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Face a face com o sobrenatural. Baseado na série de Meg Cabot, 'A Mediadora'.
 
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A February Halloween night? - Página 2 Atrama

Deu-se inicio de mais um semestre na cidadezinha de Carmel. Misterios estão sendo, pouco a pouco, revelados e segredos antes bem guardados, estão começando a vir a tona. Bruxos, Mediadores e Fantasmas se encontraram, chocando-se uns com os outros, e sem conseguir evitar os ligigos, as paixões avassaladoras, o ódio ou o amor. E agora? Que escolha você fará?

Bem vindo ao jogo!
Big Brother Carmel
- CALENDÁRIO -


Dia on:
11 de Setembro
Clima: Levemente fresco em Carmel. Algumas nuvens começam a nublar o céu; uma ameaça delicada à uma chuva vindoura.
Horário: Noite.

OFF: Favor finalizar suas ações até o dia 14 de setembro. A partir daí, poderão postar livremente na categoria Big Brother Carmel. Ps.: Só poderão postar os personagens que receberam uma mp da Admnistração.
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© Shadowland Tales é uma criação de Dahiane e Alessandra. Todo o conteúdo do site pertence às Administradoras.
Agradecimentos à Meg Cabot, por ceder-nos a maravilhosa série de livros 'A Mediadora', e aos players e jogadores do board.

Proibida a Cópia total ou parcial.
Obrigada.

 

 A February Halloween night?

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Sebastian Drake
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? - Página 2 EmptySex Nov 21, 2008 10:58 pm

Se eu fosse vivo, minha cabeça, estaria rodando. Como, porém, eu não era, ela apenas se limitou a submergir em uma confusão mental tão intensa, que eu jurei que fosse ter uma dor de cabeça. Isso, muito obviamente, era terminantemente impossível de acontecer. Por mais que eu sentisse dor [é tudo coisa da minha cabeça, mas quem entende?], mesmo que por poucos momentos, essa dor não se aplicava aos nervos ou a cabeça. Em todos esses anos de morte, ainda possuo centenas de perguntas não respondidas sobre a minha existência. Era muito mais complicado do que eu do que parece e muito mais simples do que eu imaginava. E, assim como nada é por acaso, haviam os médiuns capazes de se comunicar conosco. Mais impressionante ainda, eles conseguiam tocar-nos.

Lembro-me da primeira vez que isso aconteceu comigo. Eu tinha nove anos de morte e estava em um ponto de ônibus olhando as pessoas embarcarem. De repente um homem de aparência muito velha, pediu licença a mim para que pudesse embarcar. Eu, completamente embasbacado, dei um passo para o lado; sem nada dizer. O homem simplesmente embarcou e se foi, deixando a minha mente uma completa confusão. Mais tarde, depois de conhecer mais um médium, fui descobrir que eram denominados Mediadores.

E até hoje me surpreendo quando vejo uma pessoa me encarando. Porque, por mais que, ao longo dos anos, eu conheça várias dessas pessoas, os intervalos de tempo em que conheço uma ou outra são consideravelmente longos. Anos, para ser mais preciso. E, acredite, quando você passa anos sabendo que os vivos simplesmente não vêem você, acaba se acostumando e, no final, surpreendendo-se quando alguém lhe dirige a palavra ou te olha diretamente.

Creio que meu olhar ainda era aflito quando dirigi a palavra para a jovem que me olhava.
- Ia ser meio difícil se eu não visse. Foi muito legal o que você fez, senhor...?
- Sebastian Drake. – Sorri levemente, ainda com uma nota de atordoamento na voz. Por mais que o tempo passasse e a situação fosse peculiar, eu simplesmente não conseguia deixar o cavalheirismo de lado. Aquela era uma qualidade que eu, literalmente, havia levado para a morte e tinha orgulho de mantê-la. Na época em que eu morri as coisas eram bastante diferentes da atual. As mulheres eram mais valorizadas, por assim dizer. Ela tambem se apresentou. –Prazer, senhorita. – Abaixei suavemente minha cabeça, como um comprimento. – Eu... er... – pigarreei, procurando palavras coerentes. Por fim falei enquanto olhava para a garota que eu havia salvado. – Acha que ela ficará bem? – Franzi o cenho e só torci para que sim. Por mais que eu fosse um fantasma, não desejava aquilo para ninguém.
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Cadance Fox
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? - Página 2 EmptySex Nov 21, 2008 11:37 pm

Tudo acontecera genuinamente rápido.
De repente eu estava correndo com Katrina a meu encalço e, mais repentinamente ainda, aquele tremor terrível havia me feito perder todo o equilíbrio. Aliás, creio que foram poucas as pessoas que conseguiram continuar em pé diante daquele terremoto.
Uh, só de pensar nessa palavra eu já me sinto um pouco pirada. Porque eu não estava nem um pouco preparada para um dos terremotos da Califórnia. Muito possivelmente aquele não fosse o primeiro da cidade, mas ainda assim creio que não acontecia com muita freqüência, julgando por todo o desespero desencadeado entre as pessoas em pânico no ginásio. Em outra situação eu acharia aquilo extremamente engraçado e excitante, mas quando me vi diante de real perigo, a única coisa na qual eu pensava era salvar a minha própria pele. Lê-se, dar o fora dali.

Logo depois do primeiro tremor, girei em volta de mim mesma, procurando Katrina. Bem, foi uma ação bastante vã. Eu não a encontrava em lugar nenhum! Varri tudo em volta com o olhar, mas era difícil demais poder distinguir qualquer pessoa, sendo que todas estavam inacreditavelmente juntas e claramente dirigindo-se para um único lugar. A saída. Depois de alguns momentos eu vi, com alarde, o corpo esguio de Angelique. Ela corria até mim e até chegou, mas não deu para realmente conversarmos, já que fomos separadas uma da outra por uma turma de pessoas correndo como leopardos desesperados. Eu estava, novamente, sozinha.

Em nenhum momento eu cogitei em sair dali. Jackson havia me dito que o lugar, apesar de ser velho, possuía paredes fortíssimas e que não havia perigo nenhum. Respirei fundo e tratei de lembrar disso. Entretanto, saber que Katrina havia sumido por entre todas aquelas pessoas, Angel por aí perdida e a luz que simplesmente foi embora, não contribuiu para que meu estado de pânico diminuísse. Muito pelo contrario, ele praticamente aumentou exponencialmente.

E isso se deve, principalmente, pelo fato de que uma coluna do ginásio simplesmente desabou, fazendo com que eu soltasse um grito baixo de horror. O sangue acelerou em minhas veias e foi simplesmente impossível manter a calma.
Milhões de pessoas esbarravam em mim. Dei o soco na cara de um nerd idiota quando ele praticamente me atropelou, e um belo empurrão em uma garota com aparência masculina que esbarrou em mim. Mas depois da décima pessoa, eu simplesmente parei de me importar. Já haviam sido tão tantos esbarrões que eu comecei a ignorar, mesmo que isso não fosse muito de meu feitio.

Um relâmpago iluminou o lugar por um mero segundo, e, novamente, eu pude notar Angel. Agora ela estava em cima do palco, olhando para alguma coisa que não consegui distinguir o que era. Iniciei, imediatamente, a ir de encontro a ela. Antes que eu pudesse chegar muito perto, contudo, dei um encontrão com mais uma pessoa. Estava escuro e eu não conseguia ver quem era. Dei um suspiro de impaciência quando ela balbuciou.
- PÔ, NÃO OLHA AONDE ANDA MANÉ? – Pela voz fina, era uma garota. Rolei os olhos.
- Não sei se você percebeu, esperteza, mas está tudo ESCURO aqui! – Aquilo me deu vontade de gargalhar. E eu até faria isso se, um momento depois, eu não houvesse ouvido outro estrondo e, visto, de “camarote”, o teto do palco desabar.
- Droga! Angel!! – E então eu saí em disparada. Ou pelo menos tentei. O meu vestido grudou em alguma coisa firme na garota. Concentrando minha visão, pude perceber que se tratava de uma pulseira. Ah, não!
Mas isso não me parou. Simplesmente saí correndo para o lugar onde Angel estivera, arrastando a garota junto comigo sem nem me importar. Ela gritava e reclamava, mas eu continuei.
Quando lá cheguei [depois de um século, é valido ressaltar], me aliviei um pouco ao ver que Angelique não havia sido esmagada nem nada do gênero. Mas estava desmaiada, pelo que constarei.
Me abaixei a seu lado, um pouco nervosa demais para agir logicamente.

