- :: Shadowland Tales
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.


Face a face com o sobrenatural. Baseado na série de Meg Cabot, 'A Mediadora'.
 
InícioPortalProcurarÚltimas imagensRegistarEntrar
Bem vindo!
Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Atrama

Deu-se inicio de mais um semestre na cidadezinha de Carmel. Misterios estão sendo, pouco a pouco, revelados e segredos antes bem guardados, estão começando a vir a tona. Bruxos, Mediadores e Fantasmas se encontraram, chocando-se uns com os outros, e sem conseguir evitar os ligigos, as paixões avassaladoras, o ódio ou o amor. E agora? Que escolha você fará?

Bem vindo ao jogo!
Big Brother Carmel
- CALENDÁRIO -


Dia on:
11 de Setembro
Clima: Levemente fresco em Carmel. Algumas nuvens começam a nublar o céu; uma ameaça delicada à uma chuva vindoura.
Horário: Noite.

OFF: Favor finalizar suas ações até o dia 14 de setembro. A partir daí, poderão postar livremente na categoria Big Brother Carmel. Ps.: Só poderão postar os personagens que receberam uma mp da Admnistração.
Últimos assuntos
» Jogo - Continue a historia com 3 palavras...
Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] EmptySex Dez 27, 2013 1:02 am por lagartixa3

» Flood 5
Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] EmptyQui Dez 22, 2011 6:30 pm por Summer Martin Webber

» assay
Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] EmptyQui Ago 04, 2011 9:50 am por Convidado

» Insurance
Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] EmptyQui Ago 04, 2011 6:29 am por Convidado

» benefits of taking fish oil
Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] EmptyQua Ago 03, 2011 11:45 pm por Convidado

» System Caffeine Nervous Sympathetic
Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] EmptyQua Ago 03, 2011 9:36 am por Convidado

Links Uteis
Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Linksuteis

Regras gerais
Trama do Jogo
Dicas Para Iniciantes
Grupos e Espécies
Personagens Cannons
Lista de Avatares

Destaques
Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Celebridades

- Cadance Fox -Destaque Pesonagem Feminino

- Neil Acker -Destaque Pesonagem Masculino

- Romeo Montecchio e Juliet C. Carey. -Casal Destaque


- Rp destaque -Rp destaque
Parceiros
Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Parceiros

Twilight Chronicles RPG Malfeito-Feito RPG Fórum Central tl tl
Créditos
Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Creditos

© Shadowland Tales é uma criação de Dahiane e Alessandra. Todo o conteúdo do site pertence às Administradoras.
Agradecimentos à Meg Cabot, por ceder-nos a maravilhosa série de livros 'A Mediadora', e aos players e jogadores do board.

Proibida a Cópia total ou parcial.
Obrigada.

 

 Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.]

Ir para baixo 
2 participantes
AutorMensagem
Mary W. Bennington
Mediadores
Mediadores
Mary W. Bennington


Mensagens : 66
Data de inscrição : 08/02/2009
Idade : 37
Localização : Terra do Nunca

Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Empty
MensagemAssunto: Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.]   Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] EmptyDom Fev 15, 2009 4:13 pm

Certo. Antes de mais anda preciso pesar algumas coisas que fazem parte da minha vida. Fantasmas, irresponsabilidade, sermões, mais fantasmas, diversão, fantasmas, alguns ossos quebrados ao longo da vida, um pouco de perigo, e fantasmas. Pronto! É isso! Essa é minha vida e eu sempre amei muito ela pelo fato de que pensar nessas coisas não me faz pensar na palavra que me mete mais medo: Futuro!

Eu não acho que ter medo do futuro é tão incomum, mas ter medo até de pronunciar a palavra em si é que se torna estranho. Bem, eu posso soletrar a palavra pra você caso eu seja desafiada. Ah! Desafio, também faz parte daquela listinha lá em cima. Mas voltando. Falar do futuro ou somente pensar nele é colocar um peso muito grande nas costas. É trabalhar e guiar todas as suas ações, pensando somente nas conseqüências e nunca nas sensações que aquilo vai lhe proporcionar no momento atual. Acho que eu não gosto de pensar no futuro, porque eu tenho uma real urgência de querer aproveitar o agora com intensidade, sem pensar que aquele agora pode me levar a cair do muro e quebrar um braço ou pode me fazer querer aproveitar cada momento com a pessoa que eu amo ou que eu achava que amava e me levar a ficar grávida. Sim, agora chegamos ao ponto principal. Gravidez!

Essa sim é uma situação, palavra, estado que leva a pessoa que está carregando o filho na barriga a ter que pensar no futuro e só a primeira coisa por si só já se torna assustadora. Bem, bastante assustadora, devo dizer. Eu não vou lhe dizer que ao fazer o que eu fiz, várias vezes, eu não sabia que isso pudesse acontecer. Eu sabia, mas, mais uma vez tenho que dizer que eu não consigo e nem sei se um dia conseguirei pensar em uma ação e na reação da mesma. Que prazer eu sentiria naquele momento se eu começasse a pensar que o que eu estava fazendo podia levar ao que levou? Acho que ninguém normal e que pensa no futuro faz isso, imagine eu então? Mas aconteceu e eu estava bastante atordoada para pensar sequer no meu agora.

Confesso que eu passei o ultimo mês bastante apreensiva, pensando que talvez isso realmente pudesse acontecer, mas vivia adiando o momento de me certificar. Assim que a situação ficou bastante critica e eu já não podia mais esperar, fiz o teste que deu positivo imediatamente. Não consegui pensar em nada, a não ser na vontade de contar pra Ethan que estava grávida dele. Acho que a reação dele iria desencadear a minha. E desde o primeiro momento eu não conseguia sentir nada. Pânico, desespero, medo ou então felicidade. Nada. Acho que a válvula de escape seria a reação dele. Eu achei que seria assim, pois imaginava todas as reações, menos a real.

