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Face a face com o sobrenatural. Baseado na série de Meg Cabot, 'A Mediadora'.
 
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Bem vindo!
Who said ghosts can't surf? ~ Atrama

Deu-se inicio de mais um semestre na cidadezinha de Carmel. Misterios estão sendo, pouco a pouco, revelados e segredos antes bem guardados, estão começando a vir a tona. Bruxos, Mediadores e Fantasmas se encontraram, chocando-se uns com os outros, e sem conseguir evitar os ligigos, as paixões avassaladoras, o ódio ou o amor. E agora? Que escolha você fará?

Bem vindo ao jogo!
Big Brother Carmel
- CALENDÁRIO -


Dia on:
11 de Setembro
Clima: Levemente fresco em Carmel. Algumas nuvens começam a nublar o céu; uma ameaça delicada à uma chuva vindoura.
Horário: Noite.

OFF: Favor finalizar suas ações até o dia 14 de setembro. A partir daí, poderão postar livremente na categoria Big Brother Carmel. Ps.: Só poderão postar os personagens que receberam uma mp da Admnistração.
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Proibida a Cópia total ou parcial.
Obrigada.

 

 Who said ghosts can't surf? ~

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Helena T Korsakov
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MensagemAssunto: Who said ghosts can't surf? ~   Who said ghosts can't surf? ~ EmptyTer Nov 25, 2008 1:33 pm

Eu fui puxando Sebastian, ainda no pátio do colégio aonde o encontrei, e achei que estava dando certo. Até que de repente ele parou no lugar, deixando o meu trabalho de arrastá-lo um pouco mais difícil. Me virei para ele com uma expressão contrariada e estava preparada para começar uma discussão e enumerar os motivos pelo qual ele tinha que vir comigo. Mas ao virar, as duas palavras que eu ouvi me desarmaram.

- Venha cá.

Uuuh, isso muda um pouco as coisas. Pra alguém que tentava sempre manter uma distância e sempre parecia estranhamente desconfortável com a minha presença, "venha cá" era algo bastante significativo. Dei um sorriso animado [e com um toque daquela velha malícia] e me aproximei [talvez um pouco mais do que o necessário, mas ainda menos do que o desejado - da minha parte]. Mantive o olhar nos olhos dele, apesar de ele evitar olhar diretamente para mim e pensei num ótimo comentário para fazer, quando ele disse:

– Preciso que segure a minha mão e mentalize a praia.

Levantei uma sobrancelha. Por mais que nós fôssemos seres etéreos agora, eu esperava que ele soubesse que eu queria ir à praia "fisicamente" e não só em pensamento. Mas decidi não contrariar. Segurar as mãos era um passo importante. Segurei uma e depois a outra delicadamente e continuei olhando para ele. Estava sorrindo e ainda com os olhos abertos; não tinha levado muito a sério esse negócio de mentalizar a praia. Porém, Seb já estava lá de olhos fechados, e depois de alguns segundos de relutância, resolvi ceder e jogar o jogo dele um pouco.

Mentalizei a praia por dois ou três segundos antes de sentir um frio na barriga e uma sensação esquisita. Abri os olhos atordoada e me vi num ambiente completamente diferente. Aquele ambiente que eu estava mentalizando. Soltei as mãos dele no susto e levei uma à boca, com os olhos arregalados numa expressão de susto. Olhei em volta para acreditar naquilo que estava vendo e voltei a me aproximar de Sebastian, agora já sorrindo e numa expressão de divertida incredulidade.

- Como você fez isso?? - Ri, empolgadíssima e soltei uma exclamação de animação - Será que eu consigo também??
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Sebastian Drake
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MensagemAssunto: Re: Who said ghosts can't surf? ~   Who said ghosts can't surf? ~ EmptyTer Nov 25, 2008 9:11 pm

Foi quase reconfortante quando senti a primeira lufada de vento que passou por mim quando nos materializamos na praia de Carmel. Aquele lugar era, sem duvida alguma, o meu local preferido naquela tão pequena cidade. Eu havia chegado ali sem motivo aparente. Não esperava criar nenhum apreço pelo lugar. Na realidade, ainda não sei muito bem o motivo que me levou a ir “morar” ali. Foi um impulso sem muita importância. Bem, pelo menos era o que eu achava. O fato é que, pouco a pouco, eu estava me acostumando a tudo ali. Tudo me era familiar. Cada pessoa, seus costumes, as ações... O barulho das ondas da praia, cada pedra que lá residia... Era algo que havia se tornado irrefutavelmente familiar.

