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Face a face com o sobrenatural. Baseado na série de Meg Cabot, 'A Mediadora'.
 
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Deu-se inicio de mais um semestre na cidadezinha de Carmel. Misterios estão sendo, pouco a pouco, revelados e segredos antes bem guardados, estão começando a vir a tona. Bruxos, Mediadores e Fantasmas se encontraram, chocando-se uns com os outros, e sem conseguir evitar os ligigos, as paixões avassaladoras, o ódio ou o amor. E agora? Que escolha você fará?

Bem vindo ao jogo!
Big Brother Carmel
- CALENDÁRIO -


Dia on:
11 de Setembro
Clima: Levemente fresco em Carmel. Algumas nuvens começam a nublar o céu; uma ameaça delicada à uma chuva vindoura.
Horário: Noite.

OFF: Favor finalizar suas ações até o dia 14 de setembro. A partir daí, poderão postar livremente na categoria Big Brother Carmel. Ps.: Só poderão postar os personagens que receberam uma mp da Admnistração.
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Agradecimentos à Meg Cabot, por ceder-nos a maravilhosa série de livros 'A Mediadora', e aos players e jogadores do board.

Proibida a Cópia total ou parcial.
Obrigada.

 

 The first time when I really see you. Rp fechado.

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Morgan L. Nurse
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Morgan L. Nurse


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MensagemAssunto: The first time when I really see you. Rp fechado.   The first time when I really see you. Rp fechado. EmptyTer Jan 06, 2009 8:03 pm

Eu estava gostando tanto dessa nossa mudança para a Carmel. A cidade era muito tranqüila ao contrário dos motivos pelos quais havíamos mudado. Bem, pelo menos por enquanto não é? Mas o melhor de tudo era que minha mãe parecia estar bem melhor. Não sei como ela estava por dentro, mas só de sair de Houston o peso da traição se tornara um pouco mais leve. Dava para notar isso em seu semblante. Se eu pudesse tirava toda as memórias ruins dela, fazendo toda a sua dor passar, mas não era possível. A nossa única obrigação, minha, de Deli e Cori, era ajudá-la a pelo menos amortecer isso. E era o que estávamos tentando fazer, nunca tocando no nome de papai e em qualquer coisa que pudesse lembrar o que havia acontecido.

Estava escovando os meus dentes, depois de ter tomado o café da manhã e não pude deixar que essas coisas viessem até os meus pensamentos. Suspirei, após terminar de me olhar no espelho e desci para a cozinha, não sem antes pegar o meu livro. Eu quase ia esquecendo ele no meu criado-mudo e tinha que aproveitar cada minuto para lê-lo. Era a historia de sete mulheres que moravam no sul do Brasil, no século XIX, em meio às revoluções que ocorreram naquela época por lá. ”A Casa das Sete Mulheres” era o nome do livro e misturava tudo o que eu gostava: história real com romance. Coloquei o livro dentro da mochila e desci, pois já estavam até me gritando lá de baixo.

Ao entrar no carro, no banco traseiro ao lado de Cori, tirei o livro da mochila e comecei a lê-lo: ” ...A luz morna aquecia a peça. Rosário decidiu-se a ler um pouco. Faltava ainda um pouco para o jantar, e muito teria de esperar pelo sono. Abriu o livro, acarinhando o papel macio, papel europeu. Começou a ler com certa dificuldade, mais adivinhando do que compreendendo a narrativa, mais saboreando o som misterioso das palavras do que o seu sentido. Principia a soprar um vento lá fora, um vento que traz cheiro de flores e de descampado. Pela janela aberta entra uma lufada que faz tremer a chama dos lampiões. Rosário ergue os olhos azuis....”

Ouvi minha mãe me chamando repetidamente. Quando eu parava para ler um livro que me absorvia, como esse estava fazendo, parecia que eu ficava surda a tudo. Pedi desculpas e respondi o que ela havia perguntado, voltando a ler logo em seguida: ” A parede branca está a sua frente, a estante de mogno, rente à parede. Um frio de gelo invade Rosário. Suas mãos brancas estão desmaiadas sobre o livro, mais brancas ainda, como pombas sonolentas. Seus olhos azuis vêem, encostado à estante, o vulto do jovem oficial. Ele não se mexe. Uma bandagem ensangüentada cobre sua testa, e ele está pálido feito as mãos de Rosário, feito a parede que segura a estante. Está lívido, mas sorri. Pela janela aberta, vem o cheiro de mato, o cheiro de noite, de sonho. O soldado veste um uniforme azul, tem o peito coberto de medalhas. Na verdade, Rosário só percebe isso agora: não é um soldado, é um oficial. E sorri. Tem uns olhos verdosos e febris, uma boca fina, bem delineada no sorriso estático. Ele suspira. O cheiro de flores torna-se mais forte, quase insuportável. De muito longe, cada vez mais baixo, vem a música dos peões...”

Minha mãe teve que gritar comigo de novo, pois havíamos parado em frente à escola fazia cinco minutos e eu nem tinha percebido. Pedi desculpas a ela, que riu do meu jeito e dando um beijo em seu rosto, desci do carro. As meninas já haviam entrado. Fechei o livro por um instante, colocando um dedo entre as páginas que eu estava lendo e fui procurar um cantinho mais quieto, até que desse o horário da aula. Na realidade, não quis ficar muito tempo procurando, por isso, assim que avistei a fonte, me sentei à beirada dela colocando minha mochila no chão e voltando a ler avidamente.

”... Rosário de Paula Ferreira tenta mexer-se, mas suas mãos repousam sobre o livro, alheias a qualquer vontade. Um grito prende-se à sua garganta, mas não sai. Os olhos azuis arregalam-se de pavor...” Senti então um calafrio, que me fez levantar os olhos, mas estava tão sol, e mesmo que uma brisa soprasse aquele hora eu não me arrepiaria tanto. Baixei de novo os olhos para o livro que estava ficando cada vez melhor.

”...- Tienes medo? - A voz do homem à sua frente parece vir de muito longe, e é quente e suave, mansa feito uma flauta daquelas fabricadas pelos índios. Uma flauta doce...” Estava chegando em uma daquelas partes onde a gente não pode e nem quer parar por nada no mundo, quando uma mão abaixou meu livro e deixou-o voltar ao lugar. Desgrudei os olhos dele pela enésima vez nesse dia e vi que Cori estava sentando ao meu lado na fonte. Ela me perguntou que livro era aquele que estava atraindo tanto a minha atenção, me fazendo ficar tão distraída. Mas já estava rindo. Como eu sabia que viria zoação por ai senti o meu rosto esquentar e falei baixinho, fechando o livro: -Ah... só um livro qualquer, Cori...

