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Face a face com o sobrenatural. Baseado na série de Meg Cabot, 'A Mediadora'.
 
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Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado. Atrama

Deu-se inicio de mais um semestre na cidadezinha de Carmel. Misterios estão sendo, pouco a pouco, revelados e segredos antes bem guardados, estão começando a vir a tona. Bruxos, Mediadores e Fantasmas se encontraram, chocando-se uns com os outros, e sem conseguir evitar os ligigos, as paixões avassaladoras, o ódio ou o amor. E agora? Que escolha você fará?

Bem vindo ao jogo!
Big Brother Carmel
- CALENDÁRIO -


Dia on:
11 de Setembro
Clima: Levemente fresco em Carmel. Algumas nuvens começam a nublar o céu; uma ameaça delicada à uma chuva vindoura.
Horário: Noite.

OFF: Favor finalizar suas ações até o dia 14 de setembro. A partir daí, poderão postar livremente na categoria Big Brother Carmel. Ps.: Só poderão postar os personagens que receberam uma mp da Admnistração.
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Agradecimentos à Meg Cabot, por ceder-nos a maravilhosa série de livros 'A Mediadora', e aos players e jogadores do board.

Proibida a Cópia total ou parcial.
Obrigada.

 

 Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado.

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Mary W. Bennington
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MensagemAssunto: Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado.   Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado. EmptySex Abr 24, 2009 11:09 pm

Eu ainda não acreditava que Gary havia voltado para Carmel comprometido. Não vou dizer que Chloè era feia, pois isso não era mesmo, mas não é uma coisa que eu fale em voz alta. Mas ela falava demais, fazia todo mundo ao seu redor ficar com sono com os seus discursos e... Oh, ok, ela não era tão chata assim. Era até uma pessoa legal, muito educada, e todos em casa haviam se encantado com ela, apesar dos monólogos. Mas como eu poderia ter qualquer sentimento positivo em relação a ela, quando Gary a estava namorando? Eu ainda não entendia como ele havia se interessado por ela, não entendia mesmo. Ele não gostava de mim? Ou pelo menos eu achava que ele gostava, mas eu tinha muita culpa nisso.

Deveria ter percebido ainda cedo que ele me amava e que o sentimento era recíproco por minha parte. Eu tinha medo de ser presunçosa, de ter interpretado mal os sinais que ele me dava antes de ir para a Irlanda, mas era óbvio demais. Eu não poderia estar enganada, não queria.

Grace havia voltado para o hospital e Gary decidira ir dormir em casa para não me deixar sozinha. Esse era um ponto completamente positivo, pois ele preferira cuidar de mim a cuidar dela, de Chloè. Que namorado tinha a preferência de ficar com a “irmã”, quando tinha a namorada só para ele? Isso queria dizer que ele se importava muito mais comigo. Mas uma vozinha martelava em minha cabeça, sempre dizendo a mesma coisa. ”Ele faz isso porque gosta de você como irmã! Ele te protege como irmã!”. Ela estava me deixando mais inquieta, só que eu preferia ignorá-la; meu estado já não era dos melhores com todos esses acontecimentos negativos.

Rolei na cama, sem parar de pensar que ele estava ali, ao lado do meu quarto e que era uma ótima oportunidade para esclarecer as coisas. Acho que eu não estaria tão incomodada se não sentisse que ele gostava de mim também. Depois de praticamente tirar o lençol da cama, me levantei e comecei a andar pelo quarto, murmurando para mim mesma, aquelas tentativas de formar frases coerentes e que o fizesse acreditar que eu o amava.

Mas como sempre, elas pareciam não prestar para expressar com certeza e com emoção o que eu sentia. Elas pareciam medíocres demais, como se a menção delas eu pudesse estragar tudo. Eu não achava nada que me deixasse segura e acabei de novo parando em frente ao espelho, praticamente sussurrando para mim mesma no meio da noite.

-Gary, eu sei que deveria ter dito antes, ou melhor, ter percebido antes, e eu me culpo todos os dias por ser tão cega, mas eu te amo...- Aquilo soava tão piegas, tão ridículo. E não parecia ter nenhum terço dos meus sentimentos implícitos, naquelas palavras explicitas.

Fiquei mirando minha imagem no espelho, vendo o quanto eu era patética. Meus cabelos castanhos avermelhados estavam um pouco em desordem e minha expressão não era das melhores. Ainda me olhei por alguns minutos ponderando opções, que eu achava ridículas demais no segundo em que pensava nelas e as descartava com a mesma rapidez com que elas chegavam. Por fim, respirei fundo e pensei na única opção possível. Fui até a penteadeira e peguei uma escova, passando nos cabelos. Deixei-os sedosos, após terminar de pentear e considerei colocar um hobby por cima da camisola, mas por fim achei que não era necessário.

Abri a porta do meu quarto da forma mais silenciosa possível e parei ali respirando fundo, me encaminhando em seguida para o quarto de Gary. Abri a porta vagarosamente e a encostei, esperando um pouco até que meus olhos se acostumassem com o escuro. Cheguei perto da cama de Gary e me sentei ao lado dele, passando a mão no seu rosto levemente, fazendo-o se mexer. Retirei a mão imediatamente, e prendi a respiração, mas ele não acordou.

Eu estava ali com um objetivo, e ia ou não cumpri-lo? Sem mais delongas, respirei fundo e comecei a chamá-lo baixinho.

-Gary? Gary?- Ele não se mexeu e eu voltei a passar a mão delicadamente em seu rosto, falando um pouquinho mais alto. -Gary? Acorde, por favor.. Continuei a passar a mão pelo seu rosto e ele pareceu se mexer um pouco mais. Sem me deixar assustar, cheguei meu rosto pertinho do seu ouvido e sussurrei: -Gary? Gary? Ele levantou de súbito, se assustando e eu me assustei também, caindo na cama com o movimento quando ele se sentou bastante desnorteado.


Última edição por Mary W. Bennington em Seg maio 04, 2009 11:55 pm, editado 1 vez(es)
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Garret C Fitzgerald
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MensagemAssunto: Re: Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado.   Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado. EmptyQua Abr 29, 2009 9:38 pm

Quando foi que as coisas ficaram tão difíceis? Quer dizer, na Irlanda era tudo tão simples. Agora eu estava aqui, de volta em Carmel, e todas as certezas que eu tinha começaram a se balançar. Primeiro, eu tinha vindo pra cá em caráter temporário. Tudo bem que eu não fazia idéia de quanto tempo levaria, mas eu pretendia voltar para a Irlanda depois. Agora eu já não tinha tanta certeza. A faculdade, eu gostava muito, me apaixonei pelo Direito. Mas agora já ponderava se o melhor não seria simplesmente voltar a trabalhar para me estabilizar na cidade. E ela. Eu tinha certeza de que os meus sentimentos por ela haviam ido embora. Agora eu não sabia mais. Estava completamente desnorteado e a minha sorte não parecia ajudar muito. Todas as vezes que eu passava em casa, ela estava lá. Várias vezes na rua, a encontrava por acaso. Por acaso? Que droga de karma é esse?