Prendi o riso quando observei a face estupefata de Helena quando ela abriu os olhos e teve o vislumbre da praia e não da área externa da escola Junipero Serra. Fui discreto, como sempre mas ainda assim não consegui deixar de sorrir. Ela soltou minhas mãos abruptamente e levou a mão a boca, com aqueles grandes e profundosolhos azuis arregalados de surpresa. Em um gesto costumeiro, coloquei a mão nos bolsos e a observei por um instante. Ela, depois de ter se recuperado do choque inicial, me lançou um sorriso quase astuto.

- Como você fez isso?? – Ela riu. Também sorri. Talvez um pouco timidamente demais, contudo sorri. Vê-la tão empolgada e soltando gritinhos de agitação era... bem, era animador. – Será que eu consigo também??

Essa ultima pergunta me pegou de guarda baixa. O que eu diria? Ela, muito evidentemente, não sabia da tão vasta lista de poderes que espectros possuíam. Mas eu havia dito anteriormente que isso de ‘aparecer e desaparecer’ era algo involuntário, que acontecia comigo sem aviso ou permissão. E agora? Eu diria?

Sim, eu diria...

Simplesmente não consegui mentir. Não iria fazer isso. Eu não era o tipo de HOMEM que faria isso a uma mulher. Aliás, porquê eu cogitei na idéia, mesmo?
Olhei-a e sorri muito levemente, com um sorriso tão camuflado que me perguntei se ela o perceberia.

- Claro que consegue. Confesso que foi um pouco difícil para mim no começo, mas depois torna-se rotina. – Olhei para o chão e depois para a praia. É claro que ela estava praticamente saltitando de excitação. Fez suas exclamações e eu não pude deixar de sorrir – Bem, há muitas coisas sobre fantasmas que você ainda não sabe.– E então me virei e comecei a andar em direção à praia.
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MensagemAssunto: Re: Who said ghosts can't surf? ~   Who said ghosts can't surf? ~ EmptyTer Nov 25, 2008 10:54 pm

Eu estava empolgada. Tipo assim, muito empolgada. Não é todo dia que você passa por uma experiência de teletransporte! Eu ainda insistia em olhar para os lados de vez em quando para ter certeza de que estava realmente ali. Olhei de volta para Sebastian e por uma fração de segundo, achei ter visto um sinal de divertimento em sua expressão. Bom, mas digamos que eu não estava equilibrada o suficiente para dizer com certeza.

- Claro que consegue. Confesso que foi um pouco difícil para mim no começo, mas depois torna-se rotina.

Abri a boca em sinal de excitação e dei alguns pulinhos. Respirei fundo tentando me acalmar e parei por alguns segundos. Então resolvi testar a teoria. Fechei os olhos e voltei a pensar na escola. Aquele frio na barriga veio mais uma vez e quando abri os olhos, estava de volta lá. Olhei ao redor. Alguma coisa estava errada. Por que eu fui sozinha? Droga... Bom, mas ainda tinha tempo pra praticar!

Voltei a pensar na praia e logo estava mais uma vez na frente de Sebastian, ainda com a expressão super empolgada. Ele sorriu e disse:

– Bem, há muitas coisas sobre fantasmas que você ainda não sabe.

Então se virou e começou a andar em direção à praia. Sem ligar para o fato de que ele simplesmente virou e me largou lá, eu corri para alcançá-lo e me pus andando ao seu lado, como uma criança que corre para alcançar os pais que andam mais rápido. Então segurei no braço dele espontaneamente e disse:

- Muitas coisas? - Parei de andar ainda segurando no braço dele e assim, "forçando-o" a ficar de frente para mim. - Bom, tenho certeza de que você pode me ensinar todas elas, não é verdade? - Dei um sorriso malicioso e um olhar equivalente de baixo para cima. Era muito divertido observar suas reações a esses tipos de atitudes minhas. Essa era a principal razão pela qual eu continuava agindo assim. [Principal não significa que é a única, né? Vou deixar pra você imaginar as outras...]
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MensagemAssunto: Re: Who said ghosts can't surf? ~   Who said ghosts can't surf? ~ EmptyTer Nov 25, 2008 11:38 pm

Era interessante tê-la por perto, isso eu não podia, nem em um milhão de anos, negar.
Ela era esperta, divertida, ousada e absurdamente linda... Er, confesso que algumas dessas qualidades não me deixavam muito a vontade, por assim dizer. Mas ainda assim, mesmo com seus botões e impulsos, Helena me fazia sentir-se... vivo? Talvez não de forma literal, mas a vivacidade que ela emanava por cada poro de seu corpo [mais metáforas] era eminente.

Eu não posso dizer que estava acostumado a tudo aquilo. Na realidade, ouso afirmar com convicção, que já estava desacostumado. A forma com que ela se desafiou, se teletransportando como eu fizera, aqueles pequenos gritinhos, pulos e exclamações não me eram familiares, mas ainda assim me faziam lembrar de como era estar rodeados de amigos que realmente podiam me ver.

