The Shadow Admin
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| Assunto: Jonathan Drechsler Mclean - 1ª Parte Qua Out 01, 2008 12:04 pm | |
| [Dados do Player] Nome: Lety Idade: 20 anos E-mail: letyciangel@yahoo.com.br Comunicadores (MSN, YM, AOL..)letyciangel@hotmail.com (MSN) letyciangel@yahoo.com.br (YM) Tem outro personagem no RPG? Se sim, cite-os, e também a espécie a qual pertencem: Corinne L. Nurse. [Dados do Personagem] *Artista utilizado: James McAvoy* Ficha Clínica do Paciente Foragido Instituto Psiquiátrico Santa Tereza
Santa Tereza? Eu esperava Freud, ou Bleuler... Qual teria sido a contribuição de Santa Tereza para a Psicologia Moderna ou Clássica? Será que ela é a padroeira dos loucos?
Nome: Jonathan Drechsler Mclean Idade: 20 anos Data de Nascimento: 07/08/1988 Local de Origem:Sacramento, Califórnia
Os quatro itens acima são os únicos dados precisos dessa Ficha Clínica...
DSM/CID: F20. Esquizofrenia. Eu não sou esquizofrênico, embora eles não entendam isso, é claro. Tudo bem que enxergar pessoas que ninguém mais vê e realizar feitos que ninguém mais consegue não seja o que se possa classificar como normal, mas se eu fosse realmente esquizofrênico, os efeitos da minha psicopatologia não sanariam com os antipsicóticos? É algo lógico de se pensar, mas não que eles entendam isso. Quer dizer, de novo. Não é um argumento válido para meu psiquiatra. Quando eu neguei a existência da esquizofrenia pela primeira vez porque a mulher que eu dizia ver ainda estava lá mesmo após tomar esses medicamentos, ele resolveu aumentar a dose. Se bem que eu já fui drogado com tantos antipsicóticos que eu não duvido que isso tenha afetado meu cérebro, de algum modo. Talvez eu me enquadre em alguma outra psicopatologia classificada por esse tal de DSM/CID. Ou talvez eu seja mesmo esquizofrênico, já que eu estou a tantos anos enquadrado como um que não duvido que essa percepção tenha se acoplado a mim mesmo por osmose... Mas seria legal ser psicopata, sabe? Aí eu mataria todo mundo daqui e não sentiria remorso por isso... Porque um psicopata jamais se arrepende por seus atos. Só que como eu não sou um psicopata, eu preferi agüentar todos esses anos internado nesse inferno e tentar fazer com que todos entendessem que o que eu estava narrando a eles não era nenhuma alucinação. Mas, enfim, não importa mais. Talvez ignorar tudo fosse uma melhor opção... E é melhor eu me lembrar disso, principalmente quando me mandar de vez dessa cidade.
Data da Internação: 21/11/2002. Putz, é mesmo verdade que eu estou aqui há seis anos? Uau, então não era alucinação o fato de que eu estava crescendo e criando pêlos? (não, eu não virei um lobisomem, isso se chama puberdade, idiota). Não me diga... Mais que inferno! Perdi toda a minha adolescência dentro dessa joça? Tudo por causa da vovó e sua perseguição só porque não estavam cuidando direito do cachorrinho dela... Por que ela não foi lá atormentar meu pai e a mulher dele para me tirar daqui, então? Hm? Ah, sim, isso foi antes da internação... Mas, de qualquer forma, eu vejo fantasmas desde que eu me entendo por gente (melhor dizendo, quando criei a capacidade de armazenar informações em minha memória por mim mesmo e ter uma singela noção das coisas...). Por anos – mais precisamente até o sete –, meus pais pensaram que meus “amigos imaginários” eram algo meramente passageiro. O que é estranho de se pensar, já que eu sempre tive muitos amigos e não era muito congruente criar algo que me faltava. Quando isso perdurou até os dez, meus pais começaram a realmente se preocupar com a história toda e procuraram ajuda de um especialista. Foi aí que nos conhecemos, não é mesmo, doutor? Eu comecei o meu tratamento como um paciente externo, mas nenhuma das drogas surtia muito