N.A.: Os trechos do livro que Morgan está lendo foram tirados de A Casa das Sete Mulheres, de Letícia Wierzchowski cheers
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Corinne L. Nurse
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MensagemAssunto: Re: The first time when I really see you. Rp fechado.   The first time when I really see you. Rp fechado. EmptyQua Jan 07, 2009 12:53 am

Carmel, vulgo terra das palmeiras, após uma primeira impressão, não parecia ser tão ruim quanto me pareceu ser primordialmente... Quer dizer, se comparada a outros lugares, o perigo maior que você aparentemente estaria correndo era o risco de tropeçar e cair numa horda de sumagres venenosos maquiavélicos... E, se eu pesasse bem os prós e os contras daquela mudança e da adaptação da família à essa nova cidade, eu posso, sem dúvida alguma, explanar que ele estava sendo irremediavelmente positivo. Tudo bem que a Deli ainda esboçava algumas caretas por conta de todo o clima interiorano da cidade [lê-se sem muitas opções de diversão], eu ainda tinha receios que o colégio missionário promovesse uma lavagem cerebral na Morgs e ela resolvesse prestar votos, mas pelo menos mamãe estava feliz. Ou pelo menos, tinha esquecido um pouco tudo o que havia acontecido com ela por conta daquele traste que eu tenho a infelicidade de dizer que é o meu pai.

Ah, certo, confesso que eu ainda estava ressentida com isso, mas não é como se eu perdesse mais meu tempo pensando, refletindo e remoendo aquele maldito episódio; embora ressalte que não se enquadra nesse quesito algumas raras oportunidades de expressar a minha latente raiva pelo que ele havia feito... Enfim, não importa.

Mas, de qualquer forma, estar morando em Carmel não me dava muitas oportunidades para ficar irritada, afinal, como não acordar com um humor extremamente aprazível ante a bela visão que eu tenho todas as manhãs, ao acordar?

Quer dizer, não tanto ao acordar, mas é como se o fosse.

E não é como se eu acordasse com aquele júbilo patético, típicos de retardados... Até porque, viver com um sorriso na cara faz doer o maxilar, e eu costumo guardar meu sorriso para ocasiões específicas e especiais. E, sim, eu havia acordado muito bem-humorada àquela manhã... Mas isso não me impedia de me divertir um pouco mais à custa do humor dos outros, ou algo do tipo; além do quê, era muito interessante observar como a minha querida irmãzinha estava lidando com a sua explícita instabilidade hormonal. Só que, infelizmente, eu não tive muitas oportunidades de testá-la durante o café da manhã. Mamãe parecia adivinhar meus pensamentos e me lançava olhares de sobreaviso e Deli parecia sonolenta demais para se juntar àquela pseudo-travessura, e como eu não queria me meter em encrenca sozinha, resolvi ficar bem quietinha, apenas aguardando o melhor momento para torrar um pouco a Morgs.

E não que eu não goste da Morgs. Eu a amo e busco protegê-la de tudo e de todos... É claro que, em algumas hipóteses, eu estou evidentemente excluída do referido termo; mas a culpa não é minha se ela é a caçula da família e eu tenho que cumprir minhas obrigações de irmã pirracenta do meio. O que me impede de protegê-la de mim mesma.

Àquela manhã, ela demorou um tempo um pouco maior do que o necessário para terminar de se arrumar e só desceu quando nós gritamos por ela. Eu notei que ela aparentava estar um tanto quanto aérea e arqueei uma sobrancelha quando entramos no carro e ela começou a ler um livro. Não que ela nunca tivesse gostado de ler, mas eu suspeitava que esse hábito havia se tornado um pouco mais usual em sua rotina desde que havíamos nos estabelecido em Carmel. Talvez ela tivesse encontrado na literatura a sua parcial ou completa fuga da realidade ultimamente. Era como eu e minha total falta de noção de que carreira seguir após me formar esse ano. Cruzei os braços e respirei fundo, tentando espantar pensamentos intrigados a respeito do assunto; talvez só fosse uma mera impressão da minha parte. Enfim, não é como se eu desconfiasse que meu ínfimo senso de responsabilidade estivesse aflorando o meu lado mais paranóico no que tange a preocupações quase iminentes.

O ar absolutamente disperso da Morgs nos acompanhou por todo o trajeto até a Junípero Serra. Mamãe tivera que repetir uma mesma pergunta umas cinco vezes antes que obtivesse dela uma resposta completamente mecânica e ela tornasse a enfiar a cara no livro novamente. Eu realmente comecei a ficar particularmente intrigada do que tanto a interessava naquele livro e soltei um breve riso quando ela pareceu suspirar ante o que estava sendo retratado na leitura.

Um romance? Reprimi um sorriso enquanto saía do carro, acompanhando Deli calmamente; Morgs ainda estava distraída demais para perceber que havíamos chegado e, ainda que distante, gargalhei de leve quando captei mamãe alteando a voz para chamar a sua atenção, mais uma vez. Comentei o fato com a Deli e rimos um pouco mais. Nos despedimos quando estávamos próximas ao campus da Universidade e logo retomei o caminho que havíamos feito, não demorando muito para encontrar a Morgs, próxima à fonte, enfurnada em seu precioso livro novamente.

Sorri por antecipação e me aproximei a passos suaves, embora não acredite que o silêncio fosse exatamente necessário naquela ocasião; por estar com o livro a poucos centímetros do nariz, não era difícil supor que Morgs estava tão presa à história que seria capaz de, a qualquer momento, desejar estar dentro dela. Afastei-o com um movimento gradativo, murmurando algo a respeito das vistas que eu tinha plena certeza de que ela não tinha ouvido. Meu gesto, no entanto, serviu para atrair a sua atenção e ela desviou o olhar para mim calmamente, parecendo um tanto quanto frustrada.

-Nossa, só assim para te trazer de volta à realidade! – exclamei de modo falsamente surpreso, não conseguindo reprimir um sorriso que quis se formar no canto dos meus lábios. – Então, será que a pobre Cori pode saber o que tanto atrai a atenção da irmãzinha dela, ou eu terei que gritar algumas vezes mais para obter alguma resposta? – conclui num evidente arquear de sobrancelha, soltando um breve riso quando notei seu rosto adquirir um tom acobreado e ela fechar o livro de forma quase imperceptível.

-Ah... É só um livro qualquer, Cori... – ela respondeu num murmúrio e eu busquei expor um ar mais sério em minha face ante sua postura implicitamente defensiva.