Depois que eu havia saído caminhando em direção à água da praia, não tardou até que ela simplesmente corresse até mim. Eu continuava com aquela sensação enérgica e até elétrica em mim. Assumo que não sou a pessoa mais animada do mundo. Na verdade sou demasiadamente passivo de vez em quando. Mas me sentia estranhamente energizado naquele momento.

Por incrível que pareça, não estranhei quando Helena pegou meu braço com uma certa pressão, e me fez parar diante dela. Ela, pelo que eu havia percebido, era do tipo curiosa; que não agüentava um bom mistério e um desafio.

- Muitas coisas? Bom, tenho certeza de que você pode me ensinar todas elas, não é verdade?

Confesso que pensei que iria corar. Não por causa de suas palavras, mas pelos seus gestos. Helena era ousada. Me lançou um daqueles olhares maliciosos que iam do solar dos pés até o ultimo fio de cabeça. O olhar me desconcertou e despertou em mim algo que eu realmente não sabia que ainda existia... Bem, er... melhor parar por aqui.
Tentei não desviar a minha atenção e me concentrei em sua pergunta.
- Er... temo que sim. – Murmurei mais para mim mesmo do que para ela. Minha voz saiu um pouco falhada. De repente um clima intenso demais pousou sobre nós. Eu não conseguia parar de olhar para aqueles bonitos olhos e ela fazia o mesmo. Depois de um momento balancei a cabeça e volvei a me concentrar.– Mas isso requer tempo. E não vamos estragar a tão esperada tentativa de surf, vamos?

Agora eu, deliberadamente, sorri com animação. Eu tinha o surf. E se eu pudesse mesmo voltar a surfar? E se ela estivesse certa? Eu descobria em pouquíssimo tempo.
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MensagemAssunto: Re: Who said ghosts can't surf? ~   Who said ghosts can't surf? ~ EmptyTer Nov 25, 2008 11:59 pm

Quando estabeleci o contato visual, estranhamente, Sebastian não recuou de imediato. Pelo contrário, por alguns instantes, ele realmente olhou pra mim [talvez a primeira vez - ou a melhor delas] antes de voltar ao seu normal. E eu tenho que dizer, aquele olhar dele era de matar. O que foi? Tava achando que o efeito era só de um lado?? Não, não é bem assim. Ele murmurou alguma coisa nesse meio tempo, mas eu não exatamente prestei atenção. Mantinha os meus olhos fixos e o meu corpo foi inconscientemente se aproximando mais.

- Mas isso requer tempo. E não vamos estragar a tão esperada tentativa de surf, vamos?

Fui tirada de um certo estado de transe e voltei a recuar. Bom, pelo menos dessa vez demorou mais. Com mais algumas tentativas, chegaríamos em um bom estágio! E de qualquer forma, o sorriso dele valeu aquele corte do clima. Ele estava realmente animado e eu tinha que aproveitar aquela ocasião.

- Vamos, é claro! - Eu já agia com naturalidade, como se aquele assunto do surf nunca houvesse saído de pauta. Mas... Espera um pouco. - Mas antes... Você não acha que talvez esteja faltando alguma coisa? - Olhei em volta e vi que mais atrás havia uma loja de aluguel de pranchas. Bom, eu acho que a gente já havia passado da fase de alugar coisas, não? Olhei de volta para ele, que encolheu os ombros, agora tendo uma noção do nosso problema. Quer dizer, não era bem um problema... Nada que não pudesse ser facilmente resolvido, certo? Afinal... Havia vantagens de vir cedo para a praia! Uma delas era a quantidade de pessoas por ali. Ou melhor, a falta dela...

As portas estavam apenas encostadas. Bom, eu não acho que uma pessoa que trabalhasse ali ia se preocupar em alguém roubar pranchas de uma pequena praia naquela pequena cidade. Peguei as pranchas mais bonitas [na minha opinião, é claro] e fui andando com as duas embaixo do braço, uma de cada lado. Fui correndo mais para o final, já que elas estavam escorregando e desabei na areia quando já estava perto dele. Então levantei a cabeça e disse, meio ofegante, mas sem perder a animação.

- Pronto... Agora podemos ir!


