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Face a face com o sobrenatural. Baseado na série de Meg Cabot, 'A Mediadora'.
 
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Nice (or not) to meet you. (Fechado :~) Atrama

Deu-se inicio de mais um semestre na cidadezinha de Carmel. Misterios estão sendo, pouco a pouco, revelados e segredos antes bem guardados, estão começando a vir a tona. Bruxos, Mediadores e Fantasmas se encontraram, chocando-se uns com os outros, e sem conseguir evitar os ligigos, as paixões avassaladoras, o ódio ou o amor. E agora? Que escolha você fará?

Bem vindo ao jogo!
Big Brother Carmel
- CALENDÁRIO -


Dia on:
11 de Setembro
Clima: Levemente fresco em Carmel. Algumas nuvens começam a nublar o céu; uma ameaça delicada à uma chuva vindoura.
Horário: Noite.

OFF: Favor finalizar suas ações até o dia 14 de setembro. A partir daí, poderão postar livremente na categoria Big Brother Carmel. Ps.: Só poderão postar os personagens que receberam uma mp da Admnistração.
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Agradecimentos à Meg Cabot, por ceder-nos a maravilhosa série de livros 'A Mediadora', e aos players e jogadores do board.

Proibida a Cópia total ou parcial.
Obrigada.

 

 Nice (or not) to meet you. (Fechado :~)

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Ryan Homes
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MensagemAssunto: Nice (or not) to meet you. (Fechado :~)   Nice (or not) to meet you. (Fechado :~) EmptyDom Jun 21, 2009 3:33 pm

Respirei fundo. Estava de olhos fechados, parado em pé diante do meu mais novo lar, com minhas malas à mão. O cheiro de coisa nova me convidava a entrar. Nem os móveis tampouco a casa eram novos, pelo contrário. O cheiro de novo ao qual eu me referia era ao cheiro de vida nova, novas pessoas, nova rotina, nova cidade, mesmo que temporariamente. Abri os olhos e lentamente caminhei até dentro da casa. Era por volta de 18:00 e já estava começando a anoitecer. Acendi as luzes e vi que o lugar não era bonito e chamativo só por fora; por dentro era muito confortável e acolhedor, apesar de eu estar lá sozinho.

A casa era enorme, já mobiliada e antiga. E eu gostava muito de lugares assim diga-se de passagem. Parece que meus pais acertaram a mão na hora de deixa-la para mim. Minha intenção a princípio era alugá-la, e eu voltaria para a Inglaterra, por isso estou aqui. Minha intenção era ver se está tudo em ordem. Entretanto, depois de ver e analisar, acho que eu não terei coragem de deixar esse lugar tão cedo.

Os móveis estavam todos cobertos por um pano branco, coisa meio bizonha até. Não faço idéia de quem cobriu ou porquê. Deve ter sido meu pai pra não pegar pó, cupim, ou sei lá. Isso realmente não me importava. Depois se tivesse tempo poderia refletir sobre isso. Comecei a descobrir tudo, jogando todo o pano pro chão. Eu teria um pouco de trabalho em arrumar aquilo tudo depois, mas eu já esperava por isso. Pouco a pouco fui descobrindo os cômodos do lugar; uma bela cozinha com uma mesa de jantar gigantesca (que eu não sei o porquê de aquilo estar lá; meu pai sabia que eu moraria ali sozinho), alguns quartos com belas e confortáveis camas, eu poderia até escolher aonde dormiria um dia por semana. O banheiro era cheio de frescuras, coisas que eu não sabia nem como usar até então, uns cremezinhos e líquidos (que eu pensei que eram de beber, a propósito) e sei lá o que mais.

Apesar de tudo, um cômodo em particular chamou minha atenção. A casa estava muito bem conservada, parece que alguém tinha ficado todo aquele tempo tomando conta até que eu chegasse. É certo que a casa ficara trancada o tempo inteiro, mas mesmo assim. Não havia lá algum tipo de bicho, sujeira e tudo parecia intacto. Entretanto, havia um quarto em que a porta estava emperrada. Não era exatamente aquilo que chamara minha atenção. Forcei a porta e consegui abrir. Ao entrar senti algo estranho, parece que o lugar era gelado, contrastando o resto da casa. Os móveis não estavam cobertos, na verdade, parecia que alguém morava lá e pela bagunça, não era muito organizado.

Mexi na cama, abri a janela para entrar um ar. Sobre a estante de gavetas abertas, haviam muitas fotos espalhadas por toda sua superfície. Mexi em duas ou três fotos antes de ser interrompido, estava tudo silencioso. As fotos a princípio não pareciam ter nada demais. Eram foto de uma mulher grávida, um casal e por fim um bebê. Coisa normal, que família boba tira. Me chamou atenção que o bebê não tinha foto com a mãe, só com o pai... Enfim, não ia quebrar a cabeça naquela hora, estava empolgado demais com a minha nova herança para me concentrar naquilo. As fotos provavelmente tinham sido esquecidas pelos antigos moradores, quem sabe. Depois eu voltaria para ver melhor. Antes de explorar melhor o lugar, por um instante senti algo estranho, como alguém me perseguindo. Meus pensamentos foram interrompidos quando meu relógio apitou: 19:00. Me virei e... surpresa. A porta estava fechada. E eu nem tinha ouvido. Era o que faltava, estava preso ali ainda por cima. Mas, olhando melhor, algo maior que a porta emperrada me chamara atenção.
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MensagemAssunto: Re: Nice (or not) to meet you. (Fechado :~)   Nice (or not) to meet you. (Fechado :~) EmptySex Jun 26, 2009 6:52 pm