-É só um livro qualquer... – pronunciei de modo retórico e enfático, cruzando os braços calmamente. – Se fosse um livro qualquer, Morgs, você não estaria a suspirar pelos cantos, ou tão desatenta aos gritos da mamãe... – avaliei num tom notavelmente perspicaz e esbocei um ar desconfiado antes de prosseguir. – Será que este livro não é impróprio para sua idade, pirralha? Hm... Mamãe não ia gostar muito de saber que anda lendo coisas impuras... Devo contar a ela sobre isso? – comentei num tom meio conspiratório, ao que Morgs esboçou um ar que variava de indignado a furioso, enquanto seu rosto ficava ainda mais escarlate. Mas, antes mesmo que ela se pronunciasse a respeito, puxei o livro das mãos dela e me levantei num pulo, tomando uma distância considerável enquanto gargalhava gostosamente.

-E isso lá é maneira de se falar com sua irmã mais velha, Morgan Nurse? – questionei quando ela ordenou que eu lhe devolvesse o livro. Observei-a por um breve instante e ri quando percebi que ela cruzara os braços e esboçava um ar de poucos amigos, ainda se encontrando próxima à fonte. Atrevi-me a relancear a capa do livro e inspirei teatralmente antes de prosseguir. – A Casa das Sete Mulheres... Seria um lupanar? – disse num tom maroto e fiz menção de abrir o livro. Esse gesto foi o suficiente para fazê-la esboçar uma reação e avançar para cima de mim, tentando tomar o livro à força. – Nananinanão... – falei, desviando de modo imediato e erguendo o livro o mais alto que pude, pouco antes de começar a correr quando ela tentou pegá-lo, mais uma vez.

Morgs, de imediato, me seguiu e uma curta perseguição em volta da fonte se iniciara. Eu poderia dizer que é uma cena um tanto quanto idiota e infantil – e de fato é –, mas não posso negar que estava sendo particularmente divertido ouvir os resmungos da minha irmãzinha em suas tentativas inúteis de ter a posse do livro novamente. Em algum ponto do encalço, ela parou de correr com um sonoro bufo de raiva e estancou no lugar. Eu gargalhei ao mirar a sua face furiosa por entre a famosa estátua do padre e esbocei um ar triunfante, agradecendo mentalmente o fato de nenhuma freira ter nos repreendido até o presente momento.

-Então, vejamos o que temos aqui... – falei enquanto abria o livro na página marcada e começava a ler em voz alta o primeiro trecho que me chegou aos olhos.

“-Tienes medo, Rosário?
Não, ela quer dizer, não tem medo. Está assustada, seu corpo não a obedece, o cheiro de flores a sufoca; um homem entrou no gabinete sem que fosse convidado, um estranho, um jovem estranho, é verdade, um belo oficial de algum exército desconhecido que lhe fala em castelhano. Não, temer não teme, pensa em dizer isso, mas sua boca permanece muda”.


-Uh, parece que eu interrompi uma parte boa... – murmurei com um falso tom de desculpas, ao que ela permaneceu em silêncio. Prossegui no relato calmamente.

“O jovem oficial parece mover-se, no entanto seu vulto permanece encostado à estante. Brilham seus olhos de selva, brilham de febre. Ele tem um ferimento sério na cabeça. É bom que chame D. Ana... D. Ana conhece as ervas, poderá ajudá-lo, ou as negras. Sim, as escravas têm boas receitas para essas coisas. Rosário quer dizer-lhe que irá buscar ajuda. São de posses, podem mandar trazer um médico de Pelotas. Se vier a galope, chega ainda na madrugada, cuida do ferido, troca a sua bandagem suja, tira a febre daqueles oblíquos olhos verdes. Tenha calma, oficial, quer dizer, mas não diz. "Tienes medo?", a pergunta sem resposta parece pular pela peça. Responda, responda. Mas Rosário não consegue responder. Lágrimas assomam aos seus olhos. Ela quer chamar a mãe, quer chamar D. Ana, quer chamar Rosa, que dizem ser uma boa benzedeira.”

-Oh, a emoção do amor à primeira vista! – exclamei num tom teatral, sorrindo largamente em seguida.

“Faz um esforço descomunal, todas as células do seu corpo, juntas, na única ordem de erguer-se. Agora está de pé. O livro escorregou para o chão, caiu desconjuntado, páginas abertas. Rosário nem pensa mais no livro. Tem os olhos fitos no oficial, que ainda sorri. Atravessa a pequena sala. Está trêmula. "Vou chamar D. Ana", é o que pensa. Está lívida. Recostado na estante, o jovem a fita. A bandagem agora está empapada de sangue. "Tienes medo...", a voz dele agora soa afirmativa, triste, e ecoa nos ouvidos de Rosário, enquanto ela sai em correria desabalada pelo corredor...”

Eu iria continuar com a narrativa, mas fui interrompida pela Morgs, que me mandou, de uma forma muito gentil, parar com aquela brincadeira. Eu esbocei um novo sorriso para ela e fechei o livro lentamente, soltando um longo suspiro.

-Tienes medo, Morgan? – murmurei numa imitação barata de voz grossa a la castelhano, rindo logo em seguida. – Está a suspirar pelo oficial ensangüentado, maninha? Não sabia que tinha desistido dos príncipes e das princesas... – falei, estendendo o livro de volta para ela.
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MensagemAssunto: Re: The first time when I really see you. Rp fechado.   The first time when I really see you. Rp fechado. EmptyDom Jan 11, 2009 3:17 pm

Bom, acho que todo mundo um dia já teve a vontade de que um buraco se abrisse sobre seus pés e o engolisse, para que não precisasse passar pelo o que quer que estivesse passando naquele momento. Eu já tive essa vontade várias vezes, mas de todas as outras eu só queria agir como um avestruz e enfiar pelo menos a cabeça no buraco recém aberto. Dessa vez não, somente dessa vez [s]eu espero e acho[/s], eu gostaria que a fonte formasse uma onda, me engolisse e eu pisasse na Terra do Nunca. Sim, essa seria uma idéia boa.

Mas também, eu era muito burra mesmo. Eu atraia essas coisas para mim com toda a minha distração. Bem. Na verdade eu não era uma pessoa desastrada, só ficava voando um pouquinho quando estava lendo algo que eu gostava ou fazendo qualquer atividade de meu apreço. Se fosse ver pelo lado bom, eu era muito boa em me concentrar sabe, mas adoraria não ser assim em determinadas situações, como essa.

Sim, mais uma vez eu pensei na cena da fonte me abduzindo e me levando de volta para minha casa, na hora em que eu estava escovando os dentes. Eu poderia muito bem ter esquecido o livro, ou caso tivesse pegado, poderia ter pelo menos a noção de que não deveria lê-lo em presença delas. Sim, porque eu sabia do jeito que eu ficava e já deveria saber o efeito que causava. Se bem que eu não sei se isso iria adiantar muito. A curiosidade começaria a me fazer ter aqueles comichões nas mãos e nos olhos muito característicos. Aaah! Como eu sou complicada!

