Beyond reality [closed]

Eu levei Sam de táxi até um dos locais que eu mais gostava em Carmel, o Penhasco. Foi lá que eu compus minhas letras mais profundas e bonitas, além das minhas melodias, era um lugar calmo, mas ao mesmo tempo impressionante. Às vezes eu olhava em como as coisas poderiam ser...o mar...o mar era tão bonito, mas podia ser tão raivoso e destruidor como aquele mar revolto que estava batendo nas rochas....

-Vem Sam...- falei, a levando com cuidado até o topo do penhasco, eu senti que ela estremecia um pouco devido ao frio que estava se instalando, então, a envolvi ainda mais em meus braços, guiando seus passos até o alto.

Então chegamos a nosso destino final, sentamos juntos a fim de olhar para o penhasco, e o mar lá embaixo, trouxe-a para mais perto de mim, mas senti que ela estava meio triste, com alguma coisa, talvez...

Então, eu a trouxe ainda mais perto de mim, se isso poderia ser fisicamente possível, e a beijei na testa, enquanto levantava seu rosto e perguntava:

-Hey Sam...o que houve?

O modo como as coisas se ajustam são engraçadas. Momentos antes eu estava me sentindo como uma boba apaixonada e ainda descobri que estava namorando e nada mais parecia importar, até o momento em que saímos do táxi e começamos a andar em direção ao penhasco, porque havia sido ali que eu havia descoberto mais sobre aquilo que eu realmente sou. Uma bruxa e tudo mais. Havia sido ali que eu havia conhecido Corinne e o fato de ele ter me levado exatamente àquele lugar me fez lembrar que... Ele gostava tanto de mim, havia feito questão de deixar claro... E eu escondia uma coisa tão importante dele... Isso não podia ser certo, podia?

Ok, meu pai contou apenas uma parte pra minha mãe e não praticava magia, então isso nunca foi um problema pra eles, mas eu, tendo passado anos sem saber controlar isso, e com a família dele de repente em cena, ele teve que contar tudo e eu vi o quanto isso havia sido difícil para a minha mãe e tudo mais. Mas ela havia passado por cima disso, porque eles se amavam. E eu sabia que era demais pedir que ele me amasse assim pah, de repente... Mas eu não podia esconder isso dele se quisesse que isso... Esse relacionamento, fosse adiante.

Ele notou que eu estava preocupada e me puxou para perto, perguntando:

-Hey Sam...o que houve?

- Se lembra... - Perguntei, respirando fundo. - Quando saímos a primeira vez e eu te falei de alguns problemas de família? - Ele balançou a cabeça, assentindo. - Eu preciso falar com você sobre aquilo, Seth...

Enquanto eu estava com Sam eu meus braços, notava que ela se mostrava impaciente, será que ela estava com frio, ou era o lugar que estávamos, eu não sabia realmente o que era, portanto resolvi perguntar o que poderia ser, de modo que ela me respondeu.

- Se lembra... - Quando saímos a primeira vez e eu te falei de alguns problemas de família? - - Eu preciso falar com você sobre aquilo, Seth...

Lógico que eu me lembrava de quando saímos juntos pela primeira vez, na verdade, eu me lembrava de todos os momentos que havia passado com ela.

-Espera aí!- falei, alardeando com o tom de minha voz--Sua família é mafiosa!Ahá, eu sabia! Seu pai está foragido da Itália por estar com o FBI, CIA, Scotland Yard atrás dele, né?- eu comecei a rir, tentando amenizar o que Sam estava querendo me dizer, depois, voltei a falar.

-Desculpe Sam, volte ao que estava falando...

-Espera aí!-Sua família é mafiosa!Ahá, eu sabia! Seu pai está foragido da Itália por estar com o FBI, CIA, Scotland Yard atrás dele, né?

Eu ergui uma sobrancelha, tentando não rir dele e ao mesmo tempo tentando me manter séria pelo simples fato de que o assunto era sério. Não que eu tenha conseguido por muito tempo.

