Family, Sweet Family.

O despertador tocou às seis da manhã, como previsto. Me remexi na cama, indo de um lado a outro, ensurdecida pelo barulho que estava me deixando louca, em um gesto impensado, eu soltei um rugido de raiva, enquanto, imediatamente, o despertador voou da cabeceira, caindo violentamente com um baque surdo no chão. Desisti então de ficar na cama, enquanto agora despertava completamente, com toda essa agitação matutina.

Eu suspirei, enquanto saía da cama, em direção ao banheiro. Olhei ao espelho, me analisando mentalmente. Até que aquele clima de Carmel havia feito bem a minha cútis,e também ao meu cabelo, que agora parecia mais brilhante que o de costume. Sorri confiantemente, enquanto dizia ''Good Morning, Sunshine '' para mim mesma.

Eu então tomei um banho longo, enquanto repassava mentalmente o que eu queria fazer aquela manhã: O primeiro dia de aula na faculdade. O meu primeiro dia de aula em Direito, bem, eu não sabia realmente o que esperar do curso, apesar de que eu adorava ver aqueles filmes de júri e aquelas defesas espetaculares.

Eu saí do banho, e fui direto ao guarda-roupa, a fim de escolher a roupa a ser usada naquele dia. Me decidi depois de muitas horas , por uma saia preta, um escarpin vermelho, e uma blusa também preta, juntamente com uma bolsa sa Gucci, vermelha de vinil, que havia sido um presente. Criação exclusiva para mim.

Depois que eu me achei apresentável, saí de casa correndo, peguei minha Mercedes, e fui direto até o campus. Eu saí do carro, notando todos os olhares em mim, lógico. Já estava mais do que acostumada com isso. Peguei o meu horário, enquanto saía do carro estacionado. Primeira aula : ''Introdução ao Estudo do Direito''.

Me dirigi até a sala, mas eu havia chegado um tanto quanto cedo, sendo que fiquei lá sentanda, com a Vogue aberta em meu colo. Não tardou até que os meninos que chegaram depois fossem correndo buscar sentar em um lugar perto de mim, enquanto eu ria silenciosamente.

Depois de falar uma ou duas palavras com eles,o professor chegou,e a aula começou. Ele então começou a chamada. Alexandra Lancaster Carey. Eu fiquei sobressaltada. Meu nome era o primeiro da lista. Eu respondi, enquanto sentia os olhares em mim. Então voltei meus olhos para a matéria sobre Dior, mas fui pega de supresa pelo nome que veio depois de algum tempo. Mark Carey

Eu olhei, então, na frente, em um lugar mais afastado de onde eu me encontrava, um rapaz levantou a mão. Mark Carey. Eu o reconhecia de nome, o filho de Josh,o sucessor legítimo da herança do clã. Eu arqueei uma sobrancelha.Baixei meu olhar a fim de analisar a situação.

O que o filho de Josh estaria fazendo aqui em Carmel?

Talvez não fosse só papai que estivesse se preparando para coisas futuras.

A aula passou depressa, logo que tocou, eu saí do meu lugar, e me dirigi até onde Mark estava, apoei meu braço na mesa, e, com uma voz suave, falei:

-Olá, priminho!

Ok, era preciso admitir, mesmo Carmel sendo o fim do mundo que é, a faculdade era bastante boa, e eu sabia isso [S]mesmo só tendo ido a 2 aulas[/S]. NO dia anterior eu tinha adormecido pensando que o dia seguinte era perfeito para eu ir a minha terceira aula, quanto á quarta, eu decidiria depois. Mas eu não sou irresponsavél! Quem, euuu? Claro que não! O que acontece é que, por vezes, tenho coisas melhores para fazer do que ir ás aulas [S]como por exemplo dormir todo o dia depois de ter ido a uma festa em L.A. na noite anterior[/S].


De manhã acordei e fiz minha rotina habitual. Tomei um banho rápido e depois fui para o quarto, e do armario tirei uns jeans e uma camisa branca. É, eu já sou lindo, não preciso me arranjar muito, porque ás vezes demasiada perfeição irrita...


Peguei meu carro e dirigi para o campus, que ficava inserido no Colégio Junipero Serra. Entrei na sala e fiquei conversando um pouco com uns caras que já conhecia, mas depois o professor entrou e cada um foi para o seu lugar.


O que eu não esperava nesse dia era ouvir o professor, na chamada, chamar por "Alexandra Carey?"... Sério, WTF?! Olhei para tras e vi uma garota (e, deus! que garota) a responder ao professor e depois voltar a olhar para o colo, onde devia ter alguma revista, ou assim. O nome dela não me era estranho, como um nome que eu conhecia mas que não ouvia á muito tempo. Quem seria ela?