-Angel, Acorde!! – Nada, nem um sinal. – Angel!!! – gritei mais alto, balançando-a. – Por favor, por favor... Acorde!! – Continuei chamando-a, mas ela parecia uma morta, sem dar sinal de vida. Olhei seu pulso e, apesar de estar lento, funcionava corretamente. – Preciso de alcool! Já!!! – Falei para alguns garotos que a rodeavam. Não demorou para que um pequeno frasco de wiske estivesse na minha mão. Joguei, na pressa, um pouco dentro da boca de Angel.
Se aquilo não a acordasse, iria faze-la se afogar. Então era melhor torcer pela primeira opção.
Senti um puxão na lateral do meu vestido e, surpresa, me lembrei da garota e sua pulseira, que continuava enganchada.

P-u-t-a-q-u-e-p-a-r-i-u. Só me faltava essa!!!
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Adrianne J. McRish
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? - Página 2 EmptySáb Nov 22, 2008 12:25 am

Depois de pensar um pouco que me dei conta do que havia dito era extremamente estúpido. Mas que se dane, eu normalmente não penso antes de soltar a língua, e desta vez não iria ser diferente. Não adianta chorar sobre o leite derramado afinal.

Pela resposta que a pessoa que eu havia trombado me deu, deduzi que era uma garota. Meus cotovelos ainda doíam quando senti algo me puxando e logo percebi que o pingente de minha pulseira(de prata, que eu havia comprado na Irlanda, caríssima) havia enganchado no vestido da menina, que começou a correr loucamente. Quase desesperada, tentei tirar a pulseira da mão, para preservar o que restava da minha roupa. Idiotice. O acessório só poderia ser tirado abrindo o fecho, o que, naquelas circustâncias, era impossível de ser feito.

Maldita hora em que eu resolvi vir à esse bailinho meia-boca! Nunca mais saio de casa, e tenho dito! Não para ficar encostada em uma parede a noite toda, ser machucada e ainda ter a roupa em frangalhos.

O caso é que a tapada me arrastou como se eu fosse um saco de lixo até o palco, obviamente, sem perceber. Eu já estava toda suja, e vi que havia uma pessoa desacordada ali, mas ainda viva. Dava para sentir. Na boa, o que aquele amontoado de gente estava fazendo ali que não a levavam para um hospital? Que estúpidos.

A doida que me arrastou jogou um pouco de whisky na boca da garota(provavelmente ela nunca teve aula de primeiros socorros. Dar álcool à um desacordado? Que maluca!) Segurei firme o pulso dela e quase gritei - SUA LOUCA! Vai piorar assim! Dá licença! - Em seguida, virei a morena de lado e segurei a nuca da mesma. Levantei a cabeça da garota e percebi que um líquido quente, viscoso e vermelho escorria devagar pelas minhas mãos. Entrei em pânico - Ela tá sangrando! Alguem tem um carro aqui? Chamem uma ambulância, pelo amor de Deus! - Gritei, quase desesperada. Eu não queria ver alguém morrendo em minhas mãos. Seria...nojento.

A menina-que-prendeu-a-minha-pulseira-no-vestido me olhou, e então eu vi que continuavamos atadas por aquele cordão de prata preso em meu pulso - Será, que, hm, dá pra me soltar ai? -


Última edição por Adrianne J. McRish em Sáb Nov 22, 2008 11:00 am, editado 2 vez(es)
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Angelique Bruni
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? - Página 2 EmptySáb Nov 22, 2008 10:11 am

Eu percebi que minha conscicência lentamente voltavam e que eu podia ouvir de novo as pessoas falando ao meu redor.
Minha vontade era de gritar para que me deixassem morrer em paz, só que não pude.
Era como se eu estivesse em coma ou algo assim, eu tinha consciência e podia pensar, mas não podia ver nem falar. Só ouvir, ouvir e sentir minha cabeça pingando.
Ouvi, mais uma vez, aquela voz familiar ao meu lado, só que dessa vez eu soube quem era:
Cadence

Porra, me tira daqui! - tentei falar. Mas não saiu nem um gemido. Minha língua estava paralisada e minha garganta doia, como se tivesse uma pedra descendo de lado por ela.
Eu não podia ver nada, era só o escuro e minha voz gritando em minha cabeça, que por sinal eu já tinha quase certeza de tê-la perdido pelo meio do caminho.

Senti um líguido descer por minha boca, apesar do paladar ser quase imperceptível, quando aquele ardor passou por minha garganta eu me senti melhor.
Whisky!

Reconheci de imediato saboreando, talvez, o último pingo de alcool que eu fosse beber.
Algum anjo - ou não - atendeu meu pedido. Ah como era bom esse gostinho!
Fiquei matutando se pra onde eu iria também estivesse alcool, ou absinto, ou coisa do tipo.
Até que senti um puxão na minha cabeça e a dor voltou com mais intensidade. Mais que caralho...

Eu não ia me esforçar para abrir os olhos desta vez, era inútil. Permaneci caída, sem sentidos, sem mexer, só sentindo um frio estranho em meu corpo e as vozes de tornando irregulares e distantes.
De novo não...

A última coisa que me lembro era das cirenes e de mais nada!
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Alex Hoew
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? - Página 2 EmptySáb Nov 22, 2008 11:27 am

O fantasma que salvara a garota de morte por esmagamento olhava o palco ainda preocupado quando falei com ele.
Pouco tempo depois, ele deu um sorrisinho de lado e se apresentou:
- Sebastian Drake. - ele falou, com os olhos ainda vidrados na garota desmaiada.
Suspirei. Eu definitivamente não fora até ali, no meu anversário, para presenciar uma tragédia.
Sebastian olhava para o salão cheio, procurando pela menina cuja vida ele acabara de salvar.
Eu já comentei que ele era muito lindo? Para um cara morto, quero dizer.
- Sou Alexis Hoew. - me apresentei também. - Mas me chame de Alex, por favor.
- Prazer, senhorita. -
ele respondeu, com um sorriso e acenando com a cabeça.
Uau, um cavalheiro. Em Carmel. Essa cidade tinha mesmo suas supresas.
Ele se virou novamente para a menina machucada, e eu me perguntei se ele esaria culpado, aliviado ou qualquer coisa que o valha.
De repente, as luzes se apagaram, logo após o ressoar de um trovão.
Gritinhos histéricos rondaram o salão e eu bufei de impaciência.
Tomando cuidado para meu companheiro de terremoto não ver, tornei minha visão capaz de enxergar perfeitamente no salão escuro. Viva a mágica!
Instantes depois de meu pequno feitiço, vi as duas garotas (uma morena e uma loira) que dançavam com a menina ferida antes dela se machucar.
A morena arrastava outra loira, que eu ainda não tinha visto, como se as duas estivessem presas por uma corda.
Pela Rainha, que confusão!
Elas finalmente chegaram ao palco, a morena dava leves bofetadas na amiga desmaiada. Depois ela desistiu dessa estratégia e enfiava uísque, repetindo, uísque na goela da menina ferida.
God, o que se passava pela cabeça daquela garota? Era totalmente contra as regras de primeiro-socorros embebedar qualquer ferido.
A não ser se fosse para anestesiar ou algo assim.
Mas a garota estava inconsciente! Era tipo, muito errado fazer aquilo.
- Eu... er... - ouvi Gasper Sebastian murmurar, enquanto pigarreava.
Virei-me para encará-lo, a tempo de vê-lo voltar sua atenção para a desfalecida.
Então ele estava me olhando, huh?
Foco, Alexis! Não é hora de paquerar, principalmente quando você está no meio de um terremoto, com uma pessoa ferida!
- Acha que ela ficará bem? - ele perguntou, a preocupação crescendo em sua voz.
Eu voltei-me para o palco novamente, a tempo de ver a menina loira-que-foi-arrastada-pela-morena por a mão na nuca da menina-que-foi-salva-por-Sebastian e tirá-la de lá rapidamente. Vi também que sua mão estava com algo vermelho, que definitivamente não estava lá antes.
Meus olhos se arregalaram em desespero, e eu pesquei meu celular da bolsa que trazia.
Sem sinal. Maravilha, pensei comigo mesma.
- Provavelmente - respondi a Sebastian -, desde que alguém consiga conter a hemorragia. - completei, vendo a menina que fora arrastada berrando.
Foi aí que eu saí corendo na direção do palco.
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Katrina Sterling
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? - Página 2 EmptySáb Nov 22, 2008 2:02 pm

Flash Back


Quando eu me aproximei do carinha que cuidava de toda a parte sonora da festa eu realmente tinha em mente pedir para que ele agitasse um pouco aquela festa, uma música bem mais animada do que aquele Mozart idiota (ah, eu juro que não queria ter reconhecido aquela música!), mas eu não pensei que ele fosse justamente animar aquela pista de dança com música eletrônica!!! Eu simplesmente enlouqueci com aquilo, era meu estilo favorito e, quando pensei que tudo estava perfeito, que eu não precisava de mais nada a não ser rebolar o popozão, foi ai que eu vi aquela garota fumando. Eu teria aturado aquela festa perfeitamente bem apenas com um ponche alcoolicamente modificado e um psy delicioso acariciando meus tímpanos, desde que eu não tivesse visto aquele maldito cigarro nos lábios daquela garota.

