Kisses and Punches! [fechado]

Eu estava em casa, sem fazer absolutamente nada, apenas dedilhando na minha guitarra, descobrindo uns acordes novos para a minha letra mais recente, enquanto estava deitado na cama, junto com o caderno de letras, e a minha nova guitarra branca da Fender, minha mãe chegou.

-Seth, já acabei de arrumar o estúdio?

-Foi?Que bom, pra quê, mãe?

ô cabeça de vento, você não disse que vinha uma amiga sua pra gravar aqui?

-Oh, droga! Eu me esqueci, os meninos estão aí embaixo?

-Adam e Lucas estão aqui, Seth...

-5 min e eu chego..

-Tic tac tic tac

Enquanto minha mãe saía, eu saí correndo com tudo, e troquei minha roupa, peguei minha guitarra, e desci correndo, a fim de me encontrar com Adam e Lucas, que eram meus amigos, e tocavam baixo e bateria na banda. Eu saí com eles, e fui até o depósito, que a gente tinha transformado em estúdio, e que era embaixo da casa, deixamos os instrmentos prontos, às três horas, pontualmente, a campanhia toca, eu fui atender...

-Hey garota!- falei

- Oh, eu sabia que você faria novos amiguinhos assim rápido!

As palavras da minha mãe ecoavam pela minha cabeça enquanto eu caminhava até a casa de Seth Stone. Não era muito longe da minha, mas também não era como se Carmel fosse do tamanho de Nova York. Meus protestos de "ele não é meu amigo mãe!" também ecoavam, me fazendo bufar com o quão idiota a situação era. Eu parecia uma criança do maternal, me recusando a brincar com os garotos só por serem garotos.

Eu tenho 17 anos. Eu deveria GOSTAR de garotos. E não me entenda errado. Eu gosto. Eu só não gostava dele. Então por que eu estou nervosa com o fato de estar indo pra lá? Isso não queria dizer que eu não posso admitir que ele tem talento. Talento pra música e para ser um total idiota, mas metade desses talentos me interessavam. Como não respeitar isso? Então eu me arrumei me rendi à minha própria idiotice e fui gravar a tal da música.

Não demorou muito para que ele atendesse a porta quando toquei a campainha.

-Hey garota!

Garota? Revirei os olhos, esperando ele me dar passagem e entrei na casa.

- Você tem piano certo? - Perguntei sabendo que provavelmente a resposta era óbvia, mas oras, vai saber, de repente ele havia simplesmente esquecido desse detalhe. Acontece nas melhores famílias. Por que não poderia acontecer com ele?

Eu abri a porta para Sam, mentalmente, eu estava falando um Wow para a roupa que ela estava usando, porque estava bem bonita, afinal de contas, mas eu não queria falar nada disso, ainda mais depois do que ela me respondeu depois,

Você tem piano certo?

-Boa tarde pra você também!- resmunguei audível.

E depois, fiz cara de assustado.

-Oh não! Eu não tenho um piano, você não ia trazer nas costas?

E comecei a rir, mas acho que ela não deve ter gostado muito das minhas brincadeiras, depois fechei a cara, e a conduzi até o estúdio.

-Adam, Lucas, essa é a Sam

E depois me virei para ela.

-E este é o piano- dando um riso maldoso ao ver a expressão surpresa dela ao ver o piano branco de cauda, com detalhes incrustados, que havia passado de geração em geração em minha família.

-Boa tarde pra você também!-

Eu dei uma risada pelo nariz quando ele falou isso. Se eu estava sendo idiota, posso muito bem ser idiota por completo.

-Oh não! Eu não tenho um piano, você não ia trazer nas costas?

Mas claro, ele poderia ser muito mais. Não que isso me surpreenda, eu só revirei os olhos, perguntando a Deus o que eu havia feito para merecer esse garoto, enquanto o seguia até o estúdio improvisado. Que pra um estúdio improvisado era até bem legal. Eu só estive em um estúdio uma vez na vida, e era uma coisa bem amadora. Esse aqui estava um terço à frente no caminho à vida profissional.

-Adam, Lucas, essa é a Sam - Ele disse, me mostrando para dois garotos que pareciam estar esperando especialmente por mim. Oh, como sou importante... Acenei com a cabeça para eles, que acenaram de volta com sorrisinhos idênticos nos rostos. Então Seth se virou para mim -E este é o piano.