- Ah. Então é isso que você acha da minha família, Stone? - Eu comecei mas ele interrompeu, achando que eu iria brigar com ele, talvez?

-Desculpe Sam, volte ao que estava falando...

- Mas você passou perto, Seth. - Eu balancei a cabeça, o encarando séria e ele pareceu espantado. - Meu pai não é um mafioso... Ele é uma coisa, no entanto. E ele não fugiu da Itália nem da polícia... Ele fugiu de San Francisco e da famíla dele... Que... Uhm... Não aprovavam, bem, não aprovam a minha mãe... - Suspirei. - Eles esconderam, bem, meu pai, ele escondeu isso de mim porque... Uhm... A família dele é uma família de... Não mafiosos... Mas passa perto... Uhm... Ok... Isso é... Mas difícil de falar do que eu pensei... Eu tenho medo do que você vai pensar de mim...

Mas você passou perto, Seth. - Meu pai não é um mafioso... Ele é uma coisa, no entanto. E ele não fugiu da Itália nem da polícia... Ele fugiu de San Francisco e da famíla dele... Que... Uhm... Não aprovavam, bem, não aprovam a minha mãe... - Eles esconderam, bem, meu pai, ele escondeu isso de mim porque... Uhm... A família dele é uma família de... Não mafiosos... Mas passa perto... Uhm... Ok... Isso é... Mas difícil de falar do que eu pensei... Eu tenho medo do que você vai pensar de mim...

Eu olhei para ela, sério agora, tentando, sem sucesso, ler as expressões que passavam em seu rosto.

Eu não podia fingir que não estava um tanto quando ''curioso'' [mesmo sabendo que essa palavra não servia muito ao propósito] sobre o que ela estava falando.

-Sam...escuta uma coisa, e sério: você poderia ser qualquer coisa nesse mundo, até o Ronald McDonald que eu continuaria de amando..- falei, em um tom ameno, depois, complementei. -Bem, talvez não o Ronald mas...- disse, rindo, depois, coloquei ela mais perto de mim.--O que você estava falando mesmo?

-Sam...escuta uma coisa, e sério: você poderia ser qualquer coisa nesse mundo, até o Ronald McDonald que eu continuaria de amando.. Bem, talvez não o Ronald mas... O que você estava falando mesmo?

Eu o encarei em silêncio por alguns instantes, pensando em como eu tinha sorte... Se eu soubesse disso teria sido bem mais legal logo que nos conhecemos, mas eu não tinha como saber... Mas definitivamente se eu soubesse tudo que sei agora naquele dia eu provavelmente não estaria com tantas minhocas na cabeça. Eu sabia que contar o que eu estava prestes a contar era praticamente contra a lei, ou coisa assim, mas eu não iria, não queria enganá-lo assim. Exatamente pela sorte que eu havia tido. Eu não podia simplesmente deixar isso ficar no meio. Ele era muito mais importante.

Sem pensar muito eu o segurei pelo pescoço e puxei seu rosto para perto do meu, iniciando um beijo intenso que só terminou quando nenhum dos dois aguantava mais ficar sem ar. Suspirei longamente enquanto o encarava, meus braços ainda em volta do seu pescoço, tentando pensar em todas as variáveis possíveis de reações que ele poderia ter, antes de falar.

- Ok, pode parecer que eu estou tirando onda com a sua cara, mas eu não estou... Eu sou uma bruxa. - Disse séria, tirando meus braços do pescoço dele e me afastando.

Olha só, há coisas para quais você não está preparado, como perder uma matéria do colégio, bater o carro, perder o cartão de crédito, seu time perder. Mas nada, absolutamente nada estava me preparando para o que eu ouvi, e nunca poderia estar preparado para aquilo.

Ok, pode parecer que eu estou tirando onda com a sua cara, mas eu não estou... Eu sou uma bruxa´

Eu parei . Literalmente.Eu acho que até esqueci de respirar. Primeiro eu comecei a rir, achando que aquela era uma brincadeira maluca, depois, eu vi que meus amigos poderiam fazer uma brincadeira daquele, mas não a Sam. Meu riso foi diminuindo nervosamente, até que parou.

