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Face a face com o sobrenatural. Baseado na série de Meg Cabot, 'A Mediadora'.
 
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The more you try, the less I buy it. (Fechado) Atrama

Deu-se inicio de mais um semestre na cidadezinha de Carmel. Misterios estão sendo, pouco a pouco, revelados e segredos antes bem guardados, estão começando a vir a tona. Bruxos, Mediadores e Fantasmas se encontraram, chocando-se uns com os outros, e sem conseguir evitar os ligigos, as paixões avassaladoras, o ódio ou o amor. E agora? Que escolha você fará?

Bem vindo ao jogo!
Big Brother Carmel
- CALENDÁRIO -


Dia on:
11 de Setembro
Clima: Levemente fresco em Carmel. Algumas nuvens começam a nublar o céu; uma ameaça delicada à uma chuva vindoura.
Horário: Noite.

OFF: Favor finalizar suas ações até o dia 14 de setembro. A partir daí, poderão postar livremente na categoria Big Brother Carmel. Ps.: Só poderão postar os personagens que receberam uma mp da Admnistração.
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Agradecimentos à Meg Cabot, por ceder-nos a maravilhosa série de livros 'A Mediadora', e aos players e jogadores do board.

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Obrigada.

 

 The more you try, the less I buy it. (Fechado)

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Grace H. Giordanni
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MensagemAssunto: The more you try, the less I buy it. (Fechado)   The more you try, the less I buy it. (Fechado) EmptyDom Jul 26, 2009 5:01 pm

A cinza acumulada na ponta do cigarro caiu sobre a parte emborrachada do meu tênis quando levei-o aos lábios e dei uma tragada, mas não estava realmente reparando. Estava mais intrigada em entender porque, em sã consciência, alguém iria se divertir com aparelhos e lanternas em uma espécie de replica do cemitério de Carmel. Não que imaginasse que as pessoas fossem convidadas para estar nesse lugar fossem normais – inferno, eu tinha sido convidada e a ultima coisa que poderia me descrever era a palavra normal –, mas aquilo era mórbido além do aceitável.

Giorgio me entregou o envelope que me levara até ali naquela manhã, logo quando alcancei o fim das escadas de casa, completamente atrasada para o trabalho. Não abri de imediato, deixei pra fazer isso quando estivesse devidamente sentada em meu desconfortável cubículo no Pinhão de Carmel. Mas levando-se em conta o belo palavrão que soltei assim que terminei de ler o que a caligrafia floreada dizia, tenho certeza que o melhor momento para tê-lo feito seria dentro do carro, segura e com a probabilidade do meu chefe me ouvir bastante reduzida.

Tive de ligar para Giorgio, é claro. Achava sim que era uma piadinha sem graça, mas aquela caligrafia não era dele. Giorgio tinha a letra fresca como muitas mulheres, só não tão fresca quanto aquela. O que me fez pensar na segunda pessoa mais provável a fazer piadinhas sem graça comigo e que podia facilmente forjar uma caligrafia qualquer.

Pensei em Evelyn com bastante força e um pouco de fúria, o suficiente para a senhora entender que sua neta não estava feliz – e em poucos minutos, lá estava o espectro, sentada sobre a minha mesa como todas as vezes que resolvia aparecer no jornal. Garantiu-me que não ia perder tempo escrevendo bilhetinhos como uma criança para mim e me encorajou a ir até esse Salão Principal – ou coisa assim – como estava no convite.

E, depois de passar em casa para tirar os sapatos de salto alto, colocar os all stars brancos e pegar uma jaqueta de couro justa para enfrentar aquele arzinho frio da noite, lá estava eu, na parte de fora do tal Salão Principal, encostada na caminhonete azul. Já chegara ao terceiro cigarro da tarde e não parava de amaldiçoar a grande pessoa que possa ter me enviado aquele pedaço de papel.

Não pretendia entrar de qualquer maneira, mas em alguma parte do meu dia, havia decidido que talvez uma olhada na tal festinha não faria mal. O único problema foi que quanto mais próxima estava do local indicado, mais o meu radar de esquisitices apitava como louco – tinha uma espécie de energia muito estranha à volta daquela construção, uma energia ruim, e eu não costumava ignorar meus instintos nesses assuntos. Eles geralmente tinham razão.

