Good while it lasts.

Eu havia imaginado aquele dia por um bom tempo. Okay, eu sei como isso soa, acredite. Mas é verdade. Por algum tempo eu tive sentimentos por Victoria Hewson e - apesar de sonhar - nunca realmente acreditei que pudesse ser correspondido. Nem ao menos quando tomei a iniciativa. Aquilo havia sido uma coisa de impulso; no momento seguinte eu já estava convencido de que havia sido uma coisa estúpida. Bom, talvez pela primeira vez eu tenha feito a coisa certa num momento de tensão psicológica. Agora lá estava eu, estacionando o carro na frente da casa da moça que havia sido a minha melhor amiga por um bom tempo e que agora eu poderia dizer se tratar de algo mais.

Olhei para fora. Caía uma chuva torrencial por ali. Suspirei e olhei para o lado para ter certeza de que não havia um lugar mais próximo da casa onde eu pudesse estacionar. Não, não tinha. Tirando a jaqueta, saí do carro correndo e fiz sinal para que Victoria esperasse. Então, abri a porta dela como um bom cavalheiro e fiz com que segurasse a jaqueta, indicando para que ela fosse indo na frente. Fechei a porta e logo corri também. Parei na entrada da casa enquanto Vicky abria a porta. Naquele momento, apenas olhei para ela e sorri. Era linda sem precisar fazer nada. Mesmo afobada para abrir a porta. Me pegando no flagra, ela perguntou por que eu estava rindo e eu desconversei, corando de leve. Ela deu um passo para dentro de casa e se virou para mim.

- Obrigada pela tarde agradável. - Disse sorrindo e logo franzi a testa ouvindo o que eu havia acabado de falar. Que diabos eu tinha acabado de dizer? - Er... Quer dizer... - Eu gaguejei e ela riu. Ri também, abaixando a cabeça desconcertado. - Eu quis dizer que me diverti hoje... - Voltei a olhar para ela. Não havia sido muito boa, mas ao menos havia sido melhor que a primeira. Subindo o degrau, segurei o rosto dela levemente com uma mão e a beijei. Ainda era inacreditável que eu podia fazer aquilo. Com cara de idiota, me afastei, caminhando de costas e quase tropeçando no degrau. Soltei um "até mais" quase inaudível e caminhei para o carro. Será que um dia eu ia conseguir fazer uma despedida decente?

Era estranho estar com Greg. Quer dizer, eu não posso dizer que não o amava, pelo contrário, ele era uma das pessoas que eu mais gostava em todo o mundo, porém, eu ainda não tinha a deliminação certa de onde isso passaria da amizade para algo mais, e eu não sabia se já tínhamos passado para esse estágio.

Não posso dizer que não sentia ainda nada mais por James, porque seria mentira, mas com Gregory era tudo tão diferente. Ele era o namorado (?) que toda garota gostaria, aliás, ele era tudo que toda garota gostaria, e eu poderia me incluir aí. Confesso que não sabia ao certo o que eu sentia por ele, mas sabia que isso poderia evoluir com muita naturalidade. Era muito fácil se apaixonar por ele.

Nós havíamos saído naquele dia, o que talvez não tenha sido uma boa idéia, afinal, a chuva que caía lá fora era torrencial, e o tempo estava horrível, bem, não para mim, que adorava chuva, então, apesar de ter que sair correndo do carro, com a ajuda de Greg, para não me molhar completamente, ainda adorava aquela época de chuvas.

Eu entrei em casa correndo, seguida por Greg. Quando me virei, ele estava rindo sem motivo aparente, e eu o indaguei do porquÊ, apesar dele desconversar. Cada vez mais eu gostava da sua presença como se isso fosse possível. Eu adorava quando ele ficava vermelho e desconcertado.

Obrigada pela tarde agradável. Er... Quer dizer... Eu quis dizer que me diverti hoje... -

Enquanto eu ria por sua falta de jeito, Greg me beijava, enquanto nos afastávamos. Eu estava gostando dele. E do jeito que ele gostava de mim também. Do jeito que eu queria que James fosse.