Meu sangue ferveu quando, após ter pedido um cigarro igual àquele que ela estava tragando, eu a ouvi ironizar dizendo-me algo como: - Quer que te ensine a fumar, gracinha?!

Que tipo de estupidez foi essa? Eu esbocei a minha pior cara de poucos amigos, sentindo a garota que-apesar-de-ser-super-hiper-mega-estilosa-era-uma-irritante-também passando as mãos em meus cabelos, de forma tão sarcástica que eu senti meus nervos a flor da pele. Quem ela pensa que é para, em começo de conversa, ser tão irônica daquele jeito comigo e me tocar daquela forma? Sem que eu nem ao menos tivesse dado permissão alguma para ela. Eu suspirei pesadamente, ouvindo as risadas tão incrivelmente irritantes que ela estava soltando.

Olhei para a outra garota que estava ao lado dela, uma morena idem-super-hiper-mega-estilosa, e ela também parecia se divertir com a situação, embora eu não estivesse achando graça alguma. Foi ai que eu vi a primeira garota colocar as mão no bolso e retirar um cigarro, estendo-me este e acendendo-o para mim. Quando eu coloquei aquele papelzinho branco na boca eu esqueci completamente a raiva que estava sentindo antes. Mas, como eu imaginei que seria, por ter passado tanto tempo sem tragar um daqueles, eu simplesmente soltei uma sucessão de tosses quase tuberculosas. Eu juro que se eu soubesse dar socos eu teria dado um bem caprichado naquelas garotas, porque elas simplesmente estavam rindo de mim.

Antes mesmo que eu pudesse me dar conta do que estava acontecendo, eu percebi que estava caminhando na direção da pista de dança novamente, ainda com aquele cigarro acesso nas mãos, e sendo arrastada pela garota que eu descobri ser Angelique o seu nome, ela havia gritado isto para mim entre as batidas fortes da música e entre as minhas tosses tuberculosas. Eu realmente preciso me acostumar a fumar isso de novo, mas eu não quero que se torne um vicio, eu sempre detestei tanto qualquer tipo de vícios (talvez porque eu tenha uma mãe viciada).

O fato é que agora nós três estávamos no centro da pista de dança requebrando os quadris de forma ousada, entre risadas e sorrisos tão largos que eu podia ver toda a arcada dentária delas, e sabia que elas podiam ver a minha também!! A questão é que estávamos mesmo nos divertindo muito, como eu não pensei que pudesse ser possível nessa cidade. Quando eu girei nos calcanhares, os braços estendidos para o alto e o cigarro preso aos lábios, foi que eu vi Angelique agarrada ao carinha do som, em uma dança atrevida que eu invejei no mesmo instante. Afinal, o carinha era uma perdição, e a danada da Angel havia sido mais rápida e, convenhamos, bem mais esperta que eu.

O mais engraçado nisso tudo era o fato de que, agora, eu estava no meio da pista dançando completamente sozinha. Sim, porque a outra garota que estava comigo, Cadance (eu a ouvi gritar seu nome em algum momento anterior que eu não sei ao certo), estava atarracada com um rapaz bem interessante que eu não me lembrava de já tê-lo visto naquela festa. Eu era a única, ali, sem um par, e me senti uma idiota diante dessa realidade. Traguei muitas vezes mais o cigarro que eu havia conseguido com Angel e continuei a dançar como se o fato de eu ter sobrado não tivesse importância alguma, e realmente não tinha, eu podia me divertir bem mais do que elas apenas com o som enlouquecedor daquela nova música que estava tocando.

Mas, então, eu vi Angel espalmar suas mãos sobre a anca sexy do rapaz do som e, logo em seguida, apalpá-la com todo o gosto que eu nunca vi igual antes. Eu ri com aquela cena, essa garota era diferente de todas as pessoas que eu já conheci, e agora estava me simpatizando com ela bem mais do que antes, apesar de ainda estar furiosa com toda a gracinha que ela tirou de mim anteriormente. Oh, Deus, a Cadance estava se esfregando com aquele grandalhão de um jeito que eu sabia que ele não iria permanecer ‘murcho’ por muito tempo, e ai, Caddie que se cuide.

Quer saber de uma coisa, eu não sou o tipo de garota que fica chupando o dedo desse jeito em uma pista de dança – leia-se cheia, porque agora havia várias pessoas ao nosso redor agitando junto com a gente. Não mesmo, e foi por isso que eu me juntei a Angel no que poderíamos denominar “sanduíche”. Ela não se importou, na verdade, acho que nem tenha mesmo notado a minha presença ali, bem atrás do rapaz do som. Angel deveria estar completamente chapada, mas o carinha entre a gente não estava não, apenas um pouco desnorteado pelas nossas atitudes, acho que esse tipo de experiência ele não vai esquecer tão cedo. Eu rebolei provocativamente com o corpo colado ao dele, rindo como uma completa idiota e tentando manter o cigarro afastado de nossos corpos, foi quando eu ouvi a Angel perguntar algo ao rapaz e a resposta dele soou em ecos em meu ouvido: “Jery! Jery! Jery! Jery!” Eu preciso lembrar desse nome mais tarde, e foi por isso fiquei repetindo-o incessantemente em minha cabeça. “Jery! Jery! Jery! Jery!”

Quando eu dei mais uma tragada no cigarro, dessa vez conseguindo conter uma tosse, eu vi o que a Angel estava fazendo: arrancando as roupas. Isso era hilário, e foi exatamente por isso que eu comecei a rir descontroladamente. Perdida entre as tragadas, as risadas e a dança, eu mal percebi quando um homem grisalho de batina – leia-se um coroa bem atraente – se aproximou e puxou a Angel o mais forte que ele conseguiu, dizendo-lhe coisas como : - Já chega!

Eu confesso que fiquei assustada, eu nunca fui muito fã de encrencas e coisas do gênero, e eu percebi que não era a única, porque não apenas o nosso carinha do som já havia se mandado dali, mas também o grandalhão que estava dançando com a Cadance anteriormente. Eu pensei que eu também devesse dar o fora, imagine só o tipo de castigo que eu não iria receber por estar aprontando numa escola de padres, mas quando eu estava recuando alguns passos, pronta para sair dali, eu ouvi a Cadance chamar por mim: - Hey barbie girl!

É, gostei disso. Me simpatizei muito com ela, principalmente porque ela demonstra ter atitude, e eu admiro muito isso nas pessoas, talvez porque eu não seja muito assim.
Eu entendi, no mesmo momento, o que a Caddie estava propondo: iríamos salvar a-garota-do-cigarro! E eu, lógico, que já estava nessa sem que ela nem mesmo precisasse pedir pela minha participação.
Mas o que era para ser um simples resgate se transformou em algo catastrófico. Eu senti o chão tremer abaixo dos meus pés, algumas colunas próximas também sentiram esse tremor e ameaçaram despencar sobre nossas cabeças. E, para piorar ainda mais aquela situação, a energia acabou, deixando-nos em uma penumbra sem fim. Eu odeio o escuro, não que eu tenha medo ou algo do tipo, eu só não gosto de pensar que não posso ver absolutamente nada do que está acontecendo ao meu redor.