E pra completar a seqüência de maravilhas que acontecia na minha vida, minha mãe teve uma nova crise. Aparentemente não havia sido muito grave, mas quando Richard me avisou, já estava com ela no hospital. Fui até lá visitá-la e ter certeza de que tudo estava bem. Não me tranqüilizei muito; era sempre péssimo vê-la naquele ambiente. Mas ao menos eu estava por perto dessa vez. Com certeza era melhor do que receber a notícia a milhares de quilômetros de distância. Mas continuando ao foco inicial do desabafo... É aí que o meu karma volta. Minha mãe indo para o hospital, é preciso que alguém fique com ela. Richard quer ficar, eu deixo, é claro. Por mais que eu tivesse vontade de ficar com ela eu mesmo, tinha que respeitar o fato de que havia sido ele quem não saíra de perto dela durante todo esse tempo, então se ele quisesse ser o acompanhante dela, eu simplesmente não podia contestar.

O que nos traz para o real problema. O fato de minha mãe e Richard passarem a noite no hospital significava que Mary estaria sozinha em casa. E por experiência própria eu sabia que isso não era muito seguro. Como eu já previa, Richard me pediu encarecidamente que eu passasse apenas aquela noite em casa, para que a sua querida filha não ficasse sozinha. Eu entendia perfeitamente aquela preocupação. Era perfeitamente justificada. Só que faria tudo mais complicado pra mim. Uma noite naquela casa com ninguém além dela?

Tentando não pensar muito nisso, arrumei minhas coisas em casa e avisei a Chloè do ocorrido. Não gostava de deixá-la sozinha, mas não tinha muita escolha. Ao menos era mais seguro do que deixar a maluca da Mary Wendy sem supervisão por uma noite. Enfim, chegando lá, eu ficava repetindo pra mim mesmo de que seria tudo bem, eu ficaria no quarto (o que era meu e que havia sido ligeiramente modificado para servir como quarto de hóspedes), não teria muito contato com ela, apenas aparecendo para checar de vez em quando. E tudo realmente teria ido bem se não fosse o que quer que tenha se passado pela cabeça dela de madrugada.

Então lá estava eu no décimo quinto sono, sonhando com deus sabe o quê (eu também sei, mas você não precisa saber), quando ouço uma voz. A princípio, pensei estar dentro do sonho, mas algo fez com que eu despertasse e abrisse os olhos com alguma relutância. Quando consegui enxergar alguma coisa, virei o rosto para procurar o relógio na bancada quando notei que havia algo no caminho. Uma silhueta. Deus sabe o que eu estava pensando naquela hora. Só sei que meu coração deu um salto e eu não contive o sobressalto, me sentando rapidamente na cama e ouvindo o baque de alguém caindo no chão. Quando consegui pensar com clareza, me dei conta de que só uma pessoa poderia estar ali. Atordoado, virei para uma Mary caída no chão e puxei-a levemente pelo braço para ajudá-la a se sentar de volta na cama.

- Mary...? Que diabos...? – Pisquei várias vezes, coçando os olhos ainda meio confuso. – O que você tá fazendo aqui?
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MensagemAssunto: Re: Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado.   Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado. EmptyDom maio 03, 2009 12:06 pm

Eu continuei no chão, apenas observando os movimentos de Gary. E sabe quando te dá aqueles surtos repentinos de arrependimento e a gente percebe que não deveria nem ter pensado em fazer o que fez? É, por alguns segundos eu queria não ter decidido me declarar para Gary no meio da noite e estava prestes a me levantar e sair correndo dali antes que ele notasse a minha presença... quer dizer, ele saberia com toda a certeza que fora eu que invadira o seu quarto, mas pelo menos eu poderia voltar para o meu e fingir que estava dormindo e... Não, não daria certo, pois logo que ele se sentou e conseguiu se situar, olhou para o chão e me avistou ali, ainda num conflito interno entre ser ou não ser, ir ou não ir, fazer ou não fazer...

Gary me puxou levemente pelo braço, me ajudando a sentar na cama ao seu lado: - Mary...? Que diabos...? – Ele indagou provavelmente tentando entender o que estava acontecendo. Eu abaixei a minha cabeça, mas me permiti observar pelas frestas na cortina que o meu cabeço fazia sobre o meu rosto, que ele coçava os olhos, ainda tentando acordar. – O que você tá fazendo aqui?- O que eu estava fazendo ali... É, o que eu estava fazendo ali mesmo?

Enquanto pensava em que resposta dar, menos a resposta original, percebi que ainda olhava para ele de soslaio, mas que deveria parecer uma retardada com o cabelo tampando o meu rosto daquele jeito. Passei a mão por eles, jogando-os para trás de forma a mostrar meu rosto e me acomodei melhor na cama, cruzando as pernas em cima dela.

Mas ainda continuei com os olhos abaixados para as minhas mãos, enquanto rodava os dedos uns nos outros como forma de canalizar a ansiedade em apenas uma parte do corpo. Respirei fundo e olhei para ele, sorrindo, pensando em deixar para lá o real motivo daquela invasão noturna.

-Hmm... O que aconteceu? Herm, nada oras! Apenas me deu vontade de conversar com você. Desde que você voltou da Irlanda que tem fugido de mim e só quer saber de ficar com a sua namorada e...- Pigarreei e abaixei a cabeça mais uma vez, sabendo que ele não cairia naquela. Novamente amaldiçoei o bloqueio que ele exercia sobre minhas “atuações” e percebendo que ele estava esperando o real motivo, respirei fundo e fiquei de joelhos, apoiando as mãos nas pernas, de forma a ficar de frente para ele.

-Poxa, Gary! Me frustra não conseguir disfarçar na sua frente sabia?- Bati uma das mãos levemente em minha coxa. -Eu estou aqui porque... porque... porque-eu-te-amo-e-quero-você-pra-mim-e-sei-que-você-também-gosta-de-mim-e...- Bati a mão mais uma vez na coxa, me deixando cair sentada, com as pernas jogadas de lado, enquanto abaixava a cabeça mais uma vez, brincando com a ponta da camisola que se enrolava nos meus dedos. Minhas palavras tinham saído num atropelo só e eu esperava sinceramente que ele não tivesse entendido. Será que àquelas horas em frente ao espelho não tinham valido nada? Nadinha? É, pelo jeito não...
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MensagemAssunto: Re: Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado.   Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado. EmptySeg maio 11, 2009 10:13 pm

Eu ainda estava bastante perturbado por ter sido acordado tão abruptamente. Minha cabeça latejava e o quarto havia acabado de parar de girar. Não conseguia imaginar que diabos Mary poderia precisar para me acordar no meio da madrugada, mas ela já havia me surpreendido antes. Quer dizer, por mais que eu já tenha passado por situações bem estranhas por conta dela, eu tinha que ao menos admitir que aquela era bastante... inusitada. Mary. Eu. Sozinhos em casa. No mesmo quarto. Não tinha como resultar em nada bom. Garret, se controle! Ela vai dizer o que quer que ela veio fazer, vai voltar pro quarto dela pra dormir e você vai poder esquecer que isso aconteceu. Com certeza.

