahoo.com.br (YM)
Tem outro personagem no RPG? Se sim, cite-os, e também a espécie a qual pertencem: Corinne L. Nurse(bruxa); Jonathan D. Mclean (deslocador); Elisabeth Dearborn (humana); Gabriel Lifton (bruxo); Paris Good (bruxo); Letícia Silva (bruxa); Charles Brandon (fantasma); Craig Neumman (deslocador); Jesse de Silva (mediador); Ryan Donnaly (mediador).


[Dados do Personagem]

Nome: Ethan Joseph Riley
Idade: 24 anos
Data de Nascimento: 20/08/1984
Local de Origem: Carmel, Califórnia.
Artista Utilizado: Shane West

Características Psicológicas: Se Ethan Riley fosse definir a si mesmo, nesse aspecto, ele muito provavelmente se classificaria como sendo uma perfeita incógnita. Não que ele seja alguém incapaz de conhecer uma parcela mínima e satisfatória de si próprio, mas dada a sua inefável preferência em desvendar as pessoas a terem uma apresentação plena delas, ele opta em ser por elas revelado do que expor sobre sua própria personalidade. Mas, destrinchando alguns de seus aspectos mais claros, o que se pode ter inicialmente a respeito dele é que Ethan possui uma personalidade complexa e dotada de alguns extremos. Um tanto quanto flexível, torna-se alguém facilmente adaptável a algumas situações; mas, uma vez determinado e focado em objetivos específicos, chega a perder o rumo ante situações supervenientes e extraordinárias, não sabendo ao certo como lidar com elas, na maioria das vezes. O que acaba por ocorrer, em realidade, é o fato de que Ethan nunca chegou a ser alguém plenamente responsável e acaba por interpretar essas ocorrências excepcionais – que muitas vezes exigem um maior teor de envolvimento e alguma capacidade decisória de sua parte – como alguma espécie de obstáculo em suas antigas metas, o que quase sempre faz com que ele passe a ignorá-las, arranjando desculpas quase que esfarrapadas para as suas próprias atitudes. É egocêntrico, curioso, perspicaz, observador, impulsivo, presunçoso, arrogante e sarcástico, possuindo uma devassidão que poderíamos classificar como quase poética e um romantismo quase latente. Demonstra ter um domínio considerável da dialética e das palavras; é um amante das artes, além de um não-filósofo tirado a filósofo. Temperamento forte e instável, embora tendenciosamente calmo. Espírito independente, meio perfeccionista, sedutor, espontâneo, otimista e criativo. É extremamente extrovertido, porém profundamente introspectivo em alguns aspectos. Em geral, o seu dom artístico o torna alguém um tanto quanto imprevisível, sem que se saiba ao certo se em determinadas ocasiões ele está a interpretar um papel que voluntária ou involuntariamente criou para si, ou se está sendo ele mesmo.



Biografia:

Eu sempre tive as apresentações sociais como um fato supérfluo e rotulado. As pessoas simplesmente dizem seu nome, vez ou outra sua cidade natal, uma ou outra coisa – muitas vezes nem sempre verdadeira – de si, tal e tal aspirações de vida e fica por isso mesmo. No geral, seu interlocutor não acaba te conhecendo pelo que você é, mas pelo que aparentemente, de antemão, já demonstra ser. Você já é definido pelos outros como sendo Peter porque você simplesmente já disse que se chamava Peter, o que faz com que a pessoa consequentemente não ache que você tem mais cara de Jonathan do que de Peter, por exemplo. A pessoa poderia te achar um intelectual, se você não dissesse de imediato que sua miopia é de família; ou achar que você é do Japão por ter os olhos meio puxados, sem que você precisasse dizer que era americano neto de japoneses, ou algo similar. Entre tantos outros exemplos, estereotipados ou não, mas que por fim acabam, de uma forma ou de outra, quebrando todo o mistério que envolve determinado ser humano. Mas, por mais aparentemente desnecessárias e previsíveis que sejam, elas não deixam de ter certo teor de relevância em algumas ocasiões específicas.

Tudo o que eu expressei ainda há pouco aparentemente não demonstra ter lógica alguma, entretanto não deixa de ser plenamente coerente para uma mente tão filosófica, hiperativa, curiosa e criativa como a minha. É como se eu fosse compulsoriamente instigado a observar pessoas em suas rotinas e eventualidades e atrair para elas um nome, uma personalidade e uma história de vida. De fato, por vezes acredito ter escolhido a profissão errada, mas incorporar fisicamente uma personagem é bem mais excitante do que simplesmente concebe-la num “pedaço de papel”, ou em algum canto obscuro da sua mente, ou qualquer outra coisa. Uma atividade um tanto quanto divertida quando não se tem nada para fazer, o que me faz irremediavelmente chegar à conclusão de que tudo seria mais imprevisível se as pessoas gostassem de ser mais prognosticas, para variar um pouco.

Então, se por um lado eu digo que não quero saber nada sobre determinado alguém, preferindo que ele me permita ir desvendando-o aos poucos, é mais do que evidente supor que eu geralmente não sou muito propenso a falar sobre mim mesmo. É interessante saber que existem tantos quantos possíveis Ethans nas mentes de cada uma das pessoas que já passaram pela minha vida, sendo que nenhum é igual ao outro, e que existem alguns mais próximos ou mais distantes da visão que eu tenho a meu respeito. Consequentemente, definir o que eu penso que sou para outrem é esgotar todas as possibilidades de elucubrações; e a suposta pessoa sempre teria, irremediavelmente, o meu ponto de vista acerca da minha forma de ser e não necessariamente a forma com que ela vê quem realmente seria Ethan Riley para ela.

E, não, eu não sou usuário de drogas e entorpecentes e cheguei a refletir sobre tudo isso quando estava num momento muito alucinado. Essa é a minha mente em estado normal. Ainda que reconheça que “normal” seja um termo muito subjetivo, abstrato e abrangente. Um normal numa terra de loucos pode ser considerado um anormal e vice-versa. Tudo depende do que você toma por referência; mas não vou me ater a esses fatos e ir logo ao que interessa de uma vez por todas.

Eu me chamo Ethan Joseph Riley, como puderam parcialmente entrever nas linhas supracitadas. Acredito que compartilho com muitos pelo mundo a idéia do quanto nomes do meio podem ser traumatizantes, o que chega a ser um tanto quanto reconfortante para mim a concepção de que acho Joseph a coisa mais surreal desse planeta. É claro que existem nomes mais extravagantes – não que Joseph seja algo absurdo, é só uma questão meramente exemplificativa –, mas não é como se eu já não tivesse verificado minhas expressões no espelho e me perguntado se eu tenho cara de Joseph, somente para descobrir que não tenho cara de Joseph... Ou talvez eu simplesmente só esteja tão atrelado à designação Ethan que não consigo conceber outra como válida. Todo o conjunto ressoa um tanto incomum para meus ouvidos, mas confesso que a combinação não é tão ruim; de qualquer forma, prefiro supri-lo. Ethan J. Riley, ou Ethan Riley me parece mais em conta.

Sou natural de Carmel, uma cidadezinha da Califórnia. Não digo isto com termos depreciativos, pois sempre adorei a minha cidade; expresso-me deste modo para ressaltar o quanto a cidade é mesmo minúscula.

Tenho uma personalidade complexa e psicopata; mas não se preocupe, eu só mato e torturo depois do primeiro encontro.

E procuro uma mulher gostosa bonita, sincera em termos únicos e irremediáveis de condescendentes elogios a mim reservados, sensível demais ao toque, pois não gosto desse lenga-lenga ridículo de preliminares, romântica que ame ganhar flores, pois é o único presente que eu me comprometo a dar para ela, já que meu salário infeliz mal dá para cobrir meus gastos pessoais, simpáticamente submissa e amorosamente boa de cama.

Informação principal: adoro mentir. Abstraiam – ou não – aspectos dos dois últimos parágrafos, afinal, isso não é uma ficha para agência de namoros; e destrincemos gradativamente – além de verdadeiramente – quem é Ethan Joseph Riley.

Em outras palavras, eu mesmo. Para os que ainda não sabem.

***

As Brumas de Avalon


“Desde o seu nascimento até os seis anos, estava sempre atrás de mim; tão logo foi desmamado, minha mãe colocou-o sob meus cuidados, recomendando: ‘É seu irmãozinho, e você deve amá-lo e cuidar dele’. Eu teria matado aquela coisa chorona, atirando-a ao mar, do alto dos rochedos, e corrido para minha mãe, pedindo-lhe que fosse totalmente minha outra vez, se não soubesse que ela se preocupava muito com o que acontecia à criança”.


Acredito que é quase que impreterível termos sempre em consideração dois aspectos primordiais a respeito da nossa vida: acasos existem e eles não podem ser ignorados. Não estava na estrela que guia as veredas do destino dos meus pais que eles tivessem uma filha, mas eles foram obstinados o bastante para tentarem três vezes antes de finalmente desistirem. Não que eu esteja reclamando do fato, em nenhum aspecto. Se não fosse por isso, eu não teria nascido. E mais estranho do que se pensar sobre termos aparentemente o chamado livre-arbítrio e ao mesmo tempo um destino específico, é somente o breve pensamento de uma inexistência abstratamente total e absoluta incidindo sobre um suposto não-desejo quase que incomum de minha mãe ter uma garota, ficando satisfeita com o fato de ter tido apenas dois filhos. Ou, pior ainda, eu podia ter sido um fraco de espírito e ter me transformado em uma intelectualmente só para agradar minha mãe [não que eu acredite que involuntariamente ela tenha tentado isso, buscando que as mudanças se estendessem ao plano físico e eu virasse a mais nova aberração da natureza], ou... Enfim, não importa. De qualquer modo, minha pseudo-modéstia me permite dizer que o mundo seria um lugar muito mais triste se Ethan Riley não existisse.

Observando fotos comprometedoras do meu passado, eu até admito que não era um bebê muito esquisito... Uh, certo, eu estou sendo modesto de novo. Eu até que era bem gostoso para um bebê. Minha mãe dizia que as mulheres adoravam me paparicar porque vivia fazendo gracinhas “cute-cutes” para elas. Ainda sou gostoso, para ser sincero, e ainda faço gracinha aparentemente não mais “cute-cutes” e muito menos tão pueris para e com as mulheres, se termos em conta o efeito relativo dos fatos. Mas, ainda que eu tivesse uma tênue cara de joelho na época, ainda persistem em minha fisionomia algumas características peculiares que me tornam diferentes do resto da humanidade.

Olhos castanho-claros. Imutáveis. Não há meio-termos, ficando entre o esverdeado, o acizentado, ou num tom levemente âmbar. Amadeirados, talvez, mas ainda assim castanho-claro. Olhos são trivialmente designados como a janela para a alma; uma breve brecha para os sentimentos mais íntimos dos seres, de uma forma geral. Tenho apreço por olhares, já que, muitas vezes, é através deles que se torna identificável diversos caracteres que as pessoas se empenham em manter obscurecidos. Palavras são supérfluas quando as pessoas se entendem com apenas um olhar. Essa é uma característica marcante em minha fisionomia; meus sentimentos são intimamente ligados ao meu olhar. Um bom observador que tenha um considerável conhecimento a meu respeito é capaz de lê-lo sem muitas objeções. Devo confessar que isso chega a ser irritante, às vezes, mas não é algo que eu já não esteja acostumado. Quando atuo, consigo levar em parte essa minha característica para o palco; acredito que isso traz a todo o contexto uma parcela considerável de realidade.