Eu estava voltando da casa de Ethan e todas essas coisas se passavam pela minha cabeça. Era uma espécie de flashback, onde eu tentava encontrar uma desculpa para o que estava acontecendo. Mas como só eu sabia, não tinha argumentação e apesar de tudo eu não me martirizava por não ter pensado nas conseqüências de meus atos, mais uma vez. Não, e eu ainda achava que a reação dele fosse me descongelar do meu estado de torpor, mas não foi o que aconteceu. Acho que pensando melhor, no fundo, beeem lá no fundo eu sabia que aquela seria a sua posição. Ethan agiria como uma criança e se desesperaria, dizendo que não poderia assumir aquilo. Se eu tivesse pensado nisso antes, conscientemente, eu teria ficado apavorada. Mas eu estava surpreendida em como estava levando tudo isso.

Meus pés me levavam automaticamente para a minha casa e conforme eu me aproximava, palavras conhecidas martelavam em minha cabeça, com uma voz ainda mais conhecida. ”Ele é um irresponsável, Mary! Ele ainda vai te machucar. Na primeira situação critica ele vai fugir!” Isso martelou na minha cabeça conforme eu ia chegando perto de casa e eu sabia de quem era a voz, as palavras e sabia que agora ele tinha razão. E ao me lembrar disso, algo começou a descongelar dentro de mim. Todos os sentimentos que eu pensei que fossem desencadear quando eu descobrisse que o teste dera positivo, ou então quando Ethan ficasse sabendo, começaram a tomar conta de mim. Mas aos pouquinhos e eu sabia que isso era porque ele era uma das pessoas pra quem eu queria, mas tinha medo de contar. Além do meu pai, claro, mas com ele era diferente.

Entrei em casa, ligeiramente apavorada, mas ainda com tudo sob controle. Subi as escadas vagarosamente e passei pelo quarto de Gary, que estava trabalhando com a porta aberta, em seu computador. Entrei e me sentei em sua cama, observando ele digitar alguma coisa. Ele percebeu que eu entrara muito quieta, sem a baderna usual e olhou pra trás. Eu não iria entrar no assunto diretamente. Eu sabia que todas as minhas emoções estavam descongelando mais rápido agora e era questão de tempo para que eu começasse a surtar.

-Muito trabalho?- Perguntei, querendo parecer descontraída, enquanto torcia a ponta da cocha de sua cama.
Ir para o topo Ir para baixo
Garret C Fitzgerald
Humanos
Humanos
Garret C Fitzgerald


Mensagens : 30
Data de inscrição : 09/02/2009

Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Empty
MensagemAssunto: Re: Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.]   Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] EmptyDom Fev 15, 2009 4:35 pm

Aquele dia havia começado como qualquer outro. Palavra chave? Começado. Quando eu acordei pela manhã, não tinha nem idéia da bomba que eu estava prestes a receber. Mas enfim, não vou me adiantar. Melhor contar tudo do início. Desde que eu terminei o colégio, depois de nos mudarmos para Carmel, Richard foi me ensinando um pouco do seu trabalho e eu consegui um emprego em sua firma. Dediquei-me bastante e acho que consigo fazer o trabalho direito. Mas exige bastante de mim, afinal, eu jamais poderia desapontá-lo. Não depois de ter me dado tal oportunidade. Era por isso que eu aproveitava boa parte das minhas horas vagas para procurar maneiras de aprender mais e aprimorar aquilo que eu fazia. Algumas vezes eu também levava alguns relatórios para casa para estudar e aprender mais sobre aquele ramo.

Esse era um daqueles dias. No dia anterior, eu havia juntado todos os relatórios da última semana e trazido para casa para revisar. Eu não tinha que fazer isso, mas realmente acreditava que aquilo aprimorava a minha visão para o trabalho. Mal não podia fazer. Comecei a ler os papéis ainda pela manhã. Mal senti o tempo passar e logo minha mãe estava me chamando para almoçar. Coloquei as coisas de lado e desci sem demora. Ao chegar na mesa, encontrei minha mãe distraída com um livro de receitas novo, Richard atendendo diversas ligações e uma Mary estranhamente aérea. Quer dizer, aquela garota já era estranha por natureza, mas não era quieta. E passar o almoço inteiro calada como ela passou naquele dia havia sido uma proeza que eu só deveria ter presenciado uma ou duas vezes em anos de convivência. Tentando sondá-la, lhe fiz uma pergunta qualquer, a qual tive que repetir três vezes para obter uma resposta. Você entende o que é isso? Só pra te dar uma base de comparação, se Mary estivesse em seu estado normal, ela estaria respondendo a minha pergunta quando eu ainda estivesse na metade da frase. E quando eu me mostrasse irritado com isso, ela riria de mim e falaria que as minhas perguntas eram bastante previsíveis. Então sim, aquilo era bem estranho.