Só de ouvir o tom de sua voz, perigosamente calmo e mais sarcástico que o habitual, eu sabia que estava enrascada. Por que a sua diversão era ME torturar? Por quê? Ah, eu facilitava isso não é? O que mais eu poderia fazer? ”Apenas tomar mais cuidado e realmente guardar seus gostos e manias somente para o aconchego e a tranqüilidade do seu quarto. Burra, burra, burra! Mil vezes burra!” Enquanto eu pensava em tudo isso, já me torturando demais é claro, Cori voltou a falar. – Se fosse um livro qualquer, Morgs, você não estaria a suspirar pelos cantos, ou tão desatenta aos gritos da mamãe... – Tá vendo só? É exatamente disso que eu estava falando. Eu não suportava passar vergonha, mas eu a atraia. Eu era um imã gigante da saia justa. Abri a boca para responder, mas Cori logo continuou, insinuando que o livro poderia conter material um pouco impróprio para a minha idade e perguntou se deveria contar para mamãe. Meu rosto deve ter ficado muito vermelho, pois o senti queimar intensamente, mas não foi só de vergonha, e sim de raiva. Como ela podia fazer isso comigo? Eu acabaria chegando à conclusão de que Corinne não gostava de mim. E além do mais o livro não era impróprio. Eu só não gostava muito de ser questionada sobre os porquês de estar lendo algo daquele gênero. Eu estava tão concentrada em lançar um olhar que pudesse matar Cori naquele momento (sem sucesso, claro), que devo ter afrouxado a segurança do livro em meus braços. Cori, num movimento mais rápido, tirou-o das minhas mãos.

A raiva que se espalhou pelo meu corpo era tão grande, que eu tive vontade de chorar. Me segurei, pois daí seria pior. Ela gargalhava ao ver minha expressão de pura indignação. Era a humilhação das humilhações. -Corinne...- Gritei seu nome inteiro, coisa que eu nunca fazia.-...me devolve o livro, agora! Você não tem o direito...- Ela me interrompeu, fingindo indignação e me censurando. Cruzei os braços e fiquei olhando ainda muito brava para ela. Quando ela leu o nome em voz alta e perguntou se era um lupanar, minha boca caiu aos meus pés. Aaaah, como ela podia fazer isso comigo? Mas o gesto a seguir foi o pior. Eu sabia que meu livro não falava de meretrizes, mas quando ela lesse a historia, com certeza renderia meses de zoação. Descongelei de onde estava, indo até ela e tentando pegar o livro. Ela o tirou do alcance de minhas mãos, agindo como se eu fosse uma criança de 5 anos. Olhei para os lados, e aparentemente ninguém tinha notado a nossa briga, ainda.

Tentei pegar mais uma vez, até que ela começou a correr de mim. Corri atrás dela, dando uma volta na fonte. -Corinne, me devolve esse livro!- Falava, enquanto tentava arrebatar o livro de suas mãos. -Depois você fica me chamando de criança, mas está agindo feito uma. Devolva meu livro e me deixe em paz.- Falei, com mais uma tentativa de arrancá-lo de suas mãos. Não iria ficar correndo feito uma idiota, então parei, bufando de raiva. É claro que ela gargalhou. Devia ser a diversão de seu ano. Quando a vi abrir o livro, percebi que não teria mais jeito. Ela queria me torturar até a morte. Me sentei esperando que ela se cansasse. Ela lia os trechos, na parte em que eu havia parado. Eu mal prestava atenção e só queria que aquilo tudo acabasse de uma vez por todas. Entre um trecho e outro, Cori pontuava com os seus comentários engraçadinhos e sarcásticos que eu me abstive em comentar. Quando ela acabou de ler o segundo trecho, eu achei que já era demais e que aquilo deveria parar.

-Corinne, me devolva o livro agora!- Falei, baixo, mas furiosamente. -Chega de palhaçada.- Cori, fez uma imitação barata de uma das personagens do livro, rindo em seguida. Está a suspirar pelo oficial ensangüentado, maninha? Não sabia que tinha desistido dos príncipes e das princesas... – Ela prosseguiu, me devolvendo o livro. Guardei-o na bolsa e ia sair sem falar nada, quando achei que era melhor expor tudo o que eu pensava. -E se eu estiver suspirando pelas personagens do livro, Corinne? Quando você vai aprender a me respeitar e ver que eu gosto dessas coisas? Que elas são uma espécie de fuga da realidade em que vivemos? Você não tem nenhum sonho? Nada que te faça suspirar pelos cantos e te faça desejar viver algo diferente, algo incrível, ser feliz? É, eu acho que não.- Falei tristemente, abaixando os olhos para as minhas mãos e sem nem esperar resposta, decidi sair dali.
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MensagemAssunto: Re: The first time when I really see you. Rp fechado.   The first time when I really see you. Rp fechado. EmptyQui Jan 22, 2009 11:31 pm

Quando se vive cerca de quinhentos anos como um fantasma, você se acostuma e quase se resigna com a idéia de que irão existir determinadas coisas que jamais lhe pertencerão novamente e que você deve aprender a conviver com elas constantemente. Algumas dessas inalcançáveis percepções, de todo o modo, agora não passam de breves sensações, de vagas lembranças no que analogicamente se pode chamar de mente.

Eu já não possuo mais tantas recordações sensoriais do que seria sentir o sol irradiando seus raios suntuosos pelo meu corpo, ou os calafrios evidentes ao sair sem o devido agasalho em meio a uma neve que caía gradativamente. É quase surreal o pensamento de que você deveria captar todas aquelas mudanças, mas elas simplesmente perpassam o seu corpo como se não existissem, efetivamente. É como se você fosse apenas onisciente àquele mundo; um mero observador que estava a assistir um filme da vida real, sabendo que somente em raras ocasiões é que poderá participar dele.

Pensar e refletir sobre aqueles fatos, além de tantos outros, chega a ser um tanto quanto deprimente. Mas não é como se, por vez ou outra, esse tipo de concepção pululasse em sua cabeça e você acabasse por, inevitavelmente, aderir a ela... E não é como se eu negasse que não acredito que não tenha ficado um tanto quanto melancólico com o passar dos séculos. Não chega, entretanto, a ser depressivo ao ponto de desejar morrer – ou, em outras palavras, deixar de existir, até porque já estou morto... –, pois, apesar dos apesares, essa existência tem certos lados particularmente interessantes...

Como estar de pé, em cima de um telhado, sem se ter o mínimo de apreensão por conta de uma iminente queda, e muito menos ter algumas pessoas implorando para que descesse por pensar que você estava prestes a se matar, por exemplo.

Fazia um clima agradável, àquela manhã. Eu confesso que apreciaria aquele calor ameno e aquele agradável frescor proporcionado por uma leve brisa se pudesse senti-la em sua plenitude. Pela minha duradoura existência como um fantasma, notei que várias dessas sensações físicas são fruto do que nós mesmos acabamos por projetar. Sentimentos, entretanto, conseguem ser mais rústicos, e acabamos por senti-los com uma intensidade muito maior do que quando somos humanos. São, ironicamente, pequenos e irremediáveis dogmas dessa natureza.