O que eu realmente não poderia fazer era continuar ali, parada naquele mesmo local enquanto uma estrutura de concreto qualquer poderia desmoronar sobre mim. Não, eu sou nova demais para morrer, e Deus me livre me transformar em uma fantasma vagante pelo mundo, como todos os fantasmas que eu já conheci.

Então, sem saber ao certo o que estava fazendo, comecei a correr apressada entre as pessoas, trombando em muitas delas e quase perdendo o equilíbrio quando bati de encontro a um garoto alto e forte – leia-se alto e obeso, aquelas banhas todas na minha cara não foi nada agradável. E foi ai que eu me lembrei do cigarro que ainda estava em minhas mãos. Poderia ser uma arma bem potente caso eu quisesse me vingar dos arrastões que essas pessoas estavam dando em mim. Sem pensar duas vezes eu encostei a ponta do cigarro acessa na primeira pessoa que se colocou no meu caminho, e tudo o que eu escutei foi um: – Ai!
Continuei o caminho sentindo um misto de desespero por estar no escuro e divertimento, porque essa situação era até bem engraçada.

Eu procurei pelas meninas por todos os cantos daquele pátio, aquilo estava quase em ruínas. Eu tropeçava em muitas mesas, cadeiras, aparelhagens de som, pessoas. Opa, até em pessoas, acredite se quiser. E eu tropecei justamente em uma garota quase tão loira quanto eu que, aparentemente, estava sendo arrastada por uma morena um pouco familiar para mim. Era a Cadance, só poderia ser, eu sou boa em reconhecer as pessoas, e eu tinha certeza de que era ela, mas e onde estava a Angel, afinal? A iluminação no local era mínima, apenas a lua cheia daquela noite iluminava nossos caminhos, mas mesmo assim eu consegui ver uma pessoa estirada sobre o chão, bem próxima do palco, e percebi que era para lá que todas as pessoas estavam indo. Os portões da escola estavam escancarados, mas as pessoas não pareciam muito interessadas em irem embora, definitivamente, seres humanos adoram uma boa desgraça alheia. E porque que comigo seria diferente?

Quando me aproximei da imensa roda de curiosos em torno da garota estirada, foi que eu percebi que não havia apenas humanos ali, mas um fantasma também. Ele estava próximo ao palco também, digamos que um pouco afastado dali, e parecia conversar com uma garota de estatura mediana, cabelos encaracolados à altura dos ombros. Eu não havia visto fantasmas tão bonitos assim nesses meus poucos anos de médium, mas aquele era tão atraente. Ele tinha uma expressão tão preocupada que eu comecei a pensar que o caso da garota estirada sobre o chão deveria ser mesmo bem grave. As coisas aconteceram depressa, várias pessoas se juntaram até nós, fechando ainda mais aquele circulo. O mais estranho foi quando a Cadance se ajoelhou ao lado da ferida e derramou um copo de whisky dentro da boca dela. Eu não faria isso se fosse ela, não quando a pobre garota estava desmaiada e inconsciente. Eu senti vontade de ir até lá e ensinar um pouco dos meus aprendizados de primeiros socorros, e foi exatamente isso que eu fiz, abrindo espaço entre as pessoas. Se eu pelo menos ainda tivesse aquele cigarro para sair queimando a bunda de todo mundo, mas nem isso.
Quando eu me aproximei da desfalecida eu vi de quem realmente se tratava.

Fim do Flash Back


- Angel! Ah, não, Angelique!! – eu estava ali exclamando há cerca de vinte minutos, completamente atordoada.

Como eu poderia imaginar que era justo a Angel que estava ali, caída? Eu sei que sou boa em reconhecer pessoas, mas aquela quantidade imensa de sangue escorrendo ao lado da face dela e a forma como a Cadance estava debruçada sobre ela não facilitaram em nada no meu reconhecimento. Ainda um pouco alarmada, a primeira coisa que eu pensei, no momento, foi em verificar se a Angel ainda tinha pulsação. Eu havia visto isso em filmes, eu acho. Eu neguei olhares à Cadance, mesmo que ela estivesse me fitando compenetrada. Não que eu a estivesse ignorando, mas que a idéia do álcool foi absurda, ah, isso sim. Eu só estava um pouco mais preocupada em salvar uma vida. Então eu tive certeza de que a Angel ainda estava viva, afinal, ela ainda tinha uma pulsação, ou pelo menos estaria viva se esse sangue todo parasse de jorrar daquele corte na cabeça dela.

Sem pensar muito no que estava fazendo, arranquei um pedaço considerável da manga da minha blusa rosa bebê e o pressionei sobre o ferimento da Angel. Não apenas as pessoas a nossa volta e a Caddie estavam me observando, mas aquela loira que havia sido arrastada pela pulseira também, ainda atada ao vestido da Caddie. Aquilo era bem hilário, se querem saber, e a garota berrava coisas que eu não conseguia distinguir muito bem, ela deveria estar bem desesperada.

“Ah, merda. Olha só o que você me obrigou a fazer!! Vai me dar uma blusa dessas novinha quando acordar.”, pensei comigo mesma.

- Oi, Caddie. – me virei para a morena ao meu lado, tão amedrontada e desesperada como eu, e sorri o mais simpática que pude. - Por que você desapareceu daquele jeito, garota?

Certo, aquele não era um bom momento para jogar conversa fora, e ela parecia perceber isso, porque me despejou um olhar incrivelmente mortífero. Continuei pressionando o pano sobre o ferimento e me virei na direção dela novamente, e foi quando senti uma mecha do meu cabelo colidir de encontro à minha bochecha, deixando um rastro molhado e fedorento ali.

“Sangue, arg, que nojo.” , pensei, constatando que deixei a ponta do meu cabelo super comprido encostar na poça de sangue sobre o chão.

- Olha só, você tem que pressionar o ferimento dessa forma, Cadance. – expliquei a ela, trazendo a mão dela para o local onde a minha estivera. – Vai ajudar a estancar o sangramento.

Eu sou tão inteligente que às vezes até eu me surpreendo. Eu só espero que aquela técnica ajude em alguma coisa realmente. Então eu lembrei que havia carregado o meu celular comigo, eu poderia discar para o 911 e tudo terminaria bem. Oh, eu sou a salvadora do universo!!
Eu me afastei das pessoas, assim como da Caddie e da Angel, seguindo para longe da multidão. Tirei o celular do bolso traseiro da minha calça justíssima e disquei os números da emergência. Mas então veio a surpresa: fora de área. Ótimo, e o meu plano de salvar o universo?

Talvez fosse melhor eu procurar ajuda em algum lugar, mas quando eu estava correndo para longe aconteceu o inesperado: o salto esquerdo da minha sandália descolou. O que eu fiz para merecer isso, meu bom Deus?!
Imaginem só o mico que eu não passei caindo de joelhos – leia-se de quatro – sobre o cimento! Arg!! E ainda por cima consegui um rasgo monstruoso na minha calça e, claro, um corte bem nojento no joelho esquerdo também.

O pior não foi isso, foi simplesmente ver que uma garota em particular estava me encarando com lágrimas nos olhos de tanto rir da cena. Era a mesma garota que estivera conversando com o fantasma, a dos cabelos cacheados, e estava com um celular nas mãos também. Maravilha, eu não era a única com um plano fantástico em mente. Ou será que ela me plagiou?! O fato é que nem mesmo um celular eu tinha mais, o meu voou longe com a queda e sabe-se lá onde estaria agora.

Como um furacão, eu vi milhares de batinas negras esvoaçando-se ao meu redor, seguindo apressadamente em direção à multidão. Padres e freiras, todos juntos, em uma corrida cem metros rasos com obstáculos.

Eu acho que eu deveria ter ficado em casa mesmo.
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? - Página 2 EmptySáb Nov 22, 2008 11:48 pm

Todo aquele sangue minando da cabeça de Angelique só me deixava ainda mais nervosa. Não que o fato de que eu estivesse presenciando sangue fosse algo que me afetasse intrinsecamente. Não, eu estava bastante acostumada em ver sangue, acredite. Na realidade, fazer com que as pessoas sangrem é, indubitavelmente, uma de minhas maiores especialidades. O que, claramente, não faz muita parte dos meus conhecimentos é a medicina. Eu, definitivamente, tenho mais chances de matar uma pessoa do que fazer ela melhorar em uma situação perigosa. Mas, hey, culpe o fato de eu ter sido educada por um lutador de boxe e não um clinico geral!
Como eu poderia saber alguma técnica de primeiro socorros valida, sendo que a cabeça de Angel parecia ter sido golpeada com um machado ou algo do gênero?