Não há muito o que se falar sobre cabelos, a não ser, talvez, o fato de que eles são castanhos, de uma cor mais escura do que os olhos, e são lisos. Nunca me atrevi a deixá-los num tamanho mais do que ideal para designá-lo como curtos, principalmente ao observar de perto uma fase meio rebelde de Adam, meu irmão mais velho, que deixou os cabelos crescerem, decidindo que iria ser um rock star, formando uma banda de garagem com alguns amigos dele. Um purgatório terreste, pois eles não tinham muito talento para tanto. Alguém deveria realmente avisá-lo que, em termos de dons artísticos, eu era o único agraciado da família. De qualquer forma, como Ethan Riley, eu não permitiria deixá-los mais longos por espontânea vontade; seria como ser uma espécie de sombra não-fracassada do meu irmão e talvez ele interpretasse isso como uma afronta. Aparentemente, ele nunca superou essa derrota em sua vida...

Em termos físicos, eu nunca apartei-me muito do aspecto esguio. Sempre fui relativamente alto para os outros garotos da minha idade, mas não necessariamente ossudo. Minha estrutura física é bem definida, com os músculos essencialmente demarcados. Nada muito máquina muscular humana, até porque acredito que os mais exibicionistas a esse respeito não tenham muito cérebro, já que ele aparentemente se encontra perdido em algum ponto de todo esse narcisismo. E, de fato, eu ainda gosto de pensar que tenho um.

Feições singulares e uma beleza peculiar. Algo totalmente abstrato e em nada esclarecedor, mas prefiro deixar esse aspecto em incógnita; cabe à imaginação de cada um definir.
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Ethan J. Riley
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptySex Jul 03, 2009 2:13 am

O Senhor dos Anéis


“Com velocidade e habilidade assombrosas, eles pararam seus cavalos, viraram e voltaram. Logo os três companheiros se viram num círculo de cavaleiros movimentando-se numa roda que não parava, subindo a encosta da colina atrás deles, e descendo, dando várias voltas ao redor deles, fechando o cerco cada vez mais. Aragorn permaneceu quieto, e os outros ficaram sentados sem se mexer, pensando no rumo que as coisas tomariam.
Sem qualquer palavra ou chamado, de repente, os Cavaleiros pararam. Uma floresta de lanças apontava para os estranhos, e alguns dos cavaleiros tinham nas mãos arcos, com as flechas já ajustadas às cordas. Então um deles avançou, um homem alto, mais alto que os demais; de seu elmo, como uma crista, pendia uma cauda branca de cavalo. Aproximou-se até que a ponta de sua lança ficasse a uns trinta centímetros do peito de Aragorn, que não se mexeu.
- Quem são vocês, e o que fazem nesta terra? – perguntou o Cavaleiro, usando a Língua Geral do Oeste, numa maneira e tom semelhantes aos de Boromir, homem de Gondor.
- Chamam-me Passolargo. – respondeu Aragorn. – Venho do norte. Estou caçando orcs”.


Conferindo nova alusão ao significativo desejo de minha mãe ter uma filha, acredito que seja relevante expor, ainda que talvez brevemente, as implicações que essa pequena circunstância acabou por acarretar em minha vida. Acredito que certa atração por frases um tanto quanto rebuscadas talvez seja a primeira delas, de fato.

Concisamente falando, depois de anos a negar infindáveis axiomas intrínsecos e a pelejar contra o meu próprio caráter, reconheço que não posso mais me abster em admitir que eu sou gay. O que é muito lamentável dizer, mulheres, pois vocês ficarão privadas de conhecer o que já foi um grande homem...

Mas, enfim, piadinhas à parte, eu não sou gay. Atente-se ao fato de que uma informação específica em linhas predecessoras não está lá à toa. O que irremediavelmente traz a tudo o que expus até o presente momento irei expor uma especialidade ambígua, pois nunca se sabe se o que eu digo é verdade ou mentira... O que acaba por tornar tudo mais interessante. De qualquer forma, se ainda restar alguma dúvida no que tange a esse aspecto, tem-se a hipótese de provar efetivamente que eu não sou gay; o que não seria nenhum sacrifício para mim, é claro. De qualquer forma, seria muita hipocrisia da minha parte abster da história da minha existência essa pequena circunstância que muito provavelmente foi o fator essencial para eu ser o que sou agora. Um ator-jornalista, ou um jornalista-ator, como queira. Torna-se algo indistinto mensurar onde começaria o hobby e termina a profissão, mas talvez seja um pouco dos dois, cada um dos dois em sua totalidade e individualidade, ou coisa alguma. Talvez eu seja um ator que toma para si o perfil de um jornalista em sua vida real, ou um jornalista que se faz de ator para atenuar um pouco suas próprias frustrações profissionais. Ou talvez, simplesmente, acabei por gostar de ambas de tal forma que eu não conseguiria me considerar sendo apenas um ou outro.

Dentre os meus irmãos, como mencionei linhas acima, eu sou o mais novo. As pessoas costumam dizer que ser o filho caçula de uma família traz mais vantagens do que desvantagens, mas eu não acredito muito que esse perfil se enquadre no meu, efetivamente. A pouca diferença de idade entre nós não impediu que meus irmãos atribuíssem para mim o estigma de nossa diversão particular e não seria nenhum exagero da minha parte constatar que vivíamos numa espécie de guerra familiar constante antes que eles resolvessem crescer e tomassem consciência plena de que havia atividades mais interessantes a serem feitas do que simplesmente importunarem o irmão mais novo deles. Eu não fui para meu pai nada muito além do que os meus outros dois irmãos já eram para ele. E eu fui a terceira frustração seguida de minha mãe em ter como realizado o sonho dela de ter uma menina; o que a fez, invariavelmente, pôr em mente que ela não mais deveria conter seus impulsos mais íntimos, começando a verter em mim alguns pequenos aspectos de como seria o seu comportamento se eu, de fato, tivesse nascido uma mulher. O que eu agradeço por não ter acontecido. Do contrário, acredito que eu muito provavelmente seria lésbica(?).

Minha mãe me contava histórias, quase todas as noites, antes de ir dormir. Algo aparentemente que em nada teria de incomum, se elas não fossem invariavelmente “Contos de Fadas”. Daqueles dos mais piegas, com direito a beijos românticos e felizes para sempre. Recordo-me vagamente que quase chegava a caretear quando ela passava a narrar esses momentos e que perguntava para ela constantemente quando chegaria a parte dos monstros, dos duelos e batalhas, imaginando estar no lugar de quem os travava. É claro que isso irremediavelmente me levava a “ter” uma princesa para salvar no final, mas era algo que eu buscava ignorar veementemente. Os vilões passaram a ser alvo de minha admiração também, afinal, em minha mente pueril, se eles acabassem por se livrar da princesa de uma vez por todas, acabariam deixando a história bem mais legal no final... Mas nem todos precisam saber desse meu lado mais sádico, pelo menos por enquanto.

Depois de um tempo – particularmente considerável – minha mãe passou a entender que podia simplesmente conciliar os fatos [ para profundo alívio da minha ainda incólume sanidade ] . Ela sabia que eu adorava quando me contava aquelas histórias e lhe passou a ser perceptível que ela não precisava necessariamente ter uma garota para realizar seus pequenos caprichos. Suas histórias passaram a ter uma maior consistência de cenas de ação, o que me deixava ainda mais fascinado por aquela arte, ainda que não percebesse realmente...

E, de fato, o que aqui retratei fora muito provavelmente o primordial pilar para a minha diligente paixão pelo teatro e sua importância em minha vida.

Orgulho e Preconceito


“- É então essa a opinião que tem de mim! – exclamou Darcy, caminhando agitado pela sala. – É esse o valor que me dá! Agradeço-lhe por ter se mostrado tão explícita. Minhas faltas, tais como a descreve, são realmente pesadas! Mas quem sabe – acrescentou ele, detendo-se em seu passeio e voltando-se para ela – se essas ofensas nunca teriam sido reveladas, se eu não tivesse ferido o seu orgulho ao confessar-lhe com toda a sinceridade os escrúpulos que durante tanto tempo me impediram de tomar uma resolução. Poderia ter evitado as suas amargas acusações se me tivesse mostrado mais hábil, escondendo-lhe minhas lutas e fazendo crer que era movido por uma inclinação a que nada se opunha, nem a razão, nem a reflexão, nem qualquer outro motivo. Mas eu odeio toda espécie de fingimento; nem tampouco me envergonham os sentimentos que lhe exprimi. São naturais e justos. Esperava que eu me felicitasse pela inferioridade de seus parentes? Ou que me alegrasse com a perspectiva de me relacionar com pessoas de condição tão decididamente inferior à minha?
Elizabeth sentia a cólera crescer a todo momento; contudo, esforçou-se por responder serenamente:
-Está enganado, Mr. Darcy. Sua atitude me poupou algum sentimento de compaixão que eu pudesse alimentar ao ter de recusar seu pedido, se ele tivesse sido feito de uma forma mais cavalheiresca.
Ela notou como ele se sobressaltara ao ouvir tais palavras, mas Mr. Darcy nada disse e ela continuou:
- Eu o teria recusado de qualquer modo. Nada me persuadiria a aceitá-lo.
De novo seu espanto se tornou evidente; ele olhou-a com incredulidade e mortificação. Ela prosseguiu:
- Desde o princípio, desde o primeiro instante em que o vi, posso afirma-lo, que suas maneiras me convenceram de que era um home arrogante, pretencioso e devotando a maior indiferença pelos sentimentos dos outros. Essa impressão foi tão profunda que constituiu, por assim dizer, o alicerce sobre o qual os acontecimentos subseqüentes elevaram uma indestrutível antipatia; e ainda não o conhecia há um mês e já estava convencida de que seria o senhor o último homem no mundo com quem me convenceriam a me casar”.


É quase que um absurdo afirmar que talvez não existissem no mundo duas pessoas que dessem tão certo e ao mesmo tempo tão errado quanto meus pais. Martha e Thomas se amavam tanto que às vezes chegavam a ser tão extremos a ponto de se odiarem. Eram, irrefutavelmente, o contraditório e a consonância digladiando e harmonizando entre si, de um modo que um tanto quanto esdrúxulo e irracional.

Devo aqui confessar que nunca entendi e acredito que nunca irei entender a verdadeira lógica da relação deles, além do fato de terem convivido por tanto tempo juntos sem terem matado – ou ao menos tentado matar – um ao outro.

Não que eu e meus irmãos tivéssemos crescido dentro de um lar moralmente desestruturado, afinal, eles sempre tiveram uma exagerada preocupação em não discutir a relação deles em nossa presença, excetuando esparsas situações extremas e não objetivamente controláveis que em nada indicavam aos seus filhos uma provável crise no casamento deles. Mas admito que, de certa forma, acabou sendo igualmente traumatizante para alguém com apenas nove anos entender por que diabos o seu pai estava de malas prontas, preparando-se para ir a Los Angeles, sendo que aquela não era uma viagem a trabalho e, muito menos, a passeio, ou uma visita extraordinária a algum parente enfermo. Mas, ao ouvir a célere frase que meu pai dissera a Adam – ”Eu e sua mãe conversamos muito e decidimos que precisamos ficar afastados por um tempo. Você será o homem da casa agora. Cuide bem dos seus irmãos e de sua mãe; eles precisam de você” –, minha mente, ainda que pueril, soube que a partir daquele momento nossas vidas nunca mais seriam as mesmas.