Por mais que eu estivesse interessado e levemente preocupado, não tive chance de abordá-la, já que, logo terminado o almoço, ela subiu em disparada para o quarto. Ao terminar o meu, estava subindo as escadas quando cruzei com ela, descendo novamente em disparada e falando para Richard que iria para a casa de Ethan. Parei por um milésimo de segundo na escada antes de continuar. Por mais que eu detestasse admitir, as idas de Mary à casa de Ethan me incomodavam profundamente. Eu sabia bem por que, mas insistia em dizer para mim mesmo que era apenas uma preocupação fraternal. Se Richard ouvisse as coisas que eu ouvia sobre Ethan Riley, ele também se preocuparia. Suspirei e voltei para o meu quarto. Inconscientemente, deixei a porta aberta. Isso acontecia freqüentemente quando ela saía. Especialmente para a casa dele. Acho que no meu íntimo, eu queria saber que horas ela voltava e se estava bem. Pode parecer paranóia, mas era inconsciente. Ela com certeza ficaria furiosa se soubesse. Diria que não queria que eu a vigiasse e que poderia se virar muito bem sozinha. Eu podia ouvi-la, com seu tom de voz petulante, dizendo essas exatas palavras.

Balançando a cabeça e tentando afastá-la dos pensamentos, passei a mão pelo rosto e voltei a me sentar para continuar o meu compromisso com os relatórios. O tempo voltou a correr e eu mal notei quando ela voltara. O que já era um fato estranho por si só. Em uma situação normal, eu saberia quando Mary chegara em casa desde o momento em que ela passasse pela porta de entrada. O seu jeito espalhafatoso e extrovertido anunciavam a sua chegada. Então só o fato de ela conseguir chegar até o meu quarto sem que eu notasse era estranho por si só. Quando ela passou pela minha porta, acompanhei-a com o olhar até que ela se sentasse na cama. Então virei a cadeira na direção dela e apenas a olhei, em silêncio. Sabia que se ela quisesse falar, ela falaria mesmo que eu não perguntasse. E se não quisesse, não falaria ainda que tivesse as mesmas condições. O que eu ouvi foi um pouco diferente do que eu estava esperando.

- Muito trabalho?-

Levantei uma sobrancelha, incrédulo. Ela mexia na colcha da cama e mal olhava para mim. Apesar disso, falara num tom aparentemente descontraído. Mas eu a conhecia e não era de hoje. Sabia que havia alguma coisa errada. Inclinando o tronco para frente, apoiei os braços nos joelhos e a encarei, sério. Olhando-a nos olhos, falei no mesmo tom descontraído, que contrastava com a minha expressão grave.

- Não muito, o de sempre. – Dei uma pausa. – Por que? Está precisando de alguma coisa? Eu nunca estou ocupado demais pra você. – Notei que o meu tom na frase anterior saiu um pouco mais amargo do que eu gostaria. Ela me procurava constantemente para ajuda, é verdade, mas eu sentia que aquele não era o momento para acusações. Apesar disso, não podia evitar um certo ressentimento. Ela se divertia com ele e vinha para mim quando tinha problemas. Eu não gostaria que ela deixasse de fazer isso; não confiaria em mais ninguém para ajudá-la. Só gostaria de partilhar com ela mais das horas boas.
Ir para o topo Ir para baixo
Mary W. Bennington
Mediadores
Mediadores
Mary W. Bennington


Mensagens : 66
Data de inscrição : 08/02/2009
Idade : 37
Localização : Terra do Nunca

Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Empty
MensagemAssunto: Re: Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.]   Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] EmptyDom Fev 15, 2009 5:20 pm

Meus dedos torciam a ponta da colcha de forma totalmente involuntária agora, enquanto eu começava a devanear. Havia feito aquela pergunta bastante corriqueira para Gary, mas não sei se conseguiria prestar atenção a resposta. Pra falar a verdade, não sei se ele cairia nessa e não me encheria de perguntas logo de uma vez, pois era incrível o fato de que eu não conseguia disfarçar os meus sentimentos quando eu mais precisava. Eu sentia que ele me observava acabar com a colcha de sua cama. Parecia bem mais interessante encará-la sem realmente vê-la, do que enfrentar o seu olhar de uma vez. E se eu fizesse assim, tudo ocorreria da forma mais rápida e mesmo que eu não quisesse, eu despejaria todas as informações de uma vez só. Pelo menos eu achava que seria assim.

Olhei um pouco de lado e percebi que Gary havia se apoiado nos joelhos, para me encarar mais de perto. - Não muito, o de sempre. – Ele falou, da forma que considerava descontraída e eu parei em meio ao ato de torcer a colcha que estava totalmente amassada. Me virei totalmente para a frente, encarando as mãos que eu cruzara sobre o meu colo – Por que? Está precisando de alguma coisa? Eu nunca estou ocupado demais pra você. – O tom que a sua voz assumiu ao final da frase, não me passou despercebido. Eu levantei a cabeça e me forcei a encarar Gary de frente. E aconteceu exatamente o que eu sabia que aconteceria quando eu fizesse isso. Meu peito pareceu se descongelar por completo e todas as emoções pelas quais eu deveria ter passado gradativamente, pareceram se espalhar de forma rápida. O desespero por ser tão idiota, a raiva por ter acreditado que Ethan não me deixaria em uma hora tão critica como essa e o medo do que tudo isso poderia significar. Mas não o jorro de palavras que eu achei que viria.

Senti meus olhos arderem fortemente, pelo fato de que estava encarando Gary sem realmente vê-lo, enquanto sentia tudo isso de uma vez, mas também porque eu sabia que logo eu começaria a chorar. Eu tinha medo que ele não me apoiasse também e então seria o fim do mundo. Balancei a cabeça para sair daquele estupor e abri a boca pateticamente, voltando a encarar as minhas mãos.

-Gary...- Consegui falar por fim, num murmúrio fraco, mas o restante não saia. -...eu...- Tentei continuar, mas estava me tornando completamente impotente. Me deixei cair para trás, deitando na cama e olhando para o teto. Tentei formar uma frase coerente e rápida, para dizer o que era preciso. Minha boca se abriu algumas vezes, mas minha voz não queria sair de maneira nenhuma e eu não duvido nada que ele estivesse ficando impaciente e um pouco assustado. Se eu tivesse pensado em uma maneira de contar isso pra ele, não seria dessa forma tão deprimida e humilhante. Seria de forma direta e agora eu via que não tinha como fazer isso.