Eu estava resoluto em meu objetivo de me afastar de Victoria e por isso me mantive longe do navio, imaginando que talvez ela pudesse me procurar por lá. Por isso a alternetiva, mesmo que óbvia, era me manter no centro histórico, aproveitar o tempo para reler meus diários, deixar as lembranças daquela época voltarem, os planos que eu havia feito e que haviam, literalmente, ido por água abaixo. E voltar a me concentrar no que eu deveria. Descobrir por que eu estou aqui.

Meu primeiro instinto foi aquela bússola que eu sabia não ser minha. Por algum tempo eu simplesmente tentei me forçar a lembrar de onde ela era e porque estava com as MINHAS coisas. Só então eu percebi o fato de que aquilo não eram só as MINHAS coisas (apesar de serem a maioria). Era tudo que estava no meu barco e só então me toquei que era a bússola do meu primeiro imediato e melhor amigo, John. Não sei porque não reconheci antes, ele a mantinha consigo o tempo todo. Acho que minha cabeça estava focada em todas as coisas erradas. No entanto aquilo me fez ter um insight e isso significava que eu teria que ir atrás de Victoria.

Hesitei por alguns dias antes de finalmente decidir acabar com isso de uma vez por todas. Para meu espanto ela estava acompanhada. Se eu me lembrava bem era o mediador que havíamos encontrado numa festa. Fiquei observando os dois até ele segurar o rosto dela e beijá-la. Aquilo fez minha força de vontade afundar como se fosse uma pedra e voltei para o centro. Por um lado, eu havia pedido por isso, literalmente, por outro, não esperava que ela achasse alguém tão rápido ou que eu tivesse que presenciar... Um leve sentimento de raiva surgiu e imediatamente pensei que, se ela já havia seguido em frente nada deveria me impedir de finalmente ir embora desse mundo, e eu precisava dela por isso.

Voltei à sua casa e me sentei em uma cadeira na varanda, observando ela entrar, com um sorriso leve e distraídamente.

- Bem, então, agora que você já está desocupada, pode me ajudar a finalmente dar o fora desse mundo chato? - Disse, sem exatamente olhar para ela e provavelmente a assustando.

Eu relutei um pouco antes de entrar em casa, fiquei na sacada por alguns instantes, enquanto pensava sobre tudo. Me enervava ainda pensar em James enquanto estava com Greg, porém, a verdade é que eu não havia me esquecido dele, na verdade, eu não sabia quando poderia esquecê-lo, porém, por mim, e pelo que eu sentia por Greg, iria me forçar a isso todos os dias, até que obtivesse algum resultado.

Eu então fiquei observando por um tempo mais a chuva, que, logicamente, me lembrava de James, por ter sido o nosso primeiro beijo em um ambiante como esses. Mas essas memórias não podiam me fazer bem, eu tinha que apagá-las. Com um gesto, tentei pensar em outra coisa.

Abri a porta, porém, antes que eu pudesse realmente entrar, congelei com o que havia visto.

Bem, então, agora que você já está desocupada, pode me ajudar a finalmente dar o fora desse mundo chato?

Eu olhei para o lado, e, o meu coração batento cada vez mais rápido me fez notar que o que eu estava vendo não era nenhuma miragem. James! Ele realmente estava lá.

-James, mas o quê....?- eu não podia evitar com que as lágrimas voltassem ao meu rosto, relembrando de tudo o que havia acontecido. Ele não estava olhando para mim diretamente. Tentei conter o choro, enquanto recuperava um pouco do porte altivo, quase sem sucesso--O que você faz aqui, James? Não é hora para brincadeirinhas, sabe? Você não tem idéia do que eu passei por aqui, então não me venha com esse tom sarcástico, Vandervoot- falei, me aproximando dele.--Meu Deus, você gosta de me ver chorando, é isso? Porque se for, eu não irei aguentar seus joguindos, James!-disse, me irritando, mas ainda com meus olhos marejados, por relembrar as coisas anteriores.

