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Face a face com o sobrenatural. Baseado na série de Meg Cabot, 'A Mediadora'.
 
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A February Halloween night? Atrama

Deu-se inicio de mais um semestre na cidadezinha de Carmel. Misterios estão sendo, pouco a pouco, revelados e segredos antes bem guardados, estão começando a vir a tona. Bruxos, Mediadores e Fantasmas se encontraram, chocando-se uns com os outros, e sem conseguir evitar os ligigos, as paixões avassaladoras, o ódio ou o amor. E agora? Que escolha você fará?

Bem vindo ao jogo!
Big Brother Carmel
- CALENDÁRIO -


Dia on:
11 de Setembro
Clima: Levemente fresco em Carmel. Algumas nuvens começam a nublar o céu; uma ameaça delicada à uma chuva vindoura.
Horário: Noite.

OFF: Favor finalizar suas ações até o dia 14 de setembro. A partir daí, poderão postar livremente na categoria Big Brother Carmel. Ps.: Só poderão postar os personagens que receberam uma mp da Admnistração.
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Agradecimentos à Meg Cabot, por ceder-nos a maravilhosa série de livros 'A Mediadora', e aos players e jogadores do board.

Proibida a Cópia total ou parcial.
Obrigada.

 

 A February Halloween night?

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MensagemAssunto: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptySex Out 31, 2008 2:00 pm

O corpo docente tanto do Colégio quanto da Universidade Junípero Serra, organizaram um Bile de Boas vindas a todos logo ao fim da primeira semana se aula.
A decoração é bonita, colorida e se encontra no Ginásio. No jardim e em toda a área externa também há decorações e luzinhas coloridas. Há muita comida e bebida [sem alcool, claro. x)] e os responsaveis pela festa fizeram o que estava ao seu alcanse para que os alunos desfrutem ao maximo da festa.
Portanto, sintam-se a vontade e divirtam-se!


2° parte:

Pessoal, vai acontecer um terremoto. Logo nos primeiros posts, socializem mas depois falem sobre o tremor, certo?
O Colégio não vai abaixo, mas os celulares não funcionarão e ficaremos tooodos no escuro! Uma boa deixa para os fantasmas, hein? Sejam dramaticos, entrem em panico e tudo mais!
Vamos deixar isso divertido! \o/
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptyQua Nov 05, 2008 10:40 am

Uma festinha em Carmel...

Eu me pergunto, o diabos era isso? Porque, cara, eu tenho certeza de que as festinhas daquele lugar eram um tanto quanto sem graça, para não dizer piegas. Nenhum trafico de drogas obscuro, nenhuma gangue armando alguma para nerds, e ninguém transando nos corredores vazios.
Uh... E, para quem está acostumada em estudar em uma escola com sessenta alunos em cada sala, é bem anormal se ver em um lugar onde sessenta era o numero total de estudantes do 3° ano.

Contudo, eu me pergunto o que as pessoas DAQUI fazem para se divertir.
Reúnem-se todos os dias às cinco da tarde para um chazinho? Jogam videogame? Críquete?
Bem, pelo menos há a praia. E que praia, devo acrescentar. Beleza a cidade tem de sobra, mas temo que ainda terei de procurar algo interessante que ocupe o meu tempo. Surf parece uma boa idéia. Vou obrigar o Jackson a descolar um Jet Ski, em todo caso.
Mas eu, com toda a certeza, vou acabar enlouquecendo se não fazer algo interessante urgentemente!

Pensando bem, há outro ponto positivo para a cidade... Há fantasmas nela. Muitos, muitos fantasmas. Eu realmente pensei que não haveriam muitos, já que é uma cidade pequena e tal. Em Washington eu encontrava dois fantasmas por esquina, e até ignorava bastante alguns. Por, sabe como é, eu gosto pelo menos de lucrar com algo, saca? De que adianta você se arregaçar todo pra fazer com que um fantasma “descanse em paz” se não vai ganhar nada? Bem, pelo menos eu posso treinar meus socos e chutes sem correr risco de ir para a cadeia ou algo assim. Por que, dã, os fantasmas não podem simplesmente ir na delegacia e prestar uma queixa contra mim. Há, isso é bem legal.

De qualquer forma, eu ergui uma sobrancelha quando soube da festa de boas vindas aos alunos. E passaram os seguintes dias tagarelando tanto sobre o referido evento, que eu não pude de deixar de comparecer nele.
Quando o relógio anunciou as seis e meia da noite, ouvi trovões. E até ri porque imaginei a festa sendo cancelada por causa da chuva.
Mas, isso não aconteceu. Porque a chuva logo se anuviou o bastante para que as pessoas, excitadas com a festa, fossem.
Decidi que daria uma passada lá. Nem que fosse só para comprar uma cerveja e voltar para a casa. Mas aí me ocorreu que aquilo era praticamente uma igreja. Sem álcool, sem musicas, nem strip-tease’s e sem centenas de pessoas se agarrando a cada metro quadrado [Que era as coisas com as quais eu estava irrefutavelmente acostumada a ver].

Já que parece que seria um evento mais ou menos formal[?], eu decidi vestir um vestidinho preto que ia até o meio das coxas [tudo bem, confesso que ele uma bastante até acima do meio das coxas], prendi meus cabelos no alto da cabeça, coloquei uma maquiagem carregada [bastante rímel nos olhos para realça-los] e uma bota de salto fino 10cm.
Dane-se se eu parecia uma roqueira tipo sex appeal. Eu gostava disso.

A essa altura o meu Jipe preto, brilhante e meu, só MEU [não sou obcecada por ele. É impressão sua.] já havia chegado de Washington, então seria uma boa estreá-lo.

Dirigi até o coleginho, esporadicamente topando com algum nas ruas.
Quando lá cheguei, notei que não havia muitas pessoas. Na realidade, só o pessoal do corpo docente e alguns nerd’s que ficavam atrás das barracas de ponche e coisas que se vendem por lá. Todos me olhavam como se, tipo, eu fosse a Carmem Sandiego ou algo assim. Dei de ombros e fui dar uma volta pelo lugar. Afinal, era lá que eu ia estudar, e eu precisava encontrar saídas para eventuais emergências, se é que você me entende.

Hey, quem nunca fugiu da escola que atire a primeira pedra!
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptyQua Nov 05, 2008 1:17 pm

Eu tinha um jogo para assitir na TV, Los Angeles Lakers contra o Boston Celtics porém faltava um dos ingredientes para o jogo, na dispensa eu tinha os salgadinhos, o salaminho, azeitonas e.....cadê a cerveja? Eu tinha comprado no começo da segunda varias garrafas, como ela tinha sumido assim, Cristian? Poderia ter sido mas que provas eu teria contra meu amigo fantasma? Nada além de que ele adora beber cerveja comigo, e sozinho também, mas teve uma sequencia de três jogos dos Lakers....isso explica minha falta de cerveja com mais clareza, oque poderia fazer além de comprar mais, e assim sai.

Eu estava vestindo uma camisa branca, com uma jaqueta de couro preta da Ralph Loren, usando calças jeans Lui Vuitton um pouco rasgadas no joelho, ela era velha eu tinha ela a um ano, e meu tennis All Star preto e branco, segui até a garagem onde achei meu Volvo C30 preto e brilhante (Aquele foi sem duvida o melhor presente que meus pais me deram), olhei orgulhoso para ele e caminhei até ele abrindo a porta e entrando, pude sentir o couro, liguei o carro que rosnou alto aqueles 220 cavalos eram nervosos, abri o portão e segui até o mercado.

As ruas estavam quietas a chuva fraca e fina que caia não deixaria ninguem preso em casa devia haver outra razão para essa falta de vida nas ruas, mas deixei para lá, avistei o mercado e fui estacionando o carro perto da entrada, sai e adentrei ao mercado, não era um mercado grande era um WallMart da vida, fui a seção de cervejas estava em duvida quando a cerveja "Heineken ou Budweiser", resolvi levar três Packs de latas de Budweiser, eu adorava Heineken, mas é bom variar as vezes.Caminhei até o caixa um rapaz com camisa azul e vermelha com um cracha escrito Bob, sinceramente parecia uma camisa de boliche mas quem sou eu para julgar, ele foi educado apenas parecia estar entediado, eu paguei as cervejas e sai, entrei no carro e coloquei a cerveja no banco do passageiro.

Dei a ré com o carro e sai pela rua adjacente a rua principal, essa agora era a rua que passava perto do ginasio da escola. Perto do ginasio vi varias luzes e coisas do genero um certo movimento em direção ao ginasio, será que teria algo no ginasio hoje e eu não sabia, virei o carro e segui até o ginasio, algumas pessoas subiam a pé pela estrada, logo o ginasio se formou na minha frente e estacionei ao lado de um jipe preto lindo, de quem seria tal carro, de ninguem daqui concerteza era muito TRUE para uma capital do sol e surfe.

Sai do carro levando o pack de cerveja comigo, admirei o jipe era lindo mesmo, caminhei para dentro da quadra e minha surpresa por ele não estar todo cheio de luzes e enfeites, algumas poucas pessoas estavam ali dentro já, algumas pessoas atrás de barraquinhas de ponche e comida.

"Hum que clima sinistro" pensei sorrindo, uma festa na minha antiga escola teriam pessoas dançando e bebendo, se agarrando por todo lugar sabe como é né coisa de cidade grande, nem uma pessoa puxava um baseado ou bebia algo alcoolico, exceto por mim que carregava um pack de cerveja, puxei uma latinha do pack e abri com uma mão quando se acustuma isso é facil, olhei em volta algumas pessoas me olhavam curiosas e cochichavam, o pessoas sem oque fazer, vi uma jovem caminhando por perto usava um vestidinho preto que ia até o meio das coxas, cabelos presos no alto da cabeça, uma maquiagem carregada com bastante rimel nos olhos, e uma bota de salto fino 10cm com toda e absoluta certeza ela não era daqui era de uma terra mais sombria e perigosa, ou seja uma das minhas vinham de um lugar onde andar de preto é algo normal e sadio, e nas ruas tinham brigas, pessoas e mais pessoas, era de uma cidade grande de verdade, caminhei até ela devagar, ela me olhou.

-Desculpe, atrapalhar mas oque se passa nesse lugar? - Perguntei olhando em volta. - Oh, como sou rude, quer uma? - Falei ofereçendo uma cerveja. - Meu chamo Thomas Portland.
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptyQui Nov 06, 2008 5:41 pm

É incrível como podemos nos surpreender com certas coisas. Na maioria das vezes costumamos julgar ou pressupor algo, chegando a uma conclusão que costuma ser errônea. Não que eu sempre erre – dã, eu sempre estou certa – mas ainda assim eu consigo ser surpreendida as vezes. Como foi o caso da escola. Ela era mais interessante do que eu julgava inicialmente. Toda aquela aura macabra que envolvia as salas, os jardins e os corredores, era muito excitante. E sim, eu costumo me excitar com o perigo. Adoro a sensação da adrenalina correndo por todo o meu corpo, e acho excepcional quando o sangue dispara em minha veia. Obviamente eu não saio por aí, como uma doente mental, procurando me colocar em perigo. Mas isso se resolve sem muitas complicações, já que eu, irrefutavelmente, sou como um imã para confusões. No lado bom da coisa, é claro.
E isso começa com o fato de eu ver fantasmas.
Acho que todo esse meu gosto por perigo começou com todo esse lance de mediação. Comecei lendo livrinhos idiotas sobre espectros e aparições sobrenaturais e acabei me convertendo em uma verdadeira “caça fantasmas” como no desenho animado. E, sabe, seria bem mais legal se os fantasmas possuíssem mesmo aquela gosma verde que há nos desenhos. Mas fazer o quê... pelo menos eu posso chutar o traseiro deles.

Continuei vagando pelas partes mais escuras da escola. Aquele ar meio velho e abandonado de tudo me fazia gostar de estar ali. Para a minha surpresa, alguns lugares não tinham a porta trancada; como a capela e a cabine onde o Padre ouve as pessoas se confessarem. E é claro que eu entrei lá dentro. Quantas pessoas não falaram de seus pecados ali? Só sei que se eu fosse uma freira, eu totalmente iria para o inferno. Dude, e os padres bonitinhos? Aliás, porque todo Padre tem que ser gostoso? ¬¬ Desperdício, isso sim...
Depois de sair da capela, dei uma olhada na parte externa das salas e vi o cemitério ao longe. Por algum motivo meio macabro o cemitério é bem perto da escola. Bem, na verdade eu acho que não é bem um cemitério. É um lugar onde enterram os membros clericais da Missão.
E foi quando eu estava olhando para lá que vi uma pessoa. Parecia ser um rapaz com seus 18 anos. O que a aura espectral que o fazia brilhar no escuro me mostrou, foi que ele tinha cabelos um pouco ruivos e, obviamente, tratava-se de um fantasmas.
Fiz menção de andar até lá, mas ouvi um barulho e estanquei no lugar. Alguém estava vindo...
Mordi o lábio e decidi não ir até o visitante inesperado. Mesmo que talvez conversar com um fantasma fosse tirar uma fração do meu tédio, ser flagrada no mini cemitério da Missão conversando sozinha não seria bom para a imagem. Não que eu realmente me importasse com o que aqueles caipiras poderiam dizer, mas eu não iria arriscar ser pega por ninguém da Reitoria.