Àquela altura, eu estava a observar calmamente os jardins, praticamente vazios no momento. Depois de um breve período, percebi que um senhor de hábito me olhou uma segunda vez, enquanto por ali passava, e me limitei a lhe devolver o olhar com uma breve mesura e um sorriso meio de lado. Talvez ele tivesse um tanto preocupado por pensar que eu poderia causar um alvoroço naquela escola. Ri internamente ao pensar que realmente podia fazê-lo, mas não me encontrava evidentemente disposto a tanto, já que meus entretenimentos não são tão nocivos ao ponto de causar algum mal iminente em alguma pessoa (fisicamente falando, acredito). Não estava ali por uma irrefutável e espontânea vontade, entretanto; meu motivo específico era apenas esperar. O que eu esperava, especificamente, não sabia ao certo.

Clara queria que eu conhecesse a escola em que ela agora estudava e eu já havia percorrido e esquadrinhado cada porção dela que eu julgava ser interessante. Eu podia ir embora, se quisesse; eu a encontraria em casa, de qualquer forma. A pequena já havia aprendido algumas lições a respeito de mediações e sabia lidar com isso muito bem sozinha, na maioria das vezes; então, eu já não precisava mais bancar o fantasma super-protetor constantemente. No entanto, eu não queria ir embora efetivamente, mas, ao mesmo tempo, não fazia a mínima idéia do que poderia fazer a seguir.

Eu gostava de estudar as pessoas, o cotidiano de suas vidas. Cada ser humano tinha suas peculiaridades e muitas delas chegavam a conquistar minha atenção de forma quase que imediata. Àquele período, elas apenas transitavam pelo lugar, em uma quantidade ínfima por conta do horário, o que não abria muitas possibilidades de observá-las com o devido tento, então eu me limitei a observar a fonte situada no centro daquela área.

Em questão de breves segundos, percebi que o padre passara por ali, uma terceira vez; recordei-me, num breve lapso, que deveria ser o Padre Dominic de quem Clara me falara. Ele talvez fosse um mediador que se preocupava de forma enobrecedora com a situação dos fantasmas, ou era apenas curioso demais para tentar decifrar qual era o meu verdadeiro objetivo naquele telhado... Mas eu gostara um pouco da sua postura para com mediadores e sua forma de proceder com Clara. Sorri meio de lado uma segunda vez e visualizei a fonte. Segundos depois, encontrava-me displicentemente recostado a imagem de um outro padre e suas índias. Dominic não deu qualquer indício de que tenha se assustado com isso. Cumprimentei-o com um leve aceno na cabeça.

-Reconheço minha situação de fantasma, Padre Dominic. – falei de forma expressiva e ligeiramente séria. Ele pareceu se espantar com o fato de que eu sabia o nome dele e eu reprimi um riso por conta disso. – Sou o ‘amigo imaginário’ da pequena Clara. – expliquei calmamente, como se fosse um título a mim concebido, ao que uma sombra de reconhecimento pareceu se evidenciar em sua face.Ele fez menção de dizer algo, mas antes que efetivasse, nós acabamos por notar uma garota caminhando em nossa direção, parecendo distraída com alguma coisa. Dominic hesitou, mas, por fim, voltou a caminhar calmamente; eu permaneci no local e percebi que ele relanceou o olhar uma última vez em minha direção antes que eu o perdesse de vista. Fiz uma nova mesura com a cabeça em resposta e retornei ao telhado, mais uma vez.

Dando um relevo especial à paisagem que se encontrava defronte a mim, a garota havia se sentado à beira da fonte e começou a ler um livro. Eu a observei com certa curiosidade, já que ela era a única ali que eu podia estudar naquele atual momento... Bem, talvez não a única da escola, ou da cidade, mas havia algo nela, ainda não muito claro, que me despertara o interesse e eu permaneci ali, apenas a olhá-la.

A leitura parecia ser interessante, pois a deixara compenetrada a ponto de ela, ainda que imperceptivelmente, aproximar o rosto do objeto, como se isso a fizesse ler mais rapidamente, ou que simplesmente a ação tivesse a capacidade de transportá-la completamente para lá. Parte dos cabelos dourados descia como uma suntuosa cascata pelos seus ombros e quando uma das mechas ameaçou cair por sobre o rosto, ela a retirou num gesto rápido que eu julguei ser quase involuntário. Foi um gesto engraçado e ao mesmo tempo suave, que me fez soltar um breve riso. Desejei analisá-la mais de perto, mas, antes que pudesse concretizar meu desejo, notei, um tanto quanto intrigado, a aproximação de uma nova garota. Revirei os olhos instintivamente, contraindo notadamente a face ao reconhecer o que, de fato, significava aquele sorriso em seus lábios.

Embora algo na maneira de agir da nova garota tenha me incitado certa hostilidade, eu apenas assisti ao desenrolar da cena em silêncio (de fato, não teria muita importância se eu falasse algo, já que nenhuma delas ouviria, mas para mim existem outras formas de provocar certos alardes...). Ela despertara a atenção da primeira ao abaixar o livro que ela lia, falando algo sobre isso causar um futuro problema na visão dela. Um comentário que até me pareceria preocupado, se não soasse tão sarcástico.

Eram irmãs, pelo que eu pude perceber pelo seu – felizmente – breve discurso que acentuava uma falsa curiosidade a respeito do livro que a outra lia. Confesso que achei a voz dela absurdamente irritante, como ela própria parecia ser. Eu estava diante da estereotipada relação entre irmãos em que o mais velho tem como diversão particular perturbar o mais novo. Eu conhecia perfeitamente ambos os lados da história e não nego que atuei diversas vezes como o mais velho irritante, mas aquele caso me parecia ser diferente; a mais nova, por um motivo que me era inexplicável, acabara por me despertar certo instinto de proteção, que pareceu se solidificar ainda mais quando seu rosto adquirira um tom rubro e ela fechou o livro, como se desejasse evitar futuros problemas.

Ela não me parecia, a priori, ser capaz de revidar os gracejos da mais velha; e esta essencialmente gostava de se aproveitar disso. O que demonstrava uma profunda leviandade e imaturidade da sua parte, ainda mais por estar se submetendo a um comportamento tão parvo em idade física aparentemente avançada. Eu fiquei a encará-la, buscando mais defeitos para satisfazer minha própria revolta, quando o leve murmúrio que a mais nova deixara escapar dos seus lábios tomou-me novamente a atenção.