-C-c-como?

Foi a única coisa que eu consegui dizer.

Eu fiquei apenas encarando Seth enquanto ele ria nervosamente. Quer dizer, não era como se eu não esperasse algo assim e das opções que eu havia imaginado essa era com certeza uma das menos piores... No lugar dele eu também iria achar que era algum tipo de brincadeira. Então, realmente, a única coisa que eu poderia fazer era esperar ele notar que eu não estava rindo... Não estava brincando com a cara dele. Então ele parou de rir e me encarou, totalmente embascado.

-C-c-como?

Suspirei pesadamente e me virei para a areia. Eu vinha praticando isto desde aquele dia com a Cori, apesar de ter notado que era muito mais fácil para mim controlar o ar, depois do tempo, claro, (mas não é como se eu pudesse provar que estava fazendo ventar) e fiz um bocado de areia flutuar, formando uma esfera que ficou entre nós.

- É, eu sou uma aberração, eu sei... - Fiz a esfera virar várias menores e deixei elas caírem uma a uma, usando toda a minha concentração nisso para evitar encará-lo. - Mas estava me matando não poder te contar...

Ok, eu estava dormindo, certo? Certo...estava dormindo....NÃO, NÃO ESTAVA DORMINDO! Então de que outra maneira você pode explicar areia voando? Não, não apenas voando, mas voando ao movimento de Sam,e formando uma esfera entre nós? Tudo bem, eu acho que morri, entrei em coma, algo do gênero.

Não sei quanto tempo eu fiquei boquiaberto olhando o que estava acontecendo. Depois minha mente voltou ao lugar, ou ao menos alguma lugar parecido com que estava antes, e então eu olhei para Samantha, que parecia bastante apreensiva.

- É, eu sou uma aberração, eu sei... -Mas estava me matando não poder te contar...

Eu ainda olhava a areia. Demorei um pouco para tentar absorver tudo aquilo. Parecia que eu estava em Harry Potter, sem Hogwarts e as varinhas, mas muito bizarro de todo o jeito.

-Eu...- comecei a falar--Nossa, isso é...- olhei para Sam, com curiosidade--É de verdade...você é..- ela assentiu-UAU...- e depois, balancei a cabeça, que voltava com flashes do que ela havia. Peguei em sua mão, e com a outra levantei seu rosto.

-Hey Sam....aberração...você está longe disso! Devia se orgulhar, o que você tem aqui eé um dom...fico feliz por confiar o bastante em mim para contar uma coisa dessas...- e a beijei suave.

-Mas bem...me conta mais, como é isso? Como usa seus poderes?...-é, estava muito curioso. Não é sempre que sua namorada diz ser uma bruxa...de verdade!

Era tocante o modo como Seth me via do modo que todos os outros bruxos que eu havia conhecido e mesmo meu pai viam. Talvez ele entendesse porque eu achava isso se soubesse como haviam escondido isso de mim e como isso me fazia sentir, mas no momento eu não me preocupava com isso. Tudo que importava é que ele havia compreendido e não estava me achando um aborto da natureza... Ele entendia e ele me queria mesmo assim, isso era o bastante para me deixar feliz.

Obviamente ele ficou curioso, querendo saber como as coisas funcionavam e eu ri, fazendo uma outra esfera de areia, desta vez com mais dificuldade, já que estava apenas meio concentrada nisso.

- Esse tipo de controle de elementos é simples concentração e todos uns outros clichés que a gente escuta por aí sem saber. Existem umas coisas mais complicadas para as quais se usam umas fórmulas, ou feitiços... Mas são complicadas demais e exigem muita energia.

Nossa, era realmente inacreditável o que ela estava fazendo. Não, não, quer dizer, era TUDO inacreditável. Bruxos, existem. E uma delas é minha namorada.