A única coisa que faltava ali para completar o meu surto eram as lagrimas que queriam vir, mas ao mesmo tempo eu queria segurar. Eu sentia as ondas de todos os sentimentos possíveis aflorarem de forma mais brusca agora e quando o desespero se tornou mais forte e eu senti uma lágrima escorrer do meu olho. Ela deu vazão a todas as outras que estavam presas, loucas para sair e eu comecei a chorar silenciosamente, mas de uma forma que eu nunca tinha chorado na minha vida. Pra falar a verdade eu não me lembro de ter caído aos prantos assim em nenhuma outra ocasião e aquilo me assustou ainda mais. Eu queria parar de chorar, mas não conseguia. Acho que se Gary interrompesse de uma vez aquele surto, me dizendo o quanto eu era estúpida e irresponsável, as coisas poderiam voltar a parecerem normais. Mas como ele iria me dizer qualquer coisa se não tinha nem idéia do que estava se passando? Mais uma vez tentei falar em meio ao choro, mas não conseguindo, coloquei as mãos no rosto e continuei com o dilúvio de lágrimas.
Ir para o topo Ir para baixo
Garret C Fitzgerald
Humanos
Humanos
Garret C Fitzgerald


Mensagens : 30
Data de inscrição : 09/02/2009

Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Empty
MensagemAssunto: Re: Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.]   Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] EmptyDom Fev 15, 2009 7:22 pm

A cada minuto que passava eu ficava mais preocupado. Mary estava num estado em que eu nunca a tinha visto antes. E o problema era que não havia nada que eu podia fazer. Ao menos não enquanto ela não me falasse o que havia acontecido. Pelo que eu podia ver, ela não pretendia continuar com a conversa que havia iniciado. Mas o que seria tão grave que ela não conseguia simplesmente falar? Isso nunca havia sido um problema para Mary Wendy Bennington antes. Me remexi na cadeira, impaciente.

- Gary... eu...

Ela não conseguiu nem terminar a frase. Atônito, eu a observei se jogar para trás na cama e me levantei. Alguma coisa realmente grave havia acontecido e ela precisava me contar o que era. O problema era que Mary não parecia conseguir. Ela abria e fechava a boca várias vezes, sem conseguir, porém, emitir nenhum som. Passei a mão pelo rosto e voltei a me sentar. Tinha que respirar fundo e esperar que ela tomasse fôlego. Eu tentava me convencer de que não adiantaria pressioná-la, mas estava cada vez mais difícil. Então, quando voltei a olhar para Mary, percebi que uma lágrima descia pelo seu rosto. E essa era apenas a primeira de muitas. Logo o choro começou a ficar mais forte e essa foi a gota d’água pra mim.

Me levantei outra vez e sentei na cama, ao lado dela, segurando o seu braço e fazendo-a se sentar novamente. Minha intenção inicial era falar sério com ela e fazê-la dizer logo o que havia acontecido. Mas quando olhei para o rosto dela, tão diferente do habitual, não consegui. Sua face mostrava um desespero que eu nunca imaginei que veria no rosto dela. Quando se sentou, seu choro ficou forte a ponto de fazê-la soluçar. Meu coração se apertou no peito e puxei-a para mim com delicadeza, apoiando a sua cabeça no meu peito e passando a mão pelos seus cabelos.

- Ei, ei, ei... – Eu comecei, aflito. – O que aconteceu, Mary? O que houve?

Não obtive resposta, mas permaneci naquela posição por um tempo, tentando acalmá-la. Não era muito bom nisso e não sabia o que poderia dizer para fazê-la parar de chorar. Foi então que a minha mente começou a divagar sobre quais poderiam ser as causas daquilo. As piores hipóteses foram as primeiras que me vieram à mente e meu coração disparou. Comecei eu a ficar desesperado. Então o rosto de uma pessoa veio à mente. Será que...? Não, ele não seria capaz. Não seria capaz de machucá-la... Seria? A partir desse momento eu não pude mais me controlar. Segurando a nuca de Mary, forcei-a a se afastar para que pudesse olhar para mim.

- Mary, o que... – Eu mal conseguia terminar uma frase. A raiva começava a tomar conta de mim antes que eu soubesse de qualquer coisa. – Foi ele? – Ela abaixou o rosto, o que foi quase uma confirmação, ou seja, uma facada no coração pra mim. Coloquei as duas mãos no rosto dela, forçando-a a olhar para mim. – Foi o Ethan, Mary?? O que ele... – Não consegui terminar a frase. Estava sendo tomado por uma fúria avassaladora e mal conseguia pensar. Só sabia que tinha que encontrar o desgraçado e ele iria se arrepender de ter nascido. Me levantei em um salto e me virei para ela. – Ele... Você, não saia daqui. – Empurrei a cadeira que estava no meio do caminho, derrubando-a e rumei para a porta. Naquele momento, eu não conseguia pensar em mais nada senão o rosto dele e imagens horríveis do que ele poderia ter feito com ela. Eu me sentia queimando por dentro e não conseguia fazer essa sensação parar. Não queria fazê-la parar. Não enquanto não encontrasse Ethan Riley.
Ir para o topo Ir para baixo
Mary W. Bennington
Mediadores
Mediadores
Mary W. Bennington


Mensagens : 66
Data de inscrição : 08/02/2009
Idade : 37
Localização : Terra do Nunca

Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Empty
MensagemAssunto: Re: Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.]   Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] EmptyDom Fev 15, 2009 9:29 pm

Eu não podia esperar que Gary ficasse parado ao me ver naquele estado. Acho que até uma pessoa que me conhecesse há pouco tempo, saberia que eu não sou assim e que para me abalar a coisa tem que ser muito feia. Mesmo quando a minha mãe foi embora, as coisas não foram tão criticas. E quanto mais eu pensava nessas coisas e no fato de que eu não conseguia parar de chorar pra resolver tudo aquilo, mais eu chorava. Não só por isso, que era o menor dos meus problemas, mas no que eu ia fazer e no que ele iria pensar. Na verdade, eu não me importava nenhum pouco com a opinião dos outros. Somente a opinião de duas pessoas me importavam: a de meu pai e dele.