-Mark Carey? - o professor me chamou. Eu desviei o meu olhar de Alexandra e respondi ao professor. A aula passou depressa, mas tenho de admitir, eu não prestei atenção a nada do que o homem disse, uma vez que fiquei a aula toda a tentar lembrar-me de onde eu já tinha ouvido esse nome, tendo sempre uma vozinha na minha cabeça dizendo que ela só podia ser da família.


Com estes pensamentos todos nem reparei que tocou, e só me apercebi disso quando vi um braço apoiado em minha mesa, e ouvi uma voz ao meu lado.


- Olá priminho - olhei para cima e a vi. Foi então que me lembrei de Henry, o irmão de meu pai que tinha ido morar para a Islandia, ou algo do genero. Então esta era a minha prima que eu não via á anos. Deus, uma mulher assim e tinha logo de ser da familia... Eu tenho uma sorte!


- Olá... Alexandra não é? A muito tempo que não a via - sorri de maneira, digamos, encantadora, para ela -Então como está Henry?

Quando daddy falou que eu ia ter que ir para Carmel, porque algo iria acontecer lá, eu fiquei tão incrédula quanto possível, afinal...algo acontecer em Carmel? Quais as chances?. Mas eu fui mesmo assim, uma mudança de ares seria bom.

Bem, na verdade não tão bom assim, afinal, já estava com saudades das baladas de Viena, das boates de Dublin, e dos fashion-shows de Paris e Londres. E a julgar pelas mensagens e chamadas perdidas no meu celular, não era só disso que estavam com saudades. Ah, como meninos podem ser tão inocentes...

Mas ao invés do jet-set europeu, eu venho acabar numa cidadezinha norte-americana que tem nome de doce, e que a coisa mais cool que existe é o festival do milho. Ao menos existe uma forte tendêcia de moda de roupas de banho...

Mas eu tinha que ficar aqui, ao menos até saber o que raios está acontecendo, e com certeza deve ser uma coisa muito importante. E eu não iria me perdoar se perdesse algo importante.

Eu tinha ido para a aula, normal, lendo a minha ''Vogue'', quando o nome Carey pulou aos meus ouvidos. E qual foi a minha surpresa ao ver que meu priminho também estava em Carmel. E na Faculdade. E na minha sala. ''Não é que papai estava realmente certo?''

Eu não pensei duas vezes em me aproximar dele, assim, quando a aula finalmente terminou, eu me dirigi até ele.

- Olá... Alexandra não é? A muito tempo que não a via -Então como está Henry?

Eu sorri para ele, do mesmo modo que ele fazia ao responder minha pergunta. até que ele era bem mais bonitinho do que eu havia pensando

-Bem..- falei, me sentando ao lado dele.-Papai está muito bem, chèri. E realmente temos muito tempo sem que nossas partes da família não se falam...- olhei para frente--O que considero um desperdício...- e falei isso rindo, e me levantando, indo em direção à porta.-Que tal um lattè?-falei, já na porta, olhando para ele.

Eu tinha que saber o motivo dele estar aqui, em Carmel, as coisas estavam mais ativas do que imaginava.

Game's on

-Bem..- ela falou, se sentando ao meu lado e sorrindo.-Papai está muito bem, chèri. E realmente temos muito tempo sem que nossas partes da família não se falam...- O que considero um desperdício...- ela falou isso rindo, depois se levantando, indo em direção à porta.-Que tal um lattè?-falou ela quando chegou á porta olhando para mim.

-Ainda bem. E tem razão. Total desperdicio - é, o tempo que eu perdi em que podia estar a observar esta maravilha da natureza - E aceito com toda a certeza.

Andamos algum tempo em silencio até chegarmos á cafetaria em silencio, e durante esse tempo eu ia a pensar. O que ela estava aqui a fazer? Quer dizer, Carmel não era exactamente um lugar para onde todos fossem viver, do nada. Carmel era um fim do mundo total. Então o mais provavel seria Henry a ter mandado para aqui, tal como meu pai o tinha feito comigo.

- Então Alex... Te posso chamar assim certo? - falei isto, abrindo um enorme sorriso para ela, quando chegamos a porta da cafetaria - O que voce está a fazer aqui no fim do mundo de Carmel?

Certo, eu não tinha a menor idéia de que meu primeiro de faculdade seria tão proveitoso assim, afinal, não precisei de nenhum esforço para encontrar meu querido priminho aqui em Carmel. Não posso dizer que não fiquei surpresa com as coincidências, mas agora que estava ali, com certeza iria aproveitar extamente o que tinha caído em minhas mãos.

Logicamente que eu fui puxar conversa com Mark, não ia deixar escapar aquela oportunidade, por mais cedo que eu esperasse que ela viria, então, eu fui logo convidando Mark para tomar um café.

Ainda bem. E tem razão. Total desperdicio -E aceito com toda a certeza.