Bem, talvez a idéia do álcool tenha sido mesmo um pouco inútil. Mas não de todo! Eu percebi um leve tremular de cílios na desmaiada. Como se ela desejasse abrir os olhos, mas não conseguisse ou sei lá. Isso já aconteceu comigo quando eu fui golpeada por um dos amigos do meu pai. É como se não perdêssemos o controle corporal. É, talvez Angel estivesse assim.

Continuei tentando reanimar Angelique, balançando seu corpo e gritando seu nome.
Logo depois senti aquele puxão estranho na lateral do meu vestido. A pequena loira e desconhecida garota segurou meus pulsos de poderia ser forte se ela, por ventura, tivesse a força capaz de me machucar e me olhou como se eu tivesse algum problema ou algo assim. Bem, eu, evidentemente, possuía um grande problema ali, então simplesmente ignorei.
- SUA LOUCA! Vai piorar assim! Dá licença! – Certo, agora eu a olhei como se ela fosse um pequeno verme de cabelos louros, mas ainda assim lhe dei passagem para que ela tentasse ajudar Angel.
- Por um acaso tem escrito “Paramedica Profissional” na minha testa, loirinha? – Perguntei, rolando os olhos. Sinceramente, se ela achava que entendia de alguma coisa, que parasse de dar seus “pitis” de garota mimada e fosse ajudar, porra!

- Ela tá sangrando! Alguem tem um carro aqui? Chamem uma ambulância, pelo amor de Deus! – Tive ganas de fazer um comentário tipo: “Uau, como você chegou a essa constatação óbvia?”, mas sabia que aquela não era uma hora muito boa para ironias. Seria um vacilo da minha parte, aliás.
Olhei para o pulso da garota e sua pulseira de prata atada firmemente no meu vestido. Mas que droga! Parecia que o metal havia enganchado completamente no linho fino e negro do meu vestido. Que sorte a minha...
- Será, que, hm, dá pra me soltar ai? – Ela perguntou, depois de me ver observando impacientemente aquilo. Bufei de raiva e me pus a tentar desfaze aquele nó maldito. Antes que eu conseguisse, porém, ouvi uma voz conhecida ressoar perto de mim.

- Oi, Caddie. Por que você desapareceu daquele jeito, garota? – Ela a barbie Girl. Katrina. Finalmente!
- Eu é que pergunto onde diabos você se meteu! Mas que caralho de terremoto! Urgh! – Sim, eu estava um pouquinho descontrolada. Na realidade nem tanto, mas o bastante para que puxasse a pulseira da loira com tanta força que acabei rasgando um pequeno pedaço do meu vestido.
Maldição. Oitocentos dólares acabaram de ser jogados no lixo. Obrigada Deus. – pensei comigo mesma, murmurando impropérios que talvez sejam melhor serem abstraídos.

Katrina rasgou um pedaço de sua blusa cor-de-rosa e iniciou a fazer uma pequena compressa na nuca ferida de Angel. Eu respirei fundo o limpei o suor do rosto. Sim, eu era extremamente calorenta e, mesmo que ali estivesse fresco e não estivesse fazendo calor, eu continuava suando. Katrina continuou tentando estancar o ferimento em Angelique, murmurando para mim como era a forma certa de fazer aquilo. Bem, pelo menos ela sabia fazer alguma coisa.
Depois de um tempo passou aquela tarefa a mim e foi fazer uma ligação para o pronto socorro a pedido da loira que agora tinha a mão livre graças a Deus. Esta ultima continuava me ajudando a estancar o ferimento da desfalecida. Mas, de uma hora pra outra, eu ouvi gritos.
Bem, não foram gritos de terror, por mais que aquilo parecesse provável. Era o Reitor.

- Alunos e membros do corpo docente, peço que fiquem calmos. Por favor, todos calmos! Como bem devem ter percebido, houve um terremoto. Recebemos informações por um Walk Talk da policia de que é terminantemente proibido transitar pela cidade neste momento. Portanto, permaneçam todos aqui. Não há perigo de mais nada desabar, já que o Terremoto acabou, mas a tempestade está forte e ainda há perigo de deslizamentos de terra. Há possibilidades de que precisemos passar a noite aqui, então serão distribuídos colchonetes pelo chão. Por favor, sem pânico! Mantenham a calma, estão todos bem! [...]

E como eu já havia ouvido o bastante, deixei de prestar atenção. Iríamos dormir ali? Aquilo me agradaria bastante em outra circunstancia. Mas em dados acontecimentos a idéia já não me parecia tão boa.
Antes mesmo que eu pudesse assimilar outra coisa, fomos sobressaltados por cerca de seis freiras. Elas disseram que eram da enfermaria e que iriam cuidar de Angelique. Me levantei do chão e observei quando iniciaram a colocar curativos no ferimento e realizar todos os procedimentos corretos para com a ferida. Fiquei um pouco mais calma, se bem que a vontade de dar uma tragada só aumentava a cada segundo.
Me esgueirei levemente por entre as freiras e consegui roubar o maço de cigarros e o isqueiro que estavam no bolso do short de Angelique. Sorri comigo mesma e acendi um cigarro, posteriormente, dando uma tragada longa e prazerosa.
Apesar de não ser fumante, fazer aquilo tinha efeito extremamente sedativo em mim.

E foi então que olhei para o lado e vi uma visão que me fez soltar uma gargalhada meio maníaca. Era Katrina. E, caramba, ela não estava nada bem.
- Você foi atacada por um maníaco sexual ou algo assim? – Perguntei, soltando uma baforada na cara dela. E ela não precisou pedir outro cigarro. Eu simplesmente dei o maço e o isqueiro para que ela se divertisse com eles.
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? - Página 2 EmptyDom Nov 23, 2008 1:19 am

Eu não estava me sentindo nada confortável com as mãos sujas de sangue. Parecia que eu havia assassinado alguém, meu Deus! E, surpresa, não havia algum lugar em que eu pudesse me limpar. Grande novidade. A menina de vestido preto que AINDA estava atado à minha pulseira, acabou se irritando comigo - Por um acaso tem escrito “Paramedica Profissional” na minha testa, loirinha? - Eu já estou tão acostumada que, no momento, não dei muita importância. É, eu sei que sou chata, e fresca, e egocêntrica às vezes, mas a culpa não é minha. Sou assim, e pronto.

Depois de eu comentar que nós ainda estávamos enganchadas, uma loira(não eu, uma outra pessoa que veio para o palco. Ain, eu não sou a única garota de cabelos amarelos que existe no mundo, por favor!) rasgou um pedaço da própria blusa e passou à limpar o ferimento de Angel(eu havia prestado atenção no que a garota do vestido dissera quando chegamos no palco). Dirigindo-se à OUTRA morena, aquela que me arrastou pelo ginásio, falou - Oi, Caddie. Por que você desapareceu daquele jeito, garota? - Então era Caddie o apelido da menina que estava à minha frente! [que bom que a Anne sabe, não conseguia mais achar adjetivos pra ti Cadance XDD] Quero dizer, deve ser apelido. Acho que ninguém tem o nome de Caddie. Espero. Esta logo respondeu, e, convenhamos, ela parecia um pouco descontrolada - Eu é que pergunto onde diabos você se meteu! Mas que caralho de terremoto! Urgh! -

E foi nessa hora que a morena à minha frente deu um puxão na própria roupa, algo para qual eu não estava preparada, e obviamente, meu braço foi arrastado com violência seguindo o trajeto do tecido. O metal, por fim, se soltou, e minha mão estava livre novamente. But, adivinha, a garota conseguiu rasgar um pedaço do próprio vestido, e pela cara que fez, ele não devia ter custado pouco. Coloquei a mão na frente da minha boca e me segurei para não rir. Ela NÃO tinha percebido que minha pulseira possuía fecho. Vou te contar, tem cada um que encontro...mas ok, a roupa era dela mesmo, não tenho nada à ver com isso.

Depois de um tempo, a loira deu o pedaço de pano rosa à Caddie, para ir fazer uma ligação, que continuou o "trabalho", o qual eu começei a ajudar logo depois. O sangue escorria aos poucos, e o corte havia sido fundo o bastante para sentir o crânio de Angelique, o que, sinceramente, me assustou. Foi então que ouvi a voz grave do Reitor ressoar por todo o ginásio, e pelo jeito eu só estava ouvindo metade do que fora dito...

- ...terminantemente proibido transitar pela cidade neste momento. Portanto, permaneçam todos aqui. Não há perigo de mais nada desabar, já que o Terremoto acabou, mas a tempestade está forte e ainda há perigo de deslizamentos de terra. Há possibilidades de que precisemos passar a noite aqui, então serão distribuídos colchonetes pelo chão.

Já havia ouvido o que me interessava, e devo dizer que não me agradou nem um pouco a idéia de dormir no campus. Qual é, mandem um helicóptero, qualquer coisa, menos usar os colchonetes fedidos e duros da escola. Minha coluna não iria gostar, apostei dez doláres que eu iria acordar com dores no pescoço no dia seguinte. Se é que eu fosse dormir.

Enquanto eu xingava a porcaria das placas tectônicas por terem resolvido se mexer justo naquela noite, cinco ou seis freiras nos cercaram, dizendo que eram da enfermaria e que cuidariam da garota desfalecida. Não pensei duas vezes e saí rapidamente dali. Já estava ficando nojento ver todo aquele sangue. Mas não saí rápido o bastante, já que consegui ver Caddie afanando um maço de cigarros e um isqueiro do bolso de Angel, bem embaixo do nariz das freiras.

Voltei a procurar o jardim, precisava arejar as idéias, quando, no breu que estava, dei um chute(sem querer, juro) nas canelas de alguém. E olha a coicidência! Era a loira que ajudou a socorrer a morena desfalecida. E eu te dou um prêmio se adivinhar quem estava com ela. Se você disse Caddie, acertou. E meu, eu não agüentava mais ver aquela garota na minha frente.

Spoiler:
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? - Página 2 EmptyDom Nov 23, 2008 3:36 pm

Tudo estava perfeito!

Eu não tinha mais uma das mangas da minha blusa – caríssima, por sinal – porque havia precisado do tecido para estancar o sangramento da Angel (idéia brilhante? Confesso que nem eu tenho mais certeza disso, afinal, ela permaneceu ali, desacordada), perdi um dos saltos da minha sandália quando corri em busca de ajuda, consegui um machucado nojento em um dos meus joelhos na queda quando meu salto se rompeu, não faço a menor idéia de onde meu celular esteja porque ele simplesmente voou longe com o baque da queda e, pra completar, ainda tenho um rasgo monstruoso na minha calça bem na altura do joelho – o mesmo que está machucado.

Eu sempre fui assim, um pouco estabanada demais, desajeitada com as coisas e um tipo de garota que comete centenas de burradas mesmo quando pondera suas atitudes. Mas não me culpem dessa forma, como eu podia prever que o maldito salto da minha sandália iria se descolar daquela forma? Como eu poderia saber que eu não iria conseguir manter equilíbrio sobre apenas um salto? Agora era um pouco tarde para lamentações, eu já estava completamente desfigurada mesmo, e ainda havia aquelas pontas do meu cabelo levemente manchadas de sangue. Ah, adeus escova que eu demorei tanto para fazer antes de vir para essa maldita festa.

Quando eu me recompus da minha queda nada gloriosa, eu parei por alguns instantes para visualizar tudo o que estava a minha volta, talvez eu pudesse reconhecer mais algumas pessoas. Durante esse breve espaço de tempo em que deixei o círculo que havia sido formado em torno da Angel até a minha queda e minha ressurreição, tudo o que aconteceu me pareceu transcorrer rápido demais. Vários padres e freiras passaram ligeiros ao meu lado e se juntaram à multidão de pessoas, a iluminação ainda era fraca e todo aquele pátio estava em ruínas, eu só queria entender como nenhum daqueles velhacos não tropeçaram em nada pelo caminho, uma vez que eu havia não apenas esbarrado em milhares daqueles destroços como, também, quebrado o maldito salto da minha sandália.

Vocês percebem a intensidade disso?? O que eu vou fazer com uma sandália sem salto? Descubram e me informem, por favor!

Soltei um suspiro cansado, estava mesmo exausta daquela loucura toda. Então, ouvi risadas muito próximas de mim, não eram risos muito divertidos, eram simplesmente maquiavélicos. E estavam partindo junto da pessoa que não tinha motivos algum para rir de mim daquela forma, afinal, aquela coisa toda de wisky renderia boas risadas também, mas eu não faria isso. Não quando a situação da garota-dos-cigarros-e-claro-do-super-strip-tease fosse mesmo séria. Era a segunda vez que alguém ria da minha cara em menos de... quantos minutos mesmo? Eu devo estar meio perdida no tempo.

Candance se aproximou de mim, estava com um cigarro nos lábios e tragava desesperadamente entre as risadas, ela deveria estar desejando mesmo aquela toxina toda. Eu me lembro de quando pedi um cigarro a Angel e a escutei oferecer um à Caddie também, sendo que ela havia recusado, mesmo que eu tivesse visto uma ponta de vontade arrebatadora estampada nas expressões dela, provavelmente louca para colocar um daqueles na boca também.

Eu, então, me endireitei sobre um salto apenas, mesmo que isso pareça completamente impossível de se fazer, e esperei que ela iniciasse algum diálogo.

- Você foi atacada por um maníaco sexual ou algo assim? – ela me perguntou, jogando uma quantidade considerável de fumaça na minha cara.

Claro que eu não iria criar nenhum tipo de atrito entre nós, eu mal cheguei à cidade e já vou desperdiçando as minhas oportunidades de fazer novas amizades? Não. Por mais que ela tenha me deixado irritada com aquela pergunta, eu contive meus nervos e sorri relaxada para ela, deixando que uma risada até mesmo um pouco forte demais se desprendesse da minha garganta. Ela era uma boa pessoa, aquele era apenas o jeito dela e eu sabia disso.

Rimos juntas por algum tempo e foi quando ela me estendeu um cigarro e um isqueiro, os quais eu aceitei no mesmo instante sem pestanejar. Mas quando estava prestes a acendê-lo em minha boca, lembrei que eu não era viciada nessa droga e que poderia sobreviver perfeitamente bem sem isso.

- Não, obrigada. – disse à Cadance, devolvendo-lhe o cigarro e o isqueiro, com um sorrisinho simpático nos lábios, agradecida realmente. – Eu estou tentando parar.

E sorri divertida, não era bem verdade que eu precisasse parar, eu mal havia começado a me viciar nessa nicotina toda. Eu só precisava dar um jeito na minha aparência, e teria que começar pela maldita sandália. O que mais eu poderia fazer por ela senão jogá-la fora? Foi exatamente isso que fiz. Quando me abaixei para desfazer o feixe de uma delas eu senti um tipo de dor na canela que podia reconhecer facilmente como sendo um chute extremamente proposital. Por que será que isso me irritou tanto? Talvez porque tenha sido aquela loira-da-pulseira-presa-ao-vestido-da-Caddie que havia me acertado em cheio daquela forma. Não que eu tivesse alguma coisa contra aquela garota, eu até me simpatizei com ela por causa daquelas madeixas loiras, mas eu sabia que ela deveria estar cumprindo algum tipo de vingança por eu ter, anteriormente, tropeçado no corpo dela sendo arrastado.

Assim que me virei para trás, para ver se acertava pelo menos um dedo no olho daquela garota, tudo o que eu vi foi uma expressão de poucos amigos que até me assustou bastante. E, acredite, aquele olhar demoníaco não estava direcionado a mim, e sim à Cadance. Eu não quero nem descobrir qual a rincha que existe entre elas, pelo menos não agora.

Enquanto eu terminava de arrancar aquela sandália idiota – não, eu não quis dizer idiota, era minha favorita -, eu me lembrei de algo que a Cadance havia me dito, quando ainda estávamos tentando salvar a Angel:

- Eu é que me pergunto onde diabos você se meteu! Mas que caralho de terremoto! Urgh!

Então era disso que se tratava? Um terremoto? Eu já ouvi falar a respeito deles e sabia que eram bem comuns aqui na Califórnia, mas não pensei que fosse experimentar um desses tão cedo. Eu confesso que agora, mais do nunca, estou mesmo pensando se quero continuar nessa cidade.
Forcei minhas lembranças para as palavras que o reitor havia proferido alguns minutos antes (não pergunte quantos, vou ficar devendo essa!). Escutei, por acaso, algumas palavras e frases soltas no ar, já que eu estivera aqui o tempo todo, distante das demais pessoas e afastada o suficiente para que tivesse a audição comprometida.

- ... por favor, todos calmos! ...
- ... recebemos informações...
- ... terminantemente proibido transitar pela cidade...
- ... não há perigo... desabar...
- ... terremoto acabou...
- ... tempestade forte...
- ... deslizamentos de terra...
- ... passar a noite aqui...
- ... colchonetes...
- ... sem pânico...


Juntando todas as pequenas informações e criando um esquema na minha cabeça eu pude entender que estávamos presos na Missão e que iríamos passar a noite ali. Isso seria bem interessante, se eu tivesse trazido os meus ursos de pelúcia.

- Eu não acredito que vamos ter que dormir nesse lugar. – reclamei à Cadance, que permanecia me encarando, ao mesmo tempo em que jogava minhas sandálias para bem longe. – Você acha mesmo que precisamos ficar aqui?

Antes mesmo que a Cadance terminasse de responder à minha indagação, fomos brutalmente empurradas por uma freira gorducha que havia acabado de passar bem ao nosso lado, juntamente com outras ‘mulheres da fé’, carregando uma maca e, sobre a mesma, a nossa querida Angel, desacordada. Eu confesso que fiquei bastante comovida com aquela cena, eu estava preocupada com a garota e queria saber se ela estava realmente bem ou não.

- Acho que nós deveríamos ir atrás dela. Sabe, verificar o estado dela. – sugeri à Cadance, apontando com os olhos para a direção em que as freiras estavam seguindo.

Assim que deixei meus olhares caírem sobre a imagem da Angel deitada sobre a maca eu percebi uma movimentação diferente nos dedos dela. O que era aquilo? Ela estava acordando? Mais do que isso, estava apalpando os bolsos do short em busca de algo, mas parecia não obter êxito algum no que procurava. Então eu entendi o que realmente ela queria quando vi a Candance tentando esconder uma carteira de cigarros atrás do corpo. Muito feio, Caddie, isso não se faz! Será que eu peço um cigarro a ela? Toda essa adrenalina me afetou bastante.

Ops, qual era mesmo o nome do carinha do som? Gery? Droga!
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? - Página 2 EmptySeg Nov 24, 2008 11:13 am

Porra! - pensei quando me vi sendo carregada pelas freiras.
Minutos antes eu jurava ter ouvido cirenes, mas acho que estava tão compenetrada que havia imaginado coisas. O que, no real, não me assustava, já que eu vivia em estado ilusório graças as drogas e lucinógenos.

Drogas me lembraram vício e vício me lembrou logo: cigarros!
Eu estava consciente o bastante para conseguir mexer meus dedos, mesmo que abrir meus olhos fosse impossível já que a dor que afetava meu crânio parecia ter ligação com minhas pupilas.
Apaupei os bolsos do short e não encontrei nada. Enfiei a mão lá dentro, sem me importar se as freiras ou seja lá quem for que tivesse me carregando visse.
Nada! Porcaria do caralho, alguém ia pagar por isso e ia pagar muito caro.

Antes que sequer notasse, eu vi meu corpo sendo jogado para uma cama dura da enfermaria. Eu gemi um pouco e notei que minha voz havia sumido, menos meu paladar já que eu ainda pudia sentir o ardume do whiski e desejava mais.

Senti um puxão em meu braço e logo meu short sendo despido de meu corpo. Estavam trocando minha roupa. Bom, se fossem os padres isso seria bem excitante e se eu pudesse me levantar faria o mesmo com a batina deles.

Minha cabeça continuava a latejar, mas a dor já parecia distante das proporções que tomara inicialmente. De qualquer forma eu já havia sentido coisas piores, como da vez que levei um tiro a queima roupa na minha barriga por um policial que eu tive o prazer de estraçalhar com uma faca, mesmo que ainda o deixasse vivo para sentir sua carne queimando.

Antes, aquela dor na cabeça era exageradamente forte e eu estava inconsciente o bastate para imaginar que meu cérebro havia sido arrancado, mas seria, mesmo assim, interessante ser descerebrada e ainda possuir consciência para imaginar isso.

Porém, agora eu tinha consciência o bastante para ver que estava usando não mais minhas botas e meia calça, sim uma daquelas roupas de hospitais que deixam suas partes intímas arejadas, sabe-se lá como chamam.

Senti uma leve pontada na minha cabeça e depois agulhas passar por ela diversas vezes, não senti dor e se estivesse sentindo seria facilmente suportável. Já era impossível contar quantas vezes levei pontos por todo o corpo e até mesmo agulhadas quando eu fiz minhas tatuagens - não que eu fosse um monstro todo tatuado, é de se imaginar que eu teria meu corpo todo esculpido por dragões e demônios ou meus cabelos roxos e avermelhados, mas é fato que quem faz isso são os punk's metidos a rebeldes que na verdade não sabem nem o gosto de um êxtase quanto mais de uma maconha. Eu tinha nada mais que quatro tatuagens, uma feita na prisão em uma das diversas vezes que passei por lá. Eram o símbolo do anarquismo, uma rosa preta e sangrenta, uma estrela de seis pontas rodeada por um círculo e por fim um símbolo que eu desconhecia, mas que parecia bem familiar, o contorno preto, entralaçado e os dois círculos que os seguia. Ficava nas minhas costas, bem onde terminava a região da minha lombar.

Parei de pensar nisso quando não senti mais as agulhadas no meu crânio e notei passos de distânciando e conversas ao longe, pude ouvir quando a freira disse:
- Que Deus tenha pena desta alma. - com certeza se referindo ao meu stripper que com certeza as deixou morrendo de inveja, sabe como é, freiras não podem se dar o luxo de estravazar e as vezes. Eu sorri com o pensamento e senti meus músculos do rosto se contorcerem, mesmo estando intorpecida pela anestesia na cabeça, ainda podia sentí-los.

Quando notei que as freiras se encontravam longe da enfermaria, eu tentei abrir meus olhos, com dificuldade já que a luz das velas encontravam intensas na cabeceira da cama e minhas pupilas já haviam se acostumado com tanto tempo no escuro. Pisquei algumas vezes e consegui abrí-los, vendo, de ínicio, somente um borrão que logo foi se tornando figuras e sombras na penumbra da enfermaria.

Remexi um pouco e tentei me levantar inutilmente. Ao menos podia me sentar e queria muito meus cigarros para dar uma boa tragada agora, mas alguém havia os furtado de mim e isso não iria ficar desse jeito, ah não.

Senti uma luz mais forte se formando na beirada da cama e logo uma figura lívida surgiu das sombras. Luzia fracamente como as velas ao meu lado, mas o suficiente para que eu pudesse reconhecer seu rosto e ver seus olhos azuis me encarando.
Era o fantasma que havia me salvado, aquele mesmo que permanecia parado enquanto o terremoto se intensificava.

Nunca em minha vida, dês de que descobrira poder ver os fantasmas, havia falado com algum. Sempre gritando e cantando para afastá-los de mim.
Mas quando o vi me fitando senti uma necessidade de dizer algo, mesmo que minha voz estivesse desaparecida e minha garganta dura, eu ainda pude buscar lá no fundo sílabas para formar uma frase:
- Decepcionado... Por me ver viva? - falei, a primeira coisa que me veio em mente. Obviamente não foi o melhor e a considerar que minha voz estivesse esganiçada, esperava que ele não tivesse entendido.

Ele disse algo que me fez lembrar que fora ele quem me tirou do palco antes que o mesmo despencasse sobre mim
- Obrigado por me salvar! - disse eu. Na verdade não sabia se estava sendo sincera, afinal, eu desejava morrer. Muito deprimente, mas seria melhor assim.

Não sei se pensei alto ou se ele imaginou pela minha expressão, mas disse algo que me marcou e que me fez pensar até o momento em que Cadence e Katrina invadiram a enfermaria e fez com que o fantasma ao lado da minha cama se desmaterializasse rapidamente.

Eu gemi e me joguei na cama, deitando sobre o travesseiro duro. Tapei meu rosto com o lençol e tentei dormir, sentindo a intorpecência da anestesia tomando conta de mim e ouvindo a voz do fantasma ecoando sobre minha cabeça dormente.
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Sebastian Drake
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? - Página 2 EmptySeg Nov 24, 2008 2:25 pm

Eu, terminantemente, nem sequer imaginava as repercussões macabras que aquela simples noite nublada traria consigo. Era simplesmente impossível de imaginar que um terremoto louco fosse abalar toda a cidade e, ainda por cima, no dia da festa de boas vindas aos alunos do novo ano letivo da Missão. Mas se há algo a que eu havia sido impelido a me acostumar, chamava-se surpresas. Nunca sabemos o que pode vir a acontecer no dia seguinte, no momento seguinte. Mesmo sendo a prova viva de que as coisas mais estranhas e sobrenaturais irrefutavelmente existam, nunca havia conhecido ninguém que previsse o futuro. E creio que a humanidade é a fadada a viver desta forma. Sem saber o que vai acontecer postumamente.

E foi exatamente isso o que aconteceu. As pessoas haviam se arrumado, colocados roubas bonitas, se preparado e aprumado-se para ir para a festa. Mas, ao final, o que aconteceu? O que veio? Pânico, horror e até sangue. Este ultimo item da lista me faria estremecer se eu fosse vivo. Sempre tive uma certa sensibilidade a esse líquido vermelho que os vivos possuem. Não é nenhum trauma ou algo do gênero [até porque na minha morte não houve nenhum derramamento de sangue. E talvez ela teria sido um pouco menos doída ou instantânea se houvesse]. Eu, desde sempre, fui sensível ao sangue de forma um pouco inexplicável até para mim mesmo.

Continuei por perto da garota com quem eu havia dirigido a palavra. Ela parecia ser simpática e, assim como eu, não era muito tagarela. E só de pensar na palavra tagarela eu lembro Dela e suas palavras sem fim aparente.
- Sou Alexis Hoew. Mas me chame de Alex, por favor. – a moça se apresentou.
- Como queira, Alex. Mas Aléxis é um nome bonito. – Fiz este ultimo comentário para tentar abandonar um pouco da atmosfera e inegavelmente pesada que nos rodeava. É claro que meus esforços estavam sendo, obviamente, em vão.
Depois de ter perguntado para a garota ao meu lado se ela achava que a desfalecida ficaria bem, ela apenas respondeu positivamente [ou quase]. E, sem aviso prévio algum, ela simplesmente saiu correndo em direção ao palco, fazendo com que eu a perdesse completamente de vista.

Toda a movimentação em função da moça que eu havia salvado estava ainda maior. Uma morena com aparência desequilibrada e uma loira que parecia um pouco “pê da vida” estavam tentando reanima-la mas, até então, sem sucesso algum. Alguns momentos depois outra loura se juntou e foi, aparentemente, tentar chamar alguém pelo celular. Obviamente não havia sinal, assim como acontecera com o celular de Alex. Tudo aquilo estava me deixando incomodado. As pessoas gritando, o pânico que beirava a idiotice e aquela garota sangrando sem nenhum tratamento correto.
Bem, pelo menos não demorou até que algumas freiras enfermeiras chegaram e a levaram para algum lugar que eu julguei ser a enfermaria.

Olhei em volta sem expressão e cogitei em ir embora. Sim, era melhor eu ir embora dali e ir esvaziar a minha mente. Eu já havia salvado a minha cota de mocinhas por noite. Pelo menos era o que eu esperava.
Andei por entre as pessoas e me preparei para sair para a noite ou algum lugar calmo. Talvez a praia. Bem, talvez a praia não fosse um lugar muito calmo naquele momento, julgando pelo terremoto e a tempestade.
Mas então me ocorreu que seria ainda melhor observar as ondas revoltas e enormes, pedindo para serem surfadas. Sorri ladinamente comigo mesmo.
Antes que eu me ‘tele-transportasse’, entretanto, uma pequena preocupação apareceu na minha mente. E a garota ferida?

Bem, a minha superproteção para com qualquer ser do sexo feminino fez com que eu simplesmente aparecesse na enfermaria. Ela estava deitada [é claro] em uma maca e vestida com uma daquelas roupas que colocam em internados hospitalares. Ainda parecia afetada, apesar de um pouco melhor, já que não estava mais encharcada de sangue.
Permaneci observando-a por alguns momentos, hesitante demais para falar alguma coisa tão rapidamente. Para a minha surpresa, ela abriu os olhos e me viu. Tive ímpetos de simplesmente ir embora, mas talvez não fosse muito gentil da minha parte fazer isso.
- Decepcionado... Por me ver viva? – Ela perguntou, fazendo com que meus olhos se arregalassem um pouco.
- Moça... quem... quem você pensa que eu sou? Pelo contrário, eu estou aliviado em te ver viva. E vim para desejar melhoras. – Era a verdade. Foi quase uma ofensa ela ter pensado que eu torcia para que ela morresse. Era um ultraje. Eu não era desse tipo de pessoa, mas não a julgava por não saber disso. Aliás, ela se mostrou um tanto surpresa pela minha resposta.

- Obrigado por me salvar! – falou com sua voz fraca e esganiçada.
- Você não tem que agradecer. – Minha voz era um pouco fraca. Deliberadamente fraca. Mesmo que eu soubesse que ninguém me ouviria, falar baixo era quase um costume. – Olhei para a moça e sorri fracamente. - Era mais que uma obrigação minha. Juro.

Nesse momento eu ouvi vozes e passos fortes adentrando na enfermaria. E em um segundo depois eu já não estava mais lá. Eu estava na praia, sendo “golpeado” por toda aquela atmosfera forte e densa da noite de tempestade. Sentei-me em uma pedra e simplesmente fiquei lá, contemplando as ondas.
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Alex Hoew
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? - Página 2 EmptySeg Nov 24, 2008 9:07 pm

Eu não ia passar a noite ali.
Não MESMO. Tudo bem houve um terremoto enorme em Carmel, mas eu podia ir para casa sozinha. Se é que você me entende.
Não que eu não zelasse pela minha segurança, mas não me parecia uma idéia fantástica dormir num salão cheio de pessoas que eu não conhecia.
Eu só falara com uma pessoa na festa toda, e ela estava morta.
E sumida, aliás.
Quando eu disparei na direção do palco, sem sequer olhar para trás, eu me senti... estranha. Eu simplesmente odiava sangue, e ter ido até lá para (tentar) estancar a hemorragia da menina não me parecia uma boa idéia.
Principalmente porque muitas pessoas chegaram antes de mim.
Uma menina loira pressionava o ferimento da desfalecida com um pedaço de camisa rasgada.
Eu catei um pano que estava por ali para garantir que o curativo improvisado não escapasse.
A menina loira que fizera o torniquete estava lá, sussurrando algo como "Angel! Acorde!", e eu finalmente descobri o nome da meniina.
Não demoraram muito para levarem-na para a enfermaria, e a multidão de padres/freiras/qualquer-sacerdote-da-igreja-que-use-preto anunciou que iríamos passar a noite ali.
Completamente perfeito. Eu decidi ir até a enfermaria, para ver se eles tinham algum remédio para enjôo, porque, cara, eu estava precisando.
Chegando lá, eu vi a menina-que-quase-morreu-e-eu-não-sabia-o-nome-até-pouco-tempo-atrás gemendo ao ver suas amigas entrarem de supetão no quarto, e a encherem de perguntas.
Eu poderia jurar que vira um resquício desmaterializar assim que entrei no quarto, uns dois segundos depois da loira e a morena.
Ergui a sobrancelha mas deixei para lá. Ele poderia estar querendo fica sozinho, pensar um pouco, fazer as coisas misteriosas que os fantasmas fazem, ou sei lá o que.
Ouvi as meninas pararem de conversar e se voltarem para mim, com um claro olhar de "quem diabos é você?"
- Ah, oi. Eu sou Alex. - disse, acenando. Eu estava super constrangida, e podia sentir minhas bochechas pegando fogo.
Não que eu estava prestando atenção na conversa delas, longe disso.
Eu só não conseguia achar um maldito Advil.
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