Comecei a andar para o lado oposto; voltando para mais perto da festa.
Agora eu podia notar um pouco mais de movimentação, mas ainda não havia muita gente.
Logo depois de me escorar numa parede que era um pouco afastada do ponto culminante da festa, eu vi outro rapaz caminhando até mim. E só o notei depois que ele estava bem perto.
- Desculpe atrapalhar, mas o que se passa nesse lugar? – Ele me perguntou. Eu meio que olhei pra ele como se ele fosse um marciano, mas ele não pareceu reparar. Ele chegou mais perto, e foi então que eu reparei o que ele estava segurando em mãos. O néctar dos deuses, a elixir da vida, o liquido sagrado. Cerveja.
Meus olhos brilharam e eu, inclusive, me esqueci de sua pergunta anterior.
- Oh, como sou rude, quer uma? – Ele perguntou. Eu só olhei com adoração para a latinha a minha frente e peguei com a mão.
- Tá brincando...– Abri rapidamente e dei um gole.
- Meu chamo Thomas Portland. – Ele disse.
- Sou Cadance. – Eu realmente não estava com saco para apresentações espalhafatosas. – Como é que você conseguiu passar pelos santinhos daqui com isso? Se eu soubesse que poderia trazer álcool para cá, eu certamente traria um barril. –Dei mais um gole gigante. Na verdade a cerveja se esvaiu da latinha como em um piscar de olhos. E olha que eu nem bebo tanto quanto Jackson.
Amassei a latinha vazia com uma mão só [uma façanha da qual eu sempre me orgulhei por conseguir fazer] e joguei-a por trás do ombro.
- Wow, nem te conheço e já deixei você me embebedar. – Foi uma piada, claro. Sorri ladinamente e fiquei ereta. Coloquei a mão nos bolsos – hey, de qualquer forma, obrigada pela bebida. Você não sabe o quanto isso foi bom, julgando a animação da galera da festa. Ironia, ironia, ironia....
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptyQui Nov 06, 2008 7:05 pm

Aquela primeira semana havia passado voando, logo já estava me vendo cheia de trabalhos para fazer, e nem um tempo disponivel para mais nada, não que eu não estivesse gostando de tudo aquilo, ao contrário, para mim era mais uma distração que me fazia realmente não lembrar de tudo que estava acontecendo. E eu realmente não queria me ligar no que estava acontecendo.

Eu sempre achei que, por ter nascido com mais os dons de meu pai, a parte bruxa da família, eu não ia mais ter nenhuma manifestação de outro tipo de paranormalidade, que, no meu caso, era baseado no fato de minha mãe ser uma mediadora. E realmente foi assim nos primeiros anos da minha vida, até há um tempo, pelo menos

Começou há dois anos, mais ou menos, quando eu tive a primeira sensação. Estava com minha prima na casa de praia dela, em Glasgow, quando eu senti uma brusca baixa de temperatura. Eu olhei em direção a ela, mas aparentemente ela não estava sentindo nada. Aquilo ficou na minha cabeça, enquanto eu sentia que a temperatura estava baixa apenas em uma parte concentrada na minha nuca, de repente, eu senti como se fosse um suspiro baixo. Aquilo me deixou assustada, bem, não por ser um suspiro, mas por eu saber do que estava se tratando.Talvez eu, de algum modo, não tinha herdado somente os dons de meu pai?

Aquilo me pareceu um fato isolado, por não ter se repetido em um espaço de tempo de dois meses, mais ou menos, até que as coisas mudaram um pouco. Eu não estava realmente chegando a ver espíritos, falar com eles, como minha mãe, mas eu sabia que eles estavam ali, eu tinha a certeza se o lugar continha ou não, esses seres, e essas sensações estavam aumentado, na mesma proporção que meus medos também. Eu já não estava certa de como proceder com o que eu tinha em mãos, com a minha condição de ser uma bruxa,e agora eu também estava na iminência de não ser isso. E aquilo estava me deixando completamente atordoada.

Tentei ao máximo esconder isso de meu pai, eu não queria que ele sofresse mais do que sofreu quando abandonou tudo para se casar, visto que ambas as famílias eram contra a união deles dois, e, infelizmente, ele não teve muito tempo para ser feliz, por conta disso, eu não queria mais infligí-lo nenhunm outro tipo de aborrecimento como esse seria. Se por acaso minha família soubesse que eu tinha qualquer outro tipo de dom que não fosse apenas o nosso, eu com certeza poderia sofrer retaliações piores do que qualquer outro tipo, desde o banimento de meu pai. As coisas com nossa família apenas começaram a abrandar quando minha mãe morreu, e eu fui dita como bruxa, assim, todos recomeçaram a aproximação, mas, mesmo assim, não tinha nenhum tipo de outro laço maior, apenas um convite anual para reuniões, que tinha sido ''cassado'' com o banimento de meu pai.

Quando então, os acontecimentos envolvendo a mediação começaram a ficar mais ativos, me veio a oportunidade de receber uma bolsa para estudar na Junípero Serra. Eu não pensei duas vezes. Eu podia, finalmente, esconder de meu pai aquilo, enquanto ficava aqui em Carmel, iria poupá-lo de ao menos mais um desses sofrimentos. E essa foi a maior causa para eu sair da Alemanha e vir para aqui.

Por sorte, eu estava me adaptando completamente aqui. Bem, eu não falaria realmente em adaptação, visto que eu não via realmete motivos em me relacionar afetivamente com ninguém, mesmo que apenas de amizade. Eu não queria entrar em qualquer tipo de relação sem honestidade. Afinal, se eu chegasse para qualquer um dizendo que sou uma bruxa, que também, por coincidência, sente espíritos, com certeza iriam me mandar para o Centro de Atendimento Psicossocial mais próximo.

O fato é que minha rotina se baseava em ir para a aula, passar horas na biblioteca, e voltar para casa, algumas vezes, ia até o parque, mas era raro. Quando então, eu recebi a notícia da festa que iria ter, com certeza não me liguei muito, afinal, me socializar pra quê?

POrém, aquele dia eu me acordei diferente. Cansada na verdade, de não ter o que falar, de não ter com quem conversar, alguém que me diga que o Sol é realmente luminoso, que me diga coisas pequenas mas que tenham valor. Ou algo do genero. Bem, talvez esse meu ataque boêmio-depressivo tivesse se dado ao filme que eu vi noite passada, mas o fato é que me arrumei e fui até a tal festa.

Coloquei um vestido azul-escuro, mais ou menos curto. Deixei meus cabelos meio ondulados, e coloquei os olhos bem pretos, marcados, com um gloss clarinho. E fui. Mas quando cheguei num lugar onde não conhecia ninguém pensei em desistir. Seriamente. Olhei para meu carro, e resolvi ficar, onde logo peguei uma água, e me movi para um lugar onde tinham mais pessoas, inclusive, se eu não me engano, um rapaz que pegava alguma aula comigo, mas não tinha certeza.
Bem, nada poderia piorar, certo?
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptySex Nov 07, 2008 8:25 am

Certo.

Antes de mais, eu gostaria de esclarecer que não sou uma pessoa muito dada a festas...
O conceito de estar fechada/barrada no meio de uma multidão de gente nunca me seduziu muito particularmente. Mas, uma vez que nesta festa pelo menos não ia haver muita gente bêbeda -- já que a festa era num colégio de freiras e coisa e tal... -- eu decidi aceder aos pedidos de algumas pessoas e comparecer.

Agora... outra coisa a que eu não sou muito dada... é mostrar as pernas.
Não porque não goste de usar vestidos ou saias; muito pelo contrário. Eu adoro usar esse tipo de coisas!
Mas na escola não. Não gosto de ouvir comentários; fazem-me ficar imensamente vermelha e envergonhada.
Não é uma sensação que eu goste de modo algum.

Para além de que eu simplesmente detesto dar nas vistas...

Só que hoje eu estava-me sinceramente nas tintas para isso.
O que a minha mãe me dissera deu-me confiança -- Deixa de ser tonta Sonia, ora porque é que não deverias vestir saias? É quando fores velha e estiveres cheia de celulite que vais usar? Eu acho que não, mas tu é que sabes... Não deverias deixar que o que os outros te dizem te afectasse.

Não estava a pensar ficar muito tempo na festa por isso não havia mal, certo?
Em último caso podia pedir boleia para o chato do meu irmão, que com certeza estaria lá com a bimba loira de QI = - 235 a que de momento ele chama namorada... É. O meu irmão é um idiota no que toca a garotas... Talvez seja por isso que é o melhor amigo do Webber... -- mas avancemos.

Ignorei a voz gritante na minha cabeça -- que me aconselhava a não vestir nada muito diferente dos meus habituais jeans -- e optei por levar o meu vestido favorito.
É preto, um palmo acima do joelho, justo, mas meio solto na parte da saia. As alças são feitas de croché e há também uma faixa fina do mesmo material abaixo do peito e no decote redondo, que expõe parte da minha pele pálida. Decidi soltar o cabelo, usar uma maquilhagem escura esfumada nos olhos e calçar as minhas sandálias pretas de salto (12cm) de cortiça, que me tornavam mais alta sem magoar os pés no caso de andar de um lado para o outro pelo recinto.
À parte disso eu estava normal.

Coloquei o meu celular, I-Pod, lanterna -- Mediadora prevenida vale por duas -- e um casaco na mala para o caso de subitamente fazer frio. Bem... certamente não foi só isso mas acho que todas as pessoas têm consciência que na mala de uma mulher cabe o mundo... Eu não sou diferente.

- Sonia se queres boleia é melhor mexeres esse rabo até cá abaixo. A Tiff já deve estar à minha espera! - veio a voz impaciente do meu irmão no andar de baixo. Rolei os olhos enquanto punha perfume.

Com que então Tiffany Banks, huh? Pelo menos, Daisy Collins conseguia manter uma conversa inteligente; a Banks limita-se a dar risadinhas irritantes a todo o minuto... Espero encontrar alguém conhecido para não ter de ficar na companhia do grupinho besta do meu irmão a noite toda... pensei franzindo o nariz.

Saí do quarto, despedi-me dos meus pais -- já prontos para dormir... típico u.u -- ouvindo os seus custumeiros 'tomem cuidado queridos' -- e suportando o olhar desaprovador do meu pai relativamente ao meu vestuário, que, a meu ver não tinha nada de mais -- e dirigi-me à garagem com Leonardo a mil à hora na minha frente. Entrei para o lugar ao lado do condutor mas:

- Hey Soninha o que é que tu pensas que estás a fazer? Eu ainda tenho de passar pela casa da Tiff... e ela não vai no banco de trás de certeza absoluta! - Ele pegou a minha mala e atirou-a para o banco traseiro fazendo um esgar ao notar o peso; Não se abstraiu de comentar - O que é que tu tens aqui dentro? Pedras?

Eu revirei novamente os olhos sem dizer nada, enquanto saia irritada do carro e me sentava com tudo no banco traseiro.
Quando Tiffany entrou no carro -- parecendo mais lerda e vulgar do que nunca, devo acrescentar -- murmurei-lhe um 'olá' entre-dentes e dei-lhe o melhor sorriso falso que consegui arranjar.
Obviamente; ela é demasiado burra para entender esse tipo de coisa... mas o meu irmão não e por isso lançou-me um olhar de aviso pelo espelho retrovisor. Encolhi os ombros e olhei pela janela durante o resto da viagem.
Passados uns quinze minutos chegámos ao parqueamento da escola.
Despedi-me -- era melhor ir-me embora antes que aparecesse o resto daquele grupinho de idiotas -- mas nem o meu irmão nem a Banks ligaram muito; estavam demasiado ocupados a trocar germes no banco da frente.

Urgh. Pelo menos podiam ter esperado até estarem sozinhos... - Pensei enojada, andando até onde estavam concentradas as outras pessoas.

Parei no meio do recinto, estudando o lugar para ver se achava alguém conhecido ou, caso não visse ninguém, decidir para onde ir...
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptySex Nov 07, 2008 2:39 pm

- Desculpe atrapalhar, mas o que se passa nesse lugar? – Falei a olhando - Oh, como sou rude, quer uma?

Ela olhou com adoração para a latinha nas mão dele olhos brilharam, e ela a pegou da mão dele.

- Tá brincando...– Abriu rapidamente e deu um gole.

- Meu chamo Thomas Portland. – Eu disse me apresentando.


- Sou Cadance. –Ela falou curta, não parecia o tipo de garota tagarela que tinha por aqui, gostei disso nela, pessoas tagarelas irritam. – Como é que você conseguiu passar pelos santinhos daqui com isso? Se eu soubesse que poderia trazer álcool para cá, eu certamente traria um barril.

-Onde diz que não pode? - Falei olhando em volta. - E cá entre nós sobrevivi em Los Angeles, não seriam freiras que ia me colocar medo.

Ela deu um gole grande na latinha esvaziando essa com falicidade, "concerteza ela não é daqui" pensou, parecia acostumada a beber ela pegou a latinha e amassou com uma das mãos, jogando a latinha por cima dos ombros, essa fez um barulho seco ao aterrisar no chão, oque atraiu a atenção de algumas pessoas em volta.
"Oh gente sem oque fazer, vão dançar e larguem a gente em paz" pensou olhando para as pessoas de modo desinteressado.

- Wow, nem te conheço e já deixei você me embebedar.

-Não acho que isso fosse o suficiente. - Respondia a ela.

Foi uma piada, ela não ficaria bebada assim tão facil, ela sorriu ladinamente, era um sorriso bonito, e ficou ereta colocando as mãos nos bolsos, alguns rapazes a olhavam de longe, mas pela aparencia dela, seus jeito e atitudes, eles iam ficar mesmo só olhando.

– Hey, de qualquer forma, obrigada pela bebida. Você não sabe o quanto isso foi bom, julgando a animação da galera da festa.

Sim uma galera muito animada estava ali, já tinha visto funerais mais animados, mas fazer oque era a cidade, era esquisito quando se estava habituado a ver pessoas beberem, gritarem , brigarem, criarem confusão, serem animadas e caia-se de para-quedas nesse lugar quieto e morno.

-Imagino que de onde você veio é muito mais agitado. - Falei bebendo a segunda latinha. - Julgando pelo bom gosto de se vestir, não poderia ser de Camel.

Agora o salão estava mais movimentado que a uns minutos atrás, algumas pessoas falavam alto, iam as barraquinhas, alguns "valentões" mexiam com os nerds, mas era uma brincadeira banal e estupida deles, não tinham graça.

-Oque trouxe você a Camel, Cadance? - Perguntei interessado na unica coisa não monotona naquele lugar. - Eu vim fazer faculdade direito, direto de Los Angeles como disse antes.