Deixei a fumaça escorregar por meus lábios e mexi o pé de leve para tirar a cinza da parte branca emborrachada do tênis, com toda a certeza ficaria uma marca esfumaçada. Ótimo. Torci os lábios, desgostosa, ouvindo as pessoas que estavam no cemitério de brincadeira. Por que eu ainda estava ali mesmo?
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Diego Hoew
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MensagemAssunto: Re: The more you try, the less I buy it. (Fechado)   The more you try, the less I buy it. (Fechado) EmptyTer Jul 28, 2009 8:28 am

O dia não estava bom. Na verdade, não era O dia em particular. TODOS os dias em Carmel para mim estavam entediantes. A cidade é pequena, calma e interiorana demais e isso me irritava profundamente. Me divertir em bares da vida ia cansar um dia e eu nem imagino o que eu farei quando esse dia chegar.

Uma coisa diferenciava aquele dia dos outros; o fato de eu ter recebido das mãos de um completo estranho logo pela manhã, um papel - aká, um convite - pra mais tarde ir a um certo endereço. Analisemos os prós e os contras;
Prós: 1. Eu não tinha nada a perder 2. Poderia ser divertido 3. Se tiver mulheres, SERÁ divertido 4. É melhor do que ir pro bar novamente 5. É minha chance de conhecer melhor Carmel
Contras: 1. Poderia NÃO ser divertido 2. Poderia ser uma piada sem graça 3. Poderia ser perigoso 3. Poderia não ter mulheres

É, também poderia ser perigoso, mas... Risquei da minha lista pois eu sou um bruxo. O que seria mais perigoso do que eu? Analisando os prós e contras citados, cheguei a conclusão que eu deveria mesmo ir.

Esperei calmamente o dia passar - até porque naquela maldita cidade não tinha nada que realmente agitava meu dia e eu não estava tão empolgado assim pra ir tão cedo pr'aquele lugar - e chegada a hora, não quebrei tanto a cabeça com o que vestir. Tenis preto, uma calça jeans qualquer e uma blusa preta. Não ia me arrumar tanto assim, já que depois, se não tivesse nada lá, eu iria pro bar mesmo. Aliás, malditos sejam aqueles que me entregaram esse convite, se não tiver nada lá, vou me divertir caçando todos, brincaram com o bruxo errado. Peguei meu casaco - incrivel, preto também. Se eu estivesse indo a um velório não estaria tão Men.In.Black. assim -, tomei um gole de whisky e saí com o carro, portando o endereço em mãos e algum dinheiro no bolso.

Parei uma rua antes e segui a pé, a rua parecia perigosa pro carro e como não ia ficar por perto do carro, resolvi deixar num lugar movimentado. Bom, o endereço dava num lugar que não tinham lá muitas pessoas, mas também não estava tão vazio. Acho que se fosse uma piada sem graça, bastante gente havia sido enganada até.

Quanto mais eu me aproximava, mais eu via, misturado a escuridão noturna, a cena bizarra das pessoas brincando pelo cemitério. Eu já disse que Carmel é uma cidade estranha? Não? Digo agora, esse lugar é estranho e a maioria dos cidadãos de Carmel também são. Havia uma coisa estranha naquele lugar, me dava uma sensação estranha... Meus pensamentos foram interrompidos quando vi uma caminhonete azul monstruosa que aguardava encostada ali perto. Mas não só a caminhonete me chamou atenção; havia uma moça - bela moça - encostada nela. Parecia irritada e... Bom, eu esperava encontrar mulheres, certo? Lá está uma e está sozinha, presa perfeita. Olhei para o cemitério novamente, que parecia me chamar... A moça... O cemitério... moça... cemitério... moça... O quê eu estou fazendo? Claro que ela! Desviei minha rota decidido a chamar a atenção dela, que parecia concentrada demais olhando para o tenis. Ela era mais bonita ainda de perto, devo dizer, ainda que não tenha a visto totalmente. Estava encostada no capo do carro, uma bela lataria azul, aliás.

Me aproximei e dei uma pequena batida no lado da caminhonete, com todo cuidado pra não danificar nada, porque se o carro fosse dela, RAPAZ, a mulher tinha bom gosto e não ficaria muito contente comigo caso eu marcasse aquela maravilha, até pensei em passar meu casaco lá depois pra apagar as digitais.