[off: Roubei a sua idéia de pegar a prancha, sis, se importa?? =x]
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MensagemAssunto: Re: Who said ghosts can't surf? ~   Who said ghosts can't surf? ~ EmptySex Nov 28, 2008 2:54 pm

De alguma forma obviamente desconhecida por mim, aquele pequeno momento que consistiu em uma intensa troca de olhares, fizera minha cabeça rodar um pouco. Não literalmente, é claro; mas eu realmente não estava preparado para aquilo. E temo que não estou preparado há anos. Talvez porque o contato que eu tive com qualquer pessoa do sexo oposto fora absolutamente mínimo. E talvez seja por causa dela. Sacudi minha cabeça, obrigando-me a não pensar no quão inexperiente e insatisfatório eu era nesse aspecto. Me desculpe se eu não sou a pessoa mais sociável do mundo, mas é normal perder o costume de socializar quando se passa oitenta anos sem manter relações de amizade ou qualquer contato com ninguém. Além do mais, estreitar laços com outros fantasmas não era um hobby meu. E creio que essa opinião não se aplicava só a mim, mas a outros fantasmas também. Obviamente havia aqueles que eram desesperados por atenção e para dialogar com qualquer um, mas creio que a maioria, depois de um tempo pelo menos, acostumava-se com apenas a sua própria companhia.

Sorri para ninguém em especial; voltando a me imaginar sobre as ondas revoltas daquela tão bonita praia em forma de vírgula. Apesar de que Helena havia imergido parcialmente naquela troca de olhares desconcertante, compartilhou de meu animo para com o hipotético surf.

- Vamos, é claro! Mas antes... Você não acha que talvez esteja faltando alguma coisa?

Eu estava, naquele momento, conjeturando comigo mesmo a for com que eu ia surfar. Eu não iria simplesmente ir para a água sem nada e isso seria bem anormal da minha parte. Mas creio que Helena tenha sido ainda mais rápida que eu. Faltava...
- A prancha, naturalmente. – Voltei a sorrir; meus músculos da boca se alargando em um sorriso maior do que eu esperava. Era um pouco estranho sorrir tanto Bem, na verdade eu não rira tanto assim, mas comparado a minha cota de sorrisos naqueles últimos anos era... uau, era significativo.

Quando dei por mim ela já havia disparado em direção a uma pequena loja de locação e venda de pranchas de surf. Dei um meio sorriso, matutando no quanto eu estava lerdo aquele dia. Ela, pelo contrario, sempre rápida, agitada e esperta. As coisas haviam mudado um bocado desde que ela havia aparecido e... er.. me beijado. Fiquei por volta de um minuto e meio lembrando daquele epsódio. Das caras de susto e surpresa dela e... da forma idiota com que eu simplesmente a deixei naquele banco. Balancei a cabeça novamente, mas não tive tempo para voltar a pensar no assunto. Ela estava ao meu lado segurando duas pranchas.

- Bonitas pranchas. – Falei, analisando o material e as estampas tribais e luminosas dos grandes objetos. Uma era de tom lilás e outra azulada. Obviamente peguei a azul, despachando a lilás para ela com um sorriso.
- Bem... Você me acompanha? – Disse, nervoso diante daquela emocionante espectativa.
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MensagemAssunto: Re: Who said ghosts can't surf? ~   Who said ghosts can't surf? ~ EmptySáb Nov 29, 2008 10:50 am

Ao vê-lo analisar as pranchas, cheguei à conclusão que fiz uma boa escolha. Ele pegou a azul e me deixou com a lilás e foi se adiantando. Eu me levantei e o ouvi dizer:

- Bem... Você me acompanha?

Oras, e precisava perguntar? Bom, já que tinha o pequeno detalhe de que eu não podia me machucar ou me afogar, eu não via por que não. Apesar de nunca ter tocado numa prancha de surfe antes. A experiência seria pelo menos engraçada ainda que não obtivesse sucesso. Mas antes... Me aproximei dele sorrateiramente e, largando a prancha lilás de lado, tomei a azul pra mim.

- A azul é minha! - Disse, com um riso quase infantil. Eu não fazia questão de nenhuma cor na verdade, só queria mais um motivo para provocá-lo. Era divertido. Saí correndo em direção ao mar com a prancha azul e entrei de roupa e tudo. Engraçado que em cinco anos de morte, eu nunca tinha feito isso. Era uma sensação diferente. Se sentir molhada sem estar molhada realmente. Estranho.

Me virei para ele - de costas para o mar e com água até a linha do busto - e, rindo, gritei:

- Vamos logo! - Ia continuar a falar, tentando provocar ele para vir mais depressa quando senti uma onda passando por cima de mim. Meu primeiro impulso foi buscar a superfície, mas logo percebi que eu conseguia respirar debaixo d'água. Quer dizer, não exatamente, mas eu não precisava respirar, realmente. Eu estou morta, oras! Ri comigo mesma e permaneci submersa me divertindo com aquela sensação nova, esquecendo da prancha, que a essa altura já devia estar longe. Sabe aquele negocinho da prancha que você prende ao calcanhar pra não perdê-la se cair? Pois é, o meu limitado conhecimento de surfe não incluía aquele negocinho...
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MensagemAssunto: Re: Who said ghosts can't surf? ~   Who said ghosts can't surf? ~ EmptySáb Nov 29, 2008 12:46 pm