Ele olhava desinteressado pelo ambiente ainda quando algo prendeu sua atenção, "Ela", a garota que sentava a sua frente em algumas aulas estava vestindo um vestido azul-escuro, os olhos bem demarcados resaltando a sua beleza, e os cabelos caindo ondulados era linda, "Como é o nome dela...é algo como Alle...Alle..Allegra" o nome veio de subito a mente dele, "Isso Alegra!".
Por que esse subito interesse? era algo que ele não entendi, mas oque mas o surpreendeu foi sua proxima ação sem pensar direito ele, levantou o braço e acenou para ela a chamando.
"Por que estou acenando?" pensou consigo mesmo, " É por que ela pareçe deslocada, não posso deixa-la ali deslocada no meio desses caras", mesmo sem entender a subita preocupação, ele permaneceu ali, ao lado de Cadance, já havia abaixado o braço e apenas esperava agora.
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptySex Nov 07, 2008 5:17 pm

Bem, eu não creio que eu possa ser chamada de pessoa realmente amigável, afinal , eu não ando por aí com um séquito de ''amigos'', mas isso talvez tenha se dado ao meu passado familiar, ou melhor, se eu fosse a um psicanalista, com certeza, iria regredir até o loco do tempo onde isso ocorreria, e me veria na esfera familiar, com todas os problemas que um bruxo e uma mediadora vivendo em conjunto pudessem obter. O fato é que eu não tinha realmente 'amigos' nessa minha nova esfera, e eu não estava realmente incomodada com isso, afinal, uma coisa que eu realmente prezo em toda e qualquer equivalência de realacionamentos, é que se haja uma perfeita sinceridade, e eu creio que ninguém iria acreditar no momento que eu revelasse os meus ''dons''.

O fato é que eu também tinha uma parcela de personalidade que me indicava a ser assim, na verdade, fui taxada de ''grossa'' e ''estressada'' diversas vezes. Mas bem, não é por mal,é que simplesmente não sou todas sorriso e não gosto de conversinhas bestas no pé do meu ouvido. Portanto, sou daquelas que cortam logo o mal pela raiz, ou seja, corto a conversa sem antes chegar em qualquer parte que me faça depositar meus 5 dedos nos malares de alguém. Simples assim.

O fato é que eu não era realmente sociável, e isso se traduziu nos dez minutos que eu passei, apenas ouvindo bobagens de um certo grupo de rapazes que se postava em um lugar longe dos olhares das freiras que estava fazendo as rondas pelas festas, evitando que os alunos se portassem de maneira totalmente indevida e indecorosa [coisa que, pelo visto não estava fazendo lá muito efeito, visto que algumas criaturas conseguiam burlar o 'sistema' do colégio, e estavam carregando possíveis contenções de álcool em garrafas e latinhas.]

Bem, então, eu pensei sinceramente em dar meia-volta, e pegar meu C3 de volta ao apartamento, porém, algo me chamou a atençao, fazendo com que eu parasse, momentaneamente, de pensar em voltar.

Alguém, não muito longe, levantava a mão. Eu olhei para os lados, como se procurasse alguém que fosse realmente o receptor de tal aceno, mas, não tinha ninguém. Apertei o olhar, para que pudesse ver realmente a pessoa [visto que eu tenho um grau acentuado de miopia, e estava sem meus óculos naquele momento].

Eu percebi que era um rapaz, que estava acompanhado de uma garota. Em primeiro momento não percebi quem era, até que me lembrei do rapaz da Faculdade. Bem, como dito previamente, eu não sou sociável, por isso não conheço as pessoas, mas, com aquele, eu já havia trocado algumas palavras. Ele se sentava perto de mim, e uma ou duas vezes pediu para tornar a falar alguma explicação.

Não podia dizer que ele não me chamava a atenção, afinal, era um rapaz muito bonito, mas eu fazia questão de interceptar qualquer sentimento assim, e colocar na cabeça que eu tiinha mais o que fazer.

Eu fiquei pensando no porquê dele estar me chamando para se juntar a ele e a [namorada?]..mas bem, como a ida à festa, eu estava me dirigindo até Thomas [sim, sera esse o nome dele, segundo a chamada, ao menos] e à garota, eu cheguei até eles.

-Olá gente!

Dããã...

Eu sei que eu podia ter falado mais muito mais mas a minha retórica não estava muito boa naquele momento.
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Kelly Prescott
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptySáb Nov 08, 2008 9:01 pm


Just a reflection ;
Reagir criativamente mostra que os problemas que são importantes para os outros também são importantes para nós. Não se deve subestimar, ou menosprezar, o medo e a perturbação que uma pessoa sente. Reagir com desdém ou irritação é uma demonstração de puro egoísmo. Para mudar esse quadrinho bizarro o primeiro passo é admitir o fato e refletir sobre ele. Como por exemplo, quando você bate aquele papo consigo mesmo e acaba descobrindo todos os seus defeitos; reconhecê-los é o primeiro passo para eliminá-los. Depois é preciso descobrir quais são realmente nossos sentimentos e buscar nossa individualidade e felicidade, o que nem sempre é muito fácil, mas é uma busca válida. Só então podemos demonstrar que alcançamos a plenitude ou então, encontrá-la dentro de nós. É um fato que a plenitude existe dentro da gente. Que a possuímos é certo, mas trazê-la à tona é outra história. Um exame rápido e honesto dos nossos sentimentos muitas vezes é o que basta para nos lembrarmos que é sim possível ficar com a mente livre de conflitos, medos e preocupações. Normalmente é preciso bem mais do que isto, mas ficamos tão presos aos nossos sentimentos de correção, de certeza, de irritação, cinismo e afins que esquecemos que podemos sentir as coisas de um modo um pouquinho diferente. Tudo se trata de uma prisão emocional que nós mesmos criamos e que nos leva a perder inteiramente a fé no amor duradouro, no comprometimento e na paz. Nos coloca naquele mundo preto e branco do qual acabamos nos acostumando. A sensação é de que passamos de um problema para outro, e assim sucessivamente. Mas é só abrir os olhos e mudar o foco, e assim, as soluções aparecerão.

Fazer terapia mexe com a cabeça da gente. Mas eu diria que mexe de um jeito bom. Saí daquele consultório decidida, pronta pra mudar determinados comportamentos. Na teoria é bem fácil, era colocar os pensamentos em prática e ponto. Já na prática, era tudo um tanto mais complicado. Ainda mais se tratando de... Mim? Bom, nunca foi muito atraente admitir mas sim, sempre fui o tipo certo de pessoa errada. A garota errada em quase todos os sentidos possíveis, mas ser assim nunca foi um problema, pelo menos até agora. Eu estava certa de que assim que pisasse na escola e visse os preparativos que eu mesma ajudei a organizar para a festa de Hallowen todos os meus planos de mudança escorreriam água a baixo, mas enquanto a animação da noite ainda não me dominava por completo, eu caminhava e filosofava sobre o meu jeito de ver a vida. Naquela semana em especial eu estava vendo problemas em tudo. De acordo com o Sr. John Smith, meu psicólogo, o quarentão bem sucedido com quem eu conseguia ser eu mesma sem ter medo de ser julgada, o comportamento se devia ao stress moribundo causado pela carência paterna. John filosofou durante horas sobre o ‘você atrai aquilo o que pensa, se procurar coisas ruins, vai achar coisas ruins’ e de certa forma aquilo tinha causado efeito. Enquanto o taxi se aproximava de casa, ia pensando que os problemas me atingiam na medida das minhas preocupações. A chave para se alcançar a fluidez, o repouso e a liberdade interior a que eu tanto buscava secretamente, não era a eliminação das dificuldades externas, mas sim o desapego ao padrão de reação a essas dificuldades.
Festa estranha com gente esquisita...

Nem preciso mencionar que parte de mim pretendia levar aquele sermão a sério, deixar a festa de lado e meditar a noite toda. Mas eu não seria, ãhn... Eu, se o fizesse. Não é querendo me gabar, mas já me gabando, uma festa não era uma festa quando eu não estava lá para encerrar a noite com chave de ouro, como costumava fazer depois de virar alguns copos. Falando em copos, pensar tanto na vida dura já estava dando dor de cabeça, parecia um pouquinho mais simples afogar os problemas em uma taça. Embriagada seria muito mais fácil não pensar neles. Era o que eu achava, e de acordo com a criação que recebi, é preciso ir atrás, lutar, afinal de contas, tudo nasce de uma idéia nessa vida. E quando desci do táxi e abri o portão minha idéia era: vestir a melhor roupa que poderia, ficar linda de doer para aumentar os imensos olhos gordos em cima de mim e... Me divertir até não agüentar mais. Acho que ambos concordamos que não foi a idéia mais sábia que uma menina tão culta como eu poderia ter, mas foi uma idéia e tanto...

Em algumas horas depois, o tempo que uma senhorita fina e elegante como eu leva para ficar ainda mais bela do que já é por natureza, lá estava eu. A combinação perfeita: gente bonita, bebida e música boa. Lembrando que toda regra tem sua exceção. Nem tudo ali era do meu agrado, mas era o bastante para dar uma animada. Refrescar as idéias, literalmente. Entrei com aquele andar superior de sempre, ainda não tinha conseguido me livrar dele, logo ELE, o principal culpado pela minha fama de chata. Mas em fim, abri as portas com a maior delicadeza que pude e com o olhar observador de sempre constatei que a festa não estava lá grande coisa. Falta algo ali, ou melhor, faltava... A responsável por animar aquela bagaça já estava ali e o nome dela? Kelly Prescott, prazer. Me lembro que entrei e fui logo para a mesa de bebidas, quanto mais rápido esquecesse dos problemas, melhor. Sim, John me mataria mas eu me conhecia o bastante para saber que não conseguiria ficar sóbria quando a noite chegasse ao fim. Não é fraqueza, o nome certo é juventude, aquela época da vida pela qual todo mundo passa e tolos os que não a aproveitam bem. Não me imagino uma quarentona infeliz carregando aquele velho sentimento de 'e se...' . Definitivamente eu não me imagino assim. Podemos chamar também de auto-conhecimento. Eu, Kelly, me conheço o bastante para saber que não aguentaria me manter longe daquele líquido sedutor. Assim, Peguei um copo, o primeiro que vi na frente. Então, depois de dar um gole faminto da bebida cor-de-rosa ainda não identificada, encostei na mesa e soltei um daqueles longos suspiros de alívio. Fiquei observando as pessoas por algum tempo; grupinhos felizes se comunicando verbalmente, outros se comunicando fisicamente nos cantinhos mais reservados... Cada um se comunicando na forma que achava mais fácil ou mais atraente. Me divertia apreciando os apuros micosos nos quais meus amados coleguinhas se metiam de minuto a minuto. Que desastre. De qualquer forma, era só esperar, hora ou outra as pessoas mais chegadas dariam as caras... Era o que eu esperava...
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptyDom Nov 09, 2008 10:23 pm

- Imagino que de onde você veio é muito mais agitado. Julgando pelo bom gosto de se vestir, não poderia ser de Camel. O que trouxe você a Camel, Cadance? Eu vim fazer faculdade direito, direto de Los Angeles como disse antes.

Puta que pariu, aquele cara falava muito. Bem, eu também já fui assim em uma época remota. Quando eu vivia em uma cidade decente e estava sempre rodeada de pessoas igualmente decentes. Não que ele não fosse decente. Parecia ser alguém bem legal julgando pelas cervejas que ele, de forma genial, havia levado para a festa. E afirmo com convicção que aquela fracionária quantidade de álcool ingerido por mim me fez melhorar um pouco o humor. Não que eu ficasse bêbada com tanta facilidade – acredite, eram precisas muito mais latinhas para me deixar bêbada – mas só de ver uma bebida decente já era digno.

- É, eu sou de Washington. Fui obrigada a vir pra cá depois de meu pai ter decidido se aposentar – fiz uma careta aborrecida e olhei em volta – Jackson Fox, você deve conhecer. – Quem nunca havia assistido uma luta do celebre lutador de boxe mais famoso dos Estados Unidos? Modéstia a parte, eu havia herdado muita coisa dele. – Você é bem louco de deixar LA para vir para cá hein? – Eu conhecia Los Anjeles, pois meus pai já havia lutado lá umas trocentas vezes. A cidade era bem legal. Dei um meio sorriso para ele e vi mais pessoas chegando na festa. Ainda era bem cedo, mas eu esperava realmente que a festa não ficasse só naquilo.
Percebi que o olhar do tal Thomas estava em uma garota de expressão meio auto-inferiorizada. Julgando pelo olhar, parecia que havia um frissom rolando. Quase ri.
Ele acenou para ela e a garota, quando no viu, decidiu vir até nós. Eu ergui uma sobrancelha quando a vi chegar perto e depois soltar um sonoro “olá gente!”. Thomas sorriu, meio lesadão e a cumprimentou. Eu dei um leve aceno de cabeça e dei um gole na nova latinha de cerveja que eu mantinha em mãos.
Por um momento ouve silencio entre nós, então eu aproveitei a deixa e decidi que era melhor sair pela tangente do que ficar ouvindo qualquer coisa que eles falassem e que, eu sabia, não fazia muito parte do meu mundinho. Até porque eu ainda não estava na faculdade.