Minha vida se resumia aquele cantinho de casa, nada mais tinha importância para mim do que todas aquelas fotos e brinquedos. Era a única coisa que mantinha viva a minha esperança de achá-la, o que já estava quase acabando se não fosse pelas lembranças que fazia questão de tentar manter vivas. Era isso que me mantinha presa aqui, e para poder ir eu precisava achá-la.
Por quase dezoito anos a procuro por todos os lados de Carmel, antes confesso que tinha mais fé, agora ela não passa de uma pequena chama que é alimentada por simples fotos. Já não sei mais o paradeiro de meu marido, nem o de minha filha. Desde minha morte nunca mais os vi, Tristan quis apagar todas as minhas lembranças, pois só assim conseguiria seguir a vida sozinho, sempre achou que eu o abandei. Meu amor por ele era grande, mas eu tive que escolher em duas vidas e até hoje acho que fiz a escolha certa. Mas todas as escolhas tem conseqüências, e esta foi a minha.

A casa ficou desabitada até então, os moveis cobertos por uma manta branca, exceto o do quarto de minha filha, que fiz questão de tirar. Os moveis em seu quarto estavam todos descobertos, as fotos e brinquedos espalhados pelo chão. Não tinha a mínima vontade de deixar em ordem.
A casa quase nunca era vendida, e quando era ficavam pouco tempo. Ninguém tinha o direito de mudar as minhas coisas do lugar e de viver uma vida em cima de uma outra já existente. A casa pegou fama no bairro e sempre ficava desabitada, somente os tolos de outras cidades tentavam, mas era sempre em vão. Minha habilidade de assustar foi ficando cada vez melhor, se bem de que não precisa mais do que uma levantada de objetos para fazê-los sair correndo.

Mais um dia de minha quase existência, já estava anoitecendo quando ouvi um barulho não muito convencional, mais fácil de decifrar. A maçaneta se abrindo. Não costumava receber ‘visitas’ naquela época do ano, geralmente vinham olhar a casa sempre no começo do ano, e sempre acompanhados de algum corretor. E alias, nunca se atreveriam a vir visitar a casa de noite. Este burlou todas essas etapas, veio no meio do ano, a noite e sozinho. Ele não vai conseguir fica por muito tempo, não vai mesmo.

Ele era robusto, com aparência jovial, aparentava ter uns vinte anos de idade. Revirava todos os cantos da parte de baixo da casa, retirando todos os panos brancos que cobriam os moveis, e eu ficava o observando, ainda cautelosa, por uma fresta da escada.
Ele resolveu subir, e me dirigi rapidamente ao quarto de minha filha e silenciosamente tranquei a porta. Nenhum ruído até que ele resolveu tentar abri-la, e conseguiu. Entrou ainda com o mesmo olhar de indiferença e curiosidade, mexendo em todas aquelas coisas pelas quais eram de muito valor pra mim, como se não fosse de nenhuma importância. Ele pegou em duas ou três fotos, foi quando seu relógio tocou e eu tranquei a porta silenciosamente, o que ele não aparentou estar com medo e nem com receio dessa atitude repentina.
Eu fiquei lá, parada ao lado da porta. Esperava alguma reação de desespero, ou que ele ao menos tentasse abrir a porta. Mas não, ele ficou parado no mesmo lugar, com os olhos em minha direção, e acompanhando todos os meus movimentos, então ele me via.

Saia, você não é bem-vindo aqui, está casa é minha! Eu sei que você consegue me ver, que consegue me ouvir, então saia! Estou te avisando. Ou você vai por bem, ou por mal! – comecei a gritar com ele, coisa que nunca fazia com nenhuma das outras pessoas, mas estava certa que ele conseguia me ver. Mesmo me vendo ou não, eu vou tirar ele daqui a qualquer custo.
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Ryan Homes
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MensagemAssunto: Re: Nice (or not) to meet you. (Fechado :~)   Nice (or not) to meet you. (Fechado :~) EmptySáb Jun 27, 2009 6:46 pm

Eu sabia! Carmel estava infestado deles! Fantasmas, espíritos errantes... Todos esses seres. Carmel parecia doce e essas coisas, formigas.

Fazia tempo que eu não me envolvia com fantasmas, digo, eu sempre os via (não que isso fosse uma coisa ruim, eu tentava encarar como um presente, um dom) mas meu trabalho de médium eu mesmo interrompi a algum tempo atrás, antes de vir pra cá, pois eu sabia que eu ficaria bastante ocupado nessa cidade se continuasse exercendo a 'profissão'.

Aqui existem muitos incrédulos, que só acreditam quando vêem objetos flutuando e afins, mas também existem aquelas pessoas que se assustam até com o barulho do vento batendo na sua janela, mesmo nunca tendo provas de que espíritos existam realmente. Esses dois contrastes batiam de frente com a realidade que o lugar era de fato infestado de fantasmas tentando se comunicar o tempo todo. Simplesmente por todos os lugares que passei, avistei-os me observando. Mas eu não os olhava diretamente, tentava disfarçar o máximo pra dizer a verdade. Poucos conseguiram me reconhecer como médium, e, esses poucos, me deram um pouco de trabalho, causando até alguns problemas.