Gary sentou-se ao meu lado na cama me segurando pelo braço e me fazendo sentar. Eu me parecia muito mais com uma boneca sem vida do que eu mesma, se não fosse pelo choro inconstante. Tentei olhar pra ele, mas meus olhos estavam embaçados demais e isso só fez tudo aquilo aumentar. Será que não iria parar nunca? Talvez se ele tivesse chamado a minha atenção de imediato aquilo poderia até cessar, mas nada estava acontecendo como de costume. Era até insano pensar dessa maneira, pois toda aquela situação era incomum, principalmente pra mim. Meu choro tão silencioso se tornara uma lamentação maior me fazendo soluçar e quase engasgar. Por que aquilo estava acontecendo comigo? Quando Gary me puxou contra o seu peito, afagando os meus cabelos, eu sabia que estava segura, mas sabia que estava igualmente perdida. Eu não merecia ser confortada daquele jeito, não depois do que acontecera.

- Ei, ei, ei... – A voz de Gary estava aflita e aquilo era tudo o que eu menos queria. – O que aconteceu, Mary? O que houve?-

Não que eu não tenha tentado falar dessa vez. Pelo contrário. Mais uma vez eu lutei contra o engasgo que não deixava a minha voz sair. E cada vez que eu me via mais incapacitada, se tornava pior. Afundei ainda mais o rosto no peito de Gary, enquanto ele afagava a minha cabeça. Ele ficou um pouco em silencio e eu tentei mais uma vez me acalmar, quando de repente senti sua mão em minha nuca, forçando para que eu parasse de esconder o meu rosto em seu peito. As lagrimas pareciam ter dado um pouquinho de trégua, mas ainda assim eu as sentia escorrer pelo meu rosto que deveria estar inchado.

- Mary, o que... – A expressão de Gary começava a se modificar e eu conhecia um pouquinho seu jeito quando ele ficava bravo, mas nunca o tinha visto daquele jeito. Não com aquela expressão de raiva. – Foi ele? – Abaixei o rosto, sentindo-o mais quente do que já estava. Sim, em parte o meu estado era culpa de Ethan, mas o estado deprimido em que eu estava agora e não a causa de tudo aquilo. E acho que aquilo foi a confirmação para a pergunta de Gary, que colocou as duas mãos no meu rosto e o levantou com urgência me fazendo olhar pra ele de novo. – Foi o Ethan, Mary?? O que ele... – Não, não era só por isso que eu estava chorando. Eu queria falar, mas não saia. Porque justo nessa hora eu tinha que perder a voz? Me assustei quando Gary se levantou completamente nervoso, parando de frente para mim. –Ele... Você, não saia daqui. – Ele falou, empurrando a cadeira e fazendo-a cair do outro lado do quarto. Aquilo me assustou também, mas finalmente conseguiu despertar. Ele tinha entendido errado. Na verdade, não era de todo errado, mas eu não podia deixar que ele pensasse besteira sem saber de tudo por mim. Me levantei rapidamente, gritando:

-Gary, não!- Ele se virou um pouco assustado com a minha súbita reação. -Eu estou grávida...- Murmurei, com a cabeça abaixada. Não sei se Gary realmente não ouviu, mas ele parou rapidamente a minha frente, enquanto eu voltava a me sentar na cama e pediu que eu repetisse o que eu havia acabado de falar:-Eu estou grávida, Gary...- Minha voz não saiu tão alta dessa vez, mas eu tinha certeza que ele tinha ouvido. O silencio de atordoamento fez com que eu começasse a chorar mais uma vez.
Ir para o topo Ir para baixo
Garret C Fitzgerald
Humanos
Humanos
Garret C Fitzgerald


Mensagens : 30
Data de inscrição : 09/02/2009

Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Empty
MensagemAssunto: Re: Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.]   Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] EmptyDom Fev 15, 2009 10:14 pm

Eu não conseguia pensar claramente. Eu havia dito a ela. Tantas vezes. Havia dito que ele não prestava, que ele ia terminar machucando-a. É claro que eu não queria estar certo, eu não queria que ele realmente fizesse nada. Muito pelo contrário, torcia para que estivesse errado. Mesmo que doesse todas as vezes em que ela saía para vê-lo. Eu não sabia exatamente o que havia acontecido, mas sabia o suficiente. Sabia que Mary estava inconsolável e que Ethan tinha alguma coisa a ver com isso. Era o bastante pra mim. Foi provavelmente por causa de todos esses pensamentos que a voz dela pareceu vinda de tão longe, ainda que ela estivesse gritando. E eu não posso nem começar a descrever a força que eu tive que fazer para frear os meus impulsos e parar para atender ao chamado dela.

- Gary, não!