E posso agora afirmar com plenas convicções que elas definitivamente não foram. Se meu pai tivesse o mínimo de juízo, perceberia que Adam irrefutavelmente não era o mais apropriado dos filhos para ter alguma espécie de responsabilidade que poderia ser reputada a alguém qualificado como o “homem da casa”. E, afastando uma modéstia que eu quase não tenho, reconheço que eu, com meus inesquecíveis nove anos, tinha muito mais maturidade do que o Adam tinha aos treze; afinal, a idéia de ser o “homem da casa” para ele era continuar a fazer as mesmas coisas que fazia antes de meu pai ir embora ou até mesmo piores, por uma reação psíquica do seu inconsciente para chamar a atenção, porque ele irremediavelmente se comportava como alguém que nunca recebeu o mais parco sentimento de afeto em toda a sua existência, o que em nada ajudava a melhorar a situação como um todo.

Não chego a ter exata certeza desse fato em específico, mas fora durante essa época que Adam resolvera dar o passo inicial para ele e seus amigos formarem a fracassada banda de garagem e o Eric se tornara uma pessoa mais introspectiva, em alguns aspectos embora continuasse a ser o idiota de sempre.... No que tange a mim, eu não tive nenhuma mudança realmente drástica, exceto o de ter me interessado ainda mais pelas histórias que minha mãe contava, ou as que eu já possuía uma capacidade de ler. Não posso negar que a arte foi como uma espécie de fuga da realidade durante aquele período, mas acredito que minha vida não seria muito diversa da que é atualmente, já que o interesse sempre existiu, e eu só passei a utilizá-lo a meu favor para superar aquele momento exclusivo da minha existência. No mais, creio que todos nós superamos essa fase conturbada sem grandes traumas.

Após essa breve exposição tendenciosamente dramática, chego a um dos grandes pontos desse relato, que é a ligeira impressão de que, mesmo após cerca de quinze anos separados, meus pais amam um ao outro, ainda que costumem julgar constantemente que, em verdade, se odeiam. Uma das indicações essenciais de que eles não superaram realmente esse relacionamento é o fato de ambos utilizarem as alianças e não terem oficializado o divórcio, sendo dificilmente vistos tendo alguma relação amorosa com outra pessoa. Chega a ser um verdadeiro absurdo, inclusive, meu pai constantemente nos perguntar a respeito de minha mãe quando íamos visitá-lo ou vice-versa.

Mas, irrefutavelmente, a surrealidade de tudo isso se encontra embasada na idéia de nenhum dos dois terem tido nem o mais parco estímulo de coragem para propor alguma tentativa de reconciliação nesses anos todos de muitos prováveis sofrimentos. Eu cheguei até a sugerir, algumas vezes, num tom indiferente, a meu pai que ele tomasse alguma atitude nesse sentido, mas todas foram em vão. Meu pai, até o presente momento, ainda se encontra em Los Angeles; e minha mãe, até o presente momento, ainda mora em Carmel. Os dois são certamente o exemplo típico de duas pessoas separadas fisicamente, mas que ainda se encontram emocionalmente unidas o que as tornam um tanto quanto masoquistas, é válido ressaltar. Uma história um tanto quanto sutil, se não fosse tão anormal...

E depois ainda se questionam porque eu aparento ser alguém que sofre de singelos distúrbios mentais...
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptySex Jul 03, 2009 2:18 am

Os Três Mosqueteiros


“- Ah! Ah! – exclamou. – Que é isso?
- É com este senhor que me bato – explicou Athos, indicando d’Artangnan com a mão e cumprimentando-o com o mesmo gesto.
- É com ele que me bato também – disse Porthos.
- Mas só a 1 hora – acudiu d’Artangnan.
- E eu também, é com este senhor que me bato – sobreveio Aramis, que se abeirava dos outros.
- Mas só às 2 – volveu d’Artangnan, com a mesma calma.
- Mas a troco de que te bates, Athos? – perguntou Aramis.
- Palavra que já não sei direito; ele machucou-me o ombro. E tu, Porthos?
- Eu me bato porque me bato – replicou Porthos, vermelhando.
Athos, que não perdia nada, viu aflorar um fino sorriso aos lábios do gascão.
- Tivemos uma pequena discussão sobre trajos – disse o rapaz.
- E tu, Aramis? – perguntou Athos.
- Eu me bato por uma questão de teologia – respondeu Aramis, pedindo, por sinais, a d’Artangnan que silenciasse sobre a causa do duelo.
Athos viu passar um segundo sorriso pelos lábios de d’Artangnan.
- Realmente? – insistiu.
- Sim, um ponto de Santo Agostinho sobre o qual não estamos de acordo – disse o gascão.
- Decididamente, é um homem de espírito – murmurou Athos.
- E agora que estais reunidos, senhores – disse d’Artangnan –, permiti que eu vos apresente minhas escusas.
À palavra
escusas , uma nuvem passou pela fronte de Athos, um sorriso desdenhoso acudiu aos lábios de Porthos e um sinal negativo foi a resposta de Aramis.
-Não compreendeis, senhores – exclamou d’Artangnan levantando a cabeça, sobre a qual brincava, naquele momento, um raio de sol, que lhe dourava os traços finos e atrevidos. – Peço-vos que me escuseis caso eu não possa pagar a minha dívida a todos os três, pois o Sr. Athos tem o direito de me matar primeiro, o que vos tira grande parte do crédito, Sr. Porthos, e deixa o vosso praticamente nulo, Sr. Aramis. E agora, senhores, volto a dizê-lo, escusai-me, mas somente disso, e em guarda!
A essas palavras, com o gesto mais bizarro que se possa imaginar, d’Artangnan puxou a espada.”


Por experiência particular de vida, eu tenho plenas convicções de que muitas vezes é possível que amizades singularmente excepcionais acabem surgindo por conta das ocasiões mais bizarras. Situações absurdas, em que você realmente não tem uma exata ciência de como passou a atuar de forma efetiva nela, ou se definitivamente possuía um desejo sólido de fazê-lo, ou se simplesmente fora jogado nela por uma força invisível que o impeliu a realizar todos aqueles atos, como se você não fosse o verdadeiro dono do seu corpo... Que, em outras palavras, é o que sinteticamente poderia chamar de “agir por impulsividade”. O que, é claro, não diminui em nada a excentricidade de qualquer coisa; aparentemente, só a agrava ainda mais.

Eu seria muito parvo se não dissesse que reconheço e assumo o fato de que minha personalidade instável e independente me faz agir sem precedentes. Eu simplesmente concretizo o que me der na telha fazer naquele exato momento, não medindo ações e, tão pouco, palavras. Isso às vezes dá em merda, o que me faz ter que consertá-las depois. Não que eu me importe, ou fique me remoendo de arrependimento pelos meus atos. Se o fato é impossível de emendar ou corrigir, eu simplesmente sigo em frente. Embora seja determinado e persistente demais para tomar um real conhecimento da hora de parar e persista nele até... Bem, até um futuro breve ou distante. Não importa, de qualquer forma.

Naquela circunstância específica, eu deveria ter uns oito anos... Ou nove, quem sabe; não me recordo com tanta precisão o momento categórico desses fatos. A informação relevante era que eu era um protótipo de gente imprudentemente destemido e intolerante; de certa forma, possuía aquele egocentrismo ingênuo, talvez até mesmo arrogante, de que ninguém era páreo para mim. Não que isso tenha mudado muito com o passar dos anos, acredito, embora me considere um pouco mais prudente e um pouco menos impulsivo e egocêntrico às vezes. Mas meus amigos ainda costumam dizer que meu amor-próprio ultrapassa os limites do imaginável para um ser humano normal. Não exatamente com essas palavras, e nem sempre com as mesmas frases, mas a idéia é sempre a mesma. Em todo o caso, eu nunca disse a eles que eu era alguém plenamente normal...

Por excelência, a antipatia mútua entre mim e aqueles que um dia viriam a ser grandes amigos meus surgiu no interior do Junípero Serra. Chega a ser um tanto quanto irônico pensar que nós quase que nos aturávamos antes que o Brian, seguido logo depois do Matt, resolvesse por si mesmo que seria uma idéia admirável me tomar como seu mais novo mártir. O nenhum deles sabiam, no entanto, era que eu não era daqueles garotos que se resignava ante qualquer coisa e não aturaria aquela situação por muito mais tempo.

Naquela época, por mais destoante que possa parecer se tomarmos como parâmetro tantos outros fatos, as percepções de “nerds” e “populares” não estavam muito condensadas em nossas mentes. Éramos parte de um todo, que por sua vez possuía suas respectivas peculiaridades. Parcas discordâncias que apenas se toleravam, o que infligia nos outros a adulterada concepção de que éramos uma turma completamente unificada, sem exceções. A realidade efetiva dos fatos, porém, começou a surgir a partir do momento em que Brian e sua inoficiosa mente acharam que seria muito engraçado enfiar sua coleção de aranhas dentro do meu armário. Ele não ficou muito satisfeito quando meu grito assustado se transformou num mais perseverante e eu investi contra todas aquelas “coisas quase peludas” que entraram em meu campo de visão, esmagando-as com meus pés ou meu caderno. Mas, devo aqui dizer, ele realmente esperava tê-las de volta depois de ter feito tamanha parvoíce? Sem falar que até hoje ele me deve um caderno novo... Iniciou-se, então, uma guerra muda e à traição contra mim, já que, em princípio, eu não tinha nem a mais parca idéia de quem era o responsável por todas aquelas peças que me pregavam... O que fez com que irremediavelmente Matt entrasse nessa história, porque eu já estava mais do que aborrecido por todas aquelas perseguições e precisava de alguém para acusar, ao menos, e o sortudo fora ele.

Quando eu declarei para o Matt, em pleno intervalo entre aulas, que eu sabia que ele era o responsável por toda aquela situação em que eu estava involuntariamente inserido ultimamente, ele achou que seria interessante pôr o meu pensamento em prática, para assim dar motivos reais para o fato de eu viver a infernizá-lo com isso. Quando as peças pareceram dobrar, começou a ser perceptível para mim que havia algo de muito errado em toda aquela história. Essa compreensão se consolidou em minha mente quando o Brian furtou “Peter Pan” da minha mochila e não foi cauteloso o bastante para conseguir esconder isso de mim. Na verdade, conhecendo-o tão bem como agora, acredito que, muito embora o Brian não admita, ele tenha feito isso de propósito, porque para o ego dele é inadmissível que alguém tome o crédito por algo que fora ele quem irremediavelmente fizera, ainda que isso traga alguns problemas para ele depois.

Eu não revidei à afronta dele, pelo menos a princípio. Utilizando de uma cortesia que eu não fazia a mínima idéia de que possuía antes daquele episódio, escrevi um bilhete marcando um acerto de contas com o Brian. Naquele mesmo dia, entretanto, eu me vi a dizer a Matt o mesmo que escrevera a Brian instantes atrás por conta de uma breve discussão nos corredores; discussão esta que quase resultara em uma detenção. O estopim para a exteriorização daquelas palavras fora Matt insinuar que eu era covarde demais para enfrentá-lo como um garoto um homem, me limitando a apenas agredi-lo com palavras. Acredito que essa colocação deveria ter vindo da minha parte, já que, ainda que eu tivesse supostamente fornecido a ele motivos para me infernizar, e que essa seria uma boa justificativa para Matt resolver fazê-lo, a iniciativa partiu dele próprio. E era um ato muito mais pusilânime se ocultar em peças do que afrontar verbalmente. Mas, de fato, não é nenhuma novidade para mim que Matt tem certa dificuldade em se auto-afirmar, em alguns aspectos...