-James, mas o quê....? O que você faz aqui, James? Não é hora para brincadeirinhas, sabe? Você não tem idéia do que eu passei por aqui, então não me venha com esse tom sarcástico, Vandervoot- Só voltei meu olhar para ela quando notei o tom choroso em sua voz. Ela se aproximou e eu pude ver as lágrimas que caíam suavemente pelo seu rosto. -Meu Deus, você gosta de me ver chorando, é isso? Porque se for, eu não irei aguentar seus joguindos, James!

Aquilo fez toda minha resolução em parecer distante e frio se dissolver como um passe de mágica e se eu tivesse um coração que bate ele com certeza estaria, àquela altura, afundado até a ponta do meu pé. Isso só me provava certo em querer manter minha distância de qualquer modo, não? Ela com certeza estava muito melhor com o mediador desastrado do que com um fantasma insensível como eu. Encolhi os ombros enquanto falava novamente.

- Bem, você estava ocupada, não estava? - Disse, desta vez num tom mais ameno, tentando fazer com que ela acalmasse. - Não vim aqui para discutir com a senhorita Victoria. Mas a senhorita disse que ainda iria me ajudar... Com meu... Pequeno problema de localização. - Disse, passando as mãos levemente pelos cabelos, como fazia quando estava nervoso.

Depois de deixar Victoria em casa, voltei para o carro ainda bastante distraído. Aquela situação era algo tão surreal que era difícil me concentrar em qualquer outra coisa. Eu nunca ia imaginar que viria a me encontrar nesta posição. Quer dizer, imaginar eu já havia imaginado, mas não achava realmente que seria uma coisa possível. Agora tudo havia mudado e eu ainda não me acostumara com isso. Ao entrar no carro e sentar, levei algum tempo para girar a chave, distraído. Rindo da minha própria atitude, já tinha saído da casa de Vicky quando me dei conta que havia deixado a jaqueta com ela. Ok, não era como se eu fosse precisar dela nas próximas horas ou mesmo no dia seguinte; talvez fosse mais como uma desculpa para voltar lá.

Estacionando o carro de volta no mesmo lugar, notei que a chuva havia diminuído um pouco. Conveniente, já que eu não tinha jaqueta. Caminhei até a entrada da casa e, quando já estava perto, notei uma presença a mais. Ao me aproximar, percebi exatamente de quem se tratava. O que ele queria agora? Me aproximei agora mais rapidamente e, olhando para Vicky, vi que ela tinha o rosto manchado por lágrimas. Típico. Sentindo o rosto ficar levemente vermelho de raiva, caminhei até eles e me pus na frente de Victoria, olhando para ela de relance.

- O que você quer aqui? - Disse para James, num tom de voz frio. - Você não acha que já fez o suficiente? Ou ainda tem que vir para torturá-la mais um pouco?

Isso era típico. Que minha vida desmoronasse em um piscar de olhos. Estava indo tudo bem com Greg, eu gostava dele, e sabia que poderia aprender a amá-lo ainda mais, porém, quanto tudo estava caminhando, James volta, sei lá de onde, para que tudo que estava adormecido, voltasse.

Eu olhava James era como se aqueles dias não tivessem passado, ou, ao menos, como se tudo que eu sentisse por ele realmente não tivesse indo embora, apenas estivesse esperando a hora que ele aparecesse de novo.

Bem, você estava ocupada, não estava? -- Não vim aqui para discutir com a senhorita Victoria. Mas a senhorita disse que ainda iria me ajudar... Com meu... Pequeno problema de localização.

Eu respirei fundo, e foi como uma pedra caísse me meu estômago. Ele então não havia ido para lá atrás de mim, e sim apenas por seu problema aqui na Terra. Isso era pra que eu aprendesse a não pensar que as pessoas poderiam fazer extamente aquilo que eu gostaria que elas fizessem.

E foi quando as coisas pioraram.

Eu suspendi a respiração quando eu vi quem estava se aproximando, praticamente do meu lado.

O que você quer aqui? - Você não acha que já fez o suficiente? Ou ainda tem que vir para torturá-la mais um pouco?

Eu esperei um pouco antes de responder, ou ao menos até que eu pudesse abrir a boca sem que as lágrimas percorressem meu rosto.

