Ouch! That hurts, boy! [rp fechado]

Certo, eu não estava na Faculdade! Para falar a verdade nem nos Estados
Unidos eu iria fazer faculdade, então, o que raios eu estava fazendo na
zona da Universidade? Bem, nem eu sei. Acho que eu tenho um senso
aventureito muito mais aguçado que eu realmente pretendia ter.

Bem,
o fato é que eu fiquei impressionada com o tamanho da área do colégio,
e depois me disseram que as áreas da Universidade e do colégio eram
interligadas e bem..cá estava eu , agora!

Eu estava, na verdade,
saindo da zona que tinham mais pessoas, agora eu estava andando por um
lugar bastante arborizado, e com umas pedras de cimento formando um
caminhozinho falho por dentre o mato que crescia ao lado [e devo
comentar que a pedra era escorregadia, o que me fez avaliar a possível
topada que eu praticamente levei].

Por dentre os blocos, tinha
um caminho igual a esse. Na verdade, eu estava agora já prestes a
desidratar, por causa do sol escaldante que fazia naquelee momento, era
demais para uma garota que morava num lugar onde o Sol apenas aparecia
por dentre as nuvens de um dia nublado.

Enquanto pensava nisso
comecei a comparar mentalmente o lugar onde eu estava andando, com a
Irlanda. Quero dizer, com um sentimento quase que saudosista, para
falar a verdade. Eu reparava em como a coloração das folhagens eram
diferentes, como também o clima mais seco que em nada se comparava com
o ar úmido da minha terra natal.

Eu suspirei, enquanto pensava
nisso. Eu realmente estava com mais saudades de casa do que realmente
pensei que sentiria, mas, devo confessar, que Carmel não é como eu
pensava, bem, até agora ao menos. Mas eu tinha um ano para confirmar
essa teoria.

Eu estava notando que o local ia ficando cada vez
mais deserto à medida que eu andava. Agora eu estava apenas procurando
algum lugar que vendesse alguma garrafinha de água mineral, ou ao menos
algum bebedeouro que me oferecesse uma fonte de água artificial e
gelada. Mas eu não encontrei nada disso perto.

Ao meu horizonte
tinha uma espécie de ginásio, ou algo do gênero, ao menos era um local
coberto, por isso, não pensei duas vezes em tentar chegar àquele oásis
de concreto que não estava sendo afetado pela radiação UV do Sol.

Enquanto
eu estava chegando mais perto, ofegante, eu ouvia algo batendo..fiquei
um pouco intrigada, e, quando estava chegando próxima à entrada, eu vi
uma coisa laranja vindo em minha direção. Juro, se eu não tivesse um
reflexo tão bom, aquela coisa teria me acertado em cheio, por sorte,
meu braço a desviou, mas aquilo não havia implicado em uma dor menos
forte no local do braço atingido.

-Ai!- exclamei!--Seu louco, aprenda a jogar antes de entrar numa quadra!-
bem, talvez xingar um completo desconhecido que tem força o bastante
para jogar uma bola com aquele mpacto não fosse a coisa mais sensata a
fazer, mas bem....quem disse que eu era sensata mesmo?

Certo, eu sei que seria um pouco imprudente da minha parte sair por aí, na sua primeira semana de aula, por um lugar totalmente desconhecido , mas, venhamos e convenhamos, quando você mora praticamente numa ''floresta'', nada parece um desafio tão grande assim.

Ao menos eu pensei que a selva de concreto que era o ginásio, não oferecesse perigo nenhum. Mas ei, eu disse, pensei, e bem, muitas vezes a gente pensa uma coisa que é totalmente diferente da realidade, e isso foi uma coisa que se aplicou muito bem ao meu caso, quando eu vi uma bola de basquete, a mil quilômetros por hora, tombar contra meu pobre braço.

Lógico que eu não iria ficar calada quando a isso, eu tinha que tomar satisfações, pois eu não iria deixar que qualquer um me machucasse, provacasse um impacto desse tamanho no meu braço, que estava imediatamente ficando roxo, ficasse impune a isso.

Mas bem, eu não estava prevendo que o garoto que tinha me machucado fosse tão...alto...e forte..... e gato também, mas isso não vem ao caso. Mas bem, ele não seria louco de bater numa garota, certo?