Olhando para ela, esperei que respondesse a minha pergunta. Uma vez que meus olhos conseguiram finalmente se adaptar ao estado de vigília forçada, notei que ela torcia os dedos, mantendo o rosto baixo. Eu conhecia aquele comportamento. Nunca significava nada bom. Ela sempre fazia isso quando tinha alguma coisa bombástica pra contar ou algo pra pedir. E eu não sei bem qual dos dois podia ser pior. O que ela poderia ter pra me contar ou pedir que não podia esperar até amanhecer pelo menos? Respirei fundo, começando a ficar impaciente. Já estava preparado pra perguntar de novo quando ela finalmente resolveu responder.

-Hmm... O que aconteceu? Herm, nada oras! Apenas me deu vontade de conversar com você. Desde que você voltou da Irlanda que tem fugido de mim e só quer saber de ficar com a sua namorada e...

Olhei para Mary levantando uma sobrancelha. Será que ela podia distinguir a minha expressão no escuro? Deveria ter visto alguma coisa, porque parou no meio do caminho. Obviamente eu não cairia naquela. Mas esse também era um processo normal. Antes de vir a parte complicada, ela tentava disfarçar e... e o que? Descontrair? Porque isso eu estou achando meio impossível. Cruzando os braços, esperei que ela decidide começar a falar de vez, o que, para a minha surpresa, não demorou muito. Ela se aproximou, ficando ajoelhada no chão de frente para mim e disse:

-Poxa, Gary! Me frustra não conseguir disfarçar na sua frente sabia? Eu estou aqui porque... porque... porque-eu-te-amo-e-quero-você-pra-mim-e-sei-que-você-também-gosta-de-mim-e...

Levantei as duas sobrancelhas. O que havia sido aquilo? Aquela fala havia tido o intuito de ser entendida por alguém? Quer dizer, eu até achava que tinha entendido alguma coisa, mas o que eu achei que pudesse ter entendido simplesmente não poderia estar certo... entende? Eu já tinha passado da fase de achar que alguma coisa daquele tipo podia acontecer. Então simplesmente fiquei olhando para Mary por alguns instantes, com a vaga esperança de que ela fosse repetir por conta própria. Mas eu deveria saber que isso não aconteceria. Quando já estava começando a ficar um clima estranho entre nós, eu me convenci de que ela não tinha nenhuma intenção de me explicar o que havia acabado de dizer sem um incentivo e disse, ainda meio atordoado:

- O que... O quê? - Talvez se ela tivesse me acordado umas quatro ou cinco horas mais tarde eu pudesse ter formulado melhor essa pergunta. Mas naquele momento estava meio difícil...
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MensagemAssunto: Re: Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado.   Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado. EmptyTer maio 12, 2009 5:17 pm

Continuei a enrolar a camisola nos dedos, com a cabeça abaixada, enquanto começava a entrar em pânico com o silêncio de Gary. Eu poderia interpretar aquele silêncio de duas formas... Ele ainda estava tentando se recuperar do susto por ter sido acordado no meio da noite, o que deixa qualquer um de certa forma meio tonto ou ele realmente tinha entendido tudo o que eu havia falado, apesar de ter soado um pouco confuso até mesmo para mim, e eu só sabia realmente o que tinha dito porque fora eu quem acabara de dizer tudo aquilo e... Oh Meu Deus!

Arregalei os olhos quando percebi a força que estava aplicando no ato de enrolar a camisola nos dedos, por conta desse meu ultimo pensamento. Tentei me acalmar, respirando fundo, mas bem baixinho para que Gary não achasse que eu estava tendo algum acesso ou algo do gênero. Fiz isso por alguns segundos e consegui me acalmar o suficiente para pensar com um pouco de clareza. Seria tão ruim se ele tivesse entendido? Não fora para isso que eu viera até o seu quarto, no meio da noite, feito uma alma penada? Para me declarar de vez e ter a certeza de que pelo menos tinha tentado?

Pois é! Mas porque é tão difícil quando você finalmente coloca em prática tudo aquilo o que veio pensando em fazer por tanto(?) tempo? Talvez o pior não seja falar, mas sim esperar pela reação da pessoa. E o silêncio dele estava começando a me deixar em pânico de novo. Tentei mais uma vez imaginar que ele estava assim por estar tentando acordar e principalmente por não ter entendido nada do que eu havia falado.

Dei um suspiro um pouco mais alto, ainda de cabeça abaixada e enrolando a pontinha da camisola de forma mais lenta, ao mesmo tempo em que ouvi a sua voz. - O que... O quê? – Levantei os olhos para ele, tentando decifrar se aquele “O quê?” se tratava de um questionamento a cerca do significado óbvio de tudo o que eu havia dito ou se de qualquer forma ele não havia entendido nada mesmo. E por que raios eu tinha que sempre ir pelo caminho mais difícil e tentar atribuir outras respostas para coisas tão simples? Ele não tinha entendido e isso era mais do que óbvio devido ao jeito desembestado que eu acabei soltando a informação.

Então, ao invés de ficar aliviada, abaixei a cabeça e comecei a entrar em pânico mais uma vez. Era bem capaz de eu realmente ter uma sincope, um acesso, desmaiar ou o que quer que fosse e... Certo, menos, bem menos, Mary. Mas era muita coisa para considerar e esperar. Aquilo estava sendo mais difícil do que eu havia imaginado. Se é que foi assim que eu havia imaginado, porque com toda a certeza, no Mundo de Mary a cena seria digna de uma peça romântica de teatro, onde eu me declararia pra ele e ele me tomaria nos braços, diria que me amava também e me pedia desculpas por não ter se declarado antes e nós nos beijávamos....

Mas enfim, como as coisas dificilmente são como eu às vezes me deixo imaginar, eu tinha que encarar aquilo de frente, já que tinha ido ali. Ou eu poderia dizer que não era nada e sair correndo dali... É, essa ideia agora me parecia por demais atraente. Movi as pernas para fora da cama, já me preparando para levantar e sair correndo, quando percebi que aquilo seria ridículo e só mostraria pra ele que no fundo eu ainda era a mesma Mary de sempre.

Me levantei da cama e parei de frente para ele, com uma mão na cintura e outra na testa, respirando fundo de olhos fechados. Abri os olhos, sabendo que Gary só poderia achar que eu definitivamente estava louca e voltei a me sentar na cama, olhando para ele.

-Gary... Você não tem ideia da vontade que eu tenho de sair correndo daqui agora. Nunca, desde que moramos debaixo do mesmo teto, eu tive tanto medo de falar uma coisa pra você... – Engoli em seco e fiquei em silêncio por mais alguns segundos, voltando o olhar para os meus joelhos. Acho que agora eu não conseguiria encará-lo. -Eu gosto de você, Gary e tenho vontade de me matar todos os dias, principalmente depois que você voltou da Irlanda com a Chloe, por não ter percebido isso antes... – Olhei meio de lado para ele e antes que ele pudesse dizer alguma coisa, completei. - E não é como a um irmão... – Acrescentei, talvez desnecessariamente, pronta para mais um ataque interno de pânico.