- Não se preocupa, Greg. Ele não veio [s]atrás[/s] de mim, ele veio apenas querer fazer a travessia, ou ao menos isso -disse, praticamente inaudível, e sem perceber realmente o quanto aquelas palavras doiam em mim.

Estava conversando com a senhorita Victoria, achando que poderíamos chegar a um entendimento quanto ao fato de que eu não queria magoá-la mais e que era um absurdo eu ficar preso à terra principalmente agora que ela tinha uma vida de verdade sem mim, quando o namoradinho dela apareceu. Eu sei que em teoria eu estava feliz com o fato de ela ter um namorado de verdade, mas não conseguia deixar que meus pensamentos em relação ao humano fossem desdenhosos. Olha, eu havia aberto mão de muitas coisas... Da vida, do meu navio, dela... Pedir que eu abrisse mão de quaisquer poucos sentimentos humanos, mesmo mesquinhos era demais na minha atual situação.

- O que você quer aqui? Você não acha que já fez o suficiente? Ou ainda tem que vir para torturá-la mais um pouco?

Ergui a sobrancelha com o tom de voz do rapaz, já presumindo coisas... Ele nem mesmo me conhecia ou sabia o que era estar no meu lugar... Talvez devesse para deixar de me julgar assim. Eu ia falar exatamente isso quando a senhorita Victoria me interrompeu.

- Não se preocupa, Greg. Ele não veio atrás de mim, ele veio apenas querer fazer a travessia, ou ao menos isso

Suspirei comigo mesmo. Eu queria ter ido atrás dela. Se eu soubesse um modo de ressuscitar com certeza teria ido atrás dela e a roubado do queridinho mediador. Me levantei do lugar onde estava, ficando de pé para encarar o rapaz. Eu era uns poucos centímetros mais alto que ele, mas o suficiente para o enarar de cima. Ter que fazer uma pessoa mudar sua posição para encará-lo era uma coisa muito significativa nos meus tempos de vivo. Significava que aquela outra pessoa era inferior a você. E mesmo que no momento que o achasse superior (ele era vivo, ele estava com ela.) me fazia bem fingir o contrário.

- Ah, mas não é adorável quando as pessoas não sabem do que estão falando? - Ergui uma sobrancelha e cruzei os braços. - Escuta aqui, mediador... Você não deveria estar agradecendo aos céus por eu estar querendo me mandar de vez? - As palavras que saíram da minha boca obviamente não pertenciam aos meus hábitos de humano, como eu costumava falar em situações normais, e sim ao meu pequeno hábito de ver televisão. Você aprende muitas coisas sobre intimidação assistindo essas coisas de hoje em dia. - Ou você só não quer admitir que vai pular de felicidade ao chegar em casa porque não quer admitir que tem medo de mim? De que se eu resolvesse de repente que ficar aqui é saudável você... - Ok, talvez eu estivesse falando demais, porque de repente senti um punho bem no meu nariz. Ainda bem que a dor é puramente psicológica.

Eu respirava quase ofegante, sufocado pela raiva que sentia daquele fantasma. Os fantasmas já me deram bastante dor de cabeça, mas aquele ali definitivamente batia recordes. Bem lá no fundo, eu sabia que parte da minha raiva era uma canalização da insegurança que sentia ao vê-lo perto dela. Eu tinha certeza de que ela não o havia superado completamente. Sabia também que eu poderia perfeitamente fazê-la superá-lo, mas precisava de algum tempo. E a presença constante do fantasma também não era de grande ajuda. Depois de um “breve” momento, Victoria disse:

- Não se preocupa, Greg. Ele não veio atrás de mim, ele veio apenas querer fazer a travessia, ou ao menos isso

Engoli a seco. O fato de que ele talvez não tivesse ido até lá para procurá-la não aliviava muito a minha consciência do fato de que ela possivelmente preferiria a primeira alternativa. Mas eu sabia disso desde o princípio. Ao ficar com ela, saberia que não seria fácil, que eu precisaria ajudá-la a vencer certos obstáculos e estava disposto a isso. Mas não era fácil vê-los assim tão explicitamente. Para completar, Vandervoot começou a se aproximar. Ele era alguns centímetros mais alto do que eu, então podia-se perceber que aquela era uma tentativa de intimidação. Felizmente, eu já havia lidado com fantasmas mais ameaçadores do que ele e havia passado da fase de intimidação. Ao invés de levantar a cabeça para fitá-lo, levantei apenas os olhos, enrijecendo o maxilar.