efeito... Eu continuava vendo os “amigos imaginários”, de qualquer forma. Então veio a vovó, pouco tempo depois de eu ter completado doze anos. Ela e a obsessão pelo cachorrinho dela. E ela quase me levou à internação, já que isso nunca tinha acontecido com alguém morto conhecido, o que só poderia significar que o quadro da suposta doença estava piorando. Mas ela acabou indo embora antes que isso acabasse por se efetivar. O estopim de tudo acabou sendo quando mamãe morreu e veio me pedir perdão por nunca ter acreditado em mim. E eu me empenhei mais do que nunca em tentar convencer meu pai de que estava falando a verdade, já que naquela época, graças à vovó, descobri que se fizesse o que as supostas alucinações queriam, elas iriam embora (e minha mãe aparentemente queria que eu esclarecesse isso aos outros para poder descansar em paz, ou seja lá o que as pessoas façam depois de partirem dessa para melhor). Mas eu não consegui convencer meu pai de que eu estava falando a verdade e a situação só piorou quando meu pai se casou novamente. A mulher dele passou a me temer, principalmente quando eu dizia que minha mãe não gostava dela. E a minha irmã de consideração também, porque dormia no quarto ao lado e constantemente me ouvia conversando/gritando com “ninguém”. E meu pai também, principalmente quando as janelas do quarto dele explodiram por causa da raiva de minha mãe e ele pensou que eu tinha feito isso só para “dizer” o quanto minha mãe estava desgostosa com a falta de credibilidade dele com as minhas palavras... Bem, e eu acho que ele ficou com medo de que eu o matasse na noite seguinte. Mas não teve “noite seguinte”; na manhã posterior à parcial destruição do quarto dele por uma fantasma enfurecida, meu pai me levou ao IPST e... Bem, estou aqui até hoje.
Características Físicas: Pele clara. Olhos gris. Cabelos curtos e escuros, ligeiramente acastanhados. Aparência esguia. Hm, uma garota daqui chegou a me dizer que eu parecia um pouco com James Mcavoy – ou seja lá quem fosse esse cara –, mas depois que ela disse para mim que uma lixeira era a Demi Moore, temo que isso não seja uma boa comparação...
Características Patognomônicas: Sintomatismo positivo, pressuposto da fase aguda da esquizofrenia. O paciente possui percepções irreais do que o cerca, manifestadas em alucinações auditivo-visuais. Quando questionado sobre seus atos, diz que está a ver/conversar/tocar/sentir pessoas inexistentes ao seu redor, algumas das quais informa já estarem mortas e que aparentemente esperam algo dele. Por duas vezes, o paciente se julgou capaz de atravessar o tempo/espaço ao deitar a cabeça no travesseiro de seu leito e pensar em como “o seu dono anterior agüentava dormir com aquele travesseiro, já que ele era duro e não tem um odor muito agradável, ainda que estivesse com fronhas limpas. Mas quando isso aconteceu o outro estava dormindo e babando em cima do travesseiro, e não precisava muito mais para se saber o motivo do cheiro desagradável”. Comportamento não-agressivo. Mostra interesse pela sua doença, embora constantemente viva a negá-la. Reservado, procura evitar contato com os outros internos, mas se interessa por algumas atividades promovidas pelo Instituto e se interessa por leituras de uma forma geral. (Raios, trovões, tempestades e qualquer palavra que tenha algum teor destrutivo... Qualquer um que não fosse psiquiatra e afins se portaria como uma pessoa reservada se estivesse convivendo apenas com loucos, já que é praticamente impossível estabelecer um diálogo que tenha alguma coerência nesse lugar e eu ainda prezo pelo pouco que me resta de sanidade... E eu só converso com o senhor, Doutor, para tentar enfiar em sua cabeça a idéia de que eu não estou doente, mas, aparentemente, é um esforço inútil).