- Vou para o salão, tá? – Falei com eles – Divirtam-se aí. Ou o que for – dei de ombros. Caminhei alguns passos para o ‘cume’ da festa, mas então fiz uma careta cômica até para mim mesma e fui novamente até o Thomas. Ele, muito possivelmente, já sabia que o meu interesse estava na cerveja, então me ofereceu uma das ultimas. Dessa vez enderecei um sorriso genuíno a ele e peguei a latinha. – Valeu, Thom. A gente se vê por aí. – Fiz mais um aceno com a cabeça para eles e me retirei enquanto abria a latinha. O barulhinho do gás se esvaindo pela pequena saliência por onde eu dava os goles, era sonoramente reconfortante. Barulhinho santo... Se bem que não havia nada de santo em cervejas, eu sabia.
Fui até uma das extremidades opostas do salão, ignorando o olhar da Madre Enestina; que parecia, por sua vez, lançar alfinetes na parte lateral da minha cabeça. E isso só com o olhar. Imagina a língua ferina que a megera tinha. Mas, dane-se. A língua dela poderia até ser ferina, mas a minha era brutal. Se ela viesse encher o meu saco, só iria receber umas boas verdades.
Cheguei até perto de uma das mesas de bebidas e comidas e, depois de clandestinamente afastar algumas bandejas e ponche, sentei-me em cima de uma delas. Isso me dava uma boa visão para o salão e eu mantive o meu olhar passeando por todo o ambiente.
Depois de algum tempo uma loira com aparência – falsamente – superior entrou; olhando todos como se fossem vermes, súditos ou algo assim. Até que se vestia bem, mas não era, nem de longe, o estilo nova-iorquino ou de Washington. Naquele pequeno intervalo de tempo em que havia chegado àquela cidade, eu notei que havia muita diferença entre uma pessoa bem vestida da capital e uma bem vestida do interior. Eu, particularmente, acho que os da capital são muito mais elegantes. Já os das cidades menores da Califórnia, pareciam adorar umas cores claras como bege, branco, marrom ou cor de rosa. Urgh. Preto é vida. Preto é arte. Preto é simplesmente... preto. Perfeito para todas ocasiões e momentos, proporcionando elegância garantida.

De qualquer forma, a loirinha parecia se sentir bastante superior ali. Alguém havia comentado comigo o nome dela, mas eu estava ocupada demais odiando qualquer coisa para que prestasse atenção nisso. Além do mais, ser digno da minha atenção exige distinção, coisa que pouca gente naquele buraquinho tinha. Era sempre a mesma coisa. Sempre.
A garota parecia ser uma das populares do Colégio. Lembro de tê-la visto com alguns garotos no intervalo. Muitos deles, inclusive, virem me dar ‘oi’ e me cumprimentar por ser nova no lugar. Certo, eu totalmente sabia que a razão de eles estarem me babando era o fato de eu estar com uma de minhas micro-saias e a inseparável bota. Sempre preto claro. Aparentemente, a loirinha não gostou que os amiguinhos dela também haviam me dado atenção, mas eu também não dou uma merda por isso. Aquele bando de carinhas com expressões submissas e infantis que fizessem o que quiserem e ela também. Eu pouco me importava com o que quer que falassem de mim ali. Já tinha até ouvido que as pessoas estavam espalhando que eu era uma delinqüente obcecada por violência ou algo assim. É claro que eu piorei tudo propositalmente, alegando a uma garota que eu sabia ser bastante fofoqueira, que eu havia passado dois meses em uma clínica de reabilitação em NY. E depois dei boas gargalhadas com isso, é claro.

Olhei em volta e constatei que a loira não estava muito longe de mim. Na mesa seguinte bebericando alguma coisa que tinha um valor parcialmente nulo de álcool. Dei um dos últimos goles na minha latinha adorada de cerveja e engoli devagar; aproveitando cada gota e sabor. Nessa hora uma musica mais legal começou a tocar e eu até ergui uma sobrancelha, completamente estupefata por descobrir que sabiam o que era música ali.
Como sou meio estourada, simplesmente fui para o meio do salão e comecei a dançar. Não havia muita gente no salão, e o pessoal que lá estava parecia tecer uma linha invisível que dizia: Lado feminino / Lado Masculino. É, todos estavam meio separados.
Eu simplesmente comecei a dançar normalmente, obviamente ignorando tudo e todos.
E putz, foda-se, saca? Se é para se divertir, vou fazer isso nem que seja comigo mesma!
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptySeg Nov 10, 2008 4:11 pm

- Phillip, querido, venha cá! - eu ouvi minha mãe gritar da sala. Levantei-me da cama, onde tinha estado deitado durante a meia hora anterior inteira, ouvindo musica e pensando em como eu tinha azar por ter de viver em Carmel e não pider estar com meus amigos. Minha vida estava um autentico tédio desde que eu me tinha mudado para Carmel com minha familia... Sem festas ao Sábado nem nada de interessante para fazer, minha vida, na ultima semana, tinha-se resumido a ir para a faculdade e depois voltar para casa e ficar lá o resto do dia, sem nada que fazer. Emocionante, não é? ~

Cheguei á sala e sentei-me no sofa, ao lado de minha mãe, esperando o que ela tinha para dizer. - Então filho, voce vai na festa que o Colégio e a Universidade vão organizar hoje? - epa, festa? Qual festa? Ah ok, esqueci que estou em Carmel... Aqui a ideia de festa deve ser jogar bingo com os residentes o lar da 3ª idade... - Não tinha ouvido nada ainda, mãe.. Mas não devo ir, de qualquer forma. Deve ser ainda mais tedioso do que estar em casa... -totalmente verdade... Ah, mas ela não acreditou -Não seja assim, Phillip! Você não sabe isso... E era uma oportunidade para conhecer algumas das pessoas daqui... - oh sim, porque elas também devem ser tãooo interessantes... - Pronto mãe, ok, eu vou... - pff, vejam só aquele sorrido vitorioso na cara dela... - Mas se aquilo for horrivel eu volto logo!- e vai ser... -- Ok, ok... Mas então vá e se divirta! - sim porque,meu deus, todos aqui têm mesmooo cara de pessoas que apreciam divertimento...

Então voltei ao quarto e continuei a ouvir musica até que estavam em alturas da... vou chama-la de festa, á falta de melhor designação. Me vesti bastante normal, com uns jeans e uma camisa, peguei minha moto e fui para a "festa". Não havia ainda muita gente e nenhum fantasma á vista... Não disse? Cidadezinha tediosa... Dedidi vaguear por ali e procurar alguma coisa minimamente interessante para fazer...
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptyQua Nov 19, 2008 9:01 pm

Eu estava jogada nas ruas molhadas de Carmel, quando um brilho me chamou a atenção, prossegui com minha caminhada, com a mãos nos bolsos e o andar lento, na penumbra da noite - que, particularmente, eu adorava -, até que vi as luzes mais fortes e os enfeites aparecerem em frente a um portão grande de uma construção antiga que não pode destinguir de imediato.

Mas que fique claro: eu amo festas. Por motivos simples: Sexo, droga e rock'n roll.

Só um problema: eu sou nova na cidade - vim de Boston e, claro, ainda não me acostumei com a tranquilidade daqui -, então, obviamente, não podia me dar o luxo de invadir a festa e aprontar uma das minhas - que seria, no caso, dançar, beber e ficar louca. Mas, podia me divertir até onde o controle - ou a falta dele - me permitisse.
Só me expantei em ver que uma cidade, minúscula e podre como essa, poderia ter festas como tal. Imaginei se lá teria diversão ou um bando de senhores jogando xadrez, de qualquer forma eu faria os velhos felizes e até descolaria uma grana quem sabe.

Olhei bem para a construção e notei uma torre, logo destinguindo como capela.
- Mais que droga! - disse, para mim mesma - Uma festa religiosa, tudo o que eu mais queria! - ironizei, passando em frente porta e rondando os fundos. Bom, ficar jogada na sarjeta eu não ficaria e seria difícil achar alguma coisa que prestasse nesse rascunho de cidade.
Percebi, mais adiante, que não era uma igreja ou algo do tipo, quer dizer, era algo do tipo, uma escola, uma escola com nome de um Padre. Lembrei do meu educandário e senti um leve arrepio, não de medo, de prazer é claro.

Pensei se ali teria bebida e homens, com certeza vinho e padre, mas para mim já era o bastante, quem sabe eu não daria um sopro de vida para o que quer que estivesse debaixo daquelas batinas calorosas dos padres? "Seria interessante" - pensei, mordendo minha boca, enquanto parava em frente a um muro enorme, nos fundos do colégio, onde eu podia ouvir uma música clássica tocando baixinho. Música clássica é o caralho, será que ainda não apresentaram Apocaliptica ou Iron Maden para os padrecos e freiras?
Tirei as mãos do bolso do meu sobre-tudo preto e coloquei-as sobre a árvore, fazendo impulso, para que meus pes alcançassem o muro. Escalei a árvore e depois pulei para a borda do muro onde me sentei para ter uma vista mais ampla da pequena festa que ocorria.
Pude ver ao longe uma estátua de um padre e algumas pessoas a circundando, logo notei que eram alguns turistas, que já iam embora para que a festa pudesse dar seqüência.
- Uma escola um tanto quanto renomada. - refleti, passando a língua sobre os lábios - E se eu mudasse isso? - perguntei a mim mesma rindo alto.
Saltei para a parte de dentro do colégio, notanto, tarde demais, que era um muro alto. Quando vi já estava de quatro, estirada no chão.
Corri para um arbusto, com risco de que alguém me visse.
Seria muito constrangedor, afinal, o que pensariam se vissem uma garota, com um sobretudo, um short jeans, uma meia calça preta e um top igualmente preto passassem por eles? Sem contar a minha bota de salto (15cm) agulha e a minha maquiagem - batom vermelho e sombra preta.
Muito na moda sim?
Até que o dinheiro dos assaltos que eu fazia andavam rendendo. Aquela cidade tinha coisas interessantes para traficar, mesmo que não tenha achado nenhum traficante de drogas ou coisa do tipo.
Corri para um canto e me escondi em uma das colunas do corredor, onde logo a seguir era o patio e a festa rolava solta.
Tão solta que só via algumas pessoas por lá, pensei em animar com algum strip ou dança erótica, mas acho que o som não me ajudava muito. Se eu pudesse persuadir o DJ talvez resolvesse, mas duvido muito que tivesse um DJ.
Olhei mais atenta e notei a decoração simples e aconchegante do local, luzes e flores, comida e bebida, até que haviam caprichado. Seria melhor se servissem Whisk, mas seria pedir demais.
Desencostei da coluna e andei pelo meio das pessoas, notando alguns olhares, comi um bolinho e fui me sentar no banco mais próximo, notando um brilho ao meu lado se materializar em uma pessoa.
- Será que não posso comer um bolinho em paz? - perguntei de boca cheia e vi o espectro, de cabelos ruivos, se aproximar. Virei meu rosto e me levantei, indo me alojar em uma das colunas que seguravam o teto dos corredores daquele grande colégio.

Notei, logo mais adiante, um garoto de cabelos negros e olhos azuis, se ele estivesse segurando um exemplar do New York Times talvez eu reparesse mais em sua beleza, mas o que me chamou a atenção foi a latinha que ele carregava.
O eligir sagrado: alcóol!
Meus olhos brilharam e senti minha boca seca, não pensei muito, logo me aproximei sem que percebesse e me prontifiquei atrás dele, escondida em uma outra coluna do corredor.
Ergui as mãos aos céus - não que eu soubesse rezar - e agredeci por aquela garota, de vestido azul, o estar distraindo, enquanto ele babava sobre ela, tive tempo de me concentrar nas duas latinhas que tinha aos seus pés e pude aproximar minha mão para pegá-las dispistadamente. Sorte a minha que tinha rapidez suficiente para que ele não notasse quando me levantei correndo e ergui a latinha para cima, comemorando.
- Ehh! - comemorei baixo de mim para mim, abrindo o lacre e tomando um grande gole, para acabar com a sede. Soltei o ar e gemi quando senti o prazer do alcóol inundando minha garganta e queimando minha faringe.

Quando abri os olhos olhei diretamente para o ponche em cima da mesa, sem notar duas pessoas enconstadas nela.
Tentei chamar menos atenção possível enquanto atravessava o pátio e alcançava a mesa com bebida. Me encostei perto do ponche e murmurei:
- Que tal tornar as coisas mais interessantes? - olhei para o lado e depois me virei, despejando o líquido amarelado da cerveja dentro do ponche cor de rosa. Coloquei uma mecha insistente do meu cabelo atrás da orelha e quanto acabei com a bebida na latinha, amassei-a e a joguei fora, depois mexi no ponche com a colher e misturei as cores para que não notassem.

Eu ri alto e depois calei-me, vendo os olhares das duas garotas na mesa direcionados a mim.
Revirei os olhos e voltei a caminhar pelo pátio, sendo intercepitada, bruscamente por uma freira, gorda, que carregava uma cruz pendurada ao pescoço:
- Quem é você? - ela perguntou agarrando-se ao meu braço. Lancei-lhe um olhar raivoso e puxei meu braço com tanta força que ela se desequilibrou para trás.
Tinha sorte de ser uma freira e menor que eu, pois do contrário teria realmente apanhado. Não que eu temesse sair espancando freiras mal-criadas, não mesmo, eu adoraria enfiar meus dedos na sua cara, mas não estava afim de chamar a atenção, lancei mais um olhar de fúria e me dirigi para o mesmo canto em que me escondera. Queria me divertir com aqueles adolescentes caretas caindo da cadeira de tão bêbados que estariam.
Aliás, quem iria adivinhar que o ponche estava batizado?

Gargalhei alto me escondendo na coluna e virei-me de costas para ela, cruzando um braço acima da cintura, fiquei fitando minha mão por uma momento, olhando minha unha comprida e preta. Cruzei o outro braço, também acima da cintura e comecei a olhar além das paredes antigas da Missão - como descobri que se chamava o colégio.