Por que diabos ela me mandava parar? Não tinha sido Ethan o culpado de tudo? Então o que mais havia para pensar, para considerar? Por que eu não podia simplesmente ir lá e resolver tudo? Me virei para ela confuso e ainda com um reflexo de raiva nos olhos. Então ela murmurou algo, com a cabeça baixa. Eu não ouvi o que era exatamente, mas ouvi uma palavra. Quer dizer, eu achei que ouvi. Mas deveria ter entendido errado. Ela não poderia ter dito o que eu achava que tinha ouvido. Jamais.

- O que? – Eu disse, quase ofegante pela raiva e confusão. – O que você acabou de dizer?

Foi então que ela repetiu e eu soube. Por mais que eu quisesse acreditar nisso, eu não tinha ouvido errado. Eu tinha realmente ouvido a palavra “grávida”. Chegando a quase perder o equilíbrio, eu me deixei cair sentado na cama e parei um momento para processar tudo aquilo. A minha raiva de Ethan Riley não havia diminuído nem um pouco. Muito pelo contrário. Só que a situação era ainda pior agora. Por mais que eu quisesse me enganar, sabia que a culpa não era só dele. Sabia que ela havia consentido que ele a tocasse, que ele... Eu mal conseguia pensar. Eu ficaria mais do que feliz e jogar a culpa toda em cima dele, mas sabia que ela também tinha parte e era isso que eu não conseguia suportar.

- Mary, como você pôde ser tão estúpida? – Eu disse baixo, quase murmurando. Ainda sentado, mal conseguia processar os meus próprios pensamentos. Vi que ela estava a um passo de começar a chorar outra vez e me levantei da cama abruptamente. – Foi um ato irresponsável, Mary, você já deveria saber tomar conta de si mesma! – Disse, agora quase gritando. Passei a mão no rosto e fechei os olhos por alguns segundos, tentando clarear a mente e me acalmar. Respirei fundo. Essa não era a hora de perder a calma. Ela precisava de ajuda. Ela estando sentada na cama, me agachei para que nossos rostos ficassem na mesma altura. – Ele não vai assumir a criança, não é? – Disse, voltando ao tom baixo, quase calmo. Eu sabia que estava ficando entorpecido, sobrecarregado com tudo aquilo. Apoiei as minhas mãos nas dela para manter o equilíbrio e me forçar a consolá-la. Não achava que conseguiria fazer mais do que isso, apesar de saber que era preciso. Mas eu ainda precisava de alguns momentos para conseguir me acalmar e me recuperar do choque.
Ir para o topo Ir para baixo
Mary W. Bennington
Mediadores
Mediadores
Mary W. Bennington


Mensagens : 66
Data de inscrição : 08/02/2009
Idade : 37
Localização : Terra do Nunca

Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Empty
MensagemAssunto: Re: Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.]   Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] EmptyDom Fev 15, 2009 11:02 pm

Gary sentou-se ao meu lado de novo, e eu mal ousei levantar os olhos. Agora a vergonha começava a tomar conta de mim. Logo de mim que nunca ligará para nada, que não tinha receio de fazer o que gostava mesmo que para os outros isso fosse totalmente ridículo. Mas eu não tinha mais que me espantar com a quantidade de coisas novas que eu estava passando aquele dia. Já não deveria mais ser novidade o fato de eu chorar ou de sentir vergonha agora. Mas não posso negar que ao contar pra ele, um pouquinho do desespero se esvaiu do meu corpo. Bem, ele estava dividido em quatro partes. A parte em que eu conto pro Ethan e ele age como um cachorro, a parte em que eu conto pro Gary e sofro com a sua decepção, o mesmo para o meu pai, o que se torna um pouco pior e a ultima parte, que jamais vai se desprender de mim, até a hora que eu tiver noção do que vou fazer com a minha vida. Mas mesmo assim, mesmo sabendo que vinham mais sermões e acusações por ai, eu percebi que contar para ele era uma das coisas que eu mais queria. Esse misto de sensações estava me botando em parafuso, mas mesmo assim agüentei calada ao lado de Gary – até porque eu não conseguiria falar mais nada por enquanto, não com tanta facilidade.

Aguardei, deixando minha mente vagar em todas as situações possíveis pelas quais eu passaria dali pra frente. Algumas lágrimas malditas ainda insistiam em escorrer, mas dessa vez com menos força. Eu queria por tudo achar a droga do lugar onde eu pudesse fechar aquela torneira que não parava de pingar. Eu achava que já deveria estar completamente seca a uma hora dessas. Estava ali, perdida em meus pensamentos, e dessa vez me assustando ao me pegar pensando que eu deveria ter alguma noção do meu futuro, quando me sobressaltei com a voz de Gary.

- Mary, como você pôde ser tão estúpida? – Eu sabia que ele iria dizer isso e ao contrario do que eu pensei, aquilo não me fez voltar a realidade e poder dizer que era tudo uma brincadeira. Que era só pra constar se as coisas funcionavam dessa forma mesmo. Não, contrariando as minhas expectativas mais uma vez, como se eu não fosse mais a mesma pessoa, aquilo fez meus olhos se encherem de novo. Gary se levantou da cama abruptamente, voltando a falar: – Foi um ato irresponsável, Mary, você já deveria saber tomar conta de si mesma! – Ele falou quase gritando e eu me assustei de novo. Arrisquei-me a olhar pra cima e vi que ele passava as mãos no rosto de forma ansiosa. Eu não queria fazê-lo sofrer dessa forma também. Gary pareceu se acalmar após respirar fundo, de olhos fechados e se agachou em minha frente. Olhei pra ele timidamente, ainda esperando pelo pior. – Ele não vai assumir a criança, não é? – Ele apoiou suas mãos nas minhas e eu tentei respirar fundo, passando as costas de uma das mãos no rosto, e voltando a segurar as dele.