Putz... O negócio era assim. Ancião! E isso é muito legal. Eram em pianos assim que Mozart ou Bach ou Tchaicovsky tocavam, e talvez esse tivesse sido feito na mesma época de algum deles! Passei os dedos suavemente pelas teclas no piano, sem conseguir esconder o sorriso. Seth Stone, você acaba de ganhar uns dois ou três pontinhos.

- Fino, Seth, muito fino. - Eu disse, ainda sorrindo. Não para ele, em todo caso. Por causa do piano. E só. Me sentei no banco, imaginando como seria tocar .a valsa da Bela Adormecida de Tchaicovsky nesse piano. É, não ia acontecer, mas eu não podia deixar de imaginar.

Tá, depois de conversarmos, um pouco, e de notar como Sam estava divagando com o piano, eu resolvi começar o que estávamos lá para fazer, e isso seria tocar.

Eu então juntei Adam e Lucas, para começarmos a fazer uma base da música, a minha idéia seria, começar com pequeno solo, de cerca de 15 segundos com o piano somente, depois entrariam, a bateria, o baixo, e a guitarra, sendo que a bateria entraria um pouco antes, e, com cerca de 20 segundos de música, eu começaria a cantar, e o final, seria a mesma coisa, terminando com um pequeno solo de piano.

Eu explanei a eles a minha idéia, e começamos a tocar, antes de Sam, para dar uma idéia geral do que seria a música, com isso, demoramos algum tempo para arrumar os acordes, e tentarmos fazer o que achávamos que ficava bom, nada muito leve, nada muito pesado, uma coisa soft, com batidas ritmadas

Quando estávamos satisfeitos, era hora do primeiro ensaio com todos ao mesmo tempo. Respirei fundo, olhei para os meninos, que deram okay com a cabeça, e, depois, me virei para Sam.

-Pronta?

Passamos um tempo combinando arranjos e tudo mais, tendo idéias, e então decidimos começar. Seth repassou tudo com Lucas e Adam que eram bons também. Eu nunca poderia pensar que eles eram tão talentosos, e isso me irritava levemente. Quer dizer... Por que eles não podiam simplesmente ser os garotos populares e babacas? Com a parte do talento eu teria que RESPEITAR um pouco o tipo.

- Pronta?

Seth me perguntou e eu sorri de lado.

- Sempre. - Respondi, me virando para o piano, correndo meus dedos pelas teclas, como se me aquecesse e começando a tocar os acordes que já havia aprendido durante a semana. É, eu fiquei tocando, dá licença? A música é boa.

Ao toque de okay de Sam, começamos a tocar.

Ela começou com o piano, seguindo os suaves acordes. Eu, Lucas e Adam trocamos olhares. Ela realmente boa. Muito boa mesmo.

Depois veio a bateria, e então o baixo e a guitarra, logo depois, eu comecei a cantar. Tudo estava fluindo, parecia que a música tinha tomando conta de todos nós, era uma coisa indescritível, nenhum de nós havia errado um simples acorde.

Então, depois de 5 minutos, a música havia acabado.

Nos olhamos, assustados e eufóricos ao mesmo tempo, não falamos nada, eu simplesmente consegui dizer:

-Uau!

E depois, eu falei:

-Acho que estamos prontos para gravar, e vocês, o que acham?

Cara. Foi meio surreal. Quer dizer... A música soava simplesmente bem demais. E não era porque eu estava tocando piano nela. (Ou talvez fosse 25% por isso). Quando a música terminou eu não consegui nem não olhar espantada pros outros três, que estavam tão embasbacados quanto eu.

-Uau! -Acho que estamos prontos para gravar, e vocês, o que acham?

Seth foi o primeiro a falar e nós três balançamos a cabeça em concordância. Quer dizer, estava bom o bastante, se melhorasse ia ser até pretensioso demais. Adam e Lucas concordaram mais entusiasticamente. Eu apenas balancei a cabeça, me segurando um pouco para não sorrir.

Os garotos ajeitaram tudo enquanto eu esperava e então começamos de novo.

Tudo fluiu ainda melhor que da primeira vez, a melodia me fazia arrepiar, cara. Mas melhor ainda era a voz de Seth. Ele gravou depois, claro e eu fiquei assistindo. Meu. Deus. Do. Céu. Por que ele não podia cantar mal? Sério? Tipo... Se eu fechasse os olhos e só escutasse ele cantando eu poderia até mesmo gostar dele. Isso era muito errado.

Começamos a gravar, os instrumentos separadamente, após tudo isso, a demo tinha ficado absolutamente perfeita, e então, eu olhei para o relógio, já havia passado a hora que a gente tinha programado.