(Para maiores informações acerca do paciente vide anexo I no verso dessa página)
Anexo I: A descrição dele por ele mesmo
Olha, doutor, não é querendo menoscabar o seu trabalho, mas sua idéia de descrição das minhas características não condiz com o que eu chamo de ideal. Ainda que eu não faça a mínima estimativa do que raios possa significar a tal palavra que começa com “pato”. Estudar Psicologia, evidentemente, não é um dos meus principais objetivos, ainda mais pelo fato de o senhor se centrar tanto em desmerecer minhas colocações, sem nem ao menos analisar tudo de forma não-científica. Porque explicar o inexplicável é meio impossível, sabe? Tudo bem que isso pode ser sinal de uma anomalia, mas é de se considerar que existe algo de muito estranho em alguém se comportar de forma que aparentemente destoa do comum nesse estabelecimento sem que se possa averiguar com uma maior profundidade. Fiz algum sentido para o senhor? Não sei, mas posso dizer que o senhor não faz nenhum sentido para mim.
E essa foi minha pequena vingança por todas aquelas vezes que o senhor falou nada com nada e eu tive que achar que estava entendendo alguma coisa...
Bem, as pessoas dizem que eu sou inteligente. Eu me acho inteligente para um rapaz de 20 anos que só teve escolaridade até os 14; mas quando eu mencionei isso para um rapaz que se dizia ser Aristóteles e me chamou de burro, ele acrescentou que eu era egocêntrico por conta disso. Talvez isso seja mesmo verdade. Mas só um pouco. Eu me acho engraçado também; e talvez por conta do meu otimismo mais do que ostensivo, eu costumo enfrentar situações conturbadas de forma um tanto quanto descontraída. Isso é bom, de certa forma. Outro no meu lugar, já estaria na quinta tentativa de suicídio.
Também sou uma pessoa extrovertida e comunicativa, diferentemente do que o senhor explicitou nas linhas anteriores. Apenas sou seletivo no que tange a quem eu devo estabelecer um diálogo. E conversar com alguém que pensa que é uma porta, ou que é uma galinha não é o que eu chamo de algo viável. Muito menos com pessoas que pensam que a qualquer momento seremos abduzidos por extra-terrestres, ou que o Instituto, na verdade, é uma organização secreta que planeja nos fazer de cobaias em seus experimentos maquiavélicos. Isso pode ser meio traumatizante, sabe?
Ah, sim, eu gosto de ironizar as situações. É um instrumento válido para falar algumas verdades, embora eu faça questão de deixar evidente a efetiva motivação por trás daquelas palavras. Eu sou uma pessoa sincera; pelo menos até o ponto em que eu acho que devo ser sincero com a outra pessoa.
Não sei nada quanto a ser romântico ou toda e qualquer característica relativa a questões amorosas, porque a possibilidade ter uma vida desse teor nessa joça é mais do que nula. E é aí que eu me lembro de agradecê-lo, doutor, por nunca ter desfrutado desses prazeres da vida. Meu sonho é ser padre, sabia? (sim, eu estou sendo irônico).
Nas palavras de minha mãe, eu tenho todos os adjetivos positivamente fofos que alguém é capaz de conceber a uma pessoa, ainda que reconheça que eu tenha um temperamento meio difícil. O que gera certa contradição, pelo fato de eu ser “positivamente fofo”, sociável e tudo o mais. Não que isso importe, é claro. Minha mãe só deve estar ficando velha... E eu estou ficando louco, já que fantasmas não envelhecem. Mas confesso que sou meio genioso, arrogante e prepotente, às vezes... Principalmente por conta da minha impulsividade. Quanto aos positivamente fofos... Eu me acho educado, gentil, carinhoso, afetuoso, generoso, altruísta e qualquer outra qualidade que pode ser atribuída a mim. Isso faz bem para o meu ego, sabe? O que não faz bem para meu ego é quando minha mãe fala isso com uma voz extremamente infantil, como se eu ainda tivesse cinco anos... Mas pelo menos ela não aperta minhas bochechas.
E eu acho que é só... Ah, sim, sou alguém extremamente detalhista e um tanto quanto perfeccionista. Sou auto-confiante e determinado também, muito embora meu senso de liderança esteja muito próximo ao zero absoluto. Talvez ele só precise de algum treino, eu acho.
Agora, muito provavelmente, você deve estar se perguntando por que raios eu escrevi essas linhas... Vai saber? Nem eu mesmo sei, para ser sincero, doutor. E olha que eu sou sincero... Mas talvez eu seja idiota. ‘Tá, eu sou um pouco idiota também, eu confesso... Mais que perda de tempo... | |
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