Fiquei em silencio um pouco, até que conseguisse falar com o mínimo de firmeza. Encarei-o com o máximo de intensidade que aquela situação e meu estado permitia. -Ele não falou que não ia assumir, Gary...- Ele iria me interromper, mas virei minhas mãos pra cima, apertando a sua de leve, pedindo que me deixasse continuar. -Mas as coisas que ele falou equivalem a isso. Ele disse que éramos muito novos e que isso não foi planejado. – Agora que eu repetia tudo aquilo, não conseguia acreditar no quão idiota ele era e o porquê eu tinha que ouvir aquilo do pai do meu filho. - Falou também que tinha outros planos e que isso era muita responsabilidade.- Abaixei a cabeça achando que agora viria o eu te avisei. Agora a raiva se apossava de mim, por ter me deixado levar tão facilmente assim. -Eu não sei o que vou fazer, Gary, não sei...- Minha voz falhou e passei a encarar o chão. Meu desejo era poder afundar naquele momento e não ter que resolver nada daquilo, pois eu sabia que seria difícil.


Última edição por Mary W. Bennington em Seg Fev 16, 2009 3:29 pm, editado 2 vez(es)
Ir para o topo Ir para baixo
Garret C Fitzgerald
Humanos
Humanos
Garret C Fitzgerald


Mensagens : 30
Data de inscrição : 09/02/2009

Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Empty
MensagemAssunto: Re: Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.]   Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] EmptySeg Fev 16, 2009 12:19 am

Eu estava fazendo possível para clarear as idéias. As emoções entravam no caminho e não me deixavam ver as coisas com pura objetividade, mas eu continuava tentando. Tudo o que eu queria naquele momento era ir atrás de Ethan Riley. Por mais que não fosse resolver nada, por mais que eu não pudesse desfazer nada daquilo. Mas eu tinha certeza de que me sentiria melhor. Abaixei a cabeça por um momento. Eu só queria voltar no tempo. Apenas uns dois meses estava bom. Pra a época em que Mary ainda não carregava uma criança dentro de si. Quando a vida ainda era simples. Notei que ela levantou a cabeça e fiz o mesmo.

- Ele não falou que não ia assumir, Gary...

Levantei as sobrancelhas com surpresa. Ele não havia dito? Então do que aquilo tudo se tratava? Será que ela estaria arrependida? Numa fração de segundo pude imaginar a continuação daquela cena. Mary voltava a chorar dizendo que nunca deveria ter ficado com o Ethan em primeiro lugar. Que toda aquela situação só serviu para mostrar o que ela na verdade sentia por mim. E que esperava que eu ainda pudesse aceitá-la. Eu a abraçava e dizia que tudo ia ficar bem. Mas, num piscar de olhos, voltei à realidade e por sorte Mary me interrompeu, porque só deus sabe o que eu estava prestes a falar naquele momento.

- Mas as coisas que ele falou equivalem a isso. Ele disse éramos muito novos e que isso não foi planejado.

Eu fechei a boca e meu maxilar enrijeceu. Sabia que tinha alguma coisa errada. Minhas mãos haviam soltado as dela e estavam fechadas em punhos em seu colo. Aquela resposta era mais condizente com o Ethan que eu “conhecia”. Isso significava que o meu plano de persegui-lo até a morte ainda tinha sentido. Levantei-me e comecei a andar de um lado para o outro, irritado, impaciente e inquieto.

- Falou também que tinha outros planos e que isso era muita responsabilidade.

Sim, é claro que ele falou isso. Muita responsabilidade. Ele não deveria nem ter se envolvido com Mary para começo de conversa. Ela é areia demais pra o caminhãozinho dele. E agora esse papo de ser muita responsabilidade. O processo pra fazer esse filho não era tanta responsabilidade assim, certo? Eu continuava andando de um lado para o outro sem saber como reagir.

- Eu não sei o que vou fazer, Gary, não sei...

Parei por um instante, ficando de frente para ela. Respirei fundo. Precisava ajudá-la. Aquela criança não tinha culpa das condições do seu nascimento. Não tinha culpa de ter um retardado mental como pai. Sem querer ofender os retardados mentais. Eu precisava dar um jeito naquilo. Eu sempre dava, certo? Eu o procuraria sim. Mas é claro que ela não precisaria ficar sabendo disso. Naquele momento, tudo o que ela precisava saber é que daria tudo certo. De algum modo. Voltei a me agachar e falei, olhando-a nos olhos.

- Vai dar tudo certo, Mary. Nós vamos dar um jeito. – Dei uma pausa segurando uma mão dela entre as minhas. – Você vai contar pro seu pai e nós vamos tomar conta disso como uma família. – Não exatamente o modelo de família que eu gostaria. No meu modelo, eu certamente não estaria fazendo o papel do irmão. Porém, apesar da amargura, achei que aquele comentário havia sido necessário. Ela precisava daquela imagem naquele momento.
Ir para o topo Ir para baixo
Mary W. Bennington
Mediadores
Mediadores
Mary W. Bennington


Mensagens : 66
Data de inscrição : 08/02/2009
Idade : 37
Localização : Terra do Nunca

Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Empty
MensagemAssunto: Re: Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.]   Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] EmptyTer Fev 17, 2009 5:44 pm

Eu ainda encarava o chão com medo do que Gary pudesse falar a partir daquele momento. Meu lado mais dramático começava a retomar ao meu corpo agora e após imaginar Ethan me dando o maior fora da historia, eu comecei a ver meu pai me chamando de irresponsável também, dizendo que eu era igual a minha mãe e que deveria ter ido embora com ela. Mas Gary também não havia falado mais nada e isso me dava medo. Com a cabeça abaixada eu via seus pés se moverem para lá e para cá e quando de repente parou o ouvi respirar fundo e se agachar a minha frente. Levantei a cabeça e me permiti encará-lo. Era engraçado o quanto eu ficara com medo de dizer uma coisa dessas pra ele, mas assim que nos olhamos, dessa vez, pareceu que o desespero começava a se esvair aos pouquinhos e eu podia acreditar que talvez não fosse o fim do mundo. Pelo menos por enquanto...