Mas, por infelicidade da mulher morta que me recebeu bem mal na nova casa - linda por sinal, se não estivesse morta eu investiria -, eu não me surpreendi nem um pouco. Eu já havia sentido algo quando entrei naquela casa, mas resolvi ignorar. Essas casas antigas sempre abrigam presenças fortes das pessoas que viveram nelas, sem falar que o preço estava consideravelmente baixo pelo que vi no testamento... algo estranho tinha lá, se ela estava a venda a tanto tempo, por que ninguém nunca tinha comprado? Estava a preço de banana, como diria meu avô.

A até então muda e misteriosa figura que me trancou naquele lugar acho que percebeu que eu conseguia ve-la finalmente resolveu falar o que queria. Aliás, falar não, gritar, berrar. E cá entre nós, não foi nada amigável;
- Saia, você não é bem-vindo aqui, esta casa é minha! - cuma? Ela fez um acordo com meu pai além-vida ou algo assim? - Eu sei que você consegue me ver, que consegue me ouvir - espertinha! Acho que tenho de fazer um curso de teatro pra aprender a disfarçar isso. -, então saia! Estou te avisando. Ou você vai por bem, ou por mal! - se me bater capaz de eu gamar.

Seus olhos eram confusos, ela era fria (não, isso não é um trocadilho com o fato dela estar morta) e ríspida, parecia que ao mexer naquelas fotos eu havia despertado nela uma raiva inimaginável. Pelo menos pra mim até o momento.

"Acho que estou enferrujado.", pensei comigo mesmo em uma fração de segundos. Antes eu tinha situações do tipo constantemente devido ao meu 'trabalho'. Fantasmas me expulsando, gritando comigo e me odiando acontecia o tempo todo, era como lua cheia. E eu me saía muito bem nessas situações, diga-se de passagem. Acho que fiquei muito tempo sem passar por isso e agora estou meio sem jeito.

Resolvi lembrar dos bons tempos e não esboçar nenhuma reação muito forte, pois ela podia me machucar se eu agisse errado e a irritasse mais, afinal, fantasmas têm sua força aumentada bizonhamente quando estão com raiva, e ela não parecia que estava gostando muito da minha presença ali. Poxa, eu queria curtir pelo menos um pouco mais aquele casarão antes de morrer. Sem falar que eu não tinha feito nada com ela ainda!

- Wow. Calma, moça. Até porque eu não sou surdo. - Falei calmamente soltando um sorriso amarelo, tentando esconder que eu estava com o c* na mão um pé atrás. Não queria que ela visse nada além de um cara seguro que sabia o que queria. E queria ficar ali. - Até onde eu saiba, essa casa é minha. E, cá entre nós, eu não achei que seria recebido, mas já que fui, queria que fosse melhor, né? Afinal, se estou entendendo bem a situação, você vai ter que olhar pra minha cara todos os dias daqui pra frente. - pode ser minha ultima piadinha, mas tive que arriscar. Quando eu fico nervoso meu senso de humor idiota cresce. Respirei fundo e emburrei a cara quando percebi que ela não achou muita graça na minha piadinha e sua raiva aumentou. - Desculpe, acho que você não gosta de caras com senso de humor. Falando sério agora, eu não te fiz nada. Se quiser esse quarto trancado, fique a vontade. Não preciso de mais um cômodo, já estava achando essa casa grande demais mesmo. Mas tentar me expulsar daqui é demais, sinto muito. Essa casa é minha, desculpe se algo aconteceu a você aqui, mas ela é minha agora. - Dei as costas, destranquei e puxei a porta. Não aguentei e me virei novamente, voltando meu olhar para ela, sorrindo levemente - Já está anoitecendo. Eu quero jantar e dar uma limpeza em um quarto para dormir, afinal, acordei muito cedo para vir pra cá. Se quiser, tranque esse lugar e morra aqui... Hehe... Brincadeira. Tá, você não gosta de piadas, lembrei. Bom, se quiser conversar, estarei lá embaixo... Ou no meu quarto... Ah, você consegue me achar, não consegue? Deve conhecer esse lugar melhor do que eu. Quando quiser me dar uma recepção melhor também, me chame. - Continuei sorrindo, esperando que ela gostasse de mim ou qualquer coisa do tipo. Aquela mulher me deixou curioso. Fechei a porta e esperei pra ver se ela me chamaria de volta ou se realmente iria seguir minha sugestão de se trancar e morrer lá. (No sentido figurado, claro.)
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MensagemAssunto: Re: Nice (or not) to meet you. (Fechado :~)   Nice (or not) to meet you. (Fechado :~) EmptyDom Jun 28, 2009 12:44 am

Eu continuava o encarando como se aquilo fosse o causar medo, mas nada, nenhuma reação nem nada! Que tipo de homem era aquele?! Não podia ser normal. Até os mais durões ao entrarem na casa e verem objetos flutuando, batidas de portas e passos saiam correndo e deixavam minha casa em paz, e este ainda conseguia me ver, e nem uma simples afeição de “nossa, que legal, um fantasma.” Se mostrava indiferente, como se isso fosse normal. Odiava ser tratada com indiferença, eu não era normal! Então porque ele continuava me tratando como se fosse?! Ah, não vai ser por muito tempo. Se ele estivesse com medo, simplesmente não aparentava. O que ele era afinal?

Ele ainda me olhava com um ar de autoridade, como que ainda de possessão. Ele parecia ser determinado, mas não seria o suficiente. Eu não saio desta casa há 18 anos e não vai ser agora que eu vou sair. Não existem divisões, essa casa vai ter que ser de alguém, e vai ser minha. Na verdade já é, mas vai continuar sendo.