Para que o pseudo-duelo não me causasse nenhum estorvo, estabeleci que ele seria realizado em uma viela que ficava próxima ao parque da cidade, o que tornava-o razoavelmente distante da minha casa e do colégio. Eu, definitivamente, não me recordo do que reverberava pela minha mente durante todo o trajeto que percorri até aquele local, já que eu não tive nem a mais parca idéia de que havia comprado briga com Matt e Brian senão quando me encontrara diante dos dois, que se encaravam mutuamente, completamente desconfiados. Estanquei na entrada da viela, um tanto quanto estupefato, no momento em que tive plena consciência da quase insanidade que eu havia feito e senti meus pés desejarem recuar de forma quase que imediata. Mas essa impressão não durou mais que poucos segundos; tempo suficiente para Brian e Matt tomarem conhecimento da minha presença ali e me mirarem com um ar que mesclava cautela e uma leve curiosidade. Eu pigarreei alto e empertiguei um pouco o corpo, a fim de parecer mais alto do que realmente era, esboçando um ar meio pretensioso e um tanto quanto insolente. Ainda que parte de mim sinalizasse que era uma completa insanidade enfrentar dois garotos ao mesmo tempo, já que minhas experiências com artes marciais eram quase nulas na época, desistir daquele intento seria uma completa covardia para mim, e era quase que inaceitável pensar que eles me zoariam ainda mais pela minha atitude singelamente estratégica.

Brian e Matt me encararam ainda sem entender, até que eu esclareci que por um equívoco tinha acabado por marcar um acerto de contas com os dois, mas isso não seria um problema, já que tinha plenas convicções de que podia enfrentá-los ao mesmo tempo. É claro que com aquela ação eu buscava fazer com que eles sentissem intimidados, mas quando eu os vi sorrirem diabolicamente e apartarem o passo em minha direção, o instinto de sobrevivência que me restara pareceu se ascender e eu muito sensatamente resolvi acatar seus conselhos de girar pelos calcanhares e dar o fora dali. E, pelo que já era realmente esperado, eles vieram atrás de mim, obviamente.

Não sei por quanto tempo eu fugi deles, mas acredito que já tínhamos percorrido uma boa parte do parque quando eu tive a inspiradora idéia de subir em uma das árvores para escapar deles. De fato, confesso que tinha certa experiência em fugas, já que aquela era a minha única alternativa quando meus irmãos estavam entediados o bastante para lembrarem que eu existia, o que tendenciosamente resultava em uma saída imediata do ócio em que estavam anteriormente inseridos. Então, quando notei que estava a uma distância apropriada deles, pulei para alcançar o galho da árvore mais próxima e, com a agilidade de quem estava acostumado a realizar tal feito, subi o máximo que consegui, relanceando para trás com um sorriso triunfante quando notei que eles tinham diminuído o passo e me encaravam como se eu fosse completamente louco. Se ainda me restasse o mínimo de auto-preservação, eu muito provavelmente ficaria ali, calado, esperando a boa-vontade de eles irem embora de uma vez por todas, já que não estavam muito propensos a se darem ao trabalho de subir naquela árvore para me tirarem dali; mas, como eu não tinha, permaneci o tempo todo a provoca-los, chegando inclusive a jogar pequenos galhos na cabeça deles, até que eles se sentissem realmente estimulados a subirem e me jogarem de lá de cima, ao invés de me fazerem somente descer. Confesso que gargalhei quando os vi subindo e comecei a descer, escolhendo os galhos de forma estratégica ao notar que eles ascendiam visando tendenciosamente a direção em que eu me encontrava.

Num ponto em que nos encontrávamos muito próximos, tornei a rir, soltando mais um comentário sarcástico, o que fez com que Brian – que nunca foi muito conhecido por ser uma pessoa relativamente paciente – se enfurecesse ainda mais e se desequilibrasse de um dos galhos. Ele por muito pouco não caiu, pois foi rápido o suficiente para se agarrar a outro, ficando consequentemente pendurado nele. Eu por um breve instante tencionei continuar descendo enquanto Matt ia em seu socorro, mas por fim resolvi ajudá-los, ainda que intimamente praguejasse mentalmente contra mim mesmo por perder aquela oportunidade tão propícia para fugir deles. Depois de um ataque de orgulho, uma instantânea discussão, e eu ter auxiliado Matt, ainda que a contragosto do Brian, a puxá-lo, descemos até o chão em segurança. Com aquela pseudo-aventura, eu tinha até mesmo esquecido das nossas anteriores desavenças e já comentava algo trivial com eles, quando notei o breve olhar que Brian e Matt trocaram. Tornou-se perceptível para mim que a paz ainda não estava por completo declarada e antes que eles resolvessem agir, eu voltei a fugir deles, mais uma vez. E acredito que estava indo perfeitamente bem, até sentir alguém – que depois eu descobrir ter sido o Matt – segurar minhas pernas por trás, fazendo com que eu perdesse o equilíbrio, rolando pelo chão desastrosamente. Quando eu pressenti um ataque iminente, já que Brian também estava particularmente perto, utilizei o fato de ter salvado a vida de um deles como a cartada derradeira, pensando no que faria para escapar, mais uma vez. Eles pareceram satisfeitos com isso, pois começaram a rir e esclareceram que só queria me pregar uma última peça, para que eu tirasse aquele ar irritante da face. Não me perguntem do que raios eles estavam falando porque até hoje ainda não entendo realmente o que eles quiseram dizer com aquilo...

Naquele mesmo dia, estabelecemos mutuamente uma trégua; trégua esta que, em poucos dias, tornou-se uma excepcional amizade. Às vezes me pergunto se eu fiz mesmo a coisa certa ao ajudar o Brian aquele dia, pois tenho que aturá-los até hoje... O que é um verdadeiro martírio.
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptySex Jul 03, 2009 2:22 am

Peter Pan I


“Wendy continuou embaixo da coberta, mas ouvindo-o com toda a atenção. Então, numa voz à qual nenhuma mulher conseguiria resistir, ele declarou:
- Uma menina vale mais do que vinte meninos.
Sentindo-se agora mulher da cabeça aos pés, embora a distância entre esses dois pontos não fosse lá muito grande, Wendy descobriu um pouco o rosto.
- Você acha mesmo isso? — perguntou.
- Claro!
- Você é um amor! — ela exclamou, acrescentando: — Vou me levantar de novo.
Dito isso, sentou-se com o menino na beira da cama e disse que lhe daria um beijo, se ele quisesse. Sem ter a menor idéia do que vinha a ser um beijo, Peter estendeu a mão, esperando. – Será que você não sabe o que é beijo? — ela perguntou espantada.
- Vou saber quando você me der um — ele respondeu um tanto ríspido, e, só para não desapontá-lo, Wendy lhe deu um dedal. — E agora é a minha vez de lhe dar um beijo? — perguntou Peter.”


É muito tênue a linha que separa as diversas etapas da nossa existência, em principal a adolescência, que, em tese, aparenta ser uma das épocas mais importantes e necessárias para a construção física, moral, intelectual e psicológica de uma pessoa. É claro que, durante a infância, organizamos diversos desses aspectos, mas acredito que aquelas bases só passam a conceber estruturas sólidas e concretas a partir do momento em que começamos a ganhar uma consciência mais plena e efetiva da realidade que nos cerca.

E, ainda que os especialistas costumem atribuir uma idade específica que ocorre essa transição, eu devo aqui esclarecer que não concordo plenamente com essa idéia, já que cada pessoa é única em sua individualidade, e para cada um deles o futuro acaba por reservar o seu próprio tempo.

Eu considero o marco da minha adolescência, pelo menos em termos intelectuais, o meu primeiro beijo, que, por incrível que possa parecer para quem me conhece atualmente, só ocorreu quando eu tinha quinze anos. Para as mentes mais antiquadas, é uma idade igualmente precoce; mas se eu levar em consideração o círculo social em que eu estava inserido, eu fui o último do meu grupo de amigos a provar desse singelo néctar dos deuses. Em contrapartida, para fazer jus ao ditado popular os últimos serão os primeiros, acabei por me antecipar a todos eles no outro aspecto Perdoem-me, eu sou uma pessoa pura demais para me atrever a falar a palavra sexo publicamente....

Não que eu nunca tivesse beijado uma garota por possuir aquele pensamento que chega a ser um tanto quanto piegas – pelo menos para alguns – de esperar o momento certo com a pessoa certa. Eu não o fazia por impedimento pessoal, porque para mim, naquela época, era inconcebível pensar que aquele ato pudesse ter algo de bom. Sintetizando em um único pensamento, beijo para mim, até os quinze anos, era algo nojento. Eu cheguei ao ponto de ter odiado o Peter Pan por ter aceitado sem ao menos ter se oportunizado alguma resistência o dedal que a Wendy lhe dera quando ele praticamente perdera a batalha contra o Capitão Gancho. É claro que isso foi muito antes de conhecer a minha Wendy, mas isso não será retratado necessariamente agora. Depois cheguei à conclusão de que elas são irresistíveis e acabei entendendo, de certa forma, o lado do Peter Pan. Mas, bem, de qualquer forma, naquele exato momento, eu acredito que tenha jurado a mim mesmo nunca aceitar um dedal sequer de uma garota! Acabei aceitando mais do que um dedal no final das contas, mas enfim... Acredito que seria mais bem sucedido em meu intento se resolvesse prestar votos de sacerdócio, ou algo similar. E permaneci com esse pensamento até que o dia em que fui fatalmente seduzido e atacado por uma delas, quase que literalmente falando.

Antes de mais nada, faz-se mister acrescentar que a minha fobia por beijos durante todos aqueles anos é austeramente fundamentada. Torna-se irrefutável afirmar que presenciar meus irmãos mais velhos e suas respectivas namoradas tentando contrariar as leis da física constantemente fora uma verdadeira agressão emocional e psíquica para mim, o que acabou desencadeando toda essa aversão ao beijo. Aquilo para mim era pior do que aceitar que Peter Pan só vencera o Capitão Gancho por causa do dedal da Wendy, mas isso não vem realmente ao caso agora...

Meus feitos para escapar do inevitável foram realmente memoráveis e não foram poucas as vezes que eu acabei por ser alvo de gracejos dos meus amigos por fugir sempre de garotas como o diabo foge da cruz, nessas ocasiões. Não que eu me importasse realmente, é claro. Numa escala evolutiva, as garotas de seres relativamente sociáveis se tornaram particularmente extravagantes, passando de alvo de zombarias a algo levemente apático, seres alienígenas e, por fim, a uma verdadeira calamidade universal. Como se sobreviesse uma terrificante pandemia, todos os meus amigos principiaram a se interessar por elas, apenas porque seus corpos estavam com as curvas um pouco mais acentuadas e algumas partes específicas começavam a se destarcar. Eu percebia que, aos poucos, também começava a me sentir facilmente influenciável por elas, mas prosseguia com uma resistência absurda... Pelo menos até Olivia chegar em Carmel.