Memórias invadiram minha mente.
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptyQui Nov 20, 2008 12:12 pm

Eu estava em Carmel havia poucos meses, e nunca fora a festa nenhuma, seja da escola ou não.
Porque, sinceramente, era um colégio católico, então não haveria muita chance de diversão genuína.
A única festa que eu me prontifiquei a ir foi a de Halloween.
E só porque eu não queria aturar minha mãe no dia do meu aniversário.
É irônico o fato de que eu, uma bruxa, nasci no Dia das Bruxas, mas ninguém comenta muito isso. Ao menos, não na minha frente.
Como se eu não tivesse problemas suficientes - como aquela coisa de ser mais sensível aos fantasmas, por exemplo -, mamãe estava querendo que eu "me enturmasse".
Não que eu não ame mamãe ou papai, ó que as vezes eles cobram MUITO de mim. Quer dizer, essa cidade não é interessante. Eu estou acostumada com "AS" baladas de Paris, Milão, Praga, Londres. Não com uma festa colegial numa cidade minúscula.
Mas não custa tentar, não é? De repente, indo para essa festa, eu consiga conhecer alguém legal.
E isso pode tornar minha estada em Carmel um pouco menos insuportável.
Estou cruzando os dedos para que isso seja possível.
Afinal, não deve ser tão difícil fazer amigos aqui. Mamãe me disse que essa cidade está infestada de Hoews, Wildes, Goods, e todas as outras Famílias.
Mas parece que ela esqueceu-se de dize que também está cheida de fantasmas e mediadores.
Que seja.
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptyQui Nov 20, 2008 12:42 pm

Às vezes é um pouco difícil se divertir, por mais que você esteja realmente a fim, e as circunstancias sejam favoráveis. Além do mais, o clima influencia bastante em qualquer ação que você faça, e só digamos que o clima de enterro daquela festa não estava lá dos bons.
A musica que eu havia dançado logo acabara e fora substituída por uma apavorante melodia clássica que tinha por autor alguma pessoa morta que eu realmente não estava interessada em saber. Eu rolei os olhos e bufei de raiva. Na verdade creio que foi mais por tédio. E eu pensando que a festa seria divertida...
De onde eu havia tirado isso mesmo?
Ah, lembrei, das cervejas do Thomas. Mas logo as cervejas acabaram e lá estava eu, completamente entediada enquanto a maioria dos alunos estavam se divertindo parcamente. Bem, tenho certeza de que os únicos alunos que conseguiam se divertir em um clima de enterro eram os nativos de Carmel, sempre acostumados à mesmice a ao enfadado clima. Pobres coitados...

O lugar agora estava mais cheio de pessoas. Da mesa de bebidas eu observava as pessoas e seus micos idiotas. Vi alguns garotos fortões sacaneando alguns nerds fracassados e até cogitei em ir procurar confusão, mas decidi pelo menos tentar me comportar “normalmente” naquela noite. Lê-se, não quebrar o nariz de ninguém. Mas digo uma coisa, era realmente tentador dar um belo soco nas fuças de um daqueles fortões metidos a besta! Na realidade eu tinha vontade de socar bastante gente ali. Todos usando bege, rosa, branco ou cores assim. Urgh, era meio nojento, falei.
E foi por isso que eu notei a presença de uma pessoa peculiar na festa. E não, não se tratava de nenhum fantasma deslocado olhando os vivos se divertirem. E sim uma outra pessoa de preto. Na realidade o look da garota era bem style, toda de preto, e as botas que ela usava pareciam-se bastante com as minhas.

Uau, será que Carmel tem salvação? – pensei, erguendo uma sobrancelha.

Olhei a garota que se aproximava da mesa com uma lata de cerveja em mãos. Imediatamente reconheci mais uma das cervejas de Thomas e apertei os olhos para a referida moça. Ela tinha um estilo vadia descarada que eu simplesmente adorei. Finalmente uma pessoa que parecia saber o que é o meu mundo!
Dei um sorriso ladino e continuei encarando-a. Ela chegou até a mesa e, muito furtivamente, despejou todo o conteúdo de cerveja dentro do recipiente de ponche.
Boa garota!
Primeiro a minha reação foi um tanto quando estupefata. Era mais que incomum ver alguma pessoa fazendo isso ali. Eu mesma já fizera isso muitas vezes, mas era surpreendente, de qualquer forma.
E, cara, ela simplesmente ignorou o meu olhar e saiu andando pelo pátio do ginásio.

Eu, muito obviamente, saltei da mesa e fui atrás dela. Antes que a alcançasse, porém, ela foi abordada por uma freira gorda e, como todas as outras, asquerosa. Parei e a observei dar um “tume” na velha. Permaneci calada, evitando que ela percebesse a minha presença no ato.
Entretanto, logo depois que ela “escondeu-se” atrás de uma das grossas colunas de pedra da missão e soltou uma risada sonora, eu me deixei ver.
Parei bem de frente para ela, com os braços cruzados ao peito, uma sobrancelha erguida e um sorriso ladino no rosto.
Ela, por um momento, pareceu surpresa, mas depois me olhou com desafio. Talvez estivesse pensando que eu iria-a desaprovar por ter cometido aquela pequena “infração” com o ponche. Mas creio que meu sorriso ladino desatou esses prováveis pensamentos.

- Você não acha que uma latinha de cerveja vá embebedar as pessoas daqui, acha? – Minha voz era grave e baixa, além de que continha uma pontada quase imperceptível de sarcasmo. - Manobra interessante.

Eu não disse “oi” e nem me apresentei. Foi espontâneo e, como volto a ressaltar, odeio apresentações espalhafatosas. Continuei com os braços cruzados e olhando-a. De alguma forma ela me lembrava da minha fase decadente em D.C.

Gostei dela.
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptyQui Nov 20, 2008 1:35 pm

Continuei olhando para o nada, mesmo sabendo que havia alguém me vigiando e não tardei a descobrir quem seria, pois logo uma garota toda de preto se materializando na minha frente. Não que ela fosse uma fantasma, pelo contrário, parecia bem real no seu vestidinho curto. "E eu achando que era a mais diferente da festa." - pensei
Por um momento achei que ela fosse me dedurar para a freira gordona. Me desencostei da parede e lhe apontei um dedo, puxando o ar para lhe dizer algo, mas ela me contemplou com um sorriso astuto, então apenas abaixei a mão e a fitei enquanto ela dizia.
- Você não acha que uma latinha de cerveja vá embebedar as pessoas daqui, acha? – ela dizia com um sarcasmo leve que pouco percebi - Manobra interessante.
Ela não disse "oi" ou "olá", o que fez com que tivesse pontos a mais comigo, odeio tagarelisse o acho que em toda minha vida devo ter soltando menos palavras do que Charles Chaplin. Mas por algum motivo senti que queria falar desta vez.
Sorri e apalpei os bolsos da minha calça procurando por um cigarro, soltei um suspiro de satisfação quando encontrei o maço e peguei um para acendê-lo logo após. A garota apenas me fitava, de braços cruzados e o sorriso nos lábios. Traguei o cigarro e respondi soltando a fumaça:
- Não acho que alguém desta festa tenha alguma vez na vida colocado um pingo de alcool na boca, então, um copo é o bastante para deixá-los animadinhos. - falei rindo e soltando a fumaça para o lado, enquanto me encostava novamente na coluna, com uma perna apoaida na mesma. Olhei por cima do ombro e notei alguns garotos, pegando um copo e se servindo de ponche. - Meu alvo mesmo são os nerd's. - disse apontando com o cigarro para um que bebia o ponche e fazia uma careta pelo gosto, depois voltei a olhá-la - Quero ver o que eles sabem fazer com seus joguinhos de computador. - esclareci gargalhando. - Quem sabe algum padre gostosão também resolve tomar aquela bebida? Seria legal, não acha? - gargalhei de novo e traguei o cigarro, soltando a fumaça para cima e a fitando com um sorriso diabólico. - Aceita um? - ofereci apontando o maço.

Começou a tocar Mozart ao fundo e eu fiz sinal de quem iria vomitar, colocando a língua para fora. Olhei para uma mesa, onde tinha um som antiquado e um garoto selecionando um CD's, matutei se este seria o DJ e pensei se seria interessante persuadí-lo a tocar algo mais animador, ainda tinha em mente a idéia do strip e agora, mais do que nunca, eu queria animar aquilo e aprontar muito, queria enlouquecer as freiras e padres.

Queria ser EU!
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptySex Nov 21, 2008 1:23 am

Bom, eu sabia sobre a tal festa que estava rolando na Missão Junípero Serra, minha nova escola. Certo, eu não estou realmente tão empolgada assim com esse fato, eu apenas precisava comentar, já que cheguei a Carmel há poucos dias e ainda não estou muito familiarizada com essa cidade, muito menos com a população daqui. Eu tenho sempre a impressão de que sou a única que realmente busca diversão por aqui, a única que realmente espera que coisas interessantes aconteçam.

Eu já estava com as chaves na porta quando ouvi minha mãe gritando ao telefone com alguém, e sabia perfeitamente bem quem estava do outro lado da linha: meu pai, claro, provavelmente discutindo sobre mim. Mas que droga, eu mal cheguei nessa maldita casa e já estou dando trabalho? O que eu fiz de errado dessa vez?

Definitivamente, eu precisava sair dessa casa e buscar formas mais interessantes de me distrair, que não fosse o meu diário, meus ursos de pelúcia ou meu próprio reflexo. Girei a chave na porta, destravando-a, sem dizer absolutamente nada à minha mãe, nem mesmo dando-lhe qualquer tipo de satisfação quanto aonde exatamente eu iria.
Quando já fora da casa, eu fitei a rua completamente deserta do outro lado dos portões do meu quintal, e lembrei que eu nunca havia andado sozinha por ruas despovoadas dessa forma. Meu estilo de vida era bem diferente deste que eu estou aprendendo a manter aqui. Tudo bem, você deve estar pensando que eu sou um tipo irritante de burguesinha, certo? Mas você vai perceber que não... ou pelo menos que nem tanto assim. Eu posso surpreender qualquer um, eu tenho meus diferenciais e eles se tornam bem visíveis... quando eu quero, fato!

Eu caminhei pelas ruas cerca de uns vinte minutos, tempo suficiente para avistar os prédios da Missão ao longe, primeiramente como apenas um borrão indefinível e, mais tarde, uma visão interessante do que seria meu novo "lar" de agora em diante. Não que eu goste mesmo de escolas e, conseqüentemente, de estudar. Não mesmo, eu prefiro as minhas revistas de moda.
Vinte minutos me pareceu tempo demais pra alguém que mora a apenas três quarteirões da Missão, talvez eu tenha alongado demais o meu caminho.

Quando eu me aproximei dos portões da escola eu percebi certa aglomeração de garotos logo na entrada, estavam em uma rodinha que me pareceu bem animada. Eu não preciso nem mesmo comentar que fiquei bastante tentada a me juntar a eles, né?! Eu sempre tive facilidade pra me aproximar dos rapazes, digamos que eu chame um pouco a atenção deles, não que eu esteja me gabando da minha beleza tão estonteante, não mesmo! Foi quando eu me aproximei deles, um sorriso de ponta a ponta, que eu vi uma pessoa - leia-se um desconhecido qualquer - atravessar diretamente bem no centro de um dos rapazes.

Ah, droga, eu levei a mão a boca e abafei um grito de susto e espanto por presenciar aquela cena. Foi quando eu percebi, finalmente, que aqueles rapazes não eram comuns, e mais uma vez eu demorei a entender que eles eram fantasmas. Isso acontecia sempre comigo, na verdade eu já estava acostumada a confundir esses espectros com pessoas normais, eu ainda não absorvi muito essa coisa toda de ser uma mediadora, poder ver fantasmas, poder interagir com eles, e coisa e tal. O fato é que eu sou mesmo uma péssima observadora, ao menos nesse ponto. Eu sei que eu poderia tê-los diferenciado dos humanos muito facilmente, afinal, aquelas luzes emanando de seus corpos era um diferencial e tanto, não?! Eu sei que ainda vou pegar o jeito quanto a isso.

Respirei fundo, jogando o cabelo louro que havia escovado naquela tarde para trás, pensando que se talvez eu entrasse correndo eu poderia passar despercebida por aqueles rapazes. Mas e onde ficaria a minha classe? Certo que aqueles fantasmas eram bem atraentes, mas os meus planos diziam respeito a espécimes bem mais vivas, e eu esperava realmente encontrar alguém interessante naquela festa.

Então me apressei pelos portões da escola e respirei aliviada percebendo que, além de ter realmente passado despercebida por eles, todos naquele lugar eram bem humanos. Talvez eu já esteja pegando o jeito e agora fique mais fácil diferenciar os vivos dos mortos.
Era uma noite bem fria aquela, e agora estava arrependida por não ter trazido nenhuma jaqueta ou algo do tipo, estive pensando demais em querer impressionar os garotos que acabei não me importando muito para aquela época gélida do ano em que estávamos. Apurei não apenas a minha visão, mas a minha audição principalmente, tentando reconhecer que tipo de estilo musical era aquele que estava tocando nas grandes caixas de som espalhadas por todos os cantos. Era algum tipo de marcha fúnebre? Oh, onde estão os candelabros, os caixões e os defuntos?

Definitivamente, essas pessoas não sabem se divertir, ou pelo menos não sabem nem mesmo o que é uma música de verdade. E veja bem, eu estudei piano quando muito pequena, eu deveria estar animadíssima com esse som “interessantíssimo”, mas não, claro que não, eu quero algo que eu possa mexer o corpo, talvez descer até o chão? Sim, por que não?

Observei atentamente as pessoas presentes ali, eu realmente sou muito observadora no que se diz respeito a observar roupas, sapatos, penteados e, principalmente, belezas alheias. Algumas pessoas ali eram bem atraentes aos meus olhos, eu admito, até que minhas expectativas tinham sido bem alcançadas, mas havia um problema, apenas um: por que estavam todos tão desanimados? Seria essa música? Definitivamente, acho que sim.

Foquei minha visão a um canto afastado dali e foi quando avistei o que eu poderia supor ser o cara que estava comandando toda a aparelhagem de som e a seleção de músicas. Era com ele mesmo que eu precisava jogar uma direta, e não iria perder mais tempo. Mas antes eu precisava beber algo, toda a caminhada de vinte minutos me deixou com sede.
Bebidas alcoólicas eram algo que eu ingeria muito constantemente em festas, mas esta aqui não parecia o tipo de festa que teria esse tipo de coisa, não é mesmo? Oh, velhos idiotas, aposto que se apenas um pouquinho de álcool corresse por suas veias iriam largar as batinas no mesmo instante.