Ser grossa não resolveu gritar também não, então o que resolveria?! Se não vai pela dor vai pelo amor? Eu vou ter que agarrar ele então?!se bem que ele é bonitinho. Não! Não! Ele vai sair daqui pela dor. É, pela dor.

Wow. Calma, moça. Até porque eu não sou surdo. – nossa, ele fala! Por um segundo achava que era mudo. Por um bom tempo ele ficou me olhando sem nenhuma reação.- Até onde eu saiba, essa casa é minha. E, cá entre nós, eu não achei que seria recebido, mas já que fui, queria que fosse melhor, né? Afinal, se estou entendendo bem a situação, você vai ter que olhar pra minha cara todos os dias daqui pra frente. – Sua casa?! Ah, então só porque está no papel ele pensa que a casa e dele?! E que pode ir entrando deste jeito sem saber se não tem nenhum morto vivo habitando ela?! Nos também existimos, caramba. Não demonstrei nenhuma feição. Sento de humor ridículo que os homens tem. Faz tempo em que eu não lhe dava com isso. Mas descobri que poderia ter ficado sem.

Desculpe, acho que você não gosta de caras com senso de humor. Falando sério agora, eu não te fiz nada. Se quiser esse quarto trancado, fique a vontade. Não preciso de mais um cômodo, já estava achando essa casa grande demais mesmo. Mas tentar me expulsar daqui é demais, sinto muito. Essa casa é minha, desculpe se algo aconteceu a você aqui, mas ela é minha agora. – Eu ficava imaginando a maneira mais indolor de mata-lo no momento em que ele disse que a casa era dele. Talvez asfixiado, ou envenenando a comida dele, ou enforcando, afogando na banheira. Não, asfixiado é melhor. Não ou do tipo bruta, e nunca precisei pensar em um extremo desse com qualquer inquilino, pois ninguém tinha me desafiado do jeito que ele me desafiou. Não, Willa. Você conseguiu ser pacífica até agora, e vai continuar assim.

Já está anoitecendo. Eu quero jantar e dar uma limpeza em um quarto para dormir, afinal, acordei muito cedo para vir pra cá. Se quiser, tranque esse lugar e morra aqui... Hehe... Brincadeira. Tá, você não gosta de piadas, lembrei. Bom, se quiser conversar, estarei lá embaixo... Ou no meu quarto... Ah, você consegue me achar, não consegue? Deve conhecer esse lugar melhor do que eu. Quando quiser me dar uma recepção melhor também, me chame. – Ele sorriu para mim novamente e desceu em direção a cozinha. Prefiro matar a facadas, é o que eu quero fazer neste exato momento. Existe uma faca boa e bem amolada no meu faqueiro, me chamando para usa-la neste exato momento. Se bem que não seria legal sujar minhas mãos com o sangue de uma pessoa tão linda animal. Sentei um pouco na poltrona, pois se descesse agora, seria a ultima vez que ele veria alguém.

Esfriei a cabeça e logo fui encontrá-lo, estava de costas para a mesa, preparando o jantar. Como seria bom se eu o matasse agora, estava ali, tão fácil, de costas para mim. Mas não, você é pacifica Willa, concentre-se em só expulsa-lo. Sentei em cima da mesa, de pernas cruzadas. Demorou um pouco para notar minha presença, mas assim que se virou me coloquei a fala.
Olha, se você acha que essa casa é sua só porque esta no papel, você esta muito enganado. Não sei como você não se intimidou comigo, e nem de como me vê e me ouve. Mas eu não tenho o mínimo interesse nisto agora. Agora, entenda, querendo ou não essa casa pertence a mim e sempre pertencerá. Se você acha que irei embora com um simple xô, você esta muito enganado! Ninguém me tirou daqui até hoje, e olha que já tentaram vários métodos. Quer chamar o padre? chama! Já tentaram e convenhamos, não funcionou- quando me dei conta acabei acrescentando coisas na conversa que não deveria, mas logo tomei o foco novamente – só porque você me ouve não significa que as coisas vão ficar mais fáceis para você.
Ele me olhava com insignificância, e isso me irritava muito - Eu não quero só um canto da casa, pois tudo isto é meu. Não torne as coisas mais complicadas para você do que já estão, estranho. Você subestime de mais coisas que só você enxerga. Posso te matar a qualquer momento e ninguém saberá o motivo. Não me trate como a coisa mais normal do mundo, pois eu não sou. – agora ele tem que ficar com medo. Mesmo não aparentando, ele tem que estar.

E se você quer ficar aqui, bom, a escolha é sua. Mas não diga que eu não te avisei. – e se ele ficar pode ter certeza que a vida dele vai se tornar um inferno.
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MensagemAssunto: Re: Nice (or not) to meet you. (Fechado :~)   Nice (or not) to meet you. (Fechado :~) EmptyDom Jun 28, 2009 11:08 am

Aquela casa estava mais bonita de repente. Não que ela não fosse antes, mas agora, hehe, tinha um toque feminino que faltava. Ah, apesar dela estar morta, ainda é uma mulher. E das boas. Irritada, misteriosa, violenta e... linda! Acho que desci com um certo ar de vitorioso depois de ver que a deixei meio sem ação. Pelo que bem conheço a relação entre pessoas e fantasmas, o jeito dela denunciava que provavelmente ela nunca tinha lidado com um médium ou qualquer outro tipo que conseguia vê-la. Ela devia fazer uns barulhinhos e todos saíam correndo.

Bom, eu seria diferente. Comigo ela deveria penar um pouquinho antes de eu pedir pra sair.