Última edição por Mary W. Bennington em Qui maio 14, 2009 12:35 am, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado.   Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado. EmptyTer maio 12, 2009 6:13 pm

Diante da minha confusão, Mary pareceu ficar quase que desesperada. Eu mesmo comecei a ficar nervoso por não conseguir imaginar o que estava se passando ali. Quer dizer... Aquela era Mary Bennington. O que poderia acontecer pra deixá-la daquela forma? Esfreguei os olhos mais uma vez tentando focar na situação e talvez perceber algum detalhe esclarecedor que eu poderia ter deixado escapar. Qualquer coisa que deixasse aquilo tudo pelo menos um pouco mais claro. Ela então levantou da cama, colocando uma mão na cintura e outra na testa. Okay, aquilo só podia significar que a situação era realmente séria. O que diabos poderia ter acontecido agora? Comecei a ficar realmente preocupado. Cheguei a me levantar para fazer Mary ficar parada e falar tudo de uma vez, mas ela o fez por conta própria e eu voltei a sentar.

-Gary... Você não tem ideia da vontade que eu tenho de sair correndo daqui agora. Nunca, desde que moramos debaixo do mesmo teto, eu tive tanto medo de falar uma coisa pra você...

Meu coração começou a disparar e aí eu fiquei realmente inquieto. Quer dizer... Mary já me falou muitas coisas, incluindo o fato de que estava grávida. Então... Bom, você entende o meu medo quando ela me diz que nunca esteve com tanto medo de me falar alguma coisa. Por que isso sempre acontecia? Era só eu voltar para casa que todas as questões com ela voltavam como se eu nunca tivesse ido embora. A rotina de preocupação e sustos foi o que me fez sair em primeiro lugar. Eu não conseguia mais me preocupar com ela a cada minuto, ainda que houvesse continuado a me preocupar mesmo com milhares de quilômetros de distância entre nós. Estar longe havia sido provavelmente mais difícil do que ficar perto. Pelo menos no início. Mas como a pessoa extremamente masoquista que eu sou, eu tive que voltar quando as coisas começaram a melhorar. Porque eu não podia simplesmente me manter são. E olha que isso vem de antes... Eu mal sabia o que estava por vir.

- Eu gosto de você, Gary e tenho vontade de me matar todos os dias, principalmente depois que você voltou da Irlanda com a Chloe, por não ter percebido isso antes...

Meu coração instantaneamente deu um salto e veio bater na garganta. Continuei olhando para ela, sem reação. Simplesmente não conseguia reagir. O que ela queria dizer com isso? Porque eu tinha que esgotar todas as possibilidades antes antes de formular quaisquer hipóteses. Porque eu não podia me enganar. Não quanto a isso. E eu já tinha imaginado muitas frases dessa natureza vindas dela pra ouvir essa sem desconfiança. Porém, Mary fez questão de clarear.

- E não é como a um irmão...

Okay, acordei.

Mal percebi a minha respiração, que se tornara quase ofegante. Ela estava realmente dizendo o que eu achava que ela estava dizendo? Por muito, muito tempo eu havia esperado que tais palavras saíssem da boca de Mary. Então você pode entender porque era tão difícil para mim acreditar que aquilo estivesse realmente acontecendo. Esse foi o motivo pelo qual eu passei as duas mãos pelo rosto, piscando algumas vezes. Pra ter certeza de que aquilo era realmente real, não era simplesmente mais uma das minhas fantasias. Mas ela continuava ali, olhando para os joelhos, sem conseguir me olhar nos olhos. Estava esperando uma reação e eu sabia que, por mais que não estivesse olhando para mim, estava atenta aos meus movimentos. Aquilo era tudo o que eu sempre quis ouvir. Por muito tempo. Porém, antes que qualquer felicidade pudesse realmente se instalar em mim, uma imagem me veio à cabeça. Chloè.

Foi então que eu voltei realmente à realidade. Minha cabeça saiu finalmente dos devaneios e voltou a ver a razão. Aquilo não podia estar acontecendo. Ela não podia estar me dizendo essas coisas. Simplesmente não podia. Não agora. Por muito tempo eu esperei e vi Mary passeando pra lá e pra cá com diversos namorados. Por muito tempo eu fui paciente e acreditei que um dia ela fosse perceber que eu sempre estive ali, esperando por ela. Mas os dias, os anos se passaram e isso não aconteceu. Então eu fui embora, continuei com a minha vida. E estava me saindo bem até voltar para a maldita Carmel. Agora ela vinha falar essas coisas, desestruturar tudo o que eu consegui com muito esforço. Toda a base psicológica que foi tão difícil manter sem ela na minha vida.

Quando ainda estava na fase do devaneio, me aproximei de Mary sem ao menos perceber. Ao dar por mim, ela me olhava com olhos curiosos e eu notei estar segurando sua mão. O que diabos eu estava fazendo? Isso não estava certo! Virando a cabeça para o lado, soltei a mão dela e me levantei da cama, indo para o outro canto do quarto. Passando a mão pelo rosto, andei de um lado para o outro por alguns instantes, tentando organizar o pensamento e dizer alguma coisa lógica.

- Você não... Você não pode... - Disse em um tom de voz muito baixo, ainda andando de um lado para o outro. Depois respirei fundo e parei, de frente para ela, ainda que distante. - Não diga besteira, Mary Wendy. Você não gosta de mim realmente... Isso aqui... - Eu disse, fazendo um gesto para indicar nós dois. - ... não pode acontecer... - Eu não sabia se estava dizendo realmente para ela ou mais para mim mesmo, tentando me convencer das minhas próprias palavras.
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MensagemAssunto: Re: Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado.   Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado. EmptyQui maio 14, 2009 12:25 am

Ouvi a sua respiração ficar mais ofegante, quando eu por fim completei que eu não gostava dele só como irmão, enquanto eu encarava os meus joelhos sem realmente vê-los. Todos os meus sentidos, minha atenção, tudo estava voltado para Gary, mesmo que eu não estivesse a encará-lo. E eu queria olhá-lo, mas esse era o único movimento para o qual eu não tinha forças, pelo menos por mais alguns segundos ou minutos, não sei... Mas mesmo sem olhar para ele, eu sabia de cor cada uma de suas prováveis reações corporais. E dentre elas, a que eu mais tinha certeza é de que ele deveria ter passado as mãos pelo rosto pelo menos uma ou duas vezes. Um sinal tão característico de seu nervosismo com situações completamente um pouco embaraçosas ou bombásticas. E aquele situação, pelo menos para mim, cabia nas duas classificações. Ou uma forma de tentar se situar, de ser racional, de agir com calma, como ele sempre fizera. E pensar naquilo me fez ter vontade de sorrir, só por conhecê-lo assim, mas ao mesmo tempo eu tinha um pouco de vergonha porque era assim que eu o deixava quando chegava com algum problema ou algo do gênero, há tanto tempo atrás... E eu não queria mais ser isso para ele. Não queria mais ser o seu fardo, a sua preocupação, o seu motivo para ir embora mais uma vez...