Por mais que eu fosse um fantasma e tecnicamente não sentisse certas coisas que só os vivos sentiriam, era estranho como eu ainda podia ter a impressão de nervosismo, quando meu peito dava um salto e eu sentia aquele pouco familiar nervosismo que ia corroendo cada parte do meu ser. E é peculiar chegar a esse ponto. No começo, logo depois da morte, as coisas são mais concentradas e intensas. Mas depois de muitos anos vivendo assim, pouco a pouco perdemos essas sensações. E eu confesso que muitas delas já haviam me abandonado. Bem, pelo menos até aquele momento. Porque desde que eu havia conhecido ela, as coisas haviam mudado. Mudado bastante.
Era estranho voltar a sorrir e abrigar tantas outras sensações que há muito tempo eu não sentia. Era como um invalido que havia voltado a andar ou um cego que agora via. Certo, não tão filosófico assim, mas de alguma forma o que eu sentia se assemelhava.


Confesso que me surpreendi quando ela se aproximou sorrateiramente e, tirando a prancha azul de minhas mãos murmurou algo como “A azul é minha!” enquanto sorria provocadoramente e me entregava a prancha lilás. Eu ergui uma sobrancelha e fiz uma careta para a prancha que estava em minhas mãos; tão afeminada e lilás quando podia. Contudo eu não disse nada. Apenas observei-a caminhar animadamente para a água, um pouco desnorteado.

- Vamos logo! – Ela gritou, fazendo com que eu saísse do pequeno e bobo transe em que estava. Voltei a sorrir, passei a mão pela nuca ligeiramente [um gesto costumeiro] e comecei a andar até a água. Ela parecia estar gostando imensamente da sensação da água em seu corpo. Provavelmente nunca havia provado. Voltei a sorrir enquanto a observava brincar com a água. Até que... Bem, ela sumiu dentro da água, deixando a prancha boiar e afastar-se rapidamente para a parte mais funda do mar. A inquietação que me assaltou foi instintiva. Antes que eu lembrasse que ela não poderia, em hipótese alguma, se afogar, uma onda de preocupação que passou por mim foi instantânea. Mas então me dei conta de que ela já não podia mais morrer. Relaxei os ombros e corri para a praia.

Mergulhei onde ela havia estado pela ultima vez e, matreiro, comecei a “nadar” debaixo d’água. A sensação que tive foi a de estar em um casulo. Não era frio; era acolhedor.
Olhei em volta, varrendo o lugar com o olhar procurando encontra-la. Depois de alguns momentos eu a vi. Tão graciosa, com os cabelos “sobrevoando” e balançando na água; como uma... bem, como uma sereia. Nadei, involuntariamente, para perto. Toda aquela aura intensa que havia passado por nós na praia havia voltado com mais força. Eu não consegui desviar o olhar dela e creio que ela muito menos.

Me aproximei um pouco mais e pude perceber que ela fez o mesmo. E depois um pouco mais, e um pouco mais... E, como testemunhas caladas, os peixes presenciaram o nosso segundo beijo.
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MensagemAssunto: Re: Who said ghosts can't surf? ~   Who said ghosts can't surf? ~ EmptySáb Nov 29, 2008 11:43 pm

A onda passando por mim foi uma sensação como nenhuma outra. Era incrível que mesmo depois de tanto tempo, eu não havia experimentado nada como isso. Sentir a água passando pelo meu cabelo mas saber que ela não estava passando de verdade. Poder abrir os olhos e não precisar respirar debaixo d'água provavelmente estavam entre as coisas que eu mais quis fazer quando criança. Até que a morte me caía bem.

Depois de alguns instantes, vi que Sebastian vinha nadando ao longe e o meu sorriso ficou maior. Ué, mas o que houve? Tinha desistido de surfar? Ele lembrava que eu não podia me afogar, certo? Bom, mas se fosse por isso de qualquer forma, era fofo que ele tivesse ido por estar preocupado. Então, quando se aproximou mais, vi algo de diferente em seu olhar. Involuntariamente, me aproximei dele e notei que ele não havia parado na distância que normalmente mantinha. Desta vez ele se aproximara mais. A próxima coisa que eu senti foram os lábios dele nos meus. Pela segunda vez. Quer dizer, a primeira vez de verdade, certo? Acho que a vez passada foi mais uma coisa minha mesmo, eu tirei vantagem do pobre coitado. Mas não dessa vez.