Naquela época, atuar não era mais do que uma reles distração para a maioria dos meus amigos. No que diz respeito a mim, despertava-me certo arrebatamento, mas não chegava ao ponto de me fazer pensar de que era algo que eu desejava seguir por toda a minha existência, como o é atualmente. Nós participávamos do teatro do Junipero Serra, e, como era de se esperar de um colégio dirigido por um padre, as peças por nós representadas sempre foram muito, hm, pudicas. O que eu agradecia veementemente, pois, como sabem, sou probo e imaculado demais para atuar em cenas potencialmente libertinas. A da vez seria “Peter Pan”. Até aquela ocasião, eu nunca tinha atuado em papéis principais quando as peças possuíam uma tênue indicação de romance, o que não me fazia particularmente interessado em fazer o papel do “pai” dos meninos perdidos. Mas não era bem o que o Brian e o Peter-que-não-era-o-Pan pensavam, e, para o meu intenso desespero, eles quase que imediatamente insinuaram que aquela seria a peça perfeita para eu atuar, já que eu por muito tempo adorei o personagem, o que quase que imediatamente fez com que a nossa professora se interessasse pela idéia. A sugestão, por sua vez, se tornou algo concreto e efetivo e, para concluir o complô, Olivia foi escolhida para ser a Wendy. O que não seria problema algum, se não acrescentássemos o fato de que eu tinha uma queda por ela, embora custasse a admitir para mim mesmo.

Instituído os papéis, começou-se os ensaios. Eu já tinha lido a história por incontáveis vezes, o que fazia com que suas falas não fossem uma completa novidades para mim, mas protelava ao máximo o momento em que o Peter receberia o beijo da Wendy, estabelecendo os mais estapafúrdios empencilhos nos anteriores para que este nunca chegasse, ou que percebessem que eu não era a pessoa mais ideal para o papel e desistissem de mim como Peter de uma vez por todas. Mas a sorte não estava exatamente a meu favor. Eleanor, nossa inestimável professora, já reconhecia o fato de que eu possuía um talento natural e, não muito satisfeita por me ver tendo dificuldades em um papel aparentemente tão fácil, sugeriu que eu e Olívia passássemos a ter ensaios extras nas cenas em que eu possuía mais dificuldade. Que, em geral, envolviam ela, de alguma forma. E levado pelas influências externas – lê-se meus amigos com um ar de que me zoariam pelo resto da minha vida se eu recusasse aquela ajuda, de alguma forma –, eu acabei anuindo a aqueles ensaios, malgrado o fato não me agradar por completo.

Eu já consolidava em minha mente a percepção de que eu não escaparia daquele beijo e tentava, de todo o modo, conceber que todo aquele martírio seria algo estritamente profissional e duraria apenas meros segundos. A dificuldade maior era me imaginar sorrindo feito um idiota depois do que na época seria o meu pior momento, mas, de igual forma, eu tentava relevar o ocorrido.

Estava na casa de Olivia quando o inevitável acabou por acontecer, muito antes do que eu realmente esperava. Era o nosso primeiro ensaio extra e, por mais que eu insistisse que seria melhor ensaiar no teatro da escola, ela acabou por me convencer do contrário. Ainda que Olívia fosse notavelmente perspicaz, ela não precisava ter essa qualidade para deduzir que toda a minha dificuldade surgia de algo estritamente relacionado a ela, o que fez com que desejasse tirar a história a limpo, antes de qualquer outra coisa. Eu mal havia passado pela porta da sua casa quando ela quase que literalmente me encostou na parede e me questionou o que diabos estava acontecendo comigo. E, sem nenhuma espécie de constrangimento, penetrou ainda mais fundo, atingindo impiedosamente o meu ego, acrescentando que minhas reações eram evidentemente incongruentes, já que as garotas costumavam dizer que, pelas minhas ações, eu muito provavelmente deveria ser gay, mas ela não acreditava muito nisso, pois percebia meu modo pervertido diferente de olhar para ela, ainda que fosse breve. Eu não sabia se ficava mais chocado por ela ter descoberto meu comportamento estranho quando estava próximo a ela ou por aqueles seres esquisitos desconfiarem da minha opção sexual qualidade de, hm, garoto só porque ainda não tinha despertado muito interesse por elas, ou ainda tentava resistir aos já presentes. Ante a minha total inaptidão em formular frases e expressá-las verbalmente, Olivia sorriu, e, como se tivesse proposto isso desde o começo, encaminhou-se para o sofá e comentou que deveríamos começar os ensaios de uma vez por todas. Eu ainda demorei alguns instantes para me recuperar da surpresa antes que finalmente me sentasse ao seu lado, ignorando veementemente os comentários que ela tinha feito instantes atrás.

Acabei por ensaiar como nunca tinha ensaiado antes com ela. Eu não mais me obrigava a errar as falas e protelar as cenas; meu ego fora por demais abalado devido ao comentário dela e eu não tinha mais tanta certeza assim de que desejava que as garotas pensassem que eu era gay. Ainda que, em parte, não me sentisse plenamente preparado para beijá-las. Olivia aparentemente estava satisfeita com a minha implícita e muda reação, pois começara a me provocar, fazendo com que eu pensasse que beijá-la realmente não poderia ser tão ruim. Afinal, Wendy não era atrevida ao ponto de fazer menção de roçar os lábios nos de Peter e rir de leve antes de lhe entregar o dedal, logo na primeira cena entre eles. Nem em outras tantas mais, tomo por válido acrescentar.

Eu estava tão preso aos ensaios e à Olivia que só reparei na derradeira cena do dedal quando a mesma já estava em curso. Seria uma ação sem sentido abordá-la e falar que aquela cena não constava no livro – muito embora tivesse uma outra em que os dois trocavam um dedal, de qualquer forma –, objetivando protelar um pouco mais aquele momento, afinal, se já temos o texto em mãos significa dizer que ele deveria ser contracenado daquela forma específica; mas eu tencionava mencionar o fato como última atitude de resistência, se ao menos tivesse disponível algum mísero tempo para tanto. Quando dei por mim, Olivia já tinha me dado o dedal, e, passado o impacto inicial, a sensação dos nossos lábios colados fora notavelmente agradável. Eu incontestavelmente ansiei por algo a mais do que aqueles simples ato, e, ao notar que ela entreabrira os lábios e passara a língua de leve por entre os meus, num pedido mudo para que eu fizesse o mesmo fez menção de aprofundar o beijo, eu acabei por lhe conceder a passagem, correspondendo ao contato à altura que a minha falta de experiência permitia. Tive uma vaga consciência de tê-la puxado para perto de mim pelos ombros, antes que ela cessasse o beijo, aos poucos, e me encarasse com um sorriso não muito Wendy, acrescentando que aquilo não estava bem no script. Eu apenas sorri em resposta e me aproximei para beijá-la de volta, ao que Olivia não fez objeções. A insegurança, nessa ocasião, fora menor, o que fez com que ela enlaçasse os braços em torno do meu pescoço e eu quase que sem querer tivesse me inclinado sobre ela, fazendo com que ela deitasse o tronco no sofá, ficando com meio corpo por cima do dela. Só paramos realmente quando entreouvimos o pigarreio da mãe dela, que aparentemente não estava muito satisfeita com aquela versão deturpada da peça “Peter Pan”. Acredito que devo me poupar de reescrever aqui tudo o que ela nos disse, mas acredito que não seja tão difícil assim ter uma noção do seu infindável sermão.

Tudo o que posso dizer, para concluir, é que os ensaios extras de Peter Pan com Olivia se tornaram cada vez mais freqüentes e menos pueris, embora não tivesse chegado ao ponto de me qualificar como o primeiro dos últimos em outro sentido. Desde então, eu aprecio e muito trocas específicas com mulheres... E não é apenas de meros dedais que eu estou falando, devo aqui acrescentar.
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptySex Jul 03, 2009 2:23 am

Sonho de Uma Noite de Verão


“Quince – Vós, Nick Bottom, estais inscrito para o papel de Píramo.
Bottom – Quem é Píramo? Amante ou tirano?
Quince – Amante, que se mata galantemente por questões de amor.
Bottom – Para sua execução será forçoso derramar algumas lágrimas. Se me toca esse papel, a assistência que tome conta dos olhos; provocarei tempestades, saberei de algum modo lamentar–me. Vamos aos outros. Contudo, ficaria melhor no papel de tirano; daria um Hércules de mão cheia, um rompe-e-rasga de partir um gato em dois. O pico furioso no mar estrondoso já vem tormentoso romper a prisão. O carro nitente de Fibo esplendente vencer não consente o fado bufão. Grandioso! Nomeai agora os outros comediantes. Essa é a verdadeira disposição de Ercles, a disposição de um tirano. Um apaixonado é mais sentimental.
Quince – Francisco Flauta, remenda-foles.
Flauta – Presente, Peter Quince.
Quince – Tereis de ficar com Tisbe.
Flauta – Quem é Tisbe? Cavaleiro andante?
Quince – É a mulher que Píramo deve amar.
Flauta – Ora, por minha fé, não me deis papel de mulheres; a barba já me está a apontar.
Quince – Pouco importa; representareis de máscara, ficando ao vosso arbítrio falar com voz tão fina quanto quiserdes.
Bottom – Se eu puder ocultar o rosto, daí-me também o papel de Tisbe; falarei com uma vozinha monstruosa: Tisne! Tisne! Ah, Píramo, meu grande amor! A tua querida Tisbe, a tua esposa idolatrada!
Quince – Não! Não! Representareis Píramo, e vós, Flauta, Tisbe.
Bottom – Está bem; prossegui.
(...)
Quince – (...)senhores, aqui tendes os papéis. Suplico-vos, peço-vos e concito-vos a aprende-los para amanhã à noite. Procurai-me no bosque do palácio, a uma milha da cidade, logo que a lua sair. Aí ensaiaremos; porque se nos reunirmos na cidade não faltaria quem nos farejasse, ficando conhecido todo o nosso plano. Nesse meio tempo farei uma relação dos artigos necessários para a nossa representação. Peço-vos que não falteis.
Bottom – Lá estaremos para ensaiarmos a peça por maneira obscena e corajosa. Esforçai-vos; sede perfeitos. Adeus.
Quince – O encontro é junto do carvalho do duque.
Bottom – É quanto- basta. Ou vai ou racha!”.


Ao longo de nossa existência, somos quase que incessantemente investidos por idéias, muitas das quais nunca chegamos a aplicar de forma efetiva em nossos caminhos, não passando elas, desse modo, de meras abstrações. Talvez a de compormos um grupo de teatro autônomo não fosse capaz de transpor essa linha tênue entre o real e o imaginário, se não fôssemos tão insistentes e determinados, trabalhando em comum para a concretização daquele objetivo em específico.

Para grande parte das pessoas que conhecera o “Grupo de Teatro Amador de Carmel” quando o mesmo já estava formado, constituí-lo fora um processo relativamente fácil. Acredito que seja óbvio deduzir que os que pensavam dessa forma nunca estiveram necessariamente envolvidos pelo meio artístico e muito menos entendiam o mínimo possível dos seus infindáveis mecanismos de formação. Não irei me ater muito a esses fatos, tendo em vista que seria uma narração desesperadamente monótona, com minuciosidades em demasia. Concisamente falando, há toda uma estrutura física de produção que deve ser levada em conta, e não é como se iluminação, palco, cenário, efeitos gerais e figurino surgissem apenas por conta da nossa força de pensamento.