Continuei com a cabeça abaixada, esperando alguma reação diferente das que eu conhecia ou que ele falasse alguma coisa. Um ”Mary, você está louca?” pra começar, não seria estranho, já que apesar de talvez ter gostado ou ainda gostar de mim, agora ele tinha uma namorada. E Gary não era o tipo de cara que passava por cima dos sentimentos dos outros para satisfazer aos seus desejos. E eu não sabia se gostava disso ou se começava a me fazer perceber de uma vez por todas que as coisas não deveriam ser assim, não do jeito que eu havia pensado. Mas bem, estava feito e por mais que eu também não quisesse magoar ninguém, eu também não conseguiria mais negar o que sentia por ele, ainda mais ao tê-lo tão perto assim. É, no fim talvez eu acabasse como a egoísta aqui, mas não sabia exatamente o que fazer ou de que outra forma agir, já que eu não era do tipo que ficava esperando sentada. E talvez, para fazer isso dar certo ou não, um de nós teria que tomar a iniciativa.

Mas, e se ele me achasse uma pessoa abominável por tentar ficar com ele justo agora que ele tinha uma namorada? Porque se eu não tinha percebido antes que gostava dele, quando ele ainda estava aqui em Carmel, sozinho, que direito eu tinha de tentar recuperar o tempo perdido por ter sido tão tapada? Eu não sabia mais o que pensar, só que já estava feito e eu não ia voltar atrás...

Estava em um completo conflito interno, ainda com a cabeça abaixada, quando senti Gary se aproximar e segurar a minha mão. Esses gestos me mostraram que já era mais seguro olhar para ele e levantei a cabeça. Mas ao contrário de me sentir feliz e pensar que isso era uma resposta positiva, eu não me senti assim. Estava mais intrigada, do que satisfeita e talvez ele tenha percebido isso ou tenha percebido que não era a coisa certa a fazer, pois virou a cabeça de lado e soltou a minha mão, se afastando de mim. Por mais que isso me magoasse intensamente, era uma reação bem mais esperada, mas não a que eu realmente queria. Fiquei a observá-lo passar a mão no rosto mais algumas vezes, enquanto andava pra lá e pra cá, como se estivesse pensando no que ele me falaria. E se eu bem o conhecia, era exatamente isso que estava acontecendo.

Apenas esperei, meio hipnotizada pelos seus movimentos repetitivos, enquanto torcia as mãos, até que ouvi a sua voz. - Você não... Você não pode... - Ele falou, em um tom de voz baixo, parando de frente para mim. Eu não estava gostando daquela distância que ele mantinha entre nós... - Não diga besteira, Mary Wendy. Você não gosta de mim realmente... Isso aqui... – Fiz um bico discreto, a menção do meu nome do meio, já pretendendo interrompe-lo, pois nada daquilo que eu dissera era besteira, quando ele fez um gesto com a mão, indicando nós dois... - ... não pode acontecer... – Arregalei os olhos, me levantando da cama, como se ela tivesse me dado um choque. Por um momento fiquei sem palavras. Fechei os olhos, virando o rosto enquanto considerava tudo aquilo. Por que não poderia acontecer? A não ser que ele estivesse irremediavelmente apaixonado por Chloè...

Respirei fundo, com medo de começar a chorar e quando me senti mais controlada, virei o rosto para ele. -Quem disse que eu estou falando besteira, Gary?- Falei baixinho, me controlando para não me aproximar dele. Minha veia dramática pulsava fortemente... -Você acha que eu viria aqui, sabendo que você está com ela e falaria tudo o que eu sinto, de peito aberto, com a máxima chance de você me dizer que não gosta de mim? Me diz, agora, onde está a besteira nisso tudo?- Continuei no mesmo tom de voz, me aproximando mais um pouco dele, mas sem dar margem para respostas. - E não pense que eu não me sinto mal por estar te falando isso agora... No quanto eu me sinto uma idiota por ter percebido só depois que você foi embora e ter sofrido por você estar longe, por eu não poder dizer que eu gostava de você... – Falei, apontando hora para mim, hora para ele. - Eu não estaria falando tudo isso para você, Gary, se não sentisse que você também gosta de mim... - ”Ou que já gostou...” Eu não me atrevi a completar, enquanto percebia que havia me aproximando ainda mais e o encarava de perto.


Última edição por Mary W. Bennington em Seg maio 25, 2009 1:38 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado.   Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado. EmptySeg maio 18, 2009 2:06 pm

Eu ainda não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Por que diabos ela estava me falando aquilo tudo? Será que, não tendo ficado satisfeita em me torturar todos esses anos em que estivemos debaixo do mesmo teto, ela havia sentido a necessidade de me torturar mais um pouco agora? Só podia. Quer dizer, que resposta ela esperava que eu desse? Que isso tudo virasse uma cena épica de romance, eu a tomasse nos braços e dissesse que tudo ficaria bem uma vez que estivéssemos juntos? Isso era apelar demais e ignorar completamente as condições reais ainda que fosse bem perto da minha vontade. Continuei andando de um lado para o outro. Parava por alguns centésimos de segundos, mas parecia que se eu parasse de me movimentar, perderia de vez o equilíbrio e a capacidade de pensar, que já estava suficientemente prejudicada. Mary, por outro lado, não se aproximou. Ao menos não a princípio. Ela apenas se levantou da cama, com os olhos arregalados. Por favor, não faça isso ainda mais difícil...

-Quem disse que eu estou falando besteira, Gary? Ela falou baixo e eu fechei os olhos, desejando internamente o mais forte que podia para que ela não entrasse nessa discussão. - Você acha que eu viria aqui, sabendo que você está com ela e falaria tudo o que eu sinto, de peito aberto, com a máxima chance de você me dizer que não gosta de mim? Me diz, agora, onde está a besteira nisso tudo? - Mary veio se aproximando e eu recuei levemente, de forma meio que automática. - E não pense que eu não me sinto mal por estar te falando isso agora... No quanto eu me sinto uma idiota por ter percebido só depois que você foi embora e ter sofrido por você estar longe, por eu não poder dizer que eu gostava de você... – Passei a mão pelo rosto novamente, sem acreditar que ela estava realmente dizendo aquilo tudo. Meu Deus... Por que me abandonastes? - Eu não estaria falando tudo isso para você, Gary, se não sentisse que você também gosta de mim...

Levantei o olhar para ela repentinamente diante daquelas últimas palavras. Uma indignação começou a crescer dentro de mim e eu soube naquele momento que não conseguiria seguir com o plano que havia adotado meio que inconscientemente de simplesmente negar aquilo tudo. Tinha muita coisa dentro de mim que estava guardada e tudo aquilo parecia prestes a irromper à superfície. E não haveria nada que eu pudesse fazer para impedir. Agitado, passei por Mary, caminhando para o outro lado do quarto e bati com uma mão na parede com força. Fiquei parado por alguns segundos, apenas apoiado na parede, com a cabeça baixo, tomando fôlego de costas para ela. Mas eu simplesmente não conseguia me acalmar. Era fisicamente impossível que todas aquelas coisas continuassem somente dentro de mim naquele ponto. Então me virei para ela e desisti de tentar impedir as palavras de saírem.