Passei os dois braços em volta do pescoço dele, segurando-o perto de mim e simplesmente aproveitei o momento. Não sabia o que era aquilo exatamente, mas sabia que era bem diferente daquela "brincadeira" da primeira vez. Após um - longo - momento, nós nos distanciamos um pouco, apesar de a distância mantida ainda ser bem menor do que a normal. Então eu voltei à superfície e esperei que ele fizesse o mesmo, apenas para ver que estava com o rosto tomado por aquela cor rosada que já começava a se tornar familiar. Ri, me divertindo com o embaraço dele e disse:

- Ahá... Aí está o Sebastian que eu conheço! Por um momento, achei que você tivesse sido possuído! - Ri e dei um beijo de leve nos lábios dele, observando o que isso causava na vermelhidão das suas bochechas. - Faça isso mais vezes! - Dei um sorriso quase inocente e me virei para procurar a prancha que havia escapado. - Agora... Quer me ajudar a recuperar a minha prancha? Acho que você ainda me deve uma aula!

Quem precisa estar vivo quando se tem a eternidade e uma boa companhia?
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MensagemAssunto: Re: Who said ghosts can't surf? ~   Who said ghosts can't surf? ~ EmptySex Dez 12, 2008 9:14 pm

Foi inusitado e irrefutavelmente singular. Um gesto guiado completamente pela minha impulsividade [que é um tanto quanto esporádica, contudo sempre inconstante], mas que fez com que um turbilhão de emoções fluíssem estranhamente por entre o meu ser. Não falo corpo, já que ele não é literalmente sólido [pelo menos não cientificamente], mas como a mente domina todo o resto, sentir nossos lábios tocando-se foi como pular de para quedas, ou finalmente achar uma clareira depois de estar horas a fio perdido em uma floresta. Eu não entendi muito bem tudo o que senti e até tentei perceber isso, mas tudo se dissipou quando ela jogou seus braços pequenos em volta do meu pescoço e aprofundou o beijo.

Nossos corpos colaram-se um no outro como algo natural e inevitável, por assim dizer. Era uma necessidade que dominava não só a mim, mas também ela, eu percebi. Os lábios dela eram tão macios e pareciam ter-se feito exatamente para os meus. E, er, o que eu estou pensando mesmo? É, talvez eu deva aprender a dominar um pouco melhor a minha mente quando eu estou perto dela. Mas, em meu âmago, eu já sabia que tratando-se de Helena Korsakov, Sebastian Drake perdia totalmente o juizo. Eu não fazia idéia se isso era algo bom para mim, mas apesar de me irritar o fato de eu ter perdido o controle sobre mim mesmo, aquele momento do beijo me desligou de qualquer pensamento contrario ao que acontecia. No momento aquilo era certo e tão absurdamente agradável que era inevitável não gostar do toque tenro e delicioso de sua língua, seus lábios bonitos e até mesmo suas pequenas mãos em meu pescoço.

Após certo tempo que eu não arrisco dizer quanto, nos distanciamos lentamente. Ela, sem duvida alguma, se recuperou do beijo mais rápido que eu. Por um momento meditei em continuar lá em baixo, mas era uma idéia obviamente patética. Quando subi, o sorriso maroto dela só fez com que eu me sentisse mais estranho ainda e minha cara devia estar bastante engraçada já que ela não hesitou em rir e logo fazer mais um de seus costumeiros comentários animados.
- Ahá... Aí está o Sebastian que eu conheço! Por um momento, achei que você tivesse sido possuído! Faça isso mais vezes! – Ela era tão cheia de vida que eu não pude evitar sorrir do comentário. E confesso que não esperava o leve beijo que recebi nos lábios depois do comentário. Continuei sorrindo, gostando da situação, apesar de ter certeza de que eu estava corado e com cara de panaca. E é óbvio que eu não consegui balbuciar nada com sentido.- Agora... Quer me ajudar a recuperar a minha prancha? Acho que você ainda me deve uma aula!

Me limitei a rir. A Ela se virou rapidamente e começou a se deslocar até onde estava a prancha solta. A onda a tinha levado para cerca de duzentos metros dali, mas cruzamos rapidamente a distancia. No caminho capturei a minha própria prancha e logo depois a dela. Eu continuava com um sorriso bobo nos lábios quando me virei para ela e entreguei a prancha.
- Você precisa se sentar... Assim... – sentei na prancha e esperei que ela fizesse o mesmo. Era algo óbvio, mas como ela não havia surfado ainda talvez fizesse sentido. – Primeiramente é preciso aprender a equilibrar-se de pé na prancha. Vamos praticar... – Como se também fosse a minha primeira vez em uma, eu também me sentia inseguro quando a me equilibrar em cima da prancha. Me levantei vagarosamente e permaneci por alguns momentos em pé, como um teste. Um teste que me fez acreditar um pouco mais naquela tão excêntrica possibilidade que era, depois de tantos anos, praticar o meu esporte preferido.
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MensagemAssunto: Re: Who said ghosts can't surf? ~   Who said ghosts can't surf? ~ EmptySeg Dez 15, 2008 12:13 am

Apesar de eu ter ido buscar a prancha, não pude deixar de reparar que a reação de Sebastian aos meus comentários estava um pouco diferente. Apesar de ainda corar com o que eu dizia, ele agora dava risada ao invés de fazer aquela expressão de "quero-me-enterrar-num-buraco-bem-fundo-e-nunca-mais-sair"! Parecia que havíamos feito um progresso!