- Opa... A senhorita vai ficar parada por aqui? Pode ser perigoso. - Sorri galante e me aproximei. Na verdade, saiu uma frase indesejada, eu queria mesmo era falar "Hoew, Diego Hoew. E você?" mas meu nome não só me causaram boas coisas, algumas ruins também, então acho que o meu bom senso falou mais alto. Ela olhou pra mim e... Bonitos olhos azuis, hmm... Que interessante.
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MensagemAssunto: Re: The more you try, the less I buy it. (Fechado)   The more you try, the less I buy it. (Fechado) EmptyQua Jul 29, 2009 12:36 am

Encarei os tênis, agora não tão iguais assim, e soltei um suspiro quase que inaudível. Não era a primeira vez que sentia estar me metendo em uma grande furada por conta da habilidade de ver fantasmas e me ‘deslocar’ até a sala de espera do purgatório, mas dessa vez eu tinha uma grande vantagem – podia simplesmente entrar no carro e dar no pé. A pergunta era, por que não fazia isso? Talvez fosse curiosidade, saber o que diabos poderia acontecer ali... O único problema é que ela já matara gatos.

Apaguei os gatos finados da mente e franzi o cenho, colocando o cigarro entre os lábios e procurando a chave da caminhonete no bolso traseiro da calça. Meus pensamentos, que haviam sido redirecionados a probabilidade de conseguir acender uma fogueira na praia aquela hora da noite, foram interrompidos por um barulho de lataria. Virei o rosto na direção do capô do carro, pronta para espantar um provável cachorro e, para minha surpresa, achando um cara no lugar deste. Estava totalmente vestido de preto e tinha um sorrisinho que praticamente gritava ‘canalha’ no rosto, ou pelo menos foi o que consegui ver pela luz precária que vinha do cemitério de brincadeirinha.

Eu tinha certa hierarquia em termos de proteção. Um, você não mexia com pessoas que eu amava; dois, você não mexia comigo; e finalmente três, você não mexia com as minhas coisas, sendo o meu carro o primeiro item destes. Aquele cara, seja quem fosse, obviamente não sabia disso, porque eu estava sentindo que depois de quebrar o numero três, estava prestes a arriscar quebrar o numero dois, ainda mais depois da horrivel tentativa de iniciar uma conversa. “Opa... A senhorita vai ficar parada por aqui? Pode ser perigoso.

Ergui uma sobrancelha para o que disse e decidi, a título de educação, lhe dar o beneficio da duvida. Estava arrumado demais pra um mero hipotético assaltante de rua. Provavelmente fomos convidados para o mesmo lugar, já que não haviam áreas residenciais ali por perto, e poderia ter interpretado sua expressão de maneira errada, ainda mais àquela luz. Talvez fosse só alguém tão deslocado quanto eu querendo socializar, fora que eu estava há bons 15 minutos sem fazer nada naquela rua de qualquer maneira, parar de aumentar minhas chances de arrumar câncer de pulmão e jogar conversa fora era uma opção. Claro, eram apenas suposições e se algo saísse do controle, vale lembrar que quem tinha a chave da caminhonete monstro que podia passar por cima de pessoas era eu.

Perigoso. Certo.” Coloquei a chave do veiculo no bolso da jaqueta e tirei o cigarro dos lábios. “Perigoso como um cara vestido de preto saído do nada bater no seu carro ou como pessoas procurando fantasmas num cemitério de mentira?” Dei-lhe um olhar levemente avaliativo da cabeça aos pés – sério, ele ia para uma confraternização ou para uma seita satânica? Voltei a olhar para frente, outra tragada no cigarro. “Nas duas situações, acho que não preciso da CIA pra me defender, obrigada.
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MensagemAssunto: Re: The more you try, the less I buy it. (Fechado)   The more you try, the less I buy it. (Fechado) EmptyQua Jul 29, 2009 9:48 am

Que noite bizarra. Ver aquela gente brincar no cemitério ela loucura demais até pra mim. O que tinha de interessante lá? Se eu estivesse lá provavelmente iria brincar de dançar Thriller. Ou de assustar as crianças. Nada mal, se caso a investida na dos olhos azuis não desse certo, eu já sabia o que fazer pra não precisar tomar rumo de boates.