Foi um breve momento de lucidez e júbilo, antes que eu voltasse ao inferno ao ouvir a voz da tal “Cori” novamente. Não nego que sorri de leve ao constatar que, ainda que murmurada, ela possuía uma bela voz. E ela poderia ser melhor aproveitada, é claro, se ela passasse a utilizá-la para revidar aos ataques da irmã, por exemplo.

“Cori” continuou seu discurso estúpido e em nada para mim aproveitável, exceto pelo que me constou ser um apelido. Morgs. Ou Morgan Nurse, como a “Cori” fez o favor de me explicitar, em seguida. Voltei o olhar para Morgan e, num breve lapso, analisei se aquele nome fazia jus a ela. Não que eu soubesse o significado de Morgan, ou algo similar. Era apenas notar se ambos, nome e ser, possuíam alguma sincronia. Como “Cori”, o sorriso de “Cori”, a voz de “Cori” e irritante, por exemplo.

Mas minha análise não se concretizou, pois minha atenção foi desviada para a... Enfim, para a Nurse mais velha, quando ela tomou o livro das mãos de Morgan. Esbocei um ar de profundo desagrado ante a irrefutável constatação de que, sim, ela era mais idiota do que aparentava ser. A voz de Morgan soou um pouco autoritária quando ela solicitou a devolução do livro, mas isso apenas serviu para aumentar a parvoíce da outra. Presumi que a situação só tendia a piorar com o passar do tempo e percebi uma das telhas tremer um pouco a meu lado; desviei o olhar da cena que se desenrolava e a observei por algum instante, fazendo-a tremer um pouco mais. Faria algum mal se eu jogasse um desses nos jardins, bem próximo a ela, só para ameaçar?

-Nananinanão... – ou na cabeça dela, mais provável. Acredito que estaria fazendo um bem à humanidade calando-a por alguns meses. Ri de leve quando Morgan a chamou de criança, já que era uma das coisas que eu realmente faria se pudesse, e levitei mais algumas telhas, achando a idéia particularmente interessante.

Foi então que “Cori” abriu o livro e começou a lê-lo. Vi que Morgan, num gesto aparentemente cansado, voltara a se sentar à beira da fonte e permanecera em silêncio, como quem desejasse que tudo acabasse de uma vez por todas. Ela me pareceu mais impotente do que antes, o que acabou por aumentar consideravelmente a minha sublevação a respeito do ocorrido. Percebi que não só as telhas levitavam, mas a estátua do padre pareceu tremer consideravelmente atrás de Morgan. Sorri meio de lado, realmente tentado a voltar-me para “Cori” e fazer todos aqueles objetos voarem para cima daquela ordinária infame, mas minha concentração fora desviada pela voz de Morgan novamente.

-...Chega de palhaçada. – ela falou num tom notavelmente furioso. “Cori” pareceu entender que –finalmente – era hora de parar com aquela, hum, palhaçada e fechou o livro com um sorriso zombeteiro, fazendo um último comentário jocoso antes que o entregasse a Morgan. As telhas voltaram lentamente aos seus devidos lugares e a estátua parou de tremer calmamente. Eu observei Morgan guardar o livro na bolsa e começar a se retirar. Ergui-me do telhado e hesitei entre segui-la ou ir para outro lugar, quando ela pareceu mudar de idéia, voltando-se para a irmã calmamente.

-E se eu estiver suspirando pelas personagens do livro, Corinne? Quando você vai aprender a me respeitar e ver que eu gosto dessas coisas? Que elas são uma espécie de fuga da realidade em que vivemos? Você não tem nenhum sonho? Nada que te faça suspirar pelos cantos e te faça desejar viver algo diferente, algo incrível, ser feliz? É, eu acho que não. – apesar do tom magoado evidente em cada uma de suas palavras, eu não pude me impedir de ter certo fascínio e orgulho por elas. E sorri imperceptivelmente, principalmente ao notar que “Cori” parecia inestimavelmente surpresa com a fala de Morgan.

Eu mantive meu olhar fixo em Morgan, estudando seus movimentos. Após ter silenciado, ela abaixara os olhos para as próprias mãos, começando a caminhar a passos decididos para fora dali.

Eu já havia examinado os seres humanos por tempo o suficiente para reconhecer em seus trejeitos emoções que eles buscavam reprimir dos olhos alheios. Aquele gesto de Morgan, em específico, entretanto, despertou-me certas dúvidas e incertezas. Eu não sabia se ela estava irritada, determinada, ou a ponto de se debulhar em lágrimas. A primeira impressão de que dela tive me levava à última percepção, embora reconheça que as duas primeiras poderiam perfeitamente se encaixar no novo perfil que eu tinha dela.

A idéia de vê-la chorar, no entanto, me foi incômoda. E, quando dei por mim, já estava próximo a ela, fazendo menção de segurá-la por um dos braços e dizer alguma coisa. Qualquer coisa. Mas não cheguei a concluir o ato, pois senti aquela sensação desconfortável de ser atravessado por um humano. Observei Corinne se arrepiar e tremer involuntariamente e me afastei, meio cético e confuso por conta dos meus próprios pensamentos.

Suspirei. Essas distintas sensações, moldadas a tantas outras que me eram obscuras, mas igualmente intensas, fizeram-me crer que, de alguma forma, o que quer que esteja acontecendo não tem mais volta. E que, diferente do que eu pensava, eu não me encontrava plenamente resignado à minha condição de fantasma...
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MensagemAssunto: Re: The first time when I really see you. Rp fechado.   The first time when I really see you. Rp fechado. EmptyDom Fev 08, 2009 12:56 am

Eu posso afirmar com plena convicção de que sãos raras as ocasiões em que eu me vejo por completo surpreendida com algum fato, afinal, é Corinne Nurse quem costuma impressionar as pessoas, e não o contrário... Tudo bem que desde o caso do meu pai contrariando as leis da física com a maldita secretária dele, essa concepção vem se tornando gradativamente menos convicta, como se parte de meu auto-controle tivesse se esvaído pelo fato de que jamais cogitaria a hipótese de que ele estava a trair a mamãe e ela infelizmente acabou por se tornar uma realidade efetiva, mas não é como seu eu ainda pensasse que uma coisa qualquer fosse capaz de me deixar estruturalmente abalada, ou tendenciosamente surpresa. Mas, aparentemente, esses fatos admiráveis desejam me provar notadamente o contrário, pois eles vêm ocorrendo com uma freqüência maior do que o que eu podia esperar, embora ainda não tivessem se tornado reiterados ao ponto de me fazer pensar que eles subitamente tomaram uma proporção quase contínua e essencial em minha vida.

E irrefutavelmente seria uma hipocrisia da minha parte não dizer que os últimos desses fatos admiráveis costumavam vir em circunstâncias nas quais se encontram inseridas minha irmãzinha e seus hormônios à flor-da-pele; e, mais ainda, negar que eu nunca estive tão surpresa por conta de uma reação dela quanto estava no atual momento... Oras, não sou tão egocêntrica ao ponto de não reconhecer certas coisas e essa, mais do que tudo, possuía o meu mais profundo reconhecimento, apesar dos apesares.