Havia uma tigela de ponche bem próximo dali, não era meu tipo de bebida favorito, eu adoraria um Firewhisky – já experimentaram um desses? -, ou um abscinto, talvez? Certo, este último eu nunca experimentei, mas confesso que apenas por falta de oportunidade. Quando despejei uma quantidade razoável de ponche em meu copo e o deslizei goela abaixo percebi um gosto diferente, era algo até mesmo amargo.

- Espera um pouco, isso é álcool. – disse a mim mesma, ignorando algumas pessoas próximas.

Os ponches costumam ser assim mesmo ou este aqui foi alcoolicamente modificado? A segunda opção é a mais provável, mas eu devo confessar que essa combinação não deu muito certo, o gosto ficou nada apreciável.
Desisti do ponche e caminhei até o rapaz do som, com minhas sandálias saltos gigantes e tiras amarradas ao tornozelo, novíssima, e confesso que rebolei muito desnecessariamente para pessoas que não pareciam estarem realmente muito atentas ao que acontecia ao redor delas.

Até que ele não era tão desprezível, digo, o carinha que estava cuidando dos cd’s. Era um tipo de beleza que me atraia muito, sempre tive uma queda ensurdecedora por morenos e de físico bem definido. Aqueles músculos sobressaltando-se através da camisa de mangas curtas, preta, super justa ao corpo, que ele estava usando, o tornava ainda tentadoramente mais interessante do que já parecia ao longe.
Quando muito próxima, pigarreei de leve para chamar a atenção dele e quase pensei que explodiria de admiração e encantamento. Que olhos eram aqueles? Tão profundos, pareciam que poderia ler meus pecados a qualquer momento.

- Er... Por acaso é você o responsável pelas músicas? – indaguei a ele, um pouco sem jeito, aquela beleza toda era tão incrível que eu me senti deslocada diante dele.

- Sim, sou eu. – ele me respondeu, um sorriso maroto brincando nos lábios. – Posso ajudá-la?

Observei-o atentamente, confesso que sinceramente esperava que ele dissesse algo mais, talvez alguma daquelas cantadas fajutas e tão estupidamente idiotas, mas seria um grande progresso.

- Eu estava pensando em sugerir algo a você... – disse a ele, novamente, um sorriso agora bem mais largo nos lábios, eu diria que até mesmo malicioso, inconscientemente, claro.

- Hum... – ele soltou, parecendo pensativo com o que eu havia dito, e foi apenas nesse momento que eu percebi as formas tão duplamente possíveis de interpretação do meu comentário. – Claro, eu estou a sua disposição.

Era tudo o que eu esperava ouvir, mesmo que isto também pudesse ser interpretado profissionalmente, mas eu não pensaria dessa forma, não quando ele deixou escapar uma piscadela provocativa para mim. Eu sorri de volta, me aproximando mais do que deveria e sussurrando muito próximo ao ouvido dele, sentindo aquele aroma inebriante de colônia masculina.

- Só coloque uma música mais agitada e depois venha dançar comigo, garoto. –disse a ele, sorrindo maliciosa e me afastando.

Fiz questão de tornar visível todo o meu conteúdo traseiro para, ao menos, incentivá-lo a realmente vir atrás de mim. E bem, a minha calça justíssima no corpo não deixava dúvias quanto a esse meu "conteúdo". Antes mesmo que estivesse com ambos os pés dentro da pista de dança – oh, ao menos havia uma pista de dança ali – eu escutei as batidas fortes da música eletrônica, intensificando-se cada vez mais e fazendo vibrar não apenas as estruturas da escola, mas também o monstro adormecido dentro de mim chamado “gata no cio”.

Comecei a rebolar independente de ser a única ali realmente a fazer isso. Que importância há nisso? A música estava tocando, logo alguém precisava fazer jus às batidas tão ritmadas.
Foi quando, deixando minha visão ultra-observadora-critica rastrear os possíveis focos mais interessantes para a minha atenção, que eu notei duas pessoas não muito distantes dali. Na verdade, o que realmente chamou a minha atenção nelas foi a fumaça considerável que brincava sobre a cabeça de uma delas. Cigarros!

Há quanto tempo eu não tragava um daqueles. Eu havia sido educada nas melhores escolas londrinas, sempre estudando em período integral para que não desse trabalho a um pai divorciado e incrivelmente atarefado, então sempre precisei seguir regras, mas nunca as cumpri verdadeiramente. Experimentar cigarros havia sido a minha maior infração de regras em uma escola em que você não podia nem mesmo mascar chicletes. Mas acredite, eu não me viciei nessa maldita nicotina.
Não até ver aquela garota tragando tão prazerosamente. Não pensei duas vezes – isso às vezes acontece comigo, digo, agir impulsiva -, me aproximei das garotas sorrateiramente e ainda muito observadora.

Eu não era a única em trajes desfavoráveis ao clima frio daquela noite, mas o que eram aquelas botas que elas estavam usando? Ah, eu sempre quis uma daquelas, mas um cartão de crédito estourado não te dá muitas possibilidades, certo?

- Você pode me arranjar um desses? – pedi à garota que tragava prazerosamente aquele cigarro, eu sei que não é nada educado agir tão asperamente daquela forma, mas eu já estava com água na boca. – E fogo, claro.

Ah, como eu tive coragem de ser tão direta daquela forma? Geralmente eu me acanho bastante até mesmo para pedir uma informação qualquer. Foi quando percebi que ambas as garotas estavam me fitando de forma até mesmo intrigada.
Ótimo, eu devo ter passado uma péssima impressão, ainda mais rebolando incessantemente ao som do psy trance que invadia meus tímpanos deliciosamente. Neutral
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptySex Nov 21, 2008 12:09 pm

Tanto eu como Cadance, que logo descobri ser seu nome, planejávamos forma atrativas de animar a festa, talvez até cantando o carinha do Som para colocar algo animador.

Mas foi aí que eu escutei, aquele som tão penetrante e contagiente invadir meus ouvidos. Era música eletrônica!
Certo que eu sou mais do tipo que prefere um bom Rock, mas aquele som também me agradava.

Eu ri e traguei meu cigarro com prazer.
- Não precisamos mais dar em cima do Dj! - falei - Se bem que seria um enorme prazer. - eu ri e olhei para o rapaz, alto e moreno, que dançava com uma loura, a qual rebolava tanto que cheguei a pensar se sofria de algum mal.

Joguei a guimba do cigarro no chão e me desencontei da parede, pronta para me atirar na pista de dança, mas antes que fosse possível, a mesma loura que rebolava ao som da música se aproximou de mim e sem dizer nada antes, pediu:
- Você pode me arranjar um desses? - disse ela e eu a fitei surpresa, olhei-a descaradamente, de cima em baixo, reparando no seu estilo pop e no seu rebolado exibido, olhei para Cadence a qual a fitava da mesma forma, tão boquiaberta quanto eu. - E fogo, claro. - a garota falou, cortando meus pensamentos. Claro que depois disso eu ri alto, tão estrondoso que os garotos ao lado chegaram a olhar para mim. Disse, com um sorriso irônico
- Quer que eu te ensine a fumar, gracinha? - perguntei, passando a mão no seu cabelo liso e rindo mais. Levei a mão até o bolso da calça e tirei o maço, oferecendo a ela. Peguei o esqueiro na outra e o acendi, enquanto notava ela tocir pela fumaça.
Foi engraçado, ela era engraçada, aliás, suas roupas não eram nada ruins e também gostei por ela não ter chegado com o papo de "Oi, sou fulano de tal!", já disse anteriormente que odeio isso, é repugnante como o ser humano tenta parecer educado quando na verdade é só uma máscarada fajuta para esconder suas intenções.
Percebi de cara que era uma garota legal e não tardei a juntar 1 + 1 para adivinhar que foi ela quem forneceu o som agradável.
Enquanto ela fumava - não tão experientemente quanto tentava parecer - eu puchei sua mão, com a minha outra no bolso do sobretudo e olhei para Cadence também a chamando para dançar na pista de dança.

Quando a música estava no auge do seu 'climax' eu comecei a rebolar e a descer até o chão.
Não sozinha claro, logo vi o 'DJ' e me joguei em seus braços, como uma vadia, admito. Mas o que eu sou afinal? Uma daquelas freiras que me olhavam indgnadas?
Nem de longe.

Agarrei seu pescoço e desci até o chão, passando minhas mãos pela lateral do seu corpo. Notei um sorriso malicioso em seu rosto e eu ri ainda mais, descendo minha mão pelos músculos do seu braço e alcançando sua bunda.
Ele se assustou e gargalhou quando eu fiz isso e os outros, que logo - animadinhos pela bebida e música - chegaram na pista de dança, se espantaram comigo.
Não estão acostumados a ver promiscuidade numa cidade tão provinciana. Mas eu não iria me segurar, além do que a bundinha do Dj era bem gostosa.
Cadence e Katrina - que havia me dito seu nome, assim que adentramos a pista de dança - me olharam surpresas, mas logo depois também caíram na risada.

Me afastei do Dj e tirei meu sobretudo, jogando para o alto, no meio da pista. Agora estava tocando Bad Girl, de Danity Kane, não que eu fosse fã, na verdade só conhecia algumas músicas e essa era, particularmente, minha favorita.
Continuei dançando, tão mais provocativa do que antes, chacoalhando meus cabelos pretos e fechando meus olhos para absorver o som:

Eu posso fazer parte
De suas fantasias mais secretas
Você é o detetive
Venha desvendar meus mistérios


Eu agachei até o chão e alcansei o zíper da minha bota, percebi que todos os olhares estavam direcionados a mim e eu comecei a rir enquanto tirava uma das botas e jogava num canto, fazendo o mesmo com a outra.

Alguns dizem que amor
É tudo o que está faltando pra mim
Alguns dizem
Que só quero chamar a atenção


Me levantei, agora, dançando descalço e voltei a dançar coloda ao garoto, me aproximei de sua orelha e perguntei:
- Qual o sue nome?
- Jery! - respondeu e eu mordisquei sua orelha de leve, rindo e me afastando.
- Ei Jery! Quer ver algo divertido? - perguntei gritando

Mas o que eles não sabem
Eles não podem nem imaginar
Eles dizem que não tenho
Auto estima
Mas é só charme


Comecei a abrir o zíper do meu short e abaixá-lo lentamente, deixando-o escorrer por minhas coxas, olhares assustados se lançaram a minha volta. Já estava, praticamente, só de meia calça, quando uma mão forte segurou meu braço.

Talvez eu só seja uma
Menina má


- Já chega! - grunhiu o senhor de cabelos brancos, usando uma batina. Eu olhei bem para seus olhos azuis e percebi que ele chegava a ser mais alto que meus 1,70 de altura. Eu gargalhei enquanto apanhava meu short no chão e o colocava
- Não precisa de violência Padre! - disse - Só me empolguei! - ri mais e ele me puxou para fora da pista.
Eu ainda joguei um beijo de longe para o garoto Dj e segui o padre gostosão, mesmo protestando para que ele soltasse meu braço, mas sempre que eu me afastava, ele me puxava de novo.

Não tinha muita idéia do que me esperava, mas com certeza, aquela sala abafada da diretoria não era um bom sinal.

Porém, quem se importa?
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Cadance Fox
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptySex Nov 21, 2008 1:20 pm

Eu havia me surpreendido, e da melhor forma possível. Quem diria que, em um bucaro obscuro como aquele, eu poderia encontrar uma pessoa que se assemelhasse [não completamente, é óbvio] a mim? Realmente interessante! Isso fazia nascer uma centelha de esperança com relação a aquela cidade. Mesmo que isso pareça meio gay, tanto faz. O fato é que eu já não estava me sentindo tão deslocada. Bem, na realidade eu não estava deslocada. Eu estava me deslocando deliberadamente. Até porque se eu fosse me aproximar com alguns daqueles meros ali, seria só para treinar os novos socos que eu aprendi com Jackson na tarde passada. Agora ele tinha bastante tempo vago, aliás. Em D.C ele não costumava ter tanto tempo, já que vivia dando entrevistas, viajando para as mais diversas cidades para lutar e esse monte de coisa. É claro que eu sempre o segui para onde ia. Bem, na verdade não sempre, por causa da maldição dos estudos, mas sempre que podia eu o acompanhava nas viagens. Ele sempre disse que eu dou sorte a ele quando vai lutar, pois tem um motivo a mais para mostrar que é “o melhor”, segundo suas palavras. Bem, eu não tenho duvidas disso. Ele sempre foi o melhor e eu insisto em dizer que ter se aposentado fora a idéia mais estúpida que ele tivera em toda a sua vida. Ainda mais estúpida do que transar com aquela tal da Wilde. No final eu acabei com um irmãsinha princesinha que não sabia nem o como é o formato de um... Tá, parei.

O fato é que agora eu passava mais tempo com o meu pai. Por mais que ele esteja envolvido com a arrumação da casa e tentando reformar algumas partes, ele ainda tem bastante tempo livre, então quando não estamos na frente da televisão vendo algum campeonato, estamos na parte da garagem que reservamos para campo de “treino”. Como um passa tempo, onde ele me ensinava a dar alguns golpes maneiros. Além disso, nele eu não tenho receio de bater, já que ele é um homenzarrão enorme. Isso, definitivamente, só me faz ser mais eficiente.

Falando em eficiência, eu tinha de arranjar algum modo de me divertir na aquela festa horrorosa. Na minha primeira tentativa, a musica legal acabou antes mesmo que o pessoal se empolgasse e acompanhasse a dança. Mas creio que ainda haveria uma segunda!

Observei a desconhecia apalpar seus bolsos e me perguntei o que ela estaria procurando. Logo tive a resposta quando a vi acender um cigarro e dar uma tragada.
Então disse algo que realmente fazia sentido. As pessoas ali não eram nada acostumadas ao álcool, então não demoraria nada até que eles ficassem bem “animadinhos”, segundo ela. Eu anuí com a cabeça, concordando e ainda sorrindo ladinamente.
Ela olhou para a mesa de bebidas e encaramos alguns nerd’s bebendo o ponche “batizado” com cerveja. A maioria, quando provava da bebida, fazia uma ligeira careta, mas ainda assim continuavam bebendo. Achei isso hilário.
- Meu alvo mesmo são os nerd's. Quero ver o que eles sabem fazer com seus joguinhos de computador. – Ela comentou.