-Desculpe espero que não tenha se machucado...muito. - eu levantei a sobrancelha, olhando com raiva para ele, que devia estar notando o machucado roxo no meu braço.

-Já pedi deculpas, não fiz por querer. -Não ia sair por aí tacando bolas de basquete
nas pessoas. Eu sei
jogar suficiente para entrar numa quadra.- ele falou isso me encarando. Hey, eu não tenho medo de altura, certo?

Só por que é estrangeira e mulher, acha que pode ficar falando desaforos para as pessoas?

Ahn? Garoto surtado!

-Você é bipolar, esquizofrênico, ou algo do gênero? Devia estar em um centro de atendimento psicossocial, e não aqui, garoto!- falei, com raiva--Não tem nada ver o fato de eu seu mulher, ou estrangeira, ou sei lá que raios você está fazendo aqui, só sei que você.....ahhh.. quer saber? Go hifreann leat!

Essa é uma das minhas características, quando eu fico irritada foi logo despejando pragas em gaélico, e essa era uma das que eu usava frequentemente: ''Vai pro Inferno!'

Bem, não me pergunte o que me deu para sair por aí brigando com alguém suficientemente mais alto, e mais forte do que eu [se bem que para alguém ser mais alto e mais forte do que eu não precisa muita coisa.], bem, talvez tenha sido a mesma coisa que me levou a colocar a mão na tomada para ver se ''realmente dava choque'', ou o que me levou a tentar fazer rapel...sem corda de segurança!, seja lá o que for, o certo é que eu tenho uma tendência a me meter em situações arriscadas...altamente arriscadas.

E agora eu estava ali, conversando com uma pessos suficientemente louca, ou ao menos isso me pareceu, levando em conta as coisas que sucederam as ações dele depois.Bem, isso porque ele estava tão irritado quanto eu, mas depois sua face suavizou,e ele começou a falar como uma pessoa normal, sem toda aquela raiva.

Olhe me desculpe por ter jogado a bola. - Não importa oque você disse na sua lingua. - Podemos tenatr começar do inicio? -

Eu ergui a sobrancelha. O número do hospício, por favor!

-Thomas Portland Blake, 1º Ano de Direito na
Universidade de Camel. - - E talvez eu seja mesmo
bipolar.

Eu olhei assustada para sua mão estendida. Demorei algum tempo para meu corpo realizar o ato reflexo de pegar na sua mão também.

-Ahn...Sophie McAndrews, último ano colegial do colégio Junípero Serra....e tem razão, eu sou esrangeira, vim da Irlanda para falar a verdade.- e então completei, já um pouco mais calma--E eu conheço um bom psiquiatra, se quiser eu dou o telefone dele, porque, você tem sérios destúrbios, Thomas.- agora já ria mais naturalmente.

Me sentei num degrau da arquibancada.

-E desculpe por ter te xingado em celta...não posso evitar, é mais forte que eu..- falei rindo, enquanto o fitava.

Bem, eu devia ter saído daquele ginásio, e ido correndo em direção a primeira barraquinha que vendesse água, ou até mesmo ao posto de saúde mais próximo, visto o estado predominantemente roxo do meu braço, mas a questão é que eu estava gostando de conversar com Thomas, especialmente depois que ele não se revelou um louco homicida.

-Hum então aquilo era celta- Preciso aprender umas palavrinhas assim com você, para falar no meio do jogo.

Eu ri com suas palavras, bem, não que eu xingasse todo mundo, e aquilo que eu falei nem um foi um ''palavrão''.

-Bem, aquilo na verdade significava ''vá para o inferno''...não foi nada tão forte assim...ou com certeza menos forte do que vocês devem falar no meio dos jogos.- disse, pensativa.

-Oque trouxe a jovem irlandesa, até Camel? -Pretendo um dia visitar Dublin.-

Eu abri a boca para responder, mas antes ele falou mais outra coisa.
Minha banda favorita é da Irlanda. - Falei calmo. - U2.

Eu entrei em choque quando ele disse isso, porque, tipo assim, eu devo ser a fã mais fã d U2 que existe em todos os universos. Então, com suas palavras, me levantei com assombro.