Lucas e Adam foram embora, pra aula de baixo e bateria, e eu fiquei sozinho com Sam.

Bem, não que isso fosse uma coisa má. Não mesmo.

O clima ficou meio desconcertante.

-É isso aí...

Comentei

Ok, por que eu não fui embora junto com o Lucas e o Adam? Tipo... Eu não sei o que deu em mim. Não sei mesmo... Eu simplesmente fiquei ali esperando o Seth terminar de gravar o CD. E brincando com o piano. Eu gostava de pensar que ainda estava ali pelo piano de Tchaicovsky (ok, isso era só um apelidinho, o piano não era de Tchaicovsky, mas eu gostava dele como se fosse).

- É isso aí...

Ele disse, notando o silêncio que havia se abatido e segurando o cd gravado com a demo. Eu me virei para ele ainda sentada no banquinho do piano.

- É. - Eu disse, me levantando e apontando para o CD na mão dele. - Hey, eu posso ter uma cópia disso? - Disse, pegando o cd das mãos dele.

Cara, eu mencionei que ele tem umas mãos muito.... Muito?

Eu olhei para ela enquanto gravava o cd, ela era bonita,e ainda ficava melhor tocando levemente no piano, eu a olhei, enquanto o cd estava terminado

Hey, eu posso ter uma cópia disso?

Ela falou, indo logo se levantando, e pegando na minha mão, quer dizer, no cd, só que, eu ainda não tinha acabado de colocar ele totalmente na caixinha, de modo que, o cd estava fora dela, e, quando ela pegou o cd, o mesmo caiu no chão.

Nos entreolhamos.

-Viu o que você fez?

Falei, irritado, pegando o cd, e vendo se ele tinha riscos

-Viu o que você fez?

Ele me olhou acusadoramente. Olha, não é minha culpa se ele não sabe colocar um cd na capa direito! Ele pegou o cd do chão, analisando a superfície. Ah, mal tinha um arranhão! Quem ele pensa que é pra falar assim comigo? Aquele gande idiota.

- E é minha culpa se você não sabe guardar um cd? - Eu disse tão irritada quanto ele, e me dirigindo até a porta. - Fica com isso, esquece... E não precisa me acompanhar eu sei onde é a porta.

- E é minha culpa se você não sabe guardar um cd? -- Fica com isso, esquece... E não precisa me acompanhar eu sei onde é a porta.

A culpa era dela, e ela iria colocoar a culpa em cima de mim? Ela foi sindo irritada até a porta, então eu saí correndo atrás dela, e a peguei pelo braço, ela não ia se safar assim, ia ouvir poucas e boas

E... foi aí que acabou-se tudo.

Quando eu a peguei pelo braço, ela olhou irritada para mim, e nossos olhares se encontraram. Por um instante o sentimento de irritação acabou e eu..

A Beijei.

Já falei que era impulsivo? Pois, eu sou..

E eu a beijei

Beijei a Sam, a garota que me odiava. Mas eu a beijei.

Ooops.

Eu estava saindo da casa dele, totalmente irritada quando senti ele me segurando pelo braço e me virando, me segurando bem perto dele de modo que eu pude analisar, ainda que continuando irritada, seus traços. Meu Deus, se ele não fosse um babaca tão gr...

Eu nem consegui terminar meu pensamento, por que antes de falar qualquer coisa, ele me puxou mais para perto e me beijou... E céus, era tão errado ser tão bom ficar assim perto dele... E sentir os lábios dele nos meus e gostar... E reagir instintivamente colocando uma mão nos ombros dele, e corresponder ao beijo. Era muito errado porque ele era um babaca e quem iria quebrar a cara com isso seria eu. Ah, se você pudesse ser um pouco menos cheio de si, Seth...

Eu afastei meus lábios dos dele e puxei meu braço, olhando ainda irritada para ele e então, senti minha mão esquerda se fechar e se mover com força em direção ao nariz dele. Mais um instinto.

Um instinto que dói.

Certo, o beijo foi bom...bem, não bom, ótimo para falar a verdade...Era difícil de admitir que a garota realmente beijava bem, e, o melhor de tudo, ela estava me correspondendo, ela havia colocado levemente a mão no meu ombro, e nossos lábios estavam em perfeita sincronia..

Até que..

Ela acabou com o beijo, e, do nada, ela me dá um murro.

Vocês ouviram bem...