Notei que ele estava indo comigo buscar as pranchas e que continuava sorrindo quando me entregou a minha. Sorri de volta, satisfeita. Eu gostava desse novo Seb. Acho que a idéia de trazê-lo para surfar foi boa; ele parecia bem mais à vontade nesse ambiente, quase como se estivesse em casa. Eu com certeza usaria essa tática mais vezes... Sempre que necessário!

- Você precisa se sentar... Assim...

Ele se sentou na prancha enquanto eu observava. Então, ao tentar imitá-lo, escorreguei de leve e caí para trás, com um suspiro de susto. Hmm... um ótimo começo, não? Fiz a segunda tentativa ainda rindo com o fracasso da primeira e finalmente consegui. Então, vendo que eu estava - ou parecia - estável, ele continuou.

– Primeiramente é preciso aprender a equilibrar-se de pé na prancha. Vamos praticar...

Ai ai ai, isso ia ser ainda mais difícil. Observei atentamente enquanto ele fazia e então fui me levantando bem devagar. Após de alguns instantes surpreendentemente estáveis de pé na prancha, comecei a desequilibrar e segurei no braço dele instintivamente. Sebastian balançou um pouco, mas logo retomou o equilíbrio. Ele devia ser realmente bom naquilo! Desci um pouco a minha mão para segurar na dele e permaneci assim. Me dava mais equilíbrio. E a gente finge que foi só por isso.

- E agora? - Dei um sorriso infantil esperando a próxima instrução.
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Sebastian Drake
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MensagemAssunto: Re: Who said ghosts can't surf? ~   Who said ghosts can't surf? ~ EmptySeg Dez 15, 2008 4:30 pm

Tudo bem, tudo bem, eu assumo que estava agindo de forma um pouco... boba? Na verdade eu insisto que panaca é um adjetivo melhor para descrever o meu constante sorriso. Mas, por incrível que pareça, eu já não me sentia tenso ou embaraçado. Não que eu ficasse embaraçado perto dela, eu só... Ah, esquece.

Falando em rir, não me contive quando ela, ao sentar na prancha, levou um pequeno tombo para trás. Eu não podia negar, em hipótese alguma, que Helena era divertida e que, mais especificamente ainda, estava fazendo a minha vida virar de cabeça para baixo. Até então eu não sabia muito bem se era algo ruim ou implicava coisas boas. Eu ainda não havia chegado à conclusão de se aquela aproximação seria... bem, só leve em consideração que somos fantasmas. E fantasmas não costumam paquerar.

Joguei meus pensamentos anteriores para longe e tratei de me concentrar em ficar em pé na prancha. Quando o fiz, sorri comigo mesmo, feliz por não ter perdido a pratica. Bem, é fato que eu tive um pouco mais de dificuldade, mas para quem não esperava nem flutuar, eu estava indo bem. Helena também foi bem e se mostrou boa em equilíbrio. Bem, pelo menos para uma pessoa que nunca havia subido em uma prancha antes! Ela se desequilibrou por um momento e segurou rapidamente em meu braço. Nossas pranchas estavam praticamente unidas e isso facilitava o... contato. Quando senti sua mão descer pelo meu braço e segurar minha mão, fiz um esforço para não corar e acho que consegui. Voltei a me concentrar quando ela me perguntou sobre o que viria a seguir.

- Bem, o surfar é a parte mais difícil. Mas acho que podemos tentar. – Olhei em volta, observando o movimento das ondas. – Ponha o pé direito na frente e fique mais ou menos de lado na prancha. – Fiz isso, demonstrando como se fazia - Ali vem uma onda pequena. Tente se equilibrar e use os pés para movimentar a base da prancha.

Parei de falar e a olhei. Ela estava com os pés um pouco tortos e um pouco desajeitada ainda. Mas eu sabia o porquê.
- Er, você... vai ter que soltar a minha mão. – Dessa vez eu sei que enrubesci.
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Helena T Korsakov
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MensagemAssunto: Re: Who said ghosts can't surf? ~   Who said ghosts can't surf? ~ EmptySeg Dez 15, 2008 11:52 pm

Segurando a mão de Sebastian, eu encontrara o equilíbrio. É... Isso parece bem poético, mas naquele momento era uma situação literal mesmo. Eu conseguia me equilibrar na prancha segurando a mão dele e não pretendia largar. Estava bastante concentrada em me manter de pé, então meu olhar estava fixo na prancha, apesar de ouvir atentamente o que ele dizia.