- Okay Mary... Vamos supor então por um momento de que isso tudo que você está me falando é verdade. Que você realmente sente o que está dizendo que sente. - Dei uma pausa, balançando a cabeça negativamente olhando para o teto. - O que você espera que eu faça? Hã? Agora. Nesse momento. Você esperava que me dizendo isso, tudo ficaria bem e nós seríamos felizes para sempre? - Sentindo o controle se afastar cada vez mais de mim, se aproximei dela a passos largos e disse, agora em tom mais alto. - Isso não vai acontecer, Mary Wendy, é tarde demais! - Havia chegado ao ponto crítico. - Eu gostei de você, sim... Droga, eu amei você! Eu esperei por muito tempo que você percebesse que eu seria muito melhor pra você do que os imbecis que você trazia pra casa! - Agora não havia mais volta. Só me restava terminar de dizer o que eu tinha que dizer. - Eu estive presente sempre que você precisou... Até que não dava mais. - Dei uma pausa, respirando fundo e abaixando o tom, com algum esforço e lutando para impedir que a minha voz tremesse. - Quando eu decidi ir embora, acho que esperava que você tentasse me impedir de alguma forma... - Balancei a cabeça, olhando para o chão para depois voltar o olhar para ela. - Mas não... - Respirei fundo. - Então eu fui e reconstruí a minha vida. Sem você. Foi difícil, mas eu consegui... E agora você quer que eu jogue tudo isso pro alto porque você decidiu que gosta de mim? - Eu não sabia o que queria que ela respondesse ou mesmo se queria que ela respondesse. Vendo os olhos de Mary se encherem de lágrimas, lutei para manter o meu próprio controle. "Seria melhor assim", eu tentava me convencer. Então, tomando nova distância dela, finalizei com a frase que já havia dito antes e que basicamente dizia tudo. - É tarde demais.
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MensagemAssunto: Re: Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado.   Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado. EmptySex maio 29, 2009 3:57 pm

Toda aquela história estava começando a se tornar mais dolorosa do que eu imaginara e ainda nem havíamos dito tanta coisa. Mas os gestos de Gary me magoavam, e para que eu não me magoasse mais, tentei ignorar o fato de que quanto mais eu me aproximava dele, mais ele parecia se afastar, como se quisesse manter uma distancia segura de mim. No fundo eu sabia que era uma forma que ele tinha de manter o controle, mas mesmo assim, doía.

Tentei ser o mais forte possível e continuei a encará-lo, mas sem me aproximar mais, quando Gary finalmente levantou o olhar para mim. Eu não sabia ainda o quanto as minhas palavras tinham mexido com ele, mas algo do que eu dissera não o deixara feliz. Eu tinha quase certeza de que tinha um pouco a ver com a minha presunção em afirmar que ele gostava de mim. Mas eu simplesmente fora sincera e sabia que nunca daria a cara a bater dessa forma se não tivesse um pouquinho que fosse de certeza. Encarei Gary de volta, pois abaixar o olhar ante a qualquer acusação ou indignação muda, não seria vantajoso.

Ficamos assim por poucos segundos, enquanto eu esperava por alguma resposta sua, quando Gary passou por mim, se afastando repentinamente. Eu, ao invés de me virar e segui-lo, continuei paralisada no mesmo lugar, pois sabia que as suas reações mudas eram muito preocupantes. Me assustei com o barulho que Gary fizera ao bater com as mãos na parede. Bem, só poderia ser algo assim e eu sabia ser bem possível.

Fechei os olhos e respirei fundo, antes de me virar. Gary ainda estava com as mãos encostadas na parede, de cabeça baixa. O arrependimento começava a se tornar maior. Será que eu deveria ter esperado mais para fazer isso? Mas, se eu esperasse mais, Gary poderia ir embora de uma vez e eu tinha que tirar isso do meu peito de uma vez por todas. Só que o resultado estava se mostrando pior do que eu imaginara...

Continuei a olhá-lo, apreensiva com a sua reação, até que ele finalmente se virou para mim. Prendi a respiração inconscientemente a espera do que viria pela frente. - Okay Mary... Vamos supor então por um momento de que isso tudo que você está me falando é verdade. Que você realmente sente o que está dizendo que sente. – Abri a boca para revidar, para dizer que não haviam suposições. Mas eu só consegui abrir a boca pateticamente, perdendo meu tempo para responder, enquanto o via olhar para o teto e balançar a cabeça negativamente. Era tão difícil assim de aceitar que eu gostava dele? - O que você espera que eu faça? Hã? Agora. Nesse momento. Você esperava que me dizendo isso, tudo ficaria bem e nós seríamos felizes para sempre? – Por mais que no fundo esse fosse meu desejo e convenhamos, o desejo de qualquer um que se declara para a pessoa amada é de que tudo fique bem e que vivam felizes para sempre, não é?, eu sabia que a realidade seria bem diferente. Olhei Gary se aproximar de mim a passos largos, enquanto eu não conseguia dizer nada, nem para ao menos interrompê-lo e dizer que aquela descrença no que eu sentia era infundada.

- Isso não vai acontecer, Mary Wendy, é tarde demais! – O impacto daquelas palavras foi tão grande, que ele poderia ter me chama de Mary Help e eu não teria notado. Arregalei os olhos, como se aquilo pudesse segurar a torrente de lágrimas que não demoraria a explodir. - Eu gostei de você, sim... Droga, eu amei você! Eu esperei por muito tempo que você percebesse que eu seria muito melhor pra você do que os imbecis que você trazia pra casa! – Eu sabia que estava certa, mas estava plenamente consciente de que ele havia dito aquilo no passado. Que ele tinha me amado e que não me amava mais. - Eu estive presente sempre que você precisou... Até que não dava mais. – Gary respirou fundo e eu não conseguia mais pensar de forma coerente. - Quando eu decidi ir embora, acho que esperava que você tentasse me impedir de alguma forma... – Isso, tudo o que eu precisava ouvir agora dele, era o quanto eu o tinha feito sofrer e o quanto tinha sido lerda em não fazer o que precisava para mantê-lo aqui. Mas afinal, eu merecia, mesmo que em parte. Só que estava se tornando cada vez mais difícil não desmoronar na frente dele.

- Mas não... Ele respirou fundo. -Então eu fui e reconstruí a minha vida. Sem você. Foi difícil, mas eu consegui... E agora você quer que eu jogue tudo isso pro alto porque você decidiu que gosta de mim? – Eu não sabia se ficava indignada por Gary parecer menosprezar tanto o que eu estava sentindo ou se me deixava consumir no arrependimento por ter sido tão cega. Senti meus olhos transbordarem de lágrimas e dei um suspiro mais alto, que foi transformado em quase um soluço, tentando não começar a chorar de vez. Eu sabia que quando começasse, demoraria a parar. - É tarde demais.

Aquela frase repetida mais uma vez era um tapa na cara, mas pareceu me dar um pouco mais de forças para não encerrar a discussão de forma tão desvantajosa. Eu sabia que poderia ser tarde, mas como ele podia insistir em repetir aquilo, quando ele nunca falara com todas as letras que gostava de mim? Os sinais dele eram fortes e claros, e infelizmente eu só fui perceber depois, mas porque ele também não tentou? Eu o tinha feito sofrer, tinha sido cega, tinha percebido tarde demais, mas estava tentando...

Respirei fundo, fechando os olhos e secando algumas lágrimas que haviam escapado, com as costas da mão. Não tinha forças para revidar de forma enérgica, e minha voz saiu um pouco mais alta que um sussurro. -Eu não entendo porque está sendo tão difícil para você acreditar que eu realmente te amo. Ou até posso entender, porque eu tenho consciência que te fiz sofrer...- Fechei os olhos, para tomar mais força, mas minha voz ainda saiu fraca. - Me arrependo de não ter percebido antes o peso que eu fui para você e de ser a culpada de você ter ido embora, mas eu gostaria de saber Gary, se alguma vez você pensou em falar claramente para mim que me amava...- Abri os olhos novamente e eles estavam turvos de lágrimas. -Não quero com isso aliviar a minha grande parcela de culpa em não ter você do jeito que eu quero, nada vai mudar isso, mas você já pensou que talvez a única coisa que faltava era você ter se aberto comigo?
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MensagemAssunto: Re: Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado.   Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado. EmptySeg Jun 01, 2009 10:17 pm

No momento em que as palavras saíram da minha boca, eu pude sentir o quanto elas a machucaram. O que implica necessariamente que os danos em mim foram idênticos, senão maiores. Mary começou a respirar fundo e eu sabia que as lágrimas viriam mesmo antes de elas chegarem. Eu próprio tive que piscar várias vezes e virar de costas por alguns instantes para manter o controle. Chorar estava fora de cogitação. A frase "isso dói mais em mim do que em você" sempre me pareceu hipócrita em qualquer ocasião que fosse dita. Até agora. Eu sabia o quanto estava machucando-a simplesmente pelo reflexo que isso tinha em mim. Mas eu sabia que era o que eu tinha que fazer. Quer dizer, era a coisa racional a fazer. Eu tinha uma vida construída sem Mary agora e sabia que era ela que eu tinha que seguir. Além do mais, nós nunca poderíamos dar certo. Depois de um tempo, ela voltaria a sentir a necessidade de inovação e de mudança que estavam sempre presentes dentro dela, ou eu não conseguiria acompanhar a sua agitação constante ou eu não teria paciência suficiente. De qualquer modo, acabaria mais cedo ou mais tarde. Então... pra quê começar? Certo?

Ou isso era apenas algo que eu continuava dizendo a mim mesmo para evitar tentar? Porque eu sabia o quanto ia doer se não desse certo. Você não pode perder algo que nunca teve, certo? Respirei fundo. De qualquer modo, tinha Chloè, que viera para Carmel por minha causa. E... diabos, eu gostava da moça! Tudo estava bem até Mary sentir essa súbita urgência de desabafo. Eu nunca devia ter saído da Irlanda...

- Eu não entendo porque está sendo tão difícil para você acreditar que eu realmente te amo. Ou até posso entender, porque eu tenho consciência que te fiz sofrer... - Apesar de ela fechar os olhos, continuei encarando-a, com expressão séria. - Me arrependo de não ter percebido antes o peso que eu fui para você e de ser a culpada de você ter ido embora, mas eu gostaria de saber Gary, se alguma vez você pensou em falar claramente para mim que me amava... - Quando Mary abriu os olhos novamente, pude ver as lágrimas que ameaçavam escorrer e controlei o impulso de proteção que insistia em vir. - Não quero com isso aliviar a minha grande parcela de culpa em não ter você do jeito que eu quero, nada vai mudar isso, mas você já pensou que talvez a única coisa que faltava era você ter se aberto comigo?

Ter se aberto com ela? Ah, antes fosse assim tão simples! Como se ela fosse sempre bastante receptiva às confissões que eu tivesse que fazer! Claro que boa parte do impedimento era a minha própria falta de coragem, mas as circunstâncias nunca colaboraram. Fiquei algum tempo apenas olhando para ele, com a expressão séria impassível. Então finalmente abaixei o olhar antes de respirar fundo para começar a falar, agora voltando ao tom mais baixo.

- E você acha que era assim fácil? A única coisa que faltava era eu me abrir com você? - Dei uma risada sem humor. - E era pra eu fazer isso quando? Quando você trazia um dos seus namorados pra casa? Ou quando você vinha pra me contar como ele tinha partido o seu coração? - Sacudi a cabeça negativamente, olhando para ela em silêncio. - Não tente fazer isso minha culpa, Mary Wendy. - Tradução: Não jogue na minha cara o que eu me torturo tanto por não ter feito. - Eu não tive escolha. - Respirei fundo e dei as costas, caminhando até a cama e me sentando. Então levantei a cabeça para ela mais uma vez. - Sabe que eu até ia tentar um dia? - Okay, essa parte era verdade. - Eu pensei em tudo o que podia dizer pra você. - Olhei para o chão e dei uma risada doída lembrando do momento. - Foi o dia em que você resolveu me apresentar o grande Ethan Riley. - Então voltei a olhar para ela. - Mas hey, era só eu me abrir com você, certo?
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MensagemAssunto: Re: Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado.   Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado. EmptyTer Jun 02, 2009 10:30 pm

Ao invés de ficar encarando Gary até obter uma resposta, preferi abaixar a cabeça e deixar que as lágrimas que já haviam transbordado, escorressem. Aquilo só daria mais vazão para que mais delas viessem, mas eu tinha que empregar o restante de minhas forças em não desmoronar em sua frente. Seria demais ser olhada com pena depois de ter levado um fora. Não que eu não soubesse das conseqüências em ter ido até ali dizer tudo aquilo, - e mais uma vez devo ressaltar que por mais que saibamos existir o lado bom e o ruim em qualquer situação, sempre esperamos que o resultado seja o melhor. É mais fácil se enganar... - mas a realidade é bem mais dolorosa e o baque é sempre maior do que se achou poder suportar.

Continuei daquele jeito, compenetrada em me controlar, mas estava se tornando cada vez mais difícil. Cada lágrima parecia puxar outra e em breve eu já não conseguiria mais controlar a torrente que começaria a correr pelo meu rosto. Fiquei a passar as pontas dos dedos repetidamente pelos meus olhos, como se aquilo fosse secar as mais teimosas que insistiam em aparecer. Eu já estava cansada daquela discussão, sabia que havia perdido – se houvesse, é claro, um ganhador e um perdedor naquilo tudo – e estava sem argumentos para me confrontar com Gary. Eu havia até me imaginado lutando mais por isso, tentando convencê-lo a voltar atrás caso a resposta fosse negativa, mas já havia perdido a vontade, pelo menos àquela noite.

Respirando fundo mais uma vez, me arrisquei a olhar para Gary, que me encarava com uma expressão extremamente séria. Encarei-o de volta, sem a firmeza que eu realmente queria demonstrar, quando ele finalmente voltou a falar.

- E você acha que era assim fácil? A única coisa que faltava era eu me abrir com você? – Fechei os olhos mais uma vez, ante a sua risada sem humor, me preparando para o pior. - E era pra eu fazer isso quando? Quando você trazia um dos seus namorados pra casa? Ou quando você vinha pra me contar como ele tinha partido o seu coração? – Quer dizer que agora ele começaria a jogar na minha cara que a culpa por não ter se declarado para mim, era minha e do fato de eu estar sempre comprometida? O que era mesmo que eu estava fazendo agora, no quarto dele? Abri os olhos, tentando deixar transparecer a faísca de raiva que perpassou por mim, mas ela não era tão grande a ponto de apagar as outras sensações. Até isso me cansava. - Não tente fazer isso minha culpa, Mary Wendy. – É, pelo jeito eu levaria todo o crédito por ter estragado tudo para nós. - Eu não tive escolha. - Como assim ele não tivera escolha? Eu não conseguia entender... Observei Gary dar as costas para mim, caminhando até a cama e sentando-se nela, levantando a cabeça para me olhar em seguida. - Sabe que eu até ia tentar um dia? Eu pensei em tudo o que podia dizer pra você. – Gary olhou para o chão, dando mais uma risada. Por que ele não havia tentado? Não, não tinha como entender... - Foi o dia em que você resolveu me apresentar o grande Ethan Riley. – Ele completou, voltando o olhar para mim. Coloquei a mão na testa, fechando os olhos mais uma vez. Ethan. Ele tinha que meter Ethan nessa história... - Mas hey, era só eu me abrir com você, certo?

Tentei ignorar a ironia por trás das ultimas palavras de Gary. Eu sabia que deveria ter sido difícil para ele me ver com tantos namorados e ter se frustrado por tentar se declarar justo no dia em que eu havia trazido um deles para casa. Mas... Espera um instante. Isso tinha acontecido comigo não? Tudo bem que em uma escala bem menor, de vários para um, mas isso não havia me impedido de agir daquela maneira... Abri a boca para dizer tudo isso, do quanto as desculpas dele me pareciam fracas, já que ele havia me amado tanto assim, mas não consegui dizer nada. Ao mesmo tempo em que parecia ser o certo, me parecia injusto. Ficar tentando jogar a culpa nele seria pior para mim. Fechei minha boca instantaneamente. Não ia mais continuar com aquela discussão. Já bastava para aquela noite.

Ainda estava de olhos fechados e senti lagrimas mais grossas tentarem escapar por eles, como se a decisão de não continuar mais com aquilo fosse o sinal para liberar o pranto. Abri os olhos, tentando encará-lo e ignorando o fato de que agora eu deveria estar com uma cara horrível. -Essa conversa era para ser sobre eu e você, Gary...- Falei da forma mais coerente que consegui, mas minha voz já estava completamente embargada. -Não é hora de meter Ethan nisso... Mas é melhor pararmos por aqui, antes que nos machuquemos mais.- Completei, passando por ele, em direção a porta. Parei na entrada do quarto e ainda de costas, enxuguei um pouco as lágrimas para conseguir falar algo mais. -Mas eu pelo menos tentei... - E sem lhe dar tempo de responder, me encaminhei para o meu quarto, entrando o mais rápido que pude nele, batendo a porta e encostando-me ali. Todo o choro que eu havia segurado explodiu repentinamente. Fiquei ali, chorando pateticamente, fazendo um esforço enorme para não emitir sons muito altos, colocando a mão sobre a barriga, que doía ligeiramente com o esforço. Sentindo minhas pernas bambearem, me encaminhei lentamente para a minha cama, me jogando sobre ela e afundando a cabeça no travesseiro, sem esperanças de cessar aquela crise por um bom tempo.


Última edição por Mary W. Bennington em Qua Jun 03, 2009 1:01 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado.   Não pode ser tão tarde assim... Rp Fechado. EmptyTer Jun 02, 2009 11:09 pm

Depois de falar tudo o que tinha para dizer (ou ao menos o que eu tinha condições de dizer naquele momento), olhei para a parede, no lado oposto ao que Mary estava. Simplesmente não podia olhar pra ela naquele momento. Eu sabia que muita da culpa por nós não termos tido uma chance mais cedo era minha. Droga, eu sabia disso, eu me lembrava disso todos os dias! E agora, sabendo que eu realmente poderia ter tido uma possibilidade fazia tudo ainda pior. Mas na minha mente, essas idéias sempre vinham no passado. Uma chance que nós poderiamos ter tido. Não agora. Não desse jeito. As coisas estavam diferentes. Eu estava diferente. Chloè também fazia parte da situação. Era tudo muito mais complexo do que parecia. Então era por esses e outros motivos que eu simplesmente não podia encará-la naquele momento. Eu podia adivinhar sua expressão, mas sabia que tudo aquilo me doeria muito mais se eu chegasse a vê-la. Por muito tempo, eu tive raiva de tudo e de todos que machucaram Mary, que a fizeram chorar. E agora eu a faria chorar. Irônico, no mínimo.

- Essa conversa era para ser sobre eu e você, Gary... - A voz dela imediatamente me deu um aperto no coração. A culpa era minha. Eu sabia que era. Mas simplesmente não podia voltar atrás. O que era aquilo? Orgulho? Talvez um pouco. Mas haviam muitas variáveis envolvidas. - Não é hora de meter Ethan nisso... Mas é melhor pararmos por aqui, antes que nos machuquemos mais. - Ethan... Se ela soubesse o quanto aquele nome me incomodou. Ele representou tudo o que eu não podia ser para Mary naquela época. Não que eu tivesse qualquer simpatia por ele ou que visse qualquer coisa de admirável na sua personalidade. Mas aparentemente Mary viu. E isso simplesmente me matava. Definitivamente não foi uma surpresa agradável conhecê-lo naquela ocasião específica acima de tudo. Finalmente voltei a olhar para ela, ouvindo os seus passos em direção à porta. Sem se virar então, ela disse suas últimas palavras -Mas eu pelo menos tentei...

"Mas pelo menos eu tentei". Isso foi como um tapa na cara. Não, minto. Foi pior. Deus... Eu sou o homem nessa história! Ou deveria ser. Então por que eu não havia conseguido tomar a simples iniciativa? Ela conseguira. Por mais que eu soubesse que Mary não era uma mulher como as outras, eu ainda tinha que entender que esse não era o papel dela. Ela não deveria ter que chegar ao ponto que chego. Eu deveria ter feito a minha parte a tempo. Simples assim. E pra completar, agora eu a estava deixando sair pela minha porta. Sair da minha vida outra vez. Minhas pernas estavam congeladas, eu simplesmente não conseguia levantar da cama. Mas também não conseguia tirar os olhos da silhueta dela, mesmo depois que sumiu de vista e tudo que permaneceu foi a imagem do corredor vazio. Minha respiração foi ficando ofegante com a raiva que eu sentia de mim mesmo.

Apesar de finalmente conseguir levantar, não pude ir atrás dela. Fui covarde outra vez. Caminhando até a porta, a bati com força, como se descarregasse nela toda a frustração que eu sentia comigo mesmo. Permaneci então algum tempo com os dois braços apoiados na porta agora fechada, a cabeça abaixada entre eles. A minha respiração estava ainda mais ofegante. Não sentia vontade de chorar. Meus sentimentos eram confusos demais para serem externados por lágrimas. Mas acima de tudo eu sentia raiva. Raiva de Mary. Raiva daquela situação. Raiva das situações passadas. Mas principalmente raiva de mim mesmo. E eu sabia que essa era a única justificada. Minhas pernas cederam e eu me deixei cair ao chão de joelhos, os braços apoiados no chão e a cabeça baixa. Minha respiração agora estava quase difícil. E tudo o que eu conseguia era ficar ali, pensando nas oportunidades perdidas, no meu orgulho ferido, na minha falta de coragem. E em Mary. Principalmente em Mary.



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