Supresa!

O resto do caminho seguimos em silêncio, não sei bem o porquê, na verdade estávamos inseridos nos nossos próprios pensamentos, enfim. E isso não era necessariamente ruim, afinal, eu precisava pensar, e acho que ele também estava pensando no motivo para que eu estivesse aqui.

Então Alex... Te posso chamar assim certo? -ele falou, com um sorriso absurdamente fofo, eu não pude fazer mais nada, exceto rir também, não podia negar que o meu priminho tinha um certo charme.- O que voce está a fazer aqui no fim do mundo de Carmel?

Eu o olhei, arqueando uma sobrancelha, enquanto adentrávamos no local, e sentávamos, foi direto ao assunto, o rapaz...

-Bem...- falei, enquanto olhava para ele.-Meu pai.- falei--Ele fez questão que eu viesse para Carmel..por causa do curso de Direito aqui, talvez- falei, enigmática.--E você, priminho?- falei, rindo para ele.

-Bem...- ela começou a responder -Meu pai.-Ele fez questão que eu viesse para Carmel..por causa do curso de Direito aqui, talvez.- Uhum, tá. E eu tenho duas rodinhas e eu sou uma bicicleta. Curso de Direito... Aposto tudo o que tenho em como meu tio a enviou para aqui pelas mesmas razões que fizeram meu pai me enviar-E você, priminho?- ela perguntou depois, rindo para mim. Tenho de admitir, é realmente uma pena ela ser minha prima. Meu deus! Ok, tenho de me concentrar! Ela está aqui por um motivo que, definitivamente, não é o curso de Direito. Agora só me falta descobrir qual ele realmente é...



- Eu mesmo é que decidi vir para aqui- Se voce quer jogar, priminha, vamos jogar... - Você sabe, comecei a enjoar de Londres. Sempre os mesmos sitios, mesmas pessoas... Precisei de uma mudança de ares, e a California pareceu um bom sitio... - totalmente mentira, mas pronto.... -Mas então, está gostando daqui? - perguntei sorrindo.



[off]epa, desculpe a falta de inspiração, aleh.. totalmente vazio eu, hoje

Certo, eu devia suspeitar que, ele sendo um Carey, nunca iria cair na minha conversa de que estava ali simplesmente pelo curso de Direito, de fato, ele demonstrou, de modo claro, que tinha desconfiado dos verdadeiros motivos pelos quais eu estava ali, se bem que, sinceramente falando, eu não sabia realmente quais eram os verdadeiros motivos para eu me encontrar ali agora.

Eu mesmo é que decidi vir para aqui-Você
sabe, comecei a enjoar de Londres. Sempre os mesmos sitios, mesmas
pessoas... Precisei de uma mudança de ares, e a California pareceu um
bom sitio... -

Um Carey não engana o outro, com certeza, eu também havia percebido a ''falta de veracidade'' em suas palavras, uma situação mais absurda que a outra demonstrada.

Eu fiquei fitando-o, tentanto deduzir em seu rosto o que realmente estava se passando. Nós dois sabíamos que não falávamos a verdade. Antes que eu pudesse argumentar qualquer outra coisa, ele voltou a falar.

Mas então, está gostando daqui?

Eu ri, enquanto nossos pedidos chegavam. -Agora estou, priminho...agora estou...- falei, enquanto olhava sorrateiramente para ele, e tomava um pouco do meu latte

Eu fiquei olhando para perceber sua reação, na verdade, estava remoendo mentalmente a melhor opção para proceder aquela hora, com certeza iríamos passar aquela tarde falando, e eu não conseguiria extrair nenhuma informação importante. Mark não era assim burro, e com certeza não iria me falar nada, também acho que, mesmo que eu consiga me aproximar dele, com certeza, com a desconfiança que é herdada de nossa famíia, eu não chegaria a lugar nenhum. Por isso, decidi abrir o jogo:

Eu então, me postei mais próximo a ele, peguei minha cadeira de um lugar a outroo, de modo que estava muito perto dele.

-Olha só, eu não sou garota de meias palavras, então...Nós dois sabemos que estamos aqui por um motivo, mas eu não sei o que seria isso....- falei, de modo que ele entedesse.-Você, por acasos, tem alguma idéia sobre isso?- concluí. E então, voltei a meu humor anterior, e decidi dar um tempo para ele pensar no que me dizer.

Eu me levantei, com intenção de ir até o banheiro, retocar minha maquiagem, contudo, eu me aproximei, e sussurei em seu ouvido.

-Por favor, quando voltar eu gostaria de obter sinceridade na resposta..- dizendo isso, deu um beijo em sua face, e me dirigi até o banheiro, esperando que, isso surtisse algum efeito e eu conseguisse ao menos ter uma idéia do que estava acontecendo...

Assim esperava.