- Ah, mas não é adorável quando as pessoas não sabem do que estão falando? – Ele adotou um ar petulante e eu me controlei para não tomar nenhuma atitude precipitada. – Escuta aqui, mediador... Você não deveria estar agradecendo aos céus por eu estar querendo me mandar de vez? – É, deveria. Se pelo menos ele fosse embora de uma vez... – Ou você só não quer admitir que vai pular de felicidade ao chegar em casa porque não quer admitir que tem medo de mim? De que se eu resolvesse de repente que ficar aqui é saudável você...

Ok, aquilo já havia passado dos limites. Eu era normalmente um cara bem controlado, mas até certo ponto. E naquele momento, não me senti nem um pouco arrependido do que fiz. O ato do meu punho se chocar contra o nariz de Vandervoot foi quase como um reflexo. Eu simplesmente não conseguiria continuar ouvindo toda aquela asneira.

- Olhe como você fala comigo! – Disse, a voz saindo quase como um rugido. – Eu já cansei de limpar a sua bagunça e agora você vem com essa conversinha de medo? – Dei uma pausa, com a respiração ofegante. – Mas você está certo em uma coisa... Eu deveria estar pulando de felicidade porque você está querendo “se mandar”. Mas eu não consigo. Sabe por que? Porque todo esse seu dilema de fantasma torturado está machucando ela! – Aumentei ainda mais o tom de voz ao me referir a Victoria e olhei brevemente para ela ao fazer isso. – O que você perceberia se parasse de olhar para o próprio umbigo por um segundo! – Respirei por alguns instantes e me aproximei mais de Victoria, que parecia bastante nervosa. Então me virei para o fantasma e falei, agora em tom baixo. – Eu acho que você deveria ir embora agora...

Eu sabia que tinha que haver alguma errada. Aquela parte onde você chega e descobre que seu contos-de-fadas não passava de um borrão em um sonho louco que você teve, e se acorda exatamente na melhor parte. Bem, eu tinha a certeza absoltua que a terminologia de ''paz'' não poderia se aplicar a mim, em nenhum estágio da minha vida. Acho que nem quanto feto eu tive paz.

Mas a verdade é que não tinha a menor idéia de que aquilo poderia acontecer, até que aconteceu.

Nunca na minha vida que poderia imaginar uma discussão entre James e Greg. Bem, na verdade eu nunca mais me permitia imaginar James em qualquer que fosse a situação.mas aquilo realmente estava acontecendo.

Ah, mas não é adorável quando as pessoas não sabem do que estão falando? - Escuta aqui, mediador... Você não deveria estar agradecendo aos céus por eu estar querendo me mandar de vez?- eu ergui a sobrancelha, perguntando quando James mudou tanto assim.

Ou você só não quer admitir que vai pular de felicidade ao chegar em casa porque não quer admitir que tem medo de mim? De que se eu resolvesse de repente que ficar aqui é saudável você.

E foi quando aconteceu. Em questão de segundos eu vi a movimentação do punho de Greg e abafei um grito com a minha boca, pelo choque.

- Olhe como você fala comigo! – Eu já cansei de limpar a sua bagunça e agora você vem com essa conversinha de medo? – Mas você está certo em uma coisa... Eu deveria estar pulando de felicidade porque você está querendo “se mandar”. Mas eu não consigo. Sabe por que? Porque todo esse seu dilema de fantasma torturado está machucando ela! – O que você perceberia se parasse de olhar para o próprio umbigo por um segundo! Eu acho que você deveria ir embora agora...

Eu estava parada ainda, olhando para os dois, sem saber o que dizer, o que fazer. Meus olhos ainda estavam marejados, e eu não sabia o que sentir. De fato, eu estava sentindo raiva, tristeza,ódio.

Raiva de mim, por eu deixar que isso acontecesse.

-Eu....eu preciso ficar sozinha- disse, sem olhar ao certo para os dois.