Me dirigi a sala, peguei uma bolsa que eu tinha trago com algumas coisas e fui à cozinha, ainda meio perdido na casa. Vasculhei as gavetas, peguei algumas panelas, talheres, o básico para se virar na cozinha. Na verdade, eu não sabia cozinhar. E mais na verdade ainda, eu odiava.

Quebrei dois ovos, coloquei na frigideira. Nesse meio tempo senti algo, era ela. Mas, eu já tinha a irritado mesmo, ela devia estar louca de tesão em me matar, hehe. Ela me matar com mais raiva ou não, não me faria diferença. Esperei fritar, peguei a frigideira com minha janta (ou quase isso, se minha mãe estivesse aqui, ela falaria que isso não é comida de gente saudável) e me virei em direção a mesa... Quem estava lá? Ela mesma. Não, não era minha mãe que estava lá. E sim a doce pessoa que me recebeu antes.

Não demorou muito para ela começar a me perturbar novamente, não que eu não estivesse gostando. Pelo contrário. Era uma compania apesar de tudo, pelo menos eu não me sentiria sozinho.

"Olha, se você acha que essa casa é sua só porque esta no papel, você esta muito enganado. Não sei como você não se intimidou comigo, e nem de como me vê e me ouve. Mas eu não tenho o mínimo interesse nisto agora. Agora, entenda, querendo ou não essa casa pertence a mim e sempre pertencerá. Se você acha que irei embora com um simple xô, você esta muito enganado! Ninguém me tirou daqui até hoje, e olha que já tentaram vários métodos. Quer chamar o padre? chama! Já tentaram e convenhamos, não funcionou. Só porque você me ouve não significa que as coisas vão ficar mais fáceis para você. Eu não quero só um canto da casa, pois tudo isto é meu. Não torne as coisas mais complicadas para você do que já estão, estranho. Você subestime de mais coisas que só você enxerga. Posso te matar a qualquer momento e ninguém saberá o motivo. Não me trate como a coisa mais normal do mundo, pois eu não sou. E se você quer ficar aqui, bom, a escolha é sua. Mas não diga que eu não te avisei."

...Deus, como ela fala! Tinha me esquecido disso nas mulheres. Desde que minha mulher morreu, não tive mais nenhuma relação tão forte com outras. Enquanto ela falava, eu arrumava minha mesa, colocando os talheres. Coloquei pra ela também, afinal, não sabia se ela queria jantar. Eu sei que fantasmas não sentem fome, mas eu podia convida-la, não? Sou educado apesar de tudo.

Me sentei à mesa e continuei a olha-la calmamente enquanto ela terminava de me ameaçar. Acho que isso a irritou, se é que era possível a irritar mais. Respirei fundo e peguei minha faca e meu garfo. Parei de encara-la e voltei meu olhar exclusivamente a minha comida. Eu estava faminto e nem ela quase me matando ia me fazer perder a fome.

- Estou enganado? Oras, pensei que a lei falava isso... - comecei a mexer na minha comida - Bom, talvez não seja interessante para você, mas eu te ouço, vejo e até posso te tocar porque sou médium. Você deve ter ouvido falar sobre quando ainda estava viva. - segurei o braço dela, fazendo-a descer da mesa - sente-se comigo. Você não deve comer, não é? Mas eu ainda vivo. Não posso me concentrar em um assunto tão importante de barriga vazia. - coloquei um pouco na boca, me levantei mastigando lentamente, puxei uma cadeira pra ela e voltei a me sentar - Sente-se e poderemos conversar melhor. Me conte, por que tem tanta raiva de quem entra aqui? Foi por que eu mexi nas tuas fotos? Vamos, não me mate. Eu posso te ajudar. O que eu não posso é sair daqui. - tomara que ela acredite nisso.
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MensagemAssunto: Re: Nice (or not) to meet you. (Fechado :~)   Nice (or not) to meet you. (Fechado :~) EmptyDom Jun 28, 2009 1:01 pm

Ele estava fritando ovos. Coisa nada saudável, ainda mais pra idade dele. O cheiro de fritura me dava enjôo. Fazia tempo que ninguém cozinhava aqui. Até que ele aparentava cozinhar muito mal, já estava vendo que ovo seria a única coisa que ele sabia fazer. Era só o que me faltava agora, a minha casa, meus lindos moveis com cheiro de fritura.

Eu fiquei o observando cozinhar antes de falar com ele. Ele parecia estar feliz com a minha presença lá. Menino estranho.
Ele pegou seu prato de ovos, e se dirigiu a arrumar a mesa. Ele parecia concentrado demais em jantar, mas do que em minha conversa. O que me pareceu um pouco de insignificância com o que eu falava. Será que ele não sabe que mulher odeia ser parcialmente ignorada?!

Ele se prendia em arrumar a mesa, às vezes achava que ele não estava nem um pouco atento ao que eu falava. Ele colocou um lugar extra à mesa, como se ele achasse que eu comesse. Será que ele ainda não se tocou que eu estou morta?! A gentileza dele me irritava. Não era para ele agir assim, principalmente comigo! Saia correndo, estranho!