Esse tipo de controle de elementos é simples concentração e todos uns outros clichés que a gente escuta por aí sem saber. Existem umas coisas mais complicadas para as quais se usam umas fórmulas, ou feitiços... Mas são complicadas demais e exigem muita energia.

Eu ouvi antentamente o que ela estava dizendo, mas ainda olhava embasbecado para o que ela fazia com a areia. Então uma coisa veio em minha mente:

-Certo...ahn....Sam....não ria, mas....o que eu vou perguntar....se existem bruxas, o que mais existe?

Bruxas existem. Estava realmente temendo que existissem outras coisas fantásticas. Vai que vampiros são reais?

Ele parecia realmente impressionado, dava pra notar na sua expressão e aquilo me deixava meio que orgulhosa, sei lá...

-Certo...ahn....Sam....não ria, mas....o que eu vou perguntar....se existem bruxas, o que mais existe?

Eu pensei um pouco sobre a sua pergunta, tentando lembrar tudo que meu pai já havia me falado.

- Bem, eu sei que existem fantasmas... E pessoas que vêem fantasmas... Mas mais que isso eu realmente não sei. Talvez existam outras coisas tipo vampiros, lobisomens... Depois de descobrir que eu sou uma bruxa e que fantasmas existem eu não duvido de mas nada... - Disse mexendo em uma mecha de cabelo devagar enquanto o encarava. Me aproximei dele. De repente idéias bem melhores que ficar falando sobre essas coisas passaram pela minha cabeça. Passariam pela sua também se estivesse com seu namorado no alto daquela penhasco e tal. - Está tudo bem mesmo entre nós, né? - Perguntei, meio... Dengosa... Não que eu me orgulhe disso.

Bem, eu sei que existem fantasmas... E pessoas que vêem fantasmas... Mas mais que isso eu realmente não sei. Talvez existam outras coisas tipo vampiros, lobisomens... Depois de descobrir que eu sou uma bruxa e que fantasmas existem eu não duvido de mas nada...

Eu murmurei um ''uau'' a tudo aquilo...Fanstasmas...isso era tão...nossa! Tá, não fiquei muito alegre com a resposta dela aos outros [por mais medroso que isso possa parecer], mas ainda sim era totalmente inimaginável que no mundo pudesse existir tais coisas.

stá tudo bem mesmo entre nós, né?

Eu sorri, e passei minha mão pela sua cintura, a colocando mais proxima a mim, beijjando o topo de sua testa.

-Sam, querida, nem que você fosse uma múmia estaria algo de errado entre nós. Quer parte do ''eu te amo'' você não entendeu?- falei, meigo. éh, bem, eu posso ser meigo quando querp

Eu dei um largo sorriso quando ele me puxou pra mais perto e falou:

-Sam, querida, nem que você fosse uma múmia estaria algo de errado entre nós. Quer parte do ''eu te amo'' você não entendeu?

- Bem, Seth, amorzinho... Eu diria que a parte que fica entre o "eu" e o "amo" eu diria. Quer dizer de novo só pra eu ter certeza?

Eu passei os braços ao redor do seu pescoço enquanto ele respondia, brincando um pouco com a minha cara e depois falando um "eu te amo" baixo, que me fez sorrir de novo, antes de começar a beijá-lo.

Bem, Seth, amorzinho... Eu diria que a parte que fica entre o "eu" e o "amo" eu diria. Quer dizer de novo só pra eu ter certeza?

Eu ri, enquanto ela passava a mão pelo meu pescoço

- Claro que eu repito...eu me amo...- ela me olhou irritada de um modo divertido, enquanto logo após murmurava um ''eu te amo'' baixinho para mim, e se aproximou de modo que nos beijamos intensamente.

Aquilo era tudo tão real, mas ao mesmo tempo tão imaginativo, parecia que naquela história o que era mais incrível não era a Sam ser uma bruxa, mas Seth Stone estar realmente apaixonado por alguém, e, isso, estava acontecendo.

Aquela era a garota que eu estava apaixonado, e, por sorte, ela era minha também.

[rp finalizado]