UM MURRO

Eu olhei abismado para ela, enquanto colocava a mão no nariz, que , por sorte, não havia sangrado.

-Você é louca ou se faz, garota? - falei, gritando...-Nem venha se fazer de ofendida, que você estava gostando.- Mas só me faltava essa agora.

-Você é louca ou se faz, garota? -Nem venha se fazer de ofendida, que você estava gostando.

Ele estava gritando comigo??? Ok, eu dei um soco no nariz dele que nem EU esperava dar, mas eu não agarrei ele do nada. E eu jamais jogaria o fato de que havia gostado na cara dele.

- Olha, não vem gritando comigo não, oh, garoto. - Eu cruzei o braço, sentindo os ossinhos da minha mão estalarem. Cara, que nariz mais DURO esse garoto tem. - Eu sinto muito pelo seu nariz, mas o que você espera quando sai agarrando garotas do nada? Que elas depois caiam ao seus pés? - Eu apertei os olhos e respirei fundo, porque ah, AGORA eu ia falar o que mais queria falar. - Mas aqui, se você quer saber, você beija muuuito bem... Mas é exatamente por essa atitude aí que isso não quer dizer nada. - Eu dei um sorrisinho de lado, me sentindo vitoriosa. - Não é um beijinho que vai me fazer gostar de você, garoto.

Olha, não vem gritando comigo não, oh, garoto.Eu sinto muito pelo seu nariz, mas o que você espera quando sai agarrando garotas do nada? Que elas depois caiam ao seus pés?Mas aqui, se você quer saber, você beija muuuito bem... Mas é exatamente por essa atitude aí que isso não quer dizer nada Não é um beijinho que vai me fazer gostar de você, garoto.

O telefone do hospício, por favor! Eu estava falando com uma louca completa. Pô parar! Eu podia ter começado, mas ela com certeza correspondeu com a mais alta das expectativas, nem vem!

-Olha só, pessoa! E quem disse que eu quero que você goste de mim? Eu tenho milhares de garotas aos meus pés, não me importaria se você gostasse ou não!- Certo?Certo?Certo né?

Seth, tem algo de muito errado acontecendo com você...

-Olha só, pessoa! E quem disse que eu quero que você goste de mim? Eu tenho milhares de garotas aos meus pés, não me importaria se você gostasse ou não!

Eu dei uma risada meio maníaca. Mas oi, era pra eu me sentir afetada por essa frase?

- Que ótimo. Espero que elas saibam tocar piano, Seth. - Eu disse, controlando a minha risada.

E ok... A idéia de ele com várias garotas me incomodou. Mas só um pouquinho.

Que ótimo. Espero que elas saibam tocar piano, Seth.

Certo, eu sabia que nunca iria conhecer uma pessoa que soubesse tocar a música do jeito que ela tocava. E isso me irritava profundamente.

-Isso não é a coisa mais difícil do mundo, okay? Você é que se acha um protótipo de Mozart

Eu já disse que eu estava irritado com ela?

Muito irritado, absurdamente irrtado, irritado ao ponto de querer beijá-la de novo.

Opa! Se segura, Seth

-Isso não é a coisa mais difícil do mundo, okay? Você é que se acha um protótipo de Mozart

Ele parecia irritadinho. E ficava uma gracinha assim. E eu revirei os olhos.

- Mozart não, queridinho. Tchaicovsky. - Eu sorri de lado. - Então, Seth, quando você... Sei lá... Crescer, você sabe onde me achar. E bote um gelo nesse nariz.

- Mozart não, queridinho. Tchaicovsky. - Então, Seth, quando você... Sei lá... Crescer, você sabe onde me achar. E bote um gelo nesse nariz.

E ela falou isso indo em direção à saída.

-Samantha, você esqueceu uma coisa!- gritei.

Ela se virou, e então eu a beijei, pela segunda vez naquele dia, e ela correspondeu, justamente como na primeira. Eu então cortei o beijo, a deixando sem falas.

-E agora, nem venha dizer que você não correspondeu- e, dizendo isso, fechei a porta, sem esperar pela sua resposta.

Eu ri comigo mesmo, e fiquei enconstado por um tempo na porta.

Depois fui até o meu quarto, estava com vontade de escrever uma música, e já sabia exatamente sobre o que escrever...e o título? fácil: Kisses and Punches...

Eu ri com a minha idéia, e me pus a escrever minha nova música, começando logo coma primeira linha do refrão:

-You know you feel that too..





FIM

Enxuguem suas lágrimas, por favor.