Ele parou de prestar atenção em sua refeição por um instante, e se voltou para mim.- Estou enganado? Oras, pensei que a lei falava isso... Bom, talvez não seja interessante para você, mas eu te ouço, vejo e até posso te tocar porque sou médium. Você deve ter ouvido falar sobre quando ainda estava viva. – Não, eu não havia ouvido fala em nada disso. Será que ele pensa que quando morre a gente ganha um manual de instruções?! Ou que tem alguém pra te falar com que fazer?! Vou matar ele para ele ver o quanto é gostoso. Ele pegou em meu braço e um calor o dominou, aquele calor que fazia tempos que não sentia. Ninguém nunca mais tinha tocado em mim. Minha reação foi automática, e puxei meu braço de volta- sente-se comigo. Você não deve comer, não é? Mas eu ainda vivo. Não posso me concentrar em um assunto tão importante de barriga vazia. Sente-se e poderemos conversar melhor. Me conte, por que tem tanta raiva de quem entra aqui? Foi por que eu mexi nas tuas fotos? Vamos, não me mate. Eu posso te ajudar. O que eu não posso é sair daqui. - Ah, então só porque ele é educado, lindo, e consegue tocar em mim, acha que eu irei sentar com ele e compartilhar um lindo pedaço de ovo engordurado, sendo que eu não como! e contar da minha vida para um estranho. Para ele era tudo muito fácil , ou ele fazia como se tudo fosse deste jeito. Não via nada de fácil lá, alias, já descartei as maneiras simples de fazê-lo sair, isso já não seria tão fácil quanto pensava.

Dei um sorriso sarcástico. Você fala como se tudo fosse fácil, que é só eu me sentar à mesa e compartilhar com você a minha vida e dividir um pedaço de ovo. E cai entre nós, tente melhorar na cozinha porque deste jeito nem preciso me dar o trabalho de matá-lo, sua própria comida já fará o serviço por mim. Alias, continue comendo mesmo. – O humor ridículo dele parece que é contagioso. Me levantei da mesa e me coloquei em pé ao seu lado, me recusaria a aceitar qualquer gentileza proposta por ele, pois e fizesse, capas dele achar que estaria adolescendo.

Alias quem é você pra se interessar na minha vida, e pra perguntar dela como se já me conhecesse há tempos? Se você acha que isso vai te ajudar a me tirar daqui, garanto que não vai. E trate de lavar bem este prato, as coisas aqui ainda pertencem a mim, e qualquer lasquinha nele ou em qualquer outra coisa é você quem paga. – tentava manter uma linha de durona a qual eu não tinha, eu só sabia gritar, e agora tentava dar uma de autoritária sem levantar a voz. Mas foi sério aquilo que disse a ele, tenho um zelo enorme por tudo existente nesta casa, absolutamente tudo. Esta tudo envolvido em meu passado, até o prato em que ele estava sujando de gordura. Se algo quebrasse ou danificasse... ai dele.
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MensagemAssunto: Re: Nice (or not) to meet you. (Fechado :~)   Nice (or not) to meet you. (Fechado :~) EmptySeg Jun 29, 2009 8:09 pm

Cara, mulheres são estranhas. Principalmente as que já estão mortas. Digo, além delas apresentarem os problemas que todas as vivas têm, elas ainda têm sua força aumentada. Eu odiava isso, diga-se de passagem. Se eu desse um passo em falso seria motivo suficiente para ela me matar ali mesmo.

Mas, algo me pertubava. Eu já tinha a irritado de todas as formas, mesmo sem querer, então... Por que ela ainda não tinha me estrangulado ou coisa do tipo? Acho que no fundo, apesar de fazer toda aquela pose de durona que não quer ninguém perto das coisas dela, ela sentia falta de alguém. Vida de fantasma deve ser complicada. Eu era a unica pessoa que ela tinha para recorrer caso acontecesse algo (não que haja um leque de possibilidades sobre o que pode ou não acontecer a um fantasma, quer dizer... já estão mortos, o que mais pode dar errado?!) ou se ela simplesmente quisesse conversar. Mas eu ainda tinha que descobrir o porquê de ela estar tão presa àquela casa ainda.

Ela sorriu. Para minha surpresa, ela sorriu ainda que sarcásticamente. Acho que ela entendeu que me expulsar a força dali não seria o melhor jeito e vai tentar ser ironica e insuportável o suficiente para eu sair por não aguentar um... fantasma. A proposta do exorcista ainda está de pé? Se ela começasse a falar feito as mulheres ainda vivas eu prefiro que ela me mate com a faquinha que eu estou cortando ovo.

"Você fala como se tudo fosse fácil, que é só eu me sentar à mesa e compartilhar com você a minha vida e dividir um pedaço de ovo. E cai entre nós, tente melhorar na cozinha porque deste jeito nem preciso me dar o trabalho de matá-lo, sua própria comida já fará o serviço por mim. Alias, continue comendo mesmo." - Não aguentei. As piadas dela eram melhores que as minhas! Tentei disfarçar minha risada, mas não consegui, ainda assim saiu um riso abafado. Ao ver ela se aproximando respirei fundo e tentei me concentrar novamente na conversa. - "Alias quem é você pra se interessar na minha vida, e pra perguntar dela como se já me conhecesse há tempos? Se você acha que isso vai te ajudar a me tirar daqui, garanto que não vai. E trate de lavar bem este prato, as coisas aqui ainda pertencem a mim, e qualquer lasquinha nele ou em qualquer outra coisa é você quem paga." - Deus, ela conseguia ser pior que minha esposa. E olha que eu achava que a Bridget era maníaca por limpeza.

Enquanto ela falava eu terminava meu ovo, que não tinha ficado tão ruim assim igual ela tinha falado. Eu não era um expert na cozinha mas dava pra me virar, poxa.