Eu conhecia a Morgs o suficiente para notar o quão ela estava furiosa com os meus gracejos e, não obstante achasse isso particularmente divertido, julguei que tudo o que fiz era o bastante para um dia só. Até porque, da forma com que as telhas e a estátua do padre tremiam, eu não duvidava que ela acabasse por incitar algum desses objetos, ainda que sem querer, para cima de mim, a qualquer momento, se eu continuasse a provocá-la. Não fiz mais nenhum comentário a respeito do livro, ou do que quer que seja, enquanto a observava pegar o livro das minhas mãos e guardá-lo na bolsa com certa irritação. Sustentei o sorriso matreiro no rosto quando ela me lançou um último olhar ligeiramente ferino antes de se afastar. Já iria considerar a sua saída repentina em palavras – hm, às vezes eu sou muito instável com minhas idéias... –, quando ela pareceu desistir de se retirar do âmbito da minha presença e se voltou para mim num gesto brusco e ao mesmo tempo comedido.

Meu sorriso se alargou consideravelmente e eu cruzei os braços num ação descontraída, arqueando uma sobrancelha ao captar um perpasse de determinação no olhar de Morgan. Oh, a pirralha ia mesmo me enfrentar? Ri internamente, achando o feito um tanto quanto interessante e curioso.

-E se eu estiver suspirando pelas personagens do livro, Corinne? - ela começou num ar quase sereno e incisivamente claro. Permaneci em profundo silêncio, aguardando por mais palavras. - Quando você vai aprender a me respeitar e ver que eu gosto dessas coisas? Que elas são uma espécie de fuga da realidade em que vivemos? Você não tem nenhum sonho? Nada que te faça suspirar pelos cantos e te faça desejar viver algo diferente, algo incrível, ser feliz? É, eu acho que não. - Morgan encerrou num tom abatido, adquirindo um ar gradativamente cabisbaixo. Minha expressão debochada se debilitou de forma considerável e confesso que devo ter esboçado um ar perplexo durante um breve instante, antes de modificá-la para uma ligeiramente impassível.

Respirei fundo. Não saberia informar plenamente se Morgs havia medido bem as suas palavras antes de proferi-las, ou se ela tinha exata consciência da extensão de cada uma delas, mas talvez ela tivesse ligeiras deduções de que entrara num assunto muito delicado. Não que eu acredite que ela desconfie que eu talvez esteja a sentir algo a mais por nosso primo, Alex, e quis me atingir exatamente nesse ponto, principalmente porque eu costumo conjeturar que suas reações mais apreciáveis não passam de brincadeiras estúpidas, sem nenhuma espécie de mensagem subliminar. Mas, enfim, não importa. Só porque eu não vivo a suspirar pelos cantos, ou bradando aos quatro cantos do mundo quanto realmente seria bom dar uns amassos com o Alex, entre outras coisas, não signifique que eu não tenha sonhos, não deseje ser feliz, ou seja tão insensível quanto eu achei que ela havia pressuposto que eu era. Eu tenho certa sensibilidade, apenas acho que demonstrá-la por aí seja uma completa estupidez. E, se algum dia for realmente necessário, eu prefiro demonstrar fraqueza somente a mim mesma do que ter externá-la para os outros. É; sou um tanto quanto orgulhosa, e daí? De qualquer forma, mesmo após ter ouvido aquelas palavras vindas de Morgs, eu, definitivamente, não estava arrependida de ter zoado com a cara dela.

Eu observei Morgan tomar uma distância relativa, antes que me impelisse a ir atrás dela. Quando me encontrava relativamente perto dela, tive a sensação de estar passando por debaixo de uma cachoeira, abstratamente falando. Fora um frio relativamente intenso, que fez um arrepio involuntário percorrer todo o meu corpo, fazendo-me tremer de leve logo em seguida. Revirei os olhos instintivamente, ao deduzir que tinha atravessado um fantasma. Eles costumavam ser bem inconveniente, às vezes, mas não dei muita importância a esse fato. Meneei a cabeça e encolhi os ombros num gesto brusco, para espantar mentalmente aquela sensação insuportável, antes de segurar a Morgs por um dos braços e a forçá-la a voltar o olhar para mim novamente.

-Reagir de forma diversa a sua, ou simplesmente se empenhar em ocultar esses fatos dos outros não significa dizer que eu não tenha sentimentos, sonhos, ou não deseje ser feliz, Morgan. - eu comecei num tom ligeiramente arrastado, suspirando em seguida. - E eu sei que você gosta dessas coisas e eu as respeito, a meu modo. Mas são justamente elas que me preocupam. - soltei um leve muxoxo por ter que admitir isso em voz alta, mas não tive outra escolha a não ser essa. Ponderei por um breve instante, antes de prosseguir. - Não condeno o fato de que você deve sempre ter sonhos, desejos, ou anseios... Mas você deve ter também em conta que a realidade dos fatos é bem distinta do que pinta os contos de fadas, romances, ou o que quer que seja. Nem sempre teremos um amor-correspondido; nem sempre alguém será capaz de atender nossas expectativas; nem sempre alguém fará algo que não nos magoe. São coisas da vida, e temos que aprender com elas. - rolei os olhos para cima por algum tempo, inspirando fundo ao me mostrar tão séria com aquelas palavras. - E você... Bem, você não está fazendo isso. Relembrando suas próprias palavras, você está deixando de presenciar a realidade e desejando viver apenas de sonhos. Tudo bem fazer isso de vez em quando, mas acho que você está... Exagerando. - silenciei e sorri meio de lado, antes de concluir. - E controle mais os seus poderes quando estiver em minha presença, pirralha; não sabe que é feio querer jogar telhas em cima da irmã mais velha?
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MensagemAssunto: Re: The first time when I really see you. Rp fechado.   The first time when I really see you. Rp fechado. EmptySex maio 08, 2009 2:32 am

O conceito de personalidade é bastante engraçado. Você age de uma maneira a vida inteira, mesmo que a sua vida ainda não seja muito longa, e acaba notando que talvez agir daquele jeito não é o melhor para você. Mas ao mesmo tempo, é tão difícil mudar os seus próprios conceitos, o seu modo de agir... Seria realmente estranho se de uma hora para outra eu me tornasse a garota mais popular da escola, por exemplo, porque meu jeito sexy e descolado fazia todos os meninos babarem e todas as meninas terem inveja e a vontade de estar perto de mim para ver se conseguem pegar um pouco do “mel”. Ou então, talvez eu virasse uma garota gótica, um pouco mal encarada, que só vestisse preto e que saísse por ai com um pentagrama falando coisas estranhas e fingindo que sou uma bruxa, que lança maldições em todo mundo. Ok, isso foi até engraçado, já que eu sou uma bruxa, mas não uso um pentagrama e muito menos visto só preto. Mas o que eu quero dizer é que as vezes é preciso mudar um pouco as suas reações ante certas situações que são... Desconcertantes, pra não dizer completamente constrangedoras.

