"u-a-u" foi o que eu disse quando eu vi aquela casa à venda na internet. Eu pensei que ela fosse o meu sonho de consumo, e que nunca conseguiria comprar, por que eu nunca fui rica nem nada disso. Mais quando eu vi o valor, e onde se situava meus planos todos mudaram. Eu não sei o que foi, mais algo me atraiu para aquela cidade e antes mesmo de eu pensar eu ja tinha fechado o negócio e estava arrumando minhas malas para Carmel.
Eu nunca fui muito fã de New York, e essa nova cidade parecia o ideal para mim. Uma nova vida, eu pensei comigo mesma.
Era engraçado e maluco ao mesmo tempo, que em menos de um dia atrás eu estava em New York, e agora eu estava parada na porta da minha nova casa. Eu deixei minhas malas no taxi distraida com a beleza da casa, que era minha agora.Distraida escutei o taxista gritando comigo:
-Senhora, as suas malas!- o taxista gritou mais uma vez, e então eu sai da transe em que estava, e voltei para pegar minhas malas.
-Obrigado- eu disse rapidamente, resgatando as minhas malas daquele taxi apertado e incômodo e voltei para a varanda, procurando as chaves perdidas na minha bolsa.
A casa não era nada de estravagante, mais era o ideal para mim. As cores eram de um verde claro, combinando com um branco em toda as janelas, as janelas eram de madeira clássica e deixavam para trás todas as janelas modernas da complicada New York. A porta também era de madeira e o branco que revestia a porta estava meio desgastado. Achando as chaves perdidas na bagunça que estava minha bolsa, eu abri a porta e entrei na minha nova casa.
Ela era mais linda do que as fotos na internet. Não era grande, nem pequena, de um tamanho certo. A sala era ampla e a janela mostrava o grande oceano que ia até a linha do horizonte. As janelas do andar de cima eram apenas vidros, você podia ver tudo, eu jamais precisaria usar luz ali ao dia. A luz do sol servia mais do que o necessários, os quartos de um tom branco, e os móveis de madeira antiga e ao mesmo tempo moderno davam aquela casa a lembrança da minha infância.
Eu estava mais do que entusiasmada, aquela casa era mais do que eu sonhei. Eu desci correndo as escadas de madeira que pareciam tão frageis, e tão fortes ao mesmo tempo e corri para abrir as janelas. Eu sempre gostei da luz, do sol, do ar fresco.... A paisagem era linda, e eu estava louca para sair e respirar o ar fresco daquela cidade.
Eu organizei minhas poucas coisas rapidamente, e olhei o mapa dali. Eu não poderia me perder, óbvio. E se eu me perdesse eu me chingaria para o resto da vida. Depois que eu pude me localizar eu percebi que até agora eu não tinha visto NADA. Eeer, era meio estranho, todos os lugares que eu ia "eles" estavam atrás de mim. E até agora NADA. Pelo menos, ali eu não seria apontada como a garota que fala com o vento.
Mais animada do que de costume eu peguei minha bolsa, agora organizada, e decidi dá uma volta pela cidade. Afinal, eu teria que conhecer alguém daquela cidade, assim eu esperava.