Mas voltando ao presente momento, após chamar atenção da mulher, creio que ela me analisou alguns instantes. Eu não podia dizer que estava bem vestido, na verdade, só faltava o óculos preto e eu estaria pronto pra chorar num velório. Mas ainda assim, eu fui legal, não fui? Tentei ser o mais simpático possível, até porque aquele dia era um dos raros dias em que eu não tinha acordado com TANTO mau humor.

Após me analisar dos pés até o ultimo fio de cabelo ela resolveu se pronunciar. Acho que quem estava de mau humor hoje era ela, mas quem se importa? Não vou morar com ela, é só uma noite.

- Perigoso. Certo. Perigoso como um cara vestido de preto saído do nada bater no seu carro ou como pessoas procurando fantasmas num velho cemitério de mentira? - Erm... Acho que ela não gostou mesmo muito de mim. Na verdade, até que ela tinha razão. Acho que bater no carro não foi uma maneira de dizer 'Hoew, Diego Hoew'. Pra mim, esse mau humor é falta de alguma coisa, e se ela quiser eu posso ajuda-la. Ela deu outra tragada no cigarro e continuou - Nas duas situações, acho que não preciso da CIA pra me defender, obrigada.

Encostei no carro ao seu lado ainda a olhando; que maldita luz fraca! Aliás, luzes. Os unicos momentos de claridade que eu tinha para ver o rosto dela eram os feixes de luz de lanternas e a fraquíssima luz que a lua - solitária no céu - mandava até nós. Eu estava até disposto a correr lá no cemitério para roubar uma lanterna de um daqueles pirralhos barulhentos só pra enxerga-la melhor, mas acho que se eu fizesse isso ela poderia fugir, e provavelmente eu não encontraria uma mulher bonita dentro de um cemitério, e ainda que encontrasse, ela se interessaria mais em coisas mortas no momento. Desisti de tentar ativar minha visão noturna e olhei para o cemitério, soltando um riso um terço forçado, um terço ironico e um terço debochado das colocações que ela havia feito anteriormente. Vi duas pessoas saindo do cemitério, enquanto outras chegavam. O lugar estava cada vez ficando mais movimentado. Virei de lado, ainda encostado no carro, cruzei os braços e voltei a fita-la, ignorando o possível fora que ela acabara de me dar;

- É, acho que não foi a melhor maneira de me apresentar, não? - Olhei para o carro, fingindo estar preocupado de ter danificado aquela perfeição e voltei a olha-la - Belo carro. É seu? - Sei lá, ela podia ser casada e o carro do marido que estava dando uma de idiota brincando lá dentro.. Tinham mil possibilidades. Ou era apenas uma pergunta idiota pra puxar assunto mesmo. - Então deixa eu tentar novamente... Olá. Eu sou Diego. Seu nome é..? - Sorri novamente pra ela, tentando buscar algo recíproco. O lado bom da história inteira, é que pela primeira vez eu estava cantando uma mulher quase dentro de um cemitério. Acho que se contar isso pra alguém, ninguém acredita.
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MensagemAssunto: Re: The more you try, the less I buy it. (Fechado)   The more you try, the less I buy it. (Fechado) EmptyQui Jul 30, 2009 1:31 am

Foi com uma rápida olhada a minha volta, quase não conseguindo distinguir formas naquela escuridão, que notei como estava enferrujada. Em Ely, a única coisa que tinha certeza de fazer bem, mesmo depois de aspirar todas as minhas economias do mês em alguma festa, era conseguir me esgueirar pelas portas de vidro da varanda do quarto de Athos sem o menor problema e sem chamar atenção de ninguém – além do meu pequeno, mas era o quarto dele – e tudo isso na maior penumbra das 3, 4 horas da manhã. Nessa época eu tinha no máximo 16 anos, e agora com os malditos 24-quase-25, me sentia cega – sendo que nem era meia noite.

E aparentemente não era a única que estava me sentindo irritada com o fato de não poder enxergar direito muito a frente do meu rosto. Vi pelo canto dos olhos o garoto que tinha aparecido do nada se apoiar no meu carro, olhando para a única fonte de luz além da lua naquele momento, o cemitério, que eu tinha certeza de estar mais cheio que há quinze minutos – sério cara, mórbido. O garoto deu uma risadinha, virei o rosto novamente em sua direção em quanto dava a última tragada do cigarro. Tinha detectado certo escárnio no riso, pra não falar o quão forçada fora.