Aludindo-me a uma informação que até então não cheguei a aqui mencionar, eu comecei a cursar teatro na escola a partir dos doze anos. Em princípio, Brian e Matt debocharam da minha decisão, mas acabaram por também participarem por pura curiosidade e, por fim, terminaram realmente interessados pela arte da representação. Em nossa primeira atuação, nós ficamos mais próximos de Peter, que, muito embora fosse da nossa turma, não era alguém com o qual tínhamos uma maior convivência no colégio até aquela época. Durante o meu breve e tórrido envolvimento com a Olivia durante a peça “Peter Pan”, ela acabou aderindo espontaneamente ao nosso grupo, não se desfazendo os laços afetivos outrora formados depois que “o Peter voltou para a Terra do Nunca e a Wendy tratou de crescer”.

Ainda no curso de teatro do colégio, nós conhecemos Kevin, Connor, Jane e Melissa. Eles estavam no último ano, salvo engano, e atuavam a muito mais tempo do que nós, muito embora a minha modéstia permita dizer que não éramos tão inferiores a eles assim. Não era um hábito comum de Eleanor reunir de imediato as turmas para as quais ela lecionava, tendo em vista acreditar que desse modo oportunizava a cada um o merecido destaque; ela tinha o costume de defender a idéia de que misturar logo em princípio veteranos e novatos não daria muitas chances desses últimos desenvolverem suas habilidades, pois quase sempre os papéis mais importantes da peça ficariam para os primeiros. É evidente que essa disparidade seria facilmente resolvida com a célere evolução de papéis secundários a principais, mas isso não vem ao caso.

Após considerar que tínhamos certo potencial, Eleanor decidiu que nosso grupo e o de Kevin encenariam uma peça juntos. “A Paixão de Cristo”, em comemoração à Páscoa. Já naquele período, nós não estávamos muito satisfeitos com a censura evidente no teor das peças que escolhíamos para representar, mas nunca chegamos a planejar de modo concreto a possibilidade de atuarmos em algum outro lugar senão aquele. Connor, que era declaradamente ateu, considerava aquela uma peça de fim de carreira não me pergunte o motivo de ele estar estudando num colégio comandado por um padre; a opinião dos outros três não eram tão distintas assim, muito embora não chegassem a ser tão extremas. Eles não pareciam satisfeitos, de igual modo, com essa falta de liberdade e flexibilidade de escolha das peças do curso de teatro. Quanto aos papéis, depois de muitos debates internos, eu acabei tendo que carregar a minha própria cruz, literalmente falando, pois Kevin preferiu ser o Judas. Ele estava realmente interessado em retratar com detalhes o suicídio do personagem, mas, como era de se esperar, não havia conseguido o aval de Eleanor, que julgara a cena muito forte... Aquilo muito provavelmente era terrificante demais para os olhos ingênuos e pueris da nossa digníssima professora.

Fora durante um dos ensaios extraordinários, sem a presença da professora, que Jane suscitou verbalmente o desejo que muito provavelmente todos nós tínhamos em mente naquela época, com a célere frase: nós realmente deveríamos fazer algo por nós mesmo, ou somos bem capazes de encenar “Os Dez Mandamentos” da próxima vez. Recordo-me perfeitamente de Connor ter gargalhado, comentando que seria realmente bom deturpar todo o texto que nos entregaram e encenarmos algo completamente diverso do que tínhamos antes. Eu o conhecia relativamente bem para perceber que ele não falara isso apenas por pura e simples zombaria, mas não disse nada. De qualquer forma, o comentário de Jane acabou por nos incitar consideravelmente e, quando nos damos conta do que realmente acontecia, já estávamos a discutir a possibilidade de criar um grupo de teatro autônomo na cidade.

E, depois de muitos esquemas, surtos e planejamentos, o “Grupo de Teatro Amador de Carmel” ganhara bases concretas e passara a atuar de acordo com suas próprias regras e extravagâncias. Ele fora instituído quando eu tinha 16 anos. Cerca de um ano depois, com a saída de Kevin, eu assumi a “liderança” do grupo espontânea e naturalmente, mas acabei por me afastar em definitivo quando me mudei para Los Angeles para cursar Jornalismo.

Nós costumávamos alugar a sala principal do teatro para as apresentações antes que o espaço fosse cedido a nós, quase que gratuitamente. No entanto, por motivos que ainda me são em parte desconhecidos, mas que muito provavelmente envolvem questões financeiras, o teatro acabou por ser desativado a alguns meses. A última notícia que tivera a respeito, por intermédio de Peter, é que o grupo acabara por se desfazer, muito embora ele não considerasse como sendo de forma absoluta.

Eu não posso negar que também esperava o mesmo...

Romeu e Julieta


“Romeu – ( A Julieta.) Se profano com minha mão por demais indigna esse santo relicário, a gentil penitência é esta: meus lábios, dois ruborizados peregrinos, estão prontos a suavizar com um terno beijo tão grosseiro contato.
Julieta – Bondozo peregrino, injusto até o excesso sois com vossa mão, que mostrou devoção cortês; pois santas têm mãos que são tocadas pelas dos peregrinos e enlaçar palma com palma é ósculo dos piedosos que trazem consigo palmas.
Romeu – Não têm lábios as santas e lábios também os piedosos peregrinos?
Julieta – Sim, peregrino, lábios que devem servir-se na oração.
Romeu – Oh! Então, santa adorada, deixai que os lábios façam o que as mãos fazem. Elas oram, acedei para que a fé não se mude em desespero!
Julieta – As santas são imóveis mesmo atendendo às orações.
Romeu – Então, não vos movais, enquanto recolho o fruto de minhas preces. Assim, mediante vossos lábios ficam os meus livres do pecado. ( Beijando-a. )
Julieta – Deste modo passou para os meus lábios o pecado que os vossos contraíram.
Romeu – Pecado dos meus lábios? Oh! Culpa deleitavelmente censurada do pecador! Devolvei-me então o meu pecado.”



Ao longo da minha existência, ela teve para mim distintas denominações, sendo que muito antes não chegara a ter designação quase nenhuma. As primeiras delas consistiam em qualificações tão reles, tão particularmente insignificantes, que se torna algo quase que impossível para mim resgatá-los em algum ponto da minha memória, ou do subconsciente; mas elas podem ser facilmente generalizadas em expressões como damas, criadas, povo, músicos. Todas elas haviam me chamado a atenção desde o princípio; e todas elas, de igual modo, me pareciam tendenciosamente diminutas para ela. Eu me perguntava por que razão ela se encondia em meio a tantas faces, quando ela se apresentou como Desdêmona. Quisera eu surpreendê-la, e, ao mesmo tempo, fui por ela surpreendido. E, tal como o próprio Otelo, eu me vi inteiramente arrebatado por ela, inebriado pelo gosto de seus lábios e o calor que desprendia do seu corpo. Ainda como Desdêmona, eu conheci seu lado extrovertido, suas emoções intensas, além de tantas outras sensações que eu nunca havia experimentado antes. Hérmia me fez constatar que eu estava de fato apaixonado e acabou por me revelar um dos seus grandes mistérios. Elizabeth Bennett permitiu que eu a conhecesse como mulher... E, pouco a pouco, eu fui desvendando seus lados, seus segredos, seu próprio ser. Reconhecia em cada uma daquelas denominações algum aspecto de sua personalidade, como se fosse a parte de um todo. De um todo que, fora dos palcos, tinha por estrela o nome Mary. Mary Wendy Bennigton.
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptySex Jul 03, 2009 2:25 am

Peter Pan II


“- Peter, o que é que há?
- Eu estava pensando — ele respondeu, um pouco assustado. — É só de faz-de-conta que eu sou pai deles, não é?
- Claro! — Wendy confirmou num tom meio afetado.
- Sabe, eu ia parecer muito velho se fosse mesmo pai deles — Peter explicou, como se estivesse se desculpando.
- Mas eles são nossos. Seus e meus.
- Mas não são de verdade, são? — ele insistiu, ansioso.
- Não, se você não quer — Wendy respondeu, ouvindo claramente seu suspiro de alívio.”


Eu costumo pensar que as escolhas são os impulsos contínuos que movem a humanidade. Ao longo de nossa existência, somos incessantemente obrigados a realizá-las. Toda ação que exige algum teor volitivo se sintetiza em uma escolha que fazemos para nós mesmos. Algumas delas são tão ínsitas a nós mesmos que se torna algo plenamente natural fazê-las; elas são o que simbolicamente poderíamos chamar de ações rotineiras. Suas extensões em nosso futuro chegam a ser tão diminutas que acabamos por não dar nenhuma importância a elas; nós sequer sabemos conscientemente que elas existem, às vezes.

A real e efetiva importância das escolhas começa a se sobressair à nossa mente a partir do momento em que elas, de algum modo, são capazes de interferir significativamente em nossas vidas. E, de apenas um mero impulso, elas passam a ser a seara do nosso destino. Dessa forma, passamos a sofrer as conseqüências dos nossos fatos predecessores; a colher os frutos do que tempos atrás acabamos por semear; a se deparar com os resultados das nossas escolhas.

Elas, muitas vezes, são como encruzilhadas; caminhos distintos e quase opostos, o que quase que irremediavelmente nos obriga a decidir por um deles para continuar a seguir. A maior encruzilhada que cheguei a enfrentar talvez tenha sido quando Mary me noticiara o fato de que esperava um filho meu. O choque e a surpresa por conta da informação chegara a ser tão incomensurável que eu me mostrei incapaz de expressar uma mínima reação coerente ante o ocorrido. Eu simplesmente desejei parar, estagnar, permanecer naquele ponto, somente para não ter que lidar por completo com tudo aquilo, pelo menos não de modo tão súbito.

Eu nunca tinha chegado a refletir de fato sobre paternidade. E quando tive que fazê-lo, quase que involuntariamente, acabei por não chegar a uma conclusão imediata e deixei que os fatos sucedessem por si mesmos. Decorreram, a partir daí, consecutivos atos que atualmente parte de mim considera como desmedidos erros. Eu errei comigo mesmo e errei principalmente com Mary. Foi uma reação irrefletida ter ocultado dela por tanto tempo que eu pretendia me mudar para Los Angeles e um desacerto ainda maior não tê-lo feito quando tive a oportunidade de fazê-lo. Eu temia, de certa forma, que ela achasse que eu estava a fazer aquilo somente para fugir daquela responsabilidade, e acabei por, de fato, fazer isso ao manter uma postura inerte e aparentemente indiferente ante o ocorrido.

Naquele momento, no entanto, eu achei que aquele foi o rumo certo para seguir; a escolha certa a se fazer. Minhas próprias convicções podem soar incongruentes nesse efetivo momento, tendo em vista o que eu antes transcrevera aqui, mas eu chego a ter certo arrependimento por conta dessa conduta específica para com Mary. A ida a Los Angeles podia não ser adiada, mas nada justifica o fato de ter me mantido silente por tanto tempo. Não digo, no entanto, que essa foi uma escolha que eu não gostaria de fazer completamente. E muito menos se teria a devida determinação para retomar esse assunto com a Mary, um dia, por livre e espontânea vontade...

Mas, sejam quais forem as escolhas, elas nunca poderão ser ignoradas.