E mais uma vez eu tenho que dizer que sou craque em me enfiar em situações constrangedoras. Mas agora o porquê de toda vez eu ter que agüentar as zoações de Corinne, ainda é um enorme mistério. Um mistério muito maior do que o fato de eu poder mover objetos com a mente, por exemplo. Muito provavelmente exista uma explicação cientifica e bastante lógica para essa manifestação paranormal, mas para o fato de que toda ação minha exige uma reação dela, aaah, isso eu ainda quero descobrir o porque...

Agora, se eu realmente chegarei a descobrir, constitui de outro mistério e a única coisa que eu tinha a fazer naquele momento, era fugir dali o mais rápido possível. Pois, por mais que eu quisesse me rebelar e ter dito tudo o que se passou pela minha cabeça, esperando atingir Corinne, confesso que eu estava prestes a me debulhar em lágrimas. E isso não combinaria nada com o meu desabafo, não mesmo...

Continuei a andar vagarosamente, talvez esperando ouvir a sua resposta ou pelo menos com o intuito de sentir que eu realmente a tivesse feito se abalar só um pouquinho com as minhas palavras. Cori não podia ser tão insensível assim a ponto de não sentir o que eu falei. Eu sabia que não era e talvez isso pudesse ser uma resposta para o fato de eu sempre agüentar as coisas que ela falava para mim. Na verdade, eu não tinha me arrependido de falar tudo aquilo e sabia que ela não iria deixar barato, caso aquelas palavras a tivessem atingido de verdade.

Senti um frio incomodo, sabendo exatamente o que poderia ser, já que aquele lugar era infestado de fantasmas, mas decidi continuar e deixar essa discussão para depois. Pois eu sabia que iria ter continuação. Só não achava que fosse realmente continuar ali, pois Cori havia me deixado me afastar bem... Mas me enganei completamente. Senti ela tocar o meu braço, me fazendo virar para ela e pela sua expressão só demonstrava que aquilo, realmente, não ia ficar barato...

-Reagir de forma diversa a sua, ou simplesmente se empenhar em ocultar esses fatos dos outros não significa dizer que eu não tenha sentimentos, sonhos, ou não deseje ser feliz, Morgan. – Sim, eu sabia disso, só que algumas reações dela pareciam deixar claro o contrário... - E eu sei que você gosta dessas coisas e eu as respeito, a meu modo. Mas são justamente elas que me preocupam. – Ela falou, contrariada por admitir que se preocupava comigo a seu modo. Talvez, em uma situação diferente aquilo teria me deixado feliz, mas eu estava igualmente chateada para me deixar abalar por sua “confissão” - Não condeno o fato de que você deve sempre ter sonhos, desejos, ou anseios... Mas você deve ter também em conta que a realidade dos fatos é bem distinta do que pinta os contos de fadas, romances, ou o que quer que seja. Nem sempre teremos um amor-correspondido; nem sempre alguém será capaz de atender nossas expectativas; nem sempre alguém fará algo que não nos magoe. São coisas da vida, e temos que aprender com elas. – Sim, Corrine era mais realista que eu, e nós duas constituíamos de dois extremos. O que só demonstrava que ela não tinha toda a razão também. Observei ela revirar os olhos ante as suas próprias palavras, mas continuei impassível, mesmo pensando que era engraçado o quanto ela tinha dificuldade em ter que tocar nesse tipo de assunto. - - E você... Bem, você não está fazendo isso. Relembrando suas próprias palavras, você está deixando de presenciar a realidade e desejando viver apenas de sonhos. Tudo bem fazer isso de vez em quando, mas acho que você está...Exagerando. – Ela sorriu antes de completar e eu respirei fundo, pois conhecia aquele sorriso. - E controle mais os seus poderes quando estiver em minha presença, pirralha; não sabe que é feio querer jogar telhas em cima da irmã mais velha?- Ok, toda e qualquer resposta que eu estivesse preparando para esse seu enorme discurso fora momentaneamente esquecida por essas palavras. Eu realmente gostaria de saber em qual momento eu tentei jogar telhas em cima dela.

-Hmm... Corinne? Do que você está falando? Quem disse que eu queria jogar telhas em cima de você?- Perguntei com os olhos arregalados, olhando pra cima e de volta para ela. Mas não dei exatamente tempo para ela responder. -Eu não tentei fazer isso em momento algum. Estava mais concentrada em tentar fazer você parar de me fazer de palhaça!- Falei um pouco azeda. Mas eu raramente conseguia manter uma pose assim por muito tempo.

Respirei fundo, voltando para a fonte e me sentando ali, um pouco cansada daquilo. -Olha, eu sei que não foi legal falar aquelas coisas para você, mas levando em conta tudo o que eu já tive que ouvir, foi bem pouco Corinne.- Olhei para ela com uma expressão um pouco suplicante. Tudo o que eu não precisava naquele momento. -Mas poxa, como você quer que eu reaja? Da mesma forma que eu possa estar exagerando em viver suspirando pelos cantos, você também exagera em descontar os seus medos em forma de deboche em cima de pessoas que talvez demonstrem mais fraqueza que você!- Olhei para as minhas mãos, com medo do que aquelas palavras pudessem causar.

- Quem disse que você também não exagera nesse seu realismo? Você tem sonhos não? Mas não fica por ai vivendo somente em função deles... Ótimo, talvez eu tenha vontade de ser assim, mas ao mesmo tempo, ninguém pode mudar o que eu sou e a forma que eu tenho de enxergar as coisas. Você pensa que eu já não tive vontade de ser mais forte, mais decidida, menos tímida? Sim, mas isso não combina comigo... O fato, Corinne, é que por mais que você se preocupe comigo, você gosta de tirar com a minha cara, talvez pra demonstrar o quão forte você é!- Voltei a olhar para ela mais uma vez, imaginando a sua reação, mas o sinal tocou nesse instante. Talvez fosse o “sinal” que eu precisava para parar de falar. Eu não queria machucar minha irmã, se já não tivesse machucado... Já não estava sendo fácil dizer tudo aquilo.

-Eu preciso ir para a aula...- Falei, ajeitando a minha mochila nas costas e segurando o livro que dera inicio aquela cena toda. Sai dali, dessa vez a passos mais decididos, sem dar chance dela me fazer voltar. Eu realmente não queria imaginar o que poderia acontecer depois disso tudo...
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