- E eu quero saber o que os padres fazem nas horas vagas. – Dei uma leve gargalhada.

- Quem sabe algum padre gostosão também resolve tomar aquela bebida? Seria legal, não acha? – Ela também gargalhou e me olhou de forma quase obscena. Mais hilário ainda.
- Nada mais excitante do que o fruto proibido. – Pisquei pra ela, imitando o sorriso diabólico. Ela me ofereceu um cigarro displicentemente. Olhei para o maço e neguei. Não sou viciada em fumo, mas uso-o as vezes. Em geral quando eu estou no clima. E, naquele momento, eu não estava nem um pouco no clima, diga-se de passagem.
- Sou cadance. – Comentei. Ela disse que seu nome era Angelique, mas que preferia ser chamada de Angel. Assenti com a cabeça.

De repente a batida alta de uma musica eletrônica ressoou no ar e meu queixo caiu. Olhei para Angel e notei que a reação dela era a mesma. E, mais repentinamente ainda, havia uma garota loira parecendo bastante aprumada, solicitando cigarro para Angel. Eu ergui as duas sobrancelhas, um pouco estupefata. Ela não parecia fazer o gênero fumante. Pelo menos ela não era igual a todas as outras da festa. De todo modo, ela era claramente decidida. Pontos positivos fazem a diferença!
Angel fez algumas gracinhas, como: “Quer que eu te ensine a fumar, gracinha?” Reprimi o riso de escárnio e olhei para a pista de dança. Não havia ninguém lá ainda, mas eu tinha planos de mudar isso.
E tão rapidamente quanto a velocidade de meu pensamento, eu percebi que Angel e a loira estavam indo para lá. Sorri com o olhar que Angel me deu, convidando-me a me juntar a elas e, sem relutar, eu fui.

É quase exultante lembrar dos fatos que se sucederam. A musica era tão alta quanto podia, e nós realmente não nos importávamos com nada que não fosse a musica e o balanço de nossos próprios corpos.
Eu comecei a dançar sensualmente e ao mesmo tempo de forma agitada. Olhei em volta e constatei que minhas ‘companheiras’ de dança, faziam o mesmo. Angel, aliás, estava se esfregando no Dj gatinho. Eu caí na risada quando ela apalpou a bunda dele, e pisquei pra ela, aprovando o “tato”. Katrina também estava completamente imersa na musica.
Eu sorri enquanto passava mão pelos meus cabelos e curtia o ritimo enlouquecido da musica eletrônica.
Uma outra musica começou a tocar e eu realmente não me dei ao trabalho de reparar qual era. De repente eu senti mãos em mim e, quando olhei, reparei que era um dos grandões metidos a besta que, anteriormente, estiveram sacaneando alguns nerd’s. Eu, muito obviamente, não iria recusa-lo àquela altura do campeonato, então eu só o puxei pela camisa e colei meu corpo ao dele, rebolando de forma que seria, muito possivelmente, taxado de promiscuo pela maioria das pessoas ali. But, whatever, ele colocou suas pernas grossas no meio das minhas e iniciamos a requebrar vagarosamente até o chão, sem parar de se amassar e nem de apalpar a bunda um do outro. Quando fizemos isso pela terceira vez, eu já podia sentir o “instrumento” do rapaz bastante pronto e firme, se é que você me entende. Eu só sorri e me deixei levar.

Quando a musica estava em seu auge, contudo, eu ouvi as palavras iradas de alguém.
- Já chega!! – Oops, creio que era um padre. O padre reitor, na realidade! O rapaz que estava atracado em mim sumiu dentro de um milésimo de segundo. Será que esse pessoalsinho não agüentavam uma pressão? Simplesmente fugiam da raia quando se viam de frente a algum perigo? Ah, faça-me o favor!

Constatei que o padre estava levando Angel pelo braço, não fazia a minime idéia do destino. Ela não para de rir astutamente, não parecendo nem um pouco arrependida. Eu também ri. A festa não poderia acabar daquele jeito.
- Hey barbie girl! – Eu chamei a loira que ainda não havia dito o seu nome. Quando a olhei, ela já havia percebido os meus planos antes mesmo de eu conta-los. Nós iríamos “resgatar” a Angel.

Contudo, no momento em que nós começamos a andar apressadamente para o corredor por onde ela fora levada, fomos sobressaltadas por um tremor terrível, que me fez pensar realmente que toda aquela construção iria abaixo. Entrei em pânico. Certo, eu era bem corajosa, mas eu não estava NADA preparada para algum dos terremotos loucos de Carmel!

Droga, AGORA SIM, eu preciso de um cigarro!
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptySex Nov 21, 2008 1:58 pm

De forma ou de outra, me, repentinamente, me vi imerso em uma série de acontecimentos, antes julgados impossíveis por mim mesmo. E eu não falo só da parte técnica e externa, mas sim da parte intrínseca e profunda de mim mesmo. Depois de passar tanto tempo sozinho, sem me “apegar” a ninguém ou a algum outro fantasma, subitamente me vi envolto à algum tipo de laço com uma certa pessoa. Laço que me fazia pensar se tudo aquilo era mesmo certo, ou se não deveria ser simplesmente ignorado.
O fato é que ela estava fazendo meu mundo virar de ponta cabeça. Ela estava mudando todos os meu conceitos e crenças, coisa que me faz sentir-se um idiota, já que vivi muito mais tempo.
Ela, Helena, parecia impregnada dentro da minha cabeça.

Era uma noite de sábado. Não havia nenhuma das bonitas estrelas que costumavam povoar o céu de Carmel. As nuvens cinzas cobriam tudo, deixando o ar frio e mais úmido que o normal. Não que eu realmente sentisse isso, mas, com o passar do tempo, observar tudo em volta [inclusive o comportamento das pessoas. principalmente isso, na verdade ] havia torna-se o único “passatempo” que eu possuía. Observava a forma com que elas se comportavam, o que falavam e, através disso, me situar com relação ao tempo e clima. Bom, não só a isso, mas muitas outras coisas que somente percebemos se observarmos.

Eu estava no telhado da grande cúpula da capela da missão quando todos os convidados da festa começaram a chegar. Os membros do corpo docente haviam tido a idéia de dar uma festa de boas vindas aos alunos, aproveitando para arrecadar alguma renda para ser aplicada no Colégio. Continuei observando tudo de lá de cima. Carros sendo estacionados, Nerd’s, populares... todos socializando de alguma forma. Senti uma impetuosa vontade de “socializar” também, e isso me levou automaticamente para Ela, a adorável tagarela que eu, com esforço, tentava varrer de minha mente.

Depois de um tempo decidi descer de lá. Eu não iria ver muita coisa do que estava acontecendo no ginásio do telhado. Simplesmente sumi e, rapidamente, me materializei dentro do ginásio. Eu estava perto do palco, que era o lugar onde as pessoas apresentavam a festa, davam avisos e afins. Sentei na balaustrada do palco, deixando minhas pernas livres enquanto observava todo o movimento.

Um pequeno trio de meninas bruscamente se sobressaiu. Em um momento estavam conversando em uma parte meio escondida, e em outra estavam dançando de forma... er... só digamos que era sugestiva até para mim. Sim, sem exageros, se eu pudesse corar, aquilo seria uma visão fatal. E como se não fosse pouco, logo muitas das pessoas juntaram-se a elas.
Depois de alguns minutos [mais ou menos duas musicas], o Padre Dominic, Reitor, apareceu, acabando com toda a diversão das garotas. Dei uma pequena risada discreta e pulei de onde estava, ficando em pé e decidindo ir dar uma volta fora do lugar.
Antes que eu pudesse sair, contudo, eu senti um tremor forte e inexorável abalar a estrutura do lugar. Ouvi muitas garotas gritarem alto e outras entrarem em pânico. Eu sabia o que era aquilo, pois já o tinha presenciado outras vezes. Era um terremoto. E, ao que parecia, era um dos grandes.

De, repente, a energia caiu. Os gritos recomeçaram ainda mais estridentes e o pânico se alastrou entre as pessoas. O lugar virou um burburinho incontrolável.

Incrível como os vivos tem medo da morte...
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptySex Nov 21, 2008 4:02 pm

Eu havia chegado havia pouco tempo na Missão, e ninguém falara comigo.
É isso aí, Alexis. Você é o pior tipo de anti-social que já andou pela Terra, eu pensei comigo mesma.
E para eu pensar o meu nome todo, acredite, eu estava fula da vida.
Eu tinha visto, mais cedo, duas ou três garotas fumando. Isso me fez lembrar imensamente da Europa, onde todos, de todas as idades, fumam.
Eu gemi. Por que eu tinha de associar tudo com a Europa? Se eu parasse de pensar no Velho Mundo, talvez me adaptasse no execrável Novo Mundo.
Deus, isso foi extremamente... britânico.
Eu tinha que parar com isso; poderia ir na pista de dança e tentar conversar com alguém.
É, isso não me parecia uma má idéia.
Me parecia uma excelente idéia.
- É isso aí, eu etou delirando. Preciso daquele ponche batizado e preciso agora. - concluí, depoisde admitir a mim mesma que estava solitária.
Qualé, eu sou Alex Hoew. As pessoas olham para mim e pensam que eu sou uma frágil boneca de porcelana. Me chamam de Tiffany. Quer saber? Eu odiei Bonequinha de Luxo. E eu, definitivamente, não era uma "flor delicada", como papai sempre falava de mim.
Tudo bem, eu era uma Lady, mas não naquele exato instante.
Naquele instante, eu me tornei uma cortesã.
Que precisava loucamente de uma bebida.
Então lá fui eu, tomei coragem, e comecei a andar em direção ao ponche.
E foi nesse instante que o terremoto começou.
Me apoiei em uma das colunas enquanto sentia o chão tremer sobre meus All-Star. Minhas mãos começaram a suar, e não me reconheci mais. Eu não ficava com medo com tanta facilidade... Era estranho me ver ali, vulnerável, fraca.
Suspirei de frustração enquanto checava o local, me certificando de que não havia ninguém ferido.
Bem, não havia ninguém ferido, mas havia alguém morto.
O fantasma de um garoto - e que fantasma, deve-se ressaltar - olhava a multidão com uma expressão meio entediada.
Certo, aquela festa estava horrível, mas não tanto assim.
Continuei a encará-lo, esperando que ele retribuísse meu olhar.
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptySex Nov 21, 2008 5:03 pm

Eu tinha passado dos limites, eu sabia e eu gostava.
- Quem você é menina? - ele perguntou ainda me arrastando. Eu havia desistido de me debater, na verdade, era muito excitante. Eu me deixei levar pela adrenalina do momento enquanto ele gritava comigo. Eu não disse nada, absolutamente. Adentravamos os corredores escuros da Missão, enquanto o jardim ficava cada vez mais distante. Os armários enfileirados e o piso enceirado, nada que me lembrasse as escolas de Boston, onde eu costumava pichar as paredes e era interessante, eu consideraria um poema as frases que escrevia.
- Está é uma escola renomada, onde estava com a cabeça quando começou, por Deus, um striper? - dizia e eu só ri. Era legal, pois em situações dessas eu costumava rir e só. Porque simplesmente não me assustava, o fato de eu estar levando um sermão não me assustava, o fato de estar sendo levada para a diretoria nunca me assustou, já estava acostumada o bastante para rir, inclusive, na frente de um delegado. Ele percebeu minhas risadas e distanciamente, então disse
- Está drogada, criança? - ele perguntou assustado, com uma voz de extrema e exagerada preocupação
- Sempre. - respondi e ele parou me olhando com seus olhos azuis bebê. Eu sorri ainda e ele me segurou pelos dois braços, como se estivesse vendo um demônio. Não que eu não fosse um!

De repente começamos a sentir um solavanco em nossos pés e suas mãos, sobre meus braços, começaram a tremer. O corredor escuro, iluminado apenas por luzes fracas no canto das paredes, agora havia se tornado mais escuro com o blackout e do lado de fora ouviamos gritos estrondosos enquanto o terremoto se intensificava.
Os armários começaram a tremer e ameçarem cair. Eu olhei, no princípio sem entender bem o que acontecia e depois, vendo ser um terremoto, eu me acalmei e me afastei do Padre que estava tão assutado a ponto de quase cair.
Eu me desequilibrei, porém continuei em pé e corri para fora, fugindo das mãos do Padre que se jogou no chão quando um armário caiu ao seu lado.
Eu continuava correndo e sem olhar para trás, sorri quando me vi alcançando a saída e mais ainda quando vi o desespero das pessoas gritando por socorro. Corriam de um lado para o outro, o som da pista de dança havia parado já que as caixas estavam jogadas no chão e o palco onde haviam apresentações começou a tremer ameaçando desmoronar.
Alcancei a saída e corri até Katrina e Cadence.
- Que louco! - falei gargalhando enquanto me fitavam assustadas.
Algumas das colunas começaram a rancher e não tardou para que uma se rachasse e começasse a afundar. Quando aconteceu eu só ouvi o estrondo e as pessoas gritarem ainda mais alto, algumas meninas choravam, alguns garotos escorregavam e caiam no chão e eu só fazia o possível para me manter equilibrada enquanto admirava o espetáculo.
Eu era total e completamente masoquista e coisas como terremotos e furacões me causavam uma satisfação imensa, era como se o mundo fosse acabar e isso era totalmente e completamente maluco.
A fumaça, originaria do despencamento de uma das pilastras, começou a baixar e algumas pessoas, mais próximas, tossiam enquato corriam para pular o muro e arrombar o portão. Katrina e Cadance permaneciam ao meu lado e falavam algo alto que eu estava imersa demais em meus pensamentos para entender.
O Padre conseguiu sair do corredor e foi para o meio do jardim, gritando para que as pessoas se acalmasse. Enquanto isso só piorava a situação, eu percebi uma pessoa que não gritava, nem chorava, nem se jogava no chão... Apenas permanecia ali, observando. E eu tentei me aproximar, aguçando a visão para notar que o rapaz alto tinha um brilho diferente.
É um fantasma! - pensei. Andei, distraída até ele, não tinha controle sobre meus pés e tentava me equilibrar enquanto me apressava para alcançá-lo, mas, assim que me viu, ele correu, correu até atrás do palco e eu, ainda sem comandar meu cérebro, corri até ele. Cheguei até a frente do palco e fiquei procurando-o, o caçando com os olhos.
No minuto seguinte eu só ouvi um grito forte e um ranger acima de mim, depois, só a estrutura do palco cada vez mais perto e mais perto, então... Tudo escureceu!
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptySex Nov 21, 2008 5:35 pm

O burburinho continuou e até piorou quando uma das colunas desmoronou com estrondo. E eu, como um esmero observador, apenas permaneci agindo normalmente e me limitando a olhar as pessoas gritarem e se desesperarem por algo que sempre acabava acontecendo por aquelas bandas da Califórnia. Eu não sabia se aquilo havia acontecido antes [e julgando pelo pânico das pessoas tão vez a resposta fosse negativa], mas eu já havia presenciado terremotos piores.

