The Shadow Admin
Mensagens : 528 Data de inscrição : 15/09/2008
| Assunto: Jonathan Drechsler Mclean - 2ª Parte Qua Out 01, 2008 12:10 pm | |
| Continuaçao da Biografia de Jonathan D. Mclean
*** - Grande estratagema de fuga, Jonathan. Você está pensando em fugir e perde tempo elaborando para seu psiquiatra quase que uma auto-biografia? Sinceramente, você já teve idéias melhores... – som de rodinhas se atritando contra um piso de madeira e um longo suspiro. – Mas pensando bem, fugir agora não me parece ser uma boa opção... Mas permanecer nesse instituto também não é das melhores... – som de uma tampa de caneta batendo sobre a mesa. – Ah, esqueci de acrescentar que eu sou um pouco indecis...Silêncio. Ruídos vindo de fora da sala. Um xingamento baixo e rápido. Novo som de rodas se atritando conta um piso de madeira e um baque surdo. - John, John, você é um menino muito, muito levado... – voz doce e meio irritante começa a se aproximar. Som de um leve muxoxo seguido de uma cadeira se arrastando. – Ah, aí está você? O que está fazendo na sala do doutor, querido?- Eu tenho 20 anos, sabe? E, ah, pelo amor de Deus, eu não sou tão agressivo ao ponto de precisar de sedativos, enfermeira. Acordar depois de cessado o efeito dessa droga é pior do que uma ressaca.- Muito bem, muito bem, John. Então, seja bonzinho e se levante daí, para que não precisemos usá-lo em você.- Você fala como se eu estivesse a ponto de me jogar de um viaduto...- John...- E se eu não quiser sair daqui?- O que você está escondendo aí, John?- Uma caneta. – um breve riso. – Oh, não se preocupe, posso ser esquizofrênico, mas não tenho tendências homicidas... Pelo menos eu acho.- John, eu não quero ser má com você... Vamos, saia daí. – som de passos se aproximando e de um papel sendo amassado. – John, você não... Você não vai fazer isso! Devolva já esse papel e... Uma breve confusão regada a arrastares de mesa, frases impositivas e resmungos. - Abra já essa boca, John. – leve murmúrio que, aparentemente, significava negação. Longo suspiro. – Abra.essa.boca.agora. – nova negação e resmungos. – Segurem-no direito, seus idiotas! – um leve bufo de raiva. – Ah, não, você não vai fazer isso, John. Você... – silêncio seguido de um forte engasgue. - Mas que gosto horrível... – um breve riso rouco. – Bem, agora o doutor pode dizer que eu tenho algo de louco, não, enfermeira? - O... O que você comeu exatamente, John?- Ah, você não vai querer saber... Eu só espero que não dê indigestão... *** - Foi mesmo verdade que você comeu sua ficha médica?- Bem, sim. Mas vou me lembrar de não fazer novamente. Não tem um gosto muito agradável... – breve riso. – Mas não se preocupe, meu pai.- Eu não estou preocupado.- Está sim. O senhor parece que esta a pensar que, a qualquer momento, eu vou surtar de vez e atacá-lo com o mordedor da Agatha. – começa a rir de novo. – Bom, mas não se preocupe. O doutor já certificou que o tratamento vem sendo eficaz... Nada de alucinações esquisitas agora...- Eu realmente não gosto do que você está fazendo com seu pai, John... E não sorria dessa maneira, você parece um maníaco. - Eu não vou ficar aqui definitivamente. Acho que eu vou me sentir desconfortável na família e acredito que você também sinta o mesmo...- Mas ele tem a obrigação de te fazer se sentir confortável, não é possível que durante todos esses anos...- Do mesmo modo...- Isso é o mínimo que ele pode fazer por ter te deixado tão infeliz. Por que você não diz isso a ele?- Hm, onde é que fica o banheiro?- Hã... Na segunda porta à esquerda.Som de passos. Uma porta se batendo. Uma torneira ligada. - Agora que estamos sozinhos, você pode falar comigo? Eu desapareço por uns tempos e quando volto... – suspiro. - Eu saí do Instituto, mãe. -Isso eu percebi -Eu me comportei de forma normal e os médicos acabaram por chegar à conclusão de que o novo tratamento estava sendo eficaz... -Continue. -Então, eles me mandaram de volta para casa. -E...? -E aqui estou eu. -Bom... E quanto a seu pai? -O que tem ele? -Nada, esquece. Vamos voltar... -Hm, mãe eu queria te pedir uma coisa... -Pode pedir, querido. -Olha, não é uma ordem, é só um pedido... Você... Sabe... É uma fantasma agora, mas ainda é a minha mãe. -John... -Então. Você fica falando e falando e eu não consigo me concentrar em minhas próprias palavras... Sabe... E, bem... -Você está me mandando calar a boca, Jonathan?- Não necessariamente, eu só...Som de alguém batendo de leve na porta. - John, filho, está tudo bem?- Está, pai. Já estou saindo... – breve silêncio seguido de um suspiro. – Por favor, mãe... Você não quer que eu estrague tudo e volte para aquele lugar, quer? -Você... -Por favor. -Tudo bem. Conversaremos depois, mocinho.O som da água pára. Ranger de porta se abrindo. Um longo suspiro. - Você demorou.- Desculpe, pai. É que o remédio às vezes me deixa meio enjoado... Então, como estão a Sara e os outros?- Vão bem. A filha da Sara está para concluir a formação geral esse ano... E você já conheceu a Ágata.- Hm, a Sara aparentemente não gostou muito da minha volta.- Ela terá que se acostumar... Silêncio. - O que você quis dizer com se sentir desconfortável?- Eu realmente, não sei... Depois de tantos anos, eu meio que estou me achando deslocado dentro da família. O senhor, sabe, parece ter constituído sua vida e...- John, você nunca será um peso para mim. Eu só fiz o que achei melhor para você; as coisas também foram difíceis para mim quando...- Mamãe morreu. É; eu sei. Foi difícil para mim também.- Ela sempre foi melhor em lidar com isso do que eu. Eu não soube lidar direito com o que você estava passando e não me orgulho disso. Desculpe, filho.- Tudo bem. – uma breve pausa. – É mesmo verdade o que a Sara disse? Que vocês estão se mudando para Carmel em breve?- Sim. A Sara foi chamada para trabalhar lá. Nós vamos no próximo mês.- Jonathan Mclean, você pode me dizer que história é essa de Carmel?- Hm...- Carmel é um bom lugar. Acredito que você vá gostar dele. Podemos até tentar com a Universidade de lá, alguma maneira de você freqüentar algum curso.- Eu não conclui meus estudos...- Carmel? Onde raios fica isso? Seu pai quer levá-lo para um fim de mundo, é isso?- Nós daremos um jeito.- Pelo amor de Deus, John, se ainda fosse Los Angeles... Que futuro você vai ter em Carmel? Carmel! - É; talvez seja mesmo bom uma mudança de ares.- Sim; vai ser. | |
|