- Certo, então... Como quer que eu fale? Quero te ajudar, acho que se eu falar que você vai ficar aqui pra sempre e eu até morrer e teremos que olhar um pra cara do outro o resto da (minha) vida não vai adiantar muito. - peguei o pedaço que faltava para terminar e levantei a colher em direção a sua boca. Ela estava em pé ao meu lado, eu odiava que me observassem comendo. - Vai ficar parada aí? Vamos, experimente. Não está tão ruim assim quanto você pensa. Está com medo de morrer? Ainda morta, você pode comer mesmo que não sinta fome. Se chama educação, sabe? Acompanhar uma pessoa na janta ao invés de ficar observando. Aposto que você nunca tentou. Fantasmas não têm infecção com comida ruim, fica tranquila. - O que eu posso fazer se os comentários dela me possibilitavam essas piadas ridículas? - Você se preocupa muito com as coisas materiais para uma pessoa que já está morta. Pensei que quando a gente partia dessa pra melhorar a gente se desprendia disso... Aliás, ainda não sei seu nome. - Sorri tentando arrancar algo recíproco dela, que ainda parecia meio confusa. Era tão difícil pra ela acreditar que alguém, vivo, sabe? Podia ser gentil sem precisar expulsa-la de lá?
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Willa Mackenze
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MensagemAssunto: Re: Nice (or not) to meet you. (Fechado :~)   Nice (or not) to meet you. (Fechado :~) EmptyDom Jul 12, 2009 5:52 pm

O jeito como ele comia me irritava, o jeito como ele me olhava me irritava. Tudo nele era convidativo para me levar a loucura. (não do jeito bom).
Eu imaginava uma conversa tensa, eu queria uma conversa tensa! Discussão, brigas, alguém saindo ganhando e alguém perdendo (de preferência ele), não precisava ter mortes no final, mas se essa fosse à única opção, eu não me incomodaria, já morri mesmo. Alias, poderia ser pior, ele poderia ficar preso nesta casa comigo, para sempre. Credo, só de pensar eu voltava a ter arrepios. Mas a nossa confusão não saia do 1x1 e a conversa estava pacífica demais, extrovertida demais para uma morta a espera da filha há dezoito anos e um médium de vinte anos de idade.

Quando soltei minha primeira piada involuntária, senti seus lábios mexendo involuntariamente também, esboçando um sorriso, mas logo o escondendo de novo.

-Certo, então... Como quer que eu fale? Quero te ajudar, acho que se eu falar que você vai ficar aqui pra sempre e eu até morrer e teremos que olhar um pra cara do outro o resto da (minha) vida não vai adiantar muito. – Não é preciso, criança. Você pode ir embora amanhã, isso só depende de mim. Só preciso escolher a data e você marcar o dia do seu enterro. Chega Willa, você não é disso!
Ele pegou o ultimo pedaço daquele ovo que estava me dando enjôo e levou em direção a minha boca. Ele não vai nem ter tempo pra marcar o enterro.
- Vai ficar parada aí? Vamos, experimente. Não está tão ruim assim quanto você pensa. Está com medo de morrer? Ainda morta, você pode comer mesmo que não sinta fome. Se chama educação, sabe? Acompanhar uma pessoa na janta ao invés de ficar observando. Aposto que você nunca tentou. Fantasmas não têm infecção com comida ruim, fica tranquila. Você se preocupa muito com as coisas materiais para uma pessoa que já está morta. Pensei que quando a gente partia dessa pra melhorar a gente se desprendia disso... Aliás, ainda não sei seu nome.- Definitivamente, normal ele não era.

O que sua mãe fez com você quando era criança?! Quantas vezes ela derrubou você no chão? É impossível, você não é normal! Ninguém nunca te ensinou que não se pode brincar com quem não conhece?! Ainda mais com um fantasma, menino, você é louco! Eu teria medo de mim se eu fizesse o que você esta fazendo! – Eu era perigosa, disso tinha certeza, mas ele não me via assim, e se via não era o que demonstrava. aquilo se tornou tão perturbador para mim que quando vi tinha surtado. Não conseguia mais fazer tom de sarcasmo, muito menos de brava. Meu tom agora era aconselhador, desesperado, mas mesmo assim aconselhador, dizendo a ele para ter medo de mim! Agora que ele não vai ter mesmo!
Eu já não estava normal, o clima na casa não estava mais tenso. Agora a coisa começou a me preocupar muito. A situação esta saindo meu controle e eu estou conversando com ele como se estivesse tudo normal! E não esta!

Você acha que eu parti para melhorar?! Olha onde eu estou meu filho! A dezoito anos aqui em baixo e agora com você! Você chama isso de partir pra melhorar?! A unica coisa que eu posso ter é zelo com as coisas matérias que ainda me restam, se você não quebrar todas elas também! E eu até comeria o ovo se fosse feito por mim. Posso até estar morta mais ainda tenho senso e sei o que é bom – dei uma ultima olhada para aquele pedaço e automaticamente olhei para seu rosto – e o que não é.
Estava cansada do cheiro daquela cozinha. Precisava ir para outro lugar antes que eu começasse a me tornar boazinha demais com ele.

Me dirigi a sala, a poucos metros da cozinha. Ele ainda era visível e a ultima coisa que eu iria fazer era perdê-lo de vista. Eu só estava esperando o sono bater, essa seria a parte mais divertida da noite toda, o que não iria demorar. Nossa conversa já tinha rendido bastante, quando olhei no relógio pela ultima vez era uma da manhã. Apesar de que não parecia que nossa conversa já tinha cessado.