- Bem, o surfar é a parte mais difícil. Mas acho que podemos tentar. – Ele olhou em volta, parecendo observar o ambiente. Estava evidente que ele tinha uma boa experiência naquilo. – Ponha o pé direito na frente e fique mais ou menos de lado na prancha. – Ele o fez e eu o segui desajeitadamente, cambaleando um pouco. - Ali vem uma onda pequena. Tente se equilibrar e use os pés para movimentar a base da prancha.

Eu olhei para ele por um momento com um olhar de desespero e segurei em sua mão ainda mais firmemente. Como assim??? Só isso?? Eu vou morrer afogada! Ops, quer dizer... Morrer? Bom, acho que não tinha realmente o que temer ali, certo?

- Er, você... vai ter que soltar a minha mão.

Eu olhei para ele novamente e cheguei a abrir a boca para protestar, mas desisti no meio do caminho. Eu já estava morta mesmo, pra quê me preocupar com essas coisas? Além do mais, se eu segurasse na mão dele, isso impediria que ele surfasse, certo? E eu não queria isso. Não, não queria. Então soltei a mão dele devagar e abri os braços na prancha, tentando manter o equilíbrio. Porém, a primeira onda que veio me derrubou com tudo na água. Soltei um grito na queda, mas voltei à superfície dando risada. Aquela coisa da queda sem a parte de engolir água e sentir os pulmões queimando era muito engraçada!

Vi que ele lançou um olhar levemente preocupado para mim depois da queda, mas eu sorri divertidamente. Apesar de ter passado um tempinho embaixo d'água, eu pude vê-lo seguindo a onda. Pude notar a sua expressão de satisfação ao surfar novamente. E cheguei à conclusão que aquela experiência pra mim seria muito melhor aproveitada daquele ângulo.

- Vai lá! - Disse, com um sorriso enorme - Tá vindo uma maior!

Eu nadei um pouco com a prancha para achar o ângulo que melhor mostrasse a expressão de Sebastian Drake no momento seguinte e permaneci lá.
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MensagemAssunto: Re: Who said ghosts can't surf? ~   Who said ghosts can't surf? ~ EmptyQua Dez 17, 2008 11:00 am

Antes mesmo que ela soltasse minha mão, me lançou um olhar repleto de pânico, que se dava, obviamente, ao fato de que uma onde estava vindo direto para nós. Tentei, com um leve sorriso, mantê-la calma, já que nada poderia lhe acontecer. Ainda assim, algo em meu peito não gostada de vê-la em situações assim. Meu instinto protetor com o instinto masculino sempre acabava falando mais alto e eu fiz uma nota mental de não ficar colocando em lugares perigosos assim. Sim, eu sei que isso é patético, já que não podemos ficar mais mortos do que já estamos pelo menos eu espero. Mas ainda assim seria uma preocupação a menos para mim. Não sei se você percebeu, mas eu me preocupo com uma fantasma.

Ela soltou a minha mão vagarosamente e abriu os braços em busca de equilíbrio. Eu soltei um pequeno riso diante da cômica cena, mas me preparei logo para a onde que agora estava bem atrás de nós. Quando eu ouvi o seu grito não consegui evitar olhar para trás para me certificar de que ela estava bem e com isso quase perdi o equilíbrio na minha prancha. Mas sim, ela estava bem. Me concentrei em mim mesmo e, repentinamente, me dei conta de que finalmente estava surfando. Foi como se a ficha tivesse caído somente naquele momento. Algo que eu julgava impossível estava acontecendo. Era inacreditável. É como se eu estivesse voando... aquela velha sensação que eu tão bem conhecia.

A onde se foi, mas logo veio outra. Helena, de onde estava, me lançava olhares incentivadores e animados, sorrindo feliz. Não posso negar que também me senti alegre e feliz. Afinal, eu havia realizado este meu desejo. Não era como um desejo de natal ou do gênero. Era mais um desejo que vinha do fundo de mim mesmo, de minhas raízes. Era um elo que me prendia, indescritivelmente, ao passado.

Mas, espere... E se for isso? E se for por isso que eu sempre fiquei preso aqui como fantasma e não segui em frente? Mais agora que eu finalmente surfei, eu poderia ir, não poderia? Mas...

E Helena? Ela era tudo o que eu tinha agora.

Nesse momento eu caí da prancha, mas já estava suficientemente perto da praia para que simplesmente desabasse na areia.




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