É, acho que não foi a melhor maneira de me apresentar, não?” Ele olhou para a caminhonete. “Belo carro. É seu?” Fiz que sim com a cabeça. Apesar do fato de eu ter me incomodado com ele batendo no veiculo praticamente já ter respondido isso, estava lhe dando um crédito por se esforçar em puxar assunto (e por dizer que o carro era bonito. A gente sabia, mas não custava reforçar a idéia). Eu já teria desistido; perseverança nunca foi o meu forte, especialmente em relação a pessoas. “Então deixa eu tentar novamente... Olá. Eu sou Diego. Seu nome é... ?” Finalmente algo que parecia uma apresentação. Deixei o filtro do cigarro cair no chão perto dos meus pés e pisei sobre ele, apagando-o.

Ah é, minha parte do dialogo, certo? “Grace.” E estendi a mão esquerda. Não era a que eu usava para cumprimentar pessoas, mas a maioria odiava ficar com a mão cheirando a cigarro depois de cumprimentar alguém – e aquele marlboro light era uma vadia nesse quesito. Vê, fui muito educada. Falando em educação, estava cada vez mais achando que era sorte Evelyn não ter ido comigo até ali, e não só sorte pra mim. Ela teria feito um belo discurso na cabeça do tal Diego sobre etiqueta em situações sociais em que fosse preciso se apresentar a alguém, como o fato de começar pelo seu nome.

Bom Deus, eu estava pensando como a minha avó. Aquele cemitério de mentira tinha sido rebaixado pra segunda coisa mais assustadora da noite. “Existem outras maneiras melhores de se apresentar, na verdade...” Continuei, distraidamente. “Foi convidado para a confraternização das pessoas estranhas também?” Arrisquei, no mesmo tom levemente avoado, mas tentando demonstrar interesse na conversa. Sabia a impressão que as pessoas tinham ao me conhecer, Giorgio fizera questão de jogar isso na minha cara há alguns anos. A maioria dessas pessoas não acreditava, mas falava sério quando dizia que quase nunca acordava mal humorada – aquele jeito meio cinza e ácido era o meu normal.

Perdão se sorrisos desnecessários e demonstrações exageradas de ânimo não fazem meu tipo.
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MensagemAssunto: Re: The more you try, the less I buy it. (Fechado)   The more you try, the less I buy it. (Fechado) EmptyQui Ago 13, 2009 3:53 pm

Minha vontade naquele exato momento... era correr e roubar uma lanterna de uma daquelas crianças atentadas que corriam pelo cemitério. Mas era maldade demais, tipo, "roubar doce de criança"? Quer dizer, não pra mim, eu faria isso se fosse preciso, mas nunca se sabe quanto a ela. Eu não queria causar uma má impressão, afinal, a primeira é a que fica. Não que eu me interessasse muito na impressão que eu causo, na verdade, não tenho o mínimo interesse nisso. Meu interesse estava em outra coisa no momento...

Ela balançou a cabeça de forma afirmativa, confirmando sobre o carro ser dela. Bom, admito que fiquei meio preocupado quando percebi que puxei assunto com uma mulher falando sobre... um carro?! Quer dizer, eu podia falar sobre o tempo, a lua, o cemitério, o basquete e falei sobre... o carro. Mas tudo bem, acho que ela curte isso de carro. Uma mulher que gosta de carros, tem uma bela caminhonete azul e é - pelo menos até onde a luz permitia-me ver - linda. Eu tirei na sorte grande quando aceitei vir até aqui. Ela jogou o filtro do cigarro no chão, estendendo sua mão logo em seguida. Sorri e apertei sua mão, sem muita cerimonia ou euforia.

- Grace. Existem outras maneiras melhores de se apresentar, na verdade... Foi convidado para a confraternização das pessoas estranhas também? - Me sinto mais feliz agora. Ainda bem que não foi só eu que percebi o quão fora do comum, pra não dizer bizarro, aquele lugar era.

Cheguei lentamente mais pra perto, encostando um pouco meu corpo no dela. Fui bem cuidadoso, não queria que ela olhasse pra mim com cara de "vaza.". Ainda que eu não pudesse ver mesmo se olhasse. Aliás, maldita seja - novamente - a iluminação. Eu não podia ver como ela reagia direito as minhas "investidas", isso aumentava mais minha impaciencia.