Os Miseráveis


“Jean Valjean iniciara contra Marius uma guerra fria, que este não adivinhou. Preparou-lhe uma série de ciladas; trocou as horas de passeio, mudou de banco, esqueceu nele o lenço de assoar, e foi, sozinho, ao Luxemburgo; Marius caiu em todas as armadilhas; e a todos os pontos de interrogação que Jean Valjean lhe plantava no caminho, respondia ele ingenuamente, com um sim.
Entretanto, Cosette mantinha a sua aparente indiferença e impertubável tranqüilidade, de tal modo que Jean Valjean chegou a esta conclusão: Este bobo está loucamente apaixonado por Cosette, que nem ao menos sabe de sua existência.
Jean Valjean não cessara os seus passeios ao Luxemburgo, tudo fazendo por não despertar a atenção de Cosette: mas durante essas horas, tão doces para os dois namorados, enquanto Cosette enviava o seu sorriso a Marius inebriado, que não reparava em mais coisa alguma, que não via no mundo senão um radiante rosto adorado, fitava-o Jean Valjean com olhos flamejantes e terríveis. Ele, que já se julgava isento de qualquer sentimento malévolo, sentia-se então possuído, à vista de Marius, do instinto selvagem e feroz, despertadas as antigas mazelas de sua alma onde, outrora, houvera tanta cólera.
O que! Pois estava ali, aquele sujeito? Que o atraía?
- Sim, é isto mesmo! O que ele vem procurar? Uma aventura. Que quer? Namorar? E eu? O que! Fui, primeiro o mais miserável e, depois, o mais desgraçado dos homens, passei sessenta anos da vida sobre os joelhos, sofri tudo quanto é possível sofrer, envelheci, sem ter tido mocidade, vivi sem família, parentes, amigos, mulher, ou filhos, deixei tintas com o meu sangue em todas as pedras, espinhos, marcos, e muros, fui bom, apesar da rudez de que sou vítima e, no momento em que me sinto recompensado, todos os meus males terminados, quando tenho o que quero, tudo vai por água abaixo, e eu ficarei sem Cosette, e perderei a minha vida, a minha alma, só por que um grande asno se lembrou de vir passear no Luxemburgo!”


Gary. Mr. Oldman. Caracol do Bob Esponja. Cão-de-guarda eunuco da Mary. Entre tantas outras denominações; ou, simplesmente Garret. Garret Carey Fitzgerald. Uma designação, aos meus olhos, um tanto quanto “incomum” para uma pessoa relativamente “extravagante”. Sério demais. Enfezado demais. Ranzinza demais. Se fosse fazer um quadro comparativo, diria que Garret seria um velho rabugento que não soube aproveitar nada durante toda sua vida, tornando-se alguém relativamente agastado com o mundo e sua própria existência. Pergunto-me como alguém como Grace pôs no mundo uma pessoa como ele. Acredito ser esse mais um dos grandes mistérios da natureza...

De fato, acredito estar sendo extremista demais, e que não está plenamente descartada a hipótese de ele ser algo além disso – em parte, porque a Mary sempre o estimou e isso deve significar alguma coisa –, mas não é como se naqueles conturbados anos de pseudo-convivência ele tenha passado para mim uma imagem muito dispare dessa. Ainda asssim, considero que Garret Fitzgerald é alguém que eu nunca seria em realidade nem nunca gostaria de ser, diga-se de passagem.

Mas possuo plenas convicções de que toda a nossa pseudo – ou nem tão pseudo assim – inimizade tenha como fator único e exclusivo Mary Wendy Bennington. Garret nunca escondeu de forma plena que nunca lhe foi satisfatório o fato de eu e Mary estarmos juntos e me chegava a ser incômodo, às vezes, a forma super-protetora com que ele costumava tratá-la. Isso, indubitavelmente, não era o melhor modo de iniciar uma relação estritamente amigável entre “cunhados”; e também não posso dizer que toda essa situação não tendeu a piorar com o tempo, mesmo que Mary sempre se esforçasse para nos aproximar de alguma forma.

Garret parecia ter a estranha percepção de que Mary não sabia resolver as coisas por si mesma, obrigando-se a quase sempre praticar isso por ela. Ainda que Garret não soubesse o real motivo que levava a Mary a realizar tudo aquilo, fazendo-a constantemente se envolver em situações um tanto quanto embaraçosas, ele sempre se empenhava em salvá-la delas e despejava inúmeros sermões por conta do seu comportamento peculiar, ainda que soubesse que sem isso ela não seria necessariamente a Mary que eu e ele conhece. Era como se, ainda que inconscientemente, ele mesmo se esforçasse em se fazer necessário para ela, já que em alguma parcela de sua existência Mary já se tornara indispensável para ele, de uma forma que para mim ia além de uma aparente estima entre irmãos de consideração.

Aquele pensamento se consolidou de forma quase plena em minha mente quando Garret me abordou na saída da faculdade para falar que queria me ver bem longe da Mary. Eu, de certa forma, já havia presumido que Mary acabaria por comentar a respeito de sua gravidez com o “irmão”, ainda mais se levasse em conta as circunstâncias nas quais nos separamos após o momento em que ela me contara sobre o filho que esperava. Pelo que conhecia dela, ela jamais pediria – ou permitiria, se o soubesse – que Garret tomasse esse tipo de atitude, o que irremediavelmente me faz chegar à conclusão de que ele acabara por fazê-lo por si mesmo.

Mas, tendo Garret ou não tomado por livre e espontânea vontade aquela atitude, ainda que ela pudesse ser fatalmente enquadrada como um comportamento típico de um “irmão mais velho super-protetor” – o que convenhamos dizer, era uma postura perfeitamente aceitável para o estereótipo de cão-de-guarda que eu acabei por atribuir a ele com o transcorrer daquela nossa pseudo-convivência –, naquela ocasião em especial eu pude captar – ainda que a princípio involuntariamente – que havia algo mais do que ele costumava demonstrar para Mary, ou para os outros.

Ao rememorar todos aqueles acontecimentos quando me estabeleci em Los Angeles, eu não precisei de muito mais para deduzir que Garret talvez a amasse. Não de forma fraternal, ou com um afeto comum entre amigos, mas, simploriamente falando, como um homem é capaz de amar uma mulher. Garret estava apaixonado pela Mary e, dada as circustâncias, resignara-se, ainda que em parte, em manter aquele sentimento somente para si, sem talvez jamais levá-lo a conhecimento de Mary. Digo talvez, porque meus conhecimentos acerca dos sentimentos humanos sempre me indicaram que, por mais que alguém chegue a falar para si mesmo que está conformado em ter somente a amizade ou o companherismo de alguém que julga amar, cedo ou tarde a antiga satisfação não alcança nova plenitude e mitiga, pouco a pouco, fazendo com que a pessoa tome alguma atitude extrema, seja para seguir em frente ou expulsar aquele sentimento de si, de alguma forma. Ao se declarar, o sentimento pode se intensificar, ou se esvair como nossas palavras, depois de um tempo, a depender das circunstâncias...

Eu realmente não sabia ao certo o que esperar de Garret e seu sentimento para com Mary. Penso que parte de mim ainda prefere acreditar que essas impressões decorrem de meras abstrações e fantasias, muito embora reconheça que isso talvez apenas seja um mecanismo ínsito a minhas percepções mentais para que eu viva a negar o óbvio... Que, ao afastar-me da Mary, eu acabei por aproximá-la ainda mais de Garret. Ao mesmo tempo, pergunto-me se teria agido de outro modo, se tivesse uma chance de voltar atrás e consertar erros que muito provavelmente devo ter cometido com Mary... E a resposta acaba por se tornar uma verdadeira incógnita.


Última edição por Ethan J. Riley em Sáb Jul 04, 2009 12:30 am, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptySex Jul 03, 2009 2:27 am

As Crônicas de Nárnia


“Foi uma sensação esquisita e não muito agradável despir os trajes reais e voltar a aparecer com os uniformes de colégio, já um tanto usados. Um ou dois dos telmarinos esboçaram uns risinhos de troça. Mas as outras criaturas levantaram–se e aclamaram o Grande Rei Pedro, a rainha Susana, da trompa mágica, o rei Edmundo e a rainha Lúcia. As crianças despediram–se afetuosamente dos velhos amigos, e Lúcia até chegou a chorar.
Os animais beijaram as crianças, os Ursos Barrigudos deram–lhes tapinhas amáveis, Trumpkin apertou–lhes a mão e, para terminar, não faltou um abraço bem apertado de Caça–trufas, que lhes fez cócegas com o bigode. É claro que Caspian voltou a oferecer a trompa a Susana, e é claro que esta lhe disse que a guardasse. Depois, magnífica e terrível, seguiu–se a despedida de Aslam. Pedro tomou então o seu lugar, com Susana atrás, pousando–lhe as mãos nos ombros, e as mãos de Edmundo nos ombros dela, e as do primeiro telmarino nos de Lúcia. E assim, numa longa fila, avançaram para a porta. Seguiu–se um momento indescritível, durante o qual as crianças viram três coisas ao mesmo tempo. Viram a boca de uma caverna, descobrindo o verde e o azul brilhantes de uma ilha do Pacífico – a ilha em que os telmarinos iriam encontrar–se no momento em que transpusessem a porta. Viram uma clareira em Nárnia e os rostos dos anões e dos animais e os olhos profundos de Aslam e as manchinhas brancas do focinho do texugo. A terceira visão, porém, foi aquela que rapidamente dominou as outras duas: uma plataforma cinzenta e arenosa de uma estação de estrada de ferro provinciana, um banco com malas ao lado, eles sentados no banco, como se nunca tivessem saído de lá... O espetáculo por um instante lhes pareceu um pouco monótono, depois de tudo o que tinham vivido, mas, inexplicavelmente, tinha também o seu encanto, com o cheiro característico e familiar das estações ferroviárias, e o céu da terra natal e as perspectivas do primeiro período de aulas”
.

Minha mãe nunca escondera de forma evidente que a singela percepção de que era meu desejo seguir a carreira artística não a agradava. Para Martha Riley alguém ser apaixonado pela arte e tê-la como um ideal profissional eram coisas completamente distintas, não-compatíveis. Não obstante a sua fascinação ao ter ciência de que eu possuía um talento nato para atuar não era isso necessariamente que ela sonhava me ver fazendo pelo resto da minha vida. As razões para tais concepções a respeito pode ser sintetizada na simples idéia de que, para ela, “aquele ofício não dava futuro”. Posso até ouvi-la dizer novamente que eu devia encarar tudo aquilo como um hobby, uma distração, e não um ideal de existência... Acredito que se dependesse do estímulo dela, eu certamente seria um artista frustrado tal como meu irmão mais velho, Adam.

Por esse motivo, quando minha mãe descobriu que eu formara com meus amigos um grupo de teatro amador na cidade, ela passou a se queixar com uma maior freqüência dessa minha paixão pela arte, quase sempre se referindo ao fato de que se soubesse que contar histórias durante a infância me tornaria um adulto deslumbrado e obcecado por elas, jamais teria feito e muito menos alimentado tudo aquilo. Para evitar discussões, eu sempre retorquia àquelas palavras com um riso, dizendo que, como ela mesma expora tantas vezes, eu considerava a representação como sendo uma mera distração, ainda que isso fosse uma torpe mentira; e, para evitar embaraços maiores, optei por estudar jornalismo quando me formei. De qualquer forma, a universidade da cidade não disponibilizara nenhum curso de artes cênicas e eu até aquele presente momento estava satisfeito com o nosso grupo autônomo. Pouco tempo depois, porém, aquele meu singelo aprazimento ficou particularmente abalado com a notícia de que alguns antigos artistas renomados da Broadway estavam oferecendo um curso de formação para novos artistas em Los Angeles, utilizando-se de um critério seletivo para a aquisição dos interessados. Aquela era oportunidade única de aprimoramento, a qual eu não estava realmente disposto em desperdiçar; mas, sendo este um campo um tanto quanto conturbado de minha existência, principalmente tendo em vista a aversão de minha mãe a carreiras artísticas e a posterior gravidez de Mary, eu tive que contrabalançar alguns aspectos, ainda que obrigatoriamente tivesse que abandonar tantos outros para construir essa parte específica da minha existência.