-Como é que é? Repita, o que você disse? Tá brincando? U2? A sua banda favorita? Oh my!!!! Não acredito! Eu acho que devo ser a maior fã deles.- disse isso com a voz esganiçada e praticamente dando pulinhos.

-Eu já conheci Bono, sabia? Ele é mil vezes mais ''hot'' que aparenta ser...eu fui no camarim, ganhei uma promoção de quiz sobre a banda que teve e....NÃO ACREDITO QUE VOCÊ GOSTA DE U2!!!- certo, se comporte, você deve estar parecendo uma louca, Sophie!.

-Nossa, subiu de conceito comigo, hein Thomas!- falei,rindo.

Tá, tudo bem, eu posso ser uma pessoa bem calma, alegrinha, paciente [mentira, cof cof],e todas essas qualidades que as pessoas remetem logo aos Ursinhos Carinhosos [tá, esqueçam essa parte, por favor!], mas uma coisa eu te digo, quando falam em U2, ou qualquer coisa relacionada a U2, Bono e variantes, eu surto, e quando falo que eu surto, eu surto realmente!

E foi justamente isso que aconteceu, quando Thomas, falou por cima sobre a banda preferida dele ser U2. Bom, a minha reação foi tão calma, que ele prontamente falou:

Depois eu que preciso de Psiquiatra. -E sim eu adoro U2, são minha banda favorita.

Eu olhei rindo para ele, um tanto quanto envergonhada. De repente ele pegou e me entregou o seu iPhone, olhei para ele sem entender nada, até que ele falou, notando a minha interrogação na testa.

-Tem músicas do U2 aí. - Se quiser ouvir alguma.

Ahhh, tá! Prontamente eu liguei o trequinho, com muito cuidado para não quebrar, porque eu sabia que podia ser muito ''ajeitada'' de vez em quando, e quebrar um aparelho desses com certeza não está na minha ''Do-List''.

Enquando eu ligava, logo começou a tocar ''Window in the Skies'', eu não pude deixar de rir ao ouvir a voz de Bono, que era quase como um mantra para mim.

-Mas você ainda não me disse por que
saiu da Irlanda. Eu vim fazer faculdade numa das
melhores instituições de Direito do pais. e Ser campeão
Nacional Universitario de basquete.

-Nada pequeno o seu desejo, hã?- falei, rindo--Auto-conhecimento. Quer dizer, nem assim, mas eu precisava conhecer algo novo, uma nova cultura...não que eu não goste de Irlanda, pelo contrário, eu amo minha terra, mas eu precisava de um tempo longe dos lugares-comuns, e isso está sendo enriquecimento cultural enorme para mim...mas bem, daqui a um ano eu volto, para a Trinity College...- falei, ainda ouvindo Bono falando...

For real, ouvir U2 muda totalmente o meu estado de espírito, por isso, se um dia eu estiver totalmente estressada, ou estiver com uma faca prestes a fazer alguma coisa com você, coloque U2 no alto-falante, que vai me acalmar, de certeza.

-Sei como é, sempre é bom ter novos ares. -Mas a coisas que as vezes nos prendem a certos lugares-Sou de Los Angeles. - Mas pretendo ir a Europa um dia conheçer o velho continente. - Pena que vai embora daqui a um ano, achei que seria minha caloura.

Eu ainda estava prestanto atenção na música, agora tocava ''Bad'', eu, logicamente, adorava também, sinceramente, não tem nenhuma música deles que eu não goste. A verdade é que eu não estava prestando tanta atenção assim, porque eu estava me lembrando de um fato passado, uma coisa que foi a pior coisa pela qual eu tive que passar, e escondia de tudo e de todos, uma coisa que eu não queria que ninguém soubesse, e eu queria esquecer.

Eu sentia que meu rosto ia ficando mais quente, enquanto lágrimas teimavam a rolar, por isso, logo tratei de escondê-las, e então, sobressaltada, ouvi a voz de Thomas, que parecia estar mais ao longe.

-Desculpe Sophie, estava distraido. -Oque você dizia mesmo?

Eu não sei o que dizia, não sei o que ninguém dizia, a única coisa que eu queria agora era ir embora.

-Ahn...bem Thomas, foi um prazer te conhecr, obrigada pela música, mas eu tenho que ir- falei, apressada, levantando a mão para cumprimentá-lo.