Caminhei pelo salão, sem me dar o trabalho de desviar das pessoas, deixando-me atravessar por entre elas normalmente. Aquilo, em geral, não me agradava de todo, mas sentir-me um anormal já era algo tão presente que eu, estranhamente, não mais me importava. Até porque ser uma fantasma era o cumulo da anormalidade! Inegável...

Cheguei até um ponto do salão do ginásio e olhei pra trás. Primeiro pensei que fosse uma vista normal [pessoas gritando, escorregando, caindo e afins...], mas quando olhei novamente, senti um olhar peculiar cravado e mim. Me movi e dei uma “varrida” no lugar com o olhar. Não tão longe, estava uma garota com seus quinze ou dezesseis anos, e me olhava de forma tão direta que até pensei que ela podia me ver. Instintivamente olhei para trás, para ter certeza que ela olhava para outra coisa, mas não havia nada atrás de mim. Somente uma parede um pouco quebrada como conseqüência do tremor. Olhei novamente para ela e finalmente cheguei a conclusão de que era para mim que ela olhava.

Certo, não era surpresa para mim saber que algumas pessoas possuíam o dom de ver fantasma. Eu havia conhecido alguns mediadores [a maioria deles estava na meia idade]. Mas naquele lugar [que por um misterioso motivo acabou me atraindo], as coisas eram mais freqüentes, por assim dizer. Haviam centenas de fantasmas e, pelo que parecia, mediadores também.

E essa ultima afirmação eu constatei quando, olhando para o lado oposto, vi outro olhar cravado em mim. Dessa vez o olhar era muito mais intenso e até malicioso. Estupefato, eu percebi que a dona do olhar era a garota bonita louca que havia sido arrastada pelo Reitor do Colégio por ter feito um semi strip-tease no meio do ginásio. Arregalei meus olhos um pouco e, de forma involuntária, andei rapidamente para longe dali. E ainda ainda mais rápido quando verifiquei que ela vinha atrás de mim. Aquilo não me agradou nada. Alguma coisa nela me assustava e eu sou corajoso o bastante para admitir isso.

Subi no palco [que estava completamente desordenado, vale ressaltar] e me escondi atrás de uma pilastra. É estranho dizer que eu estava me escondendo de uma mulher, mas aquele era um caso que nem eu sabia explicar.
Ela subiu no palco e, sem deixar-se deter, vinha até mim. Mas no momento em que eu cogitei em desistir e ir ao seu encontro, ouvi um ranger e, pasmo, vi que o teto do palco iria desabar dentro de segundos.

Eu pensei rápido.
Em um momento eu estava atrás da pilastra e, no outro, eu já havia me materializado até a garota e tirado-a de lá. Bem, parcialmente, pelo menos.
Infelizmente ela acabou batendo a cabeça quando caiu e, espantado, observei quando ela desmaiou.
Como se estivessem surgido do nada, cerca de oito pessoas estavam em cima de mim. Bem, na verdade estavam em cima dela, balbuciando coisas e falando sobre kit de primeiros socorros. Simplesmente não agüentei aquilo e me afastei, ainda assim mantendo contato visual com o corpo desfalecido.

De repente me vi muito perto da garota que me olhava anteriormente. Eu também olhei para ela, que parecia um pouco espantada também.
- Você viu, não viu?– Eu perguntei, já sabendo a resposta.



[Off topic.: Alex, é com você que o Sebastian fala Wink ]
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptySex Nov 21, 2008 6:23 pm

Foi tudo muito estranho.
E rápido.
Num minuto, eu estava encarando o fantasma, e no outro, ele salvou a vida de uma das garotas que dançavam provocativamente demais.
Ele viu que eu estava olhando para ele, e meio que fugiu.
Eu dei um sorriso de escárnio ao vê-lo se afastar de mim.
Com medo?, pensei ironicamente.
Então, eu vi que uma das garotas que dançava também o olhava furtivamente, e, de repente, percebi que ela era uma mediadora.
Dã, aquele lugar devia estar infestado de mediadores, fantasmas, bruxos... Será que havia algum vampiro ou algo assim por ali? Porque eu adoro seres místicos.
Não a ponto de querer me tornar um deles, acho.
Voltando: ela o seguiu até o palco, enquanto algumas Placas Tectônicas se chocavam mais uma vez.
Eu senti a pilastra na qual eu estava apoiada estremecer fracamente; aquela escola podia ser extremamente antiga, mas, cara, a estrutura era boa.
Pelo menos até um tremor maior fazer tudo e todos se desesperarem.
Eu caí, não tendo mais nada para apoiar, uma vez que largara a coluna.
- Droga. - murmurei, espanando o vestido.
Levantei minha cabeça para ver se alguém mais havia caído, e assisti de camarote o fantasma desconhecido puxar a garota do semi-striptease para longe de ua pilastra que, se não fosse pelo Gasparzinho, teria a acertado em cheio.
- Retiro totalmente o que eu disse: estrutura má! Estrutura muito má! - sussurrei, dando um chute de leve na pilastra.
Gasper afastou-se da garota que desmaiara, encarando-a sempre. Andei ao seu encontro, sabendo que ele queria falar comigo.
- Você viu, não viu? - ele perguntou, meio que suspirando.
Já que ninguém olhava para mim (os olhares eram todos para a menina desfalecida), e ninguém me chamaria de esquizofrênica por estar falando com, tecnicamente, o ar, eu respondi:
- Ia ser meio difícil se eu não visse. Foi muito legal o que você fez, senhor...? - perguntei, olhando no fundo dos olhos dele.
Bem, era a primeira vez que eu interagia de verdade com um fantasma; eu não sabia exatamente como se devia (ou se devia) perguntar o nome dele. Papai e eu nunca conversamos muito sobre técnicas de mediação; afinal, teoricamente, ele era o mediador da família.
Então eu resolvi usar as regras de etiqueta ensinadas na corte. Afinal, eu não era Lady Alexis Evans?
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptySex Nov 21, 2008 7:09 pm

Estava tudo escuro, mas mesmo assim eu podia sentir, sentí-las ao meu lado, gritando ainda, o que fez minha cabeça latejar mais. Tentei me levantar, mas não consegui, era como se eu fosse um espírito vivo preso em um corpo morto, ou sei lá como podia descrever.
Só sei que minhas malditas pernas não obedeciam meus comandos e eu não conseguia raciocinar direito com a escuridão e as vozes ao meu lado.
Me perguntei se ainda estava havendo o terremoto, mas não pude saber, já que eu não sentia meu corpo, só minha cabeça insuportavelmente doendo.
Eu me encontrava em total estado de inércia e tentei, inutilmente, abrir meus olhos. Mas todos meus sentidos estavam gastos e só meus ouvidos funcionavam
Pensar era quase impossível, mas ainda sim podia manter minha conciência viva para tentar entender o que se passava.

Nunca me senti assim antes, bom, só constantemente quando eu estava drogada, mas era diferente, pois eu me sentia leve e alucinada, agora sentia meu corpo pesado e sem consciência.

Tentei abrir meus olhos novamente, mas minha cabeça explodiu e eu quase pude sentir o cérebro vazando pelas laterais do meu rosto.
Bem, basicamente, se isso acontecesse eu estaria no inferno agora, quer dizer, se existisse inferno, o que duvído muito, mas se existe é pra lá que eu vou.
Senti uma cutucada no estômago e uma voz distante dizer: "cuidado!"
- Hum! - eu gemi e me alegrei por ainda poder fazer isso. Meu estomago retraiu e minhas pupilas dilataram-se fracamente. Mas antes que pudesse abrir meus olhos por completo, senti algo escorrer pela minha cabeça e aí sim, me convenci de que meu cérebro havia estourado.
- Talvez, se eu beijasse ela, ela acordaria! - disse uma voz masculina ao meu lado. Senti uma respiração forte se aproximar do meu rosto e eu abri os olhos, rapido o bastante para ver uma sombra se aproximar da minha boca. Antes mesmo que visse já havia enfiado meus cinco dedos no nariz da pessoa que agora estava gritando
- Ela quebrou meu nariz, cacete! - ele disse e eu consegui me sentar. Mesmo que tivesse voltado a fechar os olhos para que minha cabeça latejasse menos. Senti um líquido ainda escorrer pelo meu cabelo e apaupei meu rosto para ver o que era. Quando abri meus olhos e os voltei para meus dedos, notei que estavam sangrando. Toquei minha cabeça novamente e vi mais líquido vermelho sair dela.
- Legal! - eu disse, tentando ficar de pé, mas me desequilibrei e senti o chão se mover. Seria ainda terremoto?
Não, não era, havia se passado e o que me fez cair foram meus próprios pés que falharam. Eu escorreguei e senti uma mão me segurar, mas não era uma mão quente como a dos humanos, era fria e eu não soube quem era, só soube que não era nada que pudesse se considerar vivo ou... normal. Mas não pude raciocinar, pois no minuto seguinte uma multidão de pessoas se aglutinaram ainda mais ao meu redor e me afogaram com frases desconcertadas e palavras que eu não destinguia.

Sentada, no chão frio e molhado, sentindo a brisa forte soprar no meu rosto e balançar meus cabelos, só conseguia pensar em como eu havia chegado ali e como não estava morta debaixo dos escombros.

Forcei meu cérebro a se lembrar de algo, precionei meus olhos fechados e fiz um esforço quase impossível pela dor na cabeça, mas me lembrei. Lembrei fracamente de uma sombra me puxar e um solovanco me fazer bater a cabeça Deus sabe onde. Logo depois, só escuridão e claro: dor.
Mas eu podia saber quem tinha me salvado, podia imaginar, podia me lembrar. Foi ele, ele me salvou, ele me tirou do palco antes que desmoronasse em cima de mim. Foi ele!
- Do que ela está falando? - perguntou uma voz ao meu lado e eu abri os olhos para ver quem era, mesmo com a dor insuportável de alguém que tinha tido o cérebro achatado.
- Quem te salvou? - perguntou outra voz, mais suave e feminina, ainda não conseguia enxergar bem, forcei minha vista mas só pude ver um borrão, então não sei dizer se foi uma das garotas que conheci, mas me pareceu bem familiar seu tom.

Espera, ou ela lia meus pensamentos ou eu tinha falado aquilo alto!
Maldição, droga, porra...
Eu estava mesmo com a cabeça desparafusada e então me joguei de novo no chão, com os olhos fechados e as mãos sobre o estômago, sentindo o úmido sobre meus cabelos e o ar pesado, quase impossível de se respirar.
Quis que a dor passasse e que o mundo voltasse a cair ao meu redor, que tudo enfim acabasse e eu pudesse me encontrar com o diabo em pessoa.
Antes que pudesse perceber, a inconsciência voltou a tomar conta de mim e eu só me lembro de uma voz distante me dizendo:
- Por favor, por favor... Acorde!
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? EmptySex Nov 21, 2008 10:34 pm

Até o momento do terremoto, Adrianne estava completamente alheia à festa "Fala sério, nesse momento eu poderia estar em uma balada em Dublin, mas nããão, minha mãe TINHA que ter a idéia estúpida de se mudar para este fim de mundo, onde a única coisa que presta é a praia. Saco"

A loira bebia calmamente o ponche que trazia em mãos, quando sentiu a coluna atrás de si tremer violentamente. Levando um susto, se desencostou da mesma imediatamente, como se de repente ela estivesse em brasa. Em poucos segundos, a luz sumiu e tudo que se ouvia era gritos e um burburinho que começava a fazer pressão nos tímpanos de McRish.

Nunca havia presenciado um terremoto, e entrou em pânico. Tentou se dirigir à entrada, mas parecia que todas as outras pessoas haviam tido a mesma idéia, estando a porta apinhada de gente. Procurava outro lugar para fugir daquele salão tremelicante, mas seus pés não sabiam para onde ir. Anne não enxergava um palmo à sua frente, e foi nisso que trombou em algum ser não identificado.

O choque fora violento, fazendo a deslocadora cair de costas no chão frio, ralar os dois cotovelos e é claro, sujar sua calça jeans de cintura baixa, o principal motive de Adrianne ter soltado uma frase um tanto quando idiota nas circustâncias atuais - PÔ, NÃO OLHA AONDE ANDA MANÉ? - Apoiada nos próprios braços se levantou, "espanando" a parte de trás da calça com as mãos, à fim de tirar a poeira que ali se havia depositado. Ajeitou os cabelos e esperou, no mínimo, um pedido de desculpas pela pessoa que se encontrava à sua frente.
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MensagemAssunto: Re: A February Halloween night?   A February Halloween night? Empty

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