- Sim, fui sim. Mas ainda não entendi o objetivo disso tudo. Nem os critérios que eles usaram pra escolher. - afirmei olhando de forma vazia para o cemitério, sem procurar nada em especial. Tornei a olhar para Grace. - Mas então, vai ficar aqui a noite inteira? Sei lá, devem ter coisas melhores a se fazer, não? - Sorri erguendo uma sombracelha. - Se quiser podemos dar uma volta, vai ser até divertido. - disse tirando a chave do carro do bolso.

Eu pelo menos não me imaginava a noite inteira observando ou cavucando um cemitério, e, espero sinceramente que ela também não. Acho que o fato dela estar ali parada e não ter entrado até o momento era um sinal perfeito disso. Grace parecia muito bonita pra ser adepta dessas coisas bizarras, sem falar que estava sozinha. Mulher sozinha comigo por perto não dura muito tempo, ela não seria uma exceção.
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Grace H. Giordanni
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MensagemAssunto: Re: The more you try, the less I buy it. (Fechado)   The more you try, the less I buy it. (Fechado) EmptyDom Ago 16, 2009 7:44 pm

Tinha levantado os olhos para a lua enquanto cruzava os braços abaixo dos seios, tentando lembrar aonde diabos tinha enfiado meu maço de cigarros – pro inferno aquela história de diminuir as chances de arrumar câncer de pulmão, ao menos ia morrer antes de ver o mundo descer por água abaixo e entorpecidamente relaxada – quando o garoto voltou a falar.

Senti-me um tanto desconfortável, e foi apenas mexer levemente o braço para entender o porquê – Diego tinha sorrateiramente se aproximado mais do que o protocolo de conversas casuais considerava perigoso, praticamente ficando em cima de mim. Talvez não tanto, mas estava próximo além do que eu achava necessário, o que fez uma leve onda de arrependimento passar pela minha espinha. Já podia até ver onde aquilo ia dar, e tinha certeza que ‘agradável’ não era uma das palavras que poderia descrever meus pensamentos.

Sim, fui sim. Mas ainda não entendi o objetivo disso tudo. Nem os critérios que eles usaram pra escolher.” Ah, bom ter a confirmação de que ele era um dos escolhidos sabe-se lá por quem para ter a feliz habilidade de ver espectros andando por aí, me sentia muito mais feliz e completa agora que sabia não ser a única pessoa ferrada no mundo. “Mas então, vai ficar aqui a noite inteira? Sei lá, devem ter coisas melhores a se fazer, não? Se quiser podemos dar uma volta, vai ser até divertido.

Foi quando ele terminou de falar que resolvi tirar os olhos do gigante prateado no céu para encará-lo, ou pelo menos tentar. A primeira coisa que fiz foi dar um belo olhar para o braço que estava encostado no meu, e tentei deixar bem claro, mesmo com a falta de luz, que não tinha sido para admirar o casaco que ele estava vestindo ou seu bíceps. O que queria dizer com os olhos, na verdade, era que se ele não desencostasse, ia arrancar o braço dele fora.

Acho que não era preciso dizer que todo o meu debate interno sobre ser uma pessoa gentil e educada tinha ido pro inferno, o que dá mais forca à minha teoria de que não se pode ser legal o tempo inteiro – as pessoas acham que podem passar cantadas escrotas em você. “É, tá. Olha, estou certa de que, infelizmente, morreria de tédio se desse uma volta com você.” Acho que tinha sido um tanto seca e/ou direta demais. Fazer o que. “E ver as pessoas no cemitério parece interessante. Observar o comportamento delas, você sabe.” Teria respondido contando minha teoria sobre o tipo de pessoas que haviam sido convidadas, só que tinha perdido o clima de jogar conversa fora. “Mas obrigada pelo convite.

Mexi o braço como se houvesse um bicho nele, tentando dar um fim em todo aquele contato. Parecia exagero, ainda mais levando em conta que ele estava com um casaco e a minha jaqueta era de couro, mas eu não gostava mesmo assim. Espaço pessoal, cara, já ouviu falar?
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MensagemAssunto: Re: The more you try, the less I buy it. (Fechado)   The more you try, the less I buy it. (Fechado) Empty

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