Para evitar discussões infundadas e completamente agastadas, optei por ocultar aquela informação de minha mãe. Por extensão, essa restrição alcançou meus amigos, outros familiares – menos meu pai, que, por razões óbvias, tinha que saber sobre o fato, já que eu ia morar com ele – e conhecidos, com o objetivo de evitar que a notícia se espalhasse, mesmo que sem querer, e acabasse por chegar até ela, o que irremediavelmente faria com que minha mãe tentasse me impedir de cometer aquela insensatez, de alguma forma. Aquela minha resolução em manter aquele meu desejo em segredo de todos hesitou um pouco no que dizia respeito a Mary, mas acabou por se manter em igual icógnita pelos motivos outrora expostos. Acabei, então, por simular, ainda que em parte, minha ida a Los Angeles, com o objetivo único de cursar Jornalismo em uma Universidade mais renomada do que a de Carmel. E o fiz, de fato, assim como o de teatro, antes que voltasse a minha terra natal, à Carmel, mais uma vez...

E o resto é história. E o resto é vida. E o resto é presente.


(off: Não culpem a mim pela bio enorme, culpe o perso! Ele gosta tanto de artes que quis escrever um livro(?) - se esconde atrás do Everest. Gente, definitivamente, eu me superei dessa vez... - capota - [ esperando ser expulsa(?) ] ).
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Rachel E.D
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptyDom Jul 05, 2009 8:14 pm

<<< Dados do Player >>>

Nome: Fire
Idade: 17 anos
E-mail: fairy02_fire@hotmail.com
Comunicadores (MSN, YM, AOL..)
Tem outro personagem no RPG? Se sim, cite-os, e também a espécie a qual pertencem: Summer Martin Webber (Bruxa) e Daisy Darcy (Humana)

<<< Dados do Personagem >>>

Nome: Rachel E.D
Idade: 5 anos
Data de Nascimento: 9/12/2003
Local de Origem: Brasil, RJ
Artista Utilizado: Alexa Gerasimovich
Características Físicas: Vide Avatar
Características Psicológicas: Normalmente bastante elétrica, por tanto, se a virem calma demais, não é um bom sinal. Sorridente; adora fazer os outros rirem, mas ao mesmo tempo adora consolar também. Muuuuuito mimada de carinho; sempre que isso fica em falta, ela se torna uma criança chata. Inteligente, fofa, simpática e carismática, consegue muita coisa com um simples olhar e biquinho. Mas não costuma usar isso para o mal.



<<< Biografia >>>

Minha vida começa quando acordo e me encontro em um local totalmente diferente do anterior. Não conheço nenhuma das pessoas, mas não parecem ser legais. Uma moça me pega, lê um bilhete e diz uma coisa que eu só viria a entender que era meu nome, mais tarde. Rachel E.D, era a única coisa que tinha no bilhete. Mais nada; nenhum documento, nenhuma carta de despedida, nenhum brinquedo, nada. Após tentarei decifrar o que era “E.D”, colocaram qualquer nomes começados com essas siglas para darem algum sentido ao bilhete. Então ficou “Rachel Elinn David”. Alguns ainda negam, mas sei que esse não é meu verdadeiro nome. Sei que as iniciais podem estar certas, mas terem acertado elas é muito difícil.

Quando cheguei nesse lugar, fui colocada em um quarto junto com mais quatro crianças. Três delas eram meninas e um era menino. Éramos todos muito pequenos, e tínhamos quase chegado juntos, então não tinha problema. Mas quando começamos a falar, Trevor foi para um outro quarto, junto com outros meninos. O que não nos impediu de nos tornarmos melhores amigos, pois nos víamos todos os dias.

Minha infelicidade começa quando estávamos os 4 brincando numa espécie de parquinho que fica atrás do orfanato. Temos permissão de brincar lá algumas vezes, a maioria quando temos visita, e hoje era um desses dias. Escorregávamos em um pequeno escorrega azul, quando Trevor caiu sentado e começou a rir de si mesmo, nos fazendo rir junto. Um casal se aproximou dele e o levantou, perguntando o nome e se apresentando, logo após de começarem a brincar conosco. Eles eram muito simpáticos e diziam morar em frente à praia. Mas como nunca tínhamos visto, eles nos detalharam tudo que tinha nela, e depois começaram uma longa história engraçada de quando foram pela primeira vez. A madre nos chamou pra dentro após um tempo, e Trevor continuou conversando com eles. Foi tudo muito rápido depois disso, só lembro de Trevor me acordando no meio da noite e me chamando pra um esconderijo secreto que tínhamos (armário de vassouras). Ele me disse que aquele casal simpático o chamou para passar o feriado com eles e que tinha aceitado, disse que sairia logo que amanhecesse e veio me dizer isso agora pois temia não ter tempo para se despedir, mas que voltaria na quarta feira e que eu não precisava me preocupar. Eu já tinha visto isso outras vezes: crianças vão passar um tempo na casa de algum visitante e nunca mais voltam. São adotados. Ganham um pai, uma mãe, uma família. Nunca mais voltam. Por isso meus olhos começaram a se encher de lágrimas e não consegui esconder o que sentia. Eu estava feliz por ele! Sim, eu estava. Realmente estava; é o sonho de todos aqui dentro terem uma família. Eu queria que ele tivesse uma, assim como queria ter uma também, mas eu nunca tinha pensado que se fossemos adotados nunca mais nos veríamos. Expliquei isso pra ele e ele pareceu entender, mas disse que não iríamos nos separar e me prometeu trazer uma lembrança da praia; uma areia em um potinho de vidro. Nos abraçamos e ele voltou pro quarto. Depois desse dia... nunca mais tive notícias de Trevor.

Chorei por algum tempo e sentia uma certa magoa da promessa que ele tinha feito e não cumprido. E mesmo com quatro anos, minhas três amigas me consolaram como ninguém alguma vez tinha feito. Eu ainda tinha três amigas ótimas que me mantinham com esperança. Três amigas ótimas que se foram mais rápido do que eu imaginei. Três casais que apareceram tão rapidamente como a chuva num dia nublado, que as levaram e me deixaram. Estranho como algumas crianças precisam amadurecer bem mais rápido do que outras mais velhas, mas foi o que eu precisei fazer. Mesmo que ainda sonhasse em ser uma criança normal e feliz ao lado de uma família. Mesmo que ainda esperasse a lembrança que Trevor me prometeu...
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptyDom Jul 05, 2009 9:12 pm

Bios aceitas!
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MensagemAssunto: Re: Inscrições - Humanos   Inscrições - Humanos - Página 4 EmptySex Jul 31, 2009 9:17 pm

[Dados do Player]

Nome: Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaleh!
Idade:19 anos
E-mail:ale_mendonc@hotmail.com
Comunicadores (MSN, YM, AOL..) above
Tem outro personagem no RPG? Se sim, cite-os, e também a espécie a qual pertencem: Yyeap. Eve Wilde, Allegra S. Hoew, Juliet C. Carey [bruxas]; Suzannah Simon[deslocadora]; Beatricce del Vecchio[ mediadora]; Seth Stone, Kaytleen Martin Webber, Chloè Montgomery, Seth Stone e Sophie McAndrews [humanos].,

[Dados do Personagem]

Nome:Dominique Gallagher Messerschimdt
Idade:18 anos
Data de Nascimento:10/12/1991
Local de Origem: Áustria
Artista Utilizado: Coco Rocha
Características Físicas: ver avatar
Características Psicológicas: Irônica. Estressada. Amiga. Sincera. Desinteressada. Heartbreaker. Bitch. Slut. Iconic. Demi. Ela.

Biografia:Duas palavras: Reality Show[/s]. É, agora eu era uma estrela de reality show. Amazing! Qualquer uma em meu lugar estaria temendo que seus segredos obscuros fossem revelados, entretanto, é justamente para isso que existem esses programas: revelar seus segredos obscuros. E desde quando eu estava ligando para isso? Pouco me importava para que me vissem fumando o Camel Light, ou entranto naquela hot tube com o Jason e o Dougie. [I]Fuck y'all. Grande últimas palavras. Talvez você não conheça o programa [que aliás se chama '' The B-Side'', mas confesso que aqui na Áustria virei uma espécie de cult celebrity, sabe? In a Kate Moss kinda look. Ah é, como isso tudo começou? Talvez seja uma longa história, por isso vou logo encurta-la:

Não seria exagero dizer que tudo começou quando eu nasci, porque, venhamos e covenhamos, esse look cool ninguém compra na esquina, dear! Pois bem, quando na internet começaram a surgir os fotologs e sites de relacionamentos da vida, não demorou muito para que virasse uma espécie de celebridade virtual, e, a minha fama saiu da Áustria, e rodou os .com da vida. Eu não tinha idéia de que um vídeo caseiro iria fazer tanto sucesso. E não, não era aquele tipo de vídeo.

Com recém-feitos 18 anos, uns bons perfis em sites de relacionamento, milhares de fotos espalhadas na internet, e o status de celeb na minha cidade natal, eu resolvi fazer um vídeo relatando como seria um final de semana de Demi. E dude, eu garanto que final de semana mais agitado que o meu dá pra existir. Três dias e um milhão de acessos depois, recebi um convite da MTV Austríaca. E hoje meu programa já tem três meses. E muitos fãs. Digita no Google pra você ver!

O fato é que realmente é tudo verdadeiro! Sim, eu fui expulsa de duas escolas, e, a última só não vai me expulsar porque eu sou, tipo assim, um gênio. Sério mesmo. E porque quiseram deixar de lado a bomba que eu coloquei no banheiro masculino, em troca, porém, ganhei a medalha da olímpiada de física [ew!], mas, eu garanti que fosse uma troca justa, afinal, a bomba foi imensamente divertida, e vocês nem sabem como eu entrei naquele banheiro.....

Mas tudo tem um final. Err, talvez não um final, mas agora era hora da faculdade, e, o programa vendo isso como uma audiência a mais, me inscreveu na universidade de Carmel, com a seguinte fórmula: crazy girl + faculdade tradicionalista + espectadores dos Estados Unidos+farras = mais audiência no mundo inteiro. E argh, aqui estou eu, num avião para a cidade de Carmel [só aceitei porque dobraram meu salário, e porque a cidade tem o nome do cigarro].

Sabe, é até kinda of cool estar num lugar totalmente desconhecido e diferente do que pensava que seria, tipo, só fica seriamente ruim quando eu percebo que, no final das contas, eu estou aqui sozinha, sabe? Porque, venhamos e convenhamos, eu posso ser uma libertina social, ,mas, quando se trata de meus pais e meus verdadeiros amigos, bem, aí eu posso ser bastante conservadora. Meus pais ficam meio ressentidos ao ver minhas imagens na mídia austríaca, mas eles sabem o quanto verdadeira e leal eu sou. E isso é o que importa.

Ok, releva esse último parágrado. Isso foi tão not me . Aliás, cansei de falar também. EU tenho mais coisas a fazer, e essas não envolvem você, querido leitor. Bem, talvez envolvam. Se você for sexy.
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