Alias – falei, já mais calma depois do meu pequeno surno na cosinha, agora deitada no sofa da sala. – Meu nome é Willa. E educada eu sou, mas com quem eu quero. E pode tratar de lavar tudo e arrumar essa cozinha- fiz uma pequena pausa para poder sentar no sofa e logo voltei a falar - E se você ta pensando que vai dormir hoje, tá enganado. – puxei um sorriso largo em meu rosto, vendo-o parado olhando para mim colocando os pratos na pia.

Essa noite vai ser longa.
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Ryan Homes
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MensagemAssunto: Re: Nice (or not) to meet you. (Fechado :~)   Nice (or not) to meet you. (Fechado :~) EmptyQua Jul 15, 2009 6:53 pm

Devia ser pecado fazer piadas com uma pessoa que já morreu. Se for mesmo, eu vou pro inferno. Mas na minha lista eu tenho a preguiça, ira e gula, mais um pecado pra me dar passagem direta ao inferno não faria tanta diferença assim; é bom que eu até vou de primeira classe. Aliás, do jeito que aquela mulher implicava comigo, se ela não tivesse morta eu mesmo a mataria.

- O que sua mãe fez com você quando era criança?! - qual é?! Meter mãe no meio não é legal! - Quantas vezes ela derrubou você no chão? É impossível, você não é normal! - jura? Ver você não era provas suficientes disso einstein? Mas sua delicadeza ao me falar isso me comove. - Ninguém nunca te ensinou que não se pode brincar com quem não conhece?! Ainda mais com um fantasma, menino, você é louco! Eu teria medo de mim se eu fizesse o que você esta fazendo! - não complica tanto, não é tão ruim, vai. - Você acha que eu parti para melhorar?! Olha onde eu estou meu filho! A dezoito anos aqui em baixo e agora com você! - POXA, muito obrigado. Se um dia eu estiver a beira de um abismo querendo me matar, você vai ser a primeira pessoa que eu vou chamar pra me ajudar. - Você chama isso de partir pra melhorar?! A unica coisa que eu posso ter é zelo com as coisas materiais que ainda me restam, se você não quebrar todas elas também! E eu até comeria o ovo se fosse feito por mim. Posso até estar morta mais ainda tenho senso e sei o que é bom... e o que não é. - humpf. - Aliás, meu nome é Willa. E educada eu sou, mas com quem eu quero. E pode tratar de lavar tudo e arrumar essa cozinha. E se você ta pensando que vai dormir hoje, tá enganado. - Hein? Ela quer mandar em mim? Isso só pode ser brincadeira... Ganho uma casa enorme de herança, com móveis que devem valer uma fortuna e não posso nem curtir porque tem uma mulher MORTA de TPM presa lá. QUE SORTE A MINHA, NÃO? Tá, curtir eu posso, mas não seria muito legal com ela lá. E ela não deixaria, assustaria qualquer mulher que eu levasse lá.

- Tá legal, já chega. - Comi o ultimo pedaço da minha janta e me levantei, levando tudo até a pia. Ela se dirigia a outro cômodo da casa. Pra mim, qualquer lugar que ela fosse seria bom, contanto que parasse de falar na minha cabeça. - Cansei disso tudo. Você querendo ou não, eu ficarei aqui. Só saio daqui morto, mate-me se puder. - uh... Me arrependi de falar isso depois ao pensar no peso das minhas palavras... - Quer dizer... err... Quanto a louça, posso lavar amanhã, mãe? Estou com sono. E vou dormir sim, ao contrário do que você pensa. A propósito... - segurei um copo, passando a mão nele pensando em como era "valioso" - o quê você disse MESMO que faria se eu quebrasse algo daqui? - dei um sorriso maroto e joguei o copo pra cima várias vezes, ameaçando deixa-lo cair. Minha mãe virava a fera quando eu, menor, fazia isso. Obviamente eu nunca deixara algo cair. Mas acho que não seria mal se eu deixasse, pela primeira vez, esse... - oops. - ...Não é que caiu? - Acho que vou ter que arrumar isso amanhã também... - olhei pro rosto dela que de uma expressão superior se transformou numa expressão de raiva. E sabe o pior? Eu gostei. Cara, eu não presto.

Abri um sorriso de orelha a orelha. Ela se levantou do sofá. Parecia que ia explodir e eu sabia que se ficasse parado ali sorrindo feito um idiota ela explodiria pra cima de mim. Me virei e fui me dirigindo a escada, lentamente. Animal Planet me ensinou que quando um animal está prestes a atacar, não podemos demonstrar medo. Senti ela contar até 5 antes de me matar. Quando ouvi um grito de fúria e um vulto vindo em minha direção, por instinto corri tropeçando em tudo, e num impulso subi a escada, entrando no primeiro quarto que via no corredor.

Nem eu sabia que corria tão rápido, o que um momento de terror não faz com as pessoas uh?

Ainda ofegante, tranquei a porta, virei as costas e me encostei nela, deslizando até cair sentado no chão. Coloquei minha respiração em ordem e comecei a raciocinar. O QUE TINHA DADO EM MIM? Agora além de estar com um fantasma em casa, ela ainda quer me matar com certeza! Aliás, não me matar, acho que ela queria me prender pra me torturar. Seria mais divertido. Mas... ainda assim, era engraçado. Pensar na cara dela de ódio quando eu quebrei o copo me fez sorrir. Até que seria interessante ficar ali. Quer dizer, não ali sentado no chão ouvindo aquela mulher me xingar pra vizinhança inteira ouvir, e sim na casa com ela. Não é todo dia que temos um fantasma daquele... porte te azucrinando.
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