- Vai dar tudo certo, Mary. Nós vamos dar um jeito. – Ele parou segurando minhas mãos nas suas. Aquele nós só poderia me deixar muito melhor. – Você vai contar pro seu pai e nós vamos tomar conta disso como uma família. – Sim, meu pai. Essa era uma barreira que eu ainda temia ter que ultrapassar mesmo com Gary me apoiando tanto. Era a pessoa que eu mais tinha medo de magoar, mas agora estava feito. Eu não tinha tendências ao pessimismo, mas não posso dizer que tudo estava voltando ao normal tão rápido.

Soltei uma das mãos de Gary e ainda olhando em seus olhos, passei-a levemente por sua face. Desde que ele entrou na minha vida, que só fazia me ajudar. Eu podia às vezes ficar bastante irritada da forma como ele se metia nela, cada vez mais conforme os anos foram passando, mas eu sempre sabia que se não fosse por ele teria me metido em muito mais enrascadas e que meu pai não me teria em tão boa conta assim. Eu ainda lamentava o fato de ter que sempre dar desculpas esfarrapadas para tudo e não poder contar o que eu realmente fazia, mas era melhor assim. E só o fato dele confiar em mim sem saber a verdade era gratificante. E mais uma vez ele estava demonstrando o quanto gostava de mim e queria me ajudar.

-Oh Gary!- Me inclinei, abraçando-o. -Eu não sei o que eu faria sem você...- As vezes, dizer aquilo poderia parecer clichê e egoísta. Mas eu não confiava em mais ninguém. Ainda tinha que falar com Ethan mais uma vez, apesar de saber que não iria mudar muito, mas tentei bloqueá-lo de meus pensamentos um pouco. Não poderia deixar que ele me deixasse tão pra baixo. -Obrigada, Gary...- Falei num sussurro, me soltando dele.
Ir para o topo Ir para baixo
Garret C Fitzgerald
Humanos
Humanos
Garret C Fitzgerald


Mensagens : 30
Data de inscrição : 09/02/2009

Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Empty
MensagemAssunto: Re: Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.]   Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] EmptyTer Fev 17, 2009 6:26 pm

Aquela situação era maior do que qualquer uma das confusões que Mary já se metera. Ela havia se superado desta vez e eu ainda estava meio perdido. Porém, apesar da confusão, eu sabia que não tinha muita escolha. Eu só podia tentar dar força para ela naquele momento e ter certeza de que Ethan Riley ficaria bem longe das nossas vidas, como, aliás, sempre deveria ter ficado. Eu iria aceitá-la e a aquela criança, é claro. Eu nunca apoiaria um aborto e tinha certeza que nem Richard ou a minha mãe. E sabia também que essa provavelmente não era nem uma opção para Mary.

Eu estava no meio desses pensamentos quando o toque da mão dela me trouxe de volta à realidade. Ela havia passado a mão pelo meu rosto, o que me fez despertar e olhá-la com um certo espanto que fiz questão de esconder. O toque da mão dela no meu rosto pareceu acordar cada célula do meu corpo e eu quis me levantar, assim que ela tirou a mão. Um contato físico maior tornava tudo aquilo bem mais difícil. Mas simplesmente não consegui. A incomum expressão de vulnerabilidade no rosto de Mary me mantinha próximo e não tinha nada que eu pudesse fazer.

- Oh Gary! Eu não sei o que eu faria sem você...

Daí ela se inclinou e... me abraçou. Sabe quando eu falei daquela coisa do contato físico maior? Pois é. Complicado. Passei a mão pelas costas dela breve e desajeitadamente, tentando finalizar aquele contato o mais cedo possível sem parecer estranho. Aquilo foi mais difícil do que parece quando eu conto. Porque... Não era como se eu realmente quisesse distância dela. Mas eu simplesmente precisava.

- Obrigada, Gary...

Ela sussurrou no meu ouvido. E eu estou falando sério. Literalmente. Quer dizer... Toque no rosto, abraço e agora sussurro no ouvido? Isso era algum tipo de tortura chinesa? Fechei os olhos, tentando ignorar o efeito que ela tinha sobre mim, como eu sempre fazia. Talvez as coisas pudessem ser diferentes agora sem Ethan na vida dela. Quer dizer, tudo ficaria diferente. Mary não teria mais aquele abutre sempre por perto e a família ganharia um novo membro. Quem sabe o que mais pode acontecer?


[off: Finalizado! Wink]
Ir para o topo Ir para baixo
Conteúdo patrocinado





Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Empty
MensagemAssunto: Re: Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.]   Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.] Empty

Ir para o topo Ir para baixo
 
Not the best time to say 'I told you so' [Rp Fechado.]
Ir para o topo 
Página 1 de 1
 Tópicos semelhantes
-
» The first time when I really see you. Rp fechado.
» Listen to the music, all the time.
» Not you again! [fechado]
» What are you doing here?[fechado]

Permissões neste sub-fórumNão podes responder a tópicos
- :: Shadowland Tales :: Outside :: Old Tales-
Ir para: