- :: Shadowland Tales
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.


Face a face com o sobrenatural. Baseado na série de Meg Cabot, 'A Mediadora'.
 
InícioPortalProcurarÚltimas imagensRegistarEntrar
Bem vindo!
Mary W. Bennington Atrama

Deu-se inicio de mais um semestre na cidadezinha de Carmel. Misterios estão sendo, pouco a pouco, revelados e segredos antes bem guardados, estão começando a vir a tona. Bruxos, Mediadores e Fantasmas se encontraram, chocando-se uns com os outros, e sem conseguir evitar os ligigos, as paixões avassaladoras, o ódio ou o amor. E agora? Que escolha você fará?

Bem vindo ao jogo!
Big Brother Carmel
- CALENDÁRIO -


Dia on:
11 de Setembro
Clima: Levemente fresco em Carmel. Algumas nuvens começam a nublar o céu; uma ameaça delicada à uma chuva vindoura.
Horário: Noite.

OFF: Favor finalizar suas ações até o dia 14 de setembro. A partir daí, poderão postar livremente na categoria Big Brother Carmel. Ps.: Só poderão postar os personagens que receberam uma mp da Admnistração.
Últimos assuntos
» Jogo - Continue a historia com 3 palavras...
Mary W. Bennington EmptySex Dez 27, 2013 1:02 am por lagartixa3

» Flood 5
Mary W. Bennington EmptyQui Dez 22, 2011 6:30 pm por Summer Martin Webber

» assay
Mary W. Bennington EmptyQui Ago 04, 2011 9:50 am por Convidado

» Insurance
Mary W. Bennington EmptyQui Ago 04, 2011 6:29 am por Convidado

» benefits of taking fish oil
Mary W. Bennington EmptyQua Ago 03, 2011 11:45 pm por Convidado

» System Caffeine Nervous Sympathetic
Mary W. Bennington EmptyQua Ago 03, 2011 9:36 am por Convidado

Links Uteis
Mary W. Bennington Linksuteis

Regras gerais
Trama do Jogo
Dicas Para Iniciantes
Grupos e Espécies
Personagens Cannons
Lista de Avatares

Destaques
Mary W. Bennington Celebridades

- Cadance Fox -Destaque Pesonagem Feminino

- Neil Acker -Destaque Pesonagem Masculino

- Romeo Montecchio e Juliet C. Carey. -Casal Destaque


- Rp destaque -Rp destaque
Parceiros
Mary W. Bennington Parceiros

Twilight Chronicles RPG Malfeito-Feito RPG Fórum Central tl tl
Créditos
Mary W. Bennington Creditos

© Shadowland Tales é uma criação de Dahiane e Alessandra. Todo o conteúdo do site pertence às Administradoras.
Agradecimentos à Meg Cabot, por ceder-nos a maravilhosa série de livros 'A Mediadora', e aos players e jogadores do board.

Proibida a Cópia total ou parcial.
Obrigada.

 

 Mary W. Bennington

Ir para baixo 
AutorMensagem
The Shadow
Admin
Admin
The Shadow


Mensagens : 528
Data de inscrição : 15/09/2008

Mary W. Bennington Empty
MensagemAssunto: Mary W. Bennington   Mary W. Bennington EmptyDom Fev 15, 2009 2:53 pm

[Dados do Player]

Nome: Juliana
Idade: 22 anos
E-mail: j_dompietro@yahoo.com.br
Comunicadores (MSN, YM, AOL..) [MSN] jla_angel@hotmail.com
[Y!M] j_dompietro
Tem outro personagem no RPG? Se sim, cite-os, e também a espécie a qual pertencem: Yeep! Aidam Geller e Celina Keller [fantasmas], Morgan L. Nurse [bruxa], Andrew Hentz[mediador] e Neil Acker[humano]

[Dados do Personagem]

Nome: Mary Wendy Bennington
Idade: 22 anos
Data de Nascimento: 15/12/1986
Local de Origem: Washington, EUA
Artista Utilizado: Mary Elizabeth Winstead
Características Físicas: Mary tem 1,65m o que acentua ainda mais o seu jeito delicado, que as vezes não combina com as confusões em que se mete. Tem os cabelos castanhos, compridos e lisos, e os olhos igualmente castanhos.

Características Psicológicas: Mary é extremamente extrovertida. Foi uma criança mais quieta, mas por total falta de oportunidade de aprontar. Depois que a mãe foi embora, ela pareceu se tornar propensa a se meter em todo o tipo de situações extraordinárias, por não conseguir negar uma aventura sequer. Adora viver o momento e cá entre nós tem um pouco de medo da palavra futuro, por tudo o que ela pode representar. Todas as emoções que vive são dotadas de muita intensidade, portanto ela nunca estará feliz e sim extremamente feliz. O mesmo acontece se alguém a irrita, mas isso é muito difícil de se conseguir. No mais, é muito carinhosa e se preocupa bastante com as pessoas ao seu redor na verdade, não só pessoas, principalmente com as que ama.

Biografia:

-Ela é tão linda! Olha aqui Richard, que coisinha mais pequenininha! Dá até medo de quebrar.- Papai ainda estava meio tonto ao presenciar o parto. Homens, sabe como são fracos... - Que nome eu dou pra você?- Mamãe, se perguntou, acariciando o meu nariz.-Você tem cara de Wendy! Isso mesmo, Wendy Bennington.- Sim, tudo começou cedo, mas papai pretendia me salvar.

-Wendy, Caroline? WENDY? Não, você não vai fazer isso com ela.-

-Mas ela é minha filha também, Richard. E um nome desses vai me lembrar que pra mim ela não pode crescer nunca...-

-Mas ela não será sua pra sempre, Caroline! O que o empregador dela vai pensar quando ela se apresentar na entrevista..-

-Mas a menina acabou de nascer, pra que eu vou pensar nisso?-Papai respirou fundo, com mamãe era desse jeito.

-O que você acha de Mary?- Papai falou, com mais paciência e um pouco mais baixo.

-Eu gosto de Mary... Mary Wendy Bennington- Com um grunhido ele saiu da sala. Ele nunca ganharia aquela batalha.

***


-Quem é você?- Eu perguntei um pouco assustada por acordar e ver um desconhecido vigiando meu sono. Não sei ao certo que idade ele parecia ter. Eu ainda era pequena para distinguir muitas coisas. Mas não tinha medo do desconhecido. Quando eu levantei da cama e cheguei perto dele, ele recuou. Corri até a porta e gritei por mamãe. Ela subiu correndo as escadas.

-O que foi minha filha?- Peguei na mão dela e comecei a falar, sem parar.

-Mamãe, tem um menino no meu quarto, ele estava me olhando dormir...-Vi os olhos de mamãe se esbugalharem, mas eu tive que parar meu discurso, quando entrei no quarto e não tinha mais ninguém lá.

-Será que você não sonhou, Wendy?- Ela perguntou, me pegando no colo.

-Não, mamãe, eu vi.- Fiz força pra descer do colo dela e fui até aonde ele tinha aparecido. -Ele estava bem aqui, olha só e estava desse jeito..- Imitei ele da forma que achei mais digna. Eu podia sentir que mamãe estava apavorada e como ela não emitia nenhuma palavra, perguntei:

-Ele é o irmão que você me prometeu? E por que ele se escondeu?- Ajoelhei para olhar embaixo da cama. -Ele não está aqui embai...- Senti mamãe me puxando pela mão e me levando com ela. -Onde ele foi mamãe?- Ela não me respondia e me levou até o seu quarto, pegando o telefone e ligando pra papai. Depois disso, foram colocadas grades mais reforçadas na minha janela e eu dormi por mais de um mês com a minha mãe, até eu protestar e conseguir voltar para o meu quarto. E se fosse um irmão e eu não estivesse lá pra recebê-lo? Eu realmente não havia entendido o porquê de tudo aquilo e mesmo com quatro anos já havia ficado com receio de contar caso isso acontecesse de novo.

***


-Hmm... Que eu posso ver fantasmas, eu já percebi!- Falei, revirando os olhos, totalmente entediada. -Mas porque eu posso ver vocês?- Falei pra moça que aparecera no meu quarto. Eles adoravam aquele lugar e acho que se eu contasse aos meus pais o numero deles que já aparecera por ali, eu seria um animal em cativeiro, que só seria mostrado aos domingos, quando as famílias iriam ao zoológico. Mas eu tive a prudência de guardar essas estranhas aparições só pra mim. E eu gostava dessas visitas, que até hoje nunca foram nocivas. Dessa vez pelo menos estava sendo mais esclarecedor. Então ela começou a me contar que muitas pessoas morriam, deixando assuntos inacabados e que pessoas como eu poderiam ajudar. Quer era um dom. Bem, eu adorei a idéia de ter um dom. Isso era extremamente interessante.

-Que máximo! E você está presa aqui por quê?- Ela disse que eram assuntos muito pesados para uma menina de seis anos e que eu não poderia resolver. -Então você apareceu pra mim por quê?- Ela levantou a sobrancelha, mas não respondeu de imediato. Mas ouvi uma batida na porta e isso foi à oportunidade para que ela pudesse ir embora dali. Eu nunca entendi realmente se esses fantasmas eram loucos ou só gostavam da minha presença. Mesmo depois de saber que eu era uma mediadora e que podia ajudá-los, nunca tinha feito isso. E como eu adorava uma novidade, não via a hora de uma oportunidade de despachar um!

Papai entrou no meu quarto, após bater, perguntando. -Estava falando sozinha, minha filha?-

-Sim, estava treinando pra prova!- Virei pra frente, prendendo a língua entre os dentes, rindo.

***


Bem, depois de saber o que eu realmente era e porque várias pessoas apareciam no meu quarto (exagerada!), não posso dizer que as coisas realmente mudaram em minha vida. Era engraçado como os fantasmas somente apareciam pra mim e me contavam coisas, mas talvez me achassem desqualificada pra resolver seus problemas. Olha, eu não ligava, mas não nego que não via a hora de fazer algo do gênero. Só não fizera até hoje porque mamãe parecia me vigiar noite em dia, até que:

-Richard, meu ex-agente me ligou e disse que tem uma peça perfeita pra mim. Ela começa daqui a um ano e acho que já está mais do que na hora de voltar.- Eu comia meu cereal e como nunca tinha ouvido nada parecido, parei em meio ao ato de levar a colher na boca, olhando para papai, esperando a sua reação.

-Hmm... E com quem Mary vai ficar?- Papai não levantou os olhos do jornal que estava lendo e eu sabia que quando ele fazia isso, era porque ou não queria discutir o assunto ou não estava gostando. Ele preferia evitar um confronto direto até que fosse necessário.

-Bem, eu posso passar meus textos em casa e acho que no pouco tempo em que ficarei fora, podemos chamar alguém pra ficar com ela...- Papai levantou os olhos do jornal e eu sentia agora que ele com certeza não estava gostando. -Ou eu posso levar ela quando não der!- Mamãe falou com aquele seu jeito feliz, como se essa fosse à fórmula para abrandar as escolhas de papai. E ele sabia que se ela já tivesse escolhido, não teria volta. De qualquer forma ele não queria prende-la, mas não gostava de suas atividades. Eu apenas me limitei a observar e mal sabia que muita coisa poderia mudar.

***


-Pai, quando acaba a peça da mamãe?- Perguntei, enquanto lanchávamos.

-Acho que em duas horas estamos de volta pra casa, Mary!-

-Não pai, quando ela volta a ficar em casa?- Papai me olhou um pouco triste. Eu tinha ouvido algumas discussões. Mas nunca consegui captar a real razão, apesar de saber um pouquinho sobre o que eram.

-Não sei filha...É a carreira da sua mãe e temos que dar força pra ela!- Não sei se papai sentia isso mesmo, mas ele parecia muito triste. -Vamos logo, pra não atrasar.-

***


-Hmm...Pai?- Ele apenas emitiu um ruído, estava concentrado na peça.-A Sininho e o Peter Pan se beijam desse jeito de verdade? Eles cortaram isso do filme? Porque o que....

-Hm-hm.... Hm-hm.... É Cla-claro minha filha... hm... Faz parte do roteiro.- Ele falou, bastante constrangido. Bem, eu não era exatamente burra sabe e já tinha espiado alguns filmes mais adultos pra saber que aquilo era coisa de casais apaixonados.

-Mas papai, a gente só não beija alguém quando está apaixonado? –

-Mary, na TV e no teatro, é tudo de mentira, pra você pensar que estão fazendo isso de verdade, ok? Agora vamos prestar atenção, senão vão expulsar a gente daqui.-Eu ia rebater, mas preferi não fazer isso. Se papai dizia que era assim, porque eu iria discordar?

***


Eu estava dormindo, quando acordei assustada com as vozes alteradas. Levantei da minha cama e fui até o topo da escada, e me abaixei para escutar o que estava acontecendo.

-Você me prendeu por oito anos, Richard e agora eu quero viver a minha vida. E é isso o que eu vou fazer, não tenho que explicar nada.-

-Você sabe muito bem que eu não te prendi Caroline e que quando você disse que queria voltar a trabalhar eu não fiz objeções. Chega de desculpas esfarrapadas. Você é muito egoísta e não pensou nenhum pouco em Mary!-

-Eu... Eu... Como Mary chegou a essa conversa Richard? Ela não tem nada a ver com isso... Isso é sobre mim e eu não posso mais viver desse jeito...- Ouvi as vozes dos dois aumentarem e percebi que subiam a escada. Corri para o meu quarto e deitei em minha cama, percebendo que a discussão ficara mais baixa. Eu não queria realmente ouvir onde tudo aquilo ia dar. Não consegui dormir direito...

***


Não sei ao certo a que horas eu consegui dormir, mas quando acordei e vi que o sol ia alto, levantei de um pulo, descendo as escadas correndo. Eu sentia que alguma coisa não estava bem. Talvez um pouquinho pior do que na noite passada. Cheguei à cozinha e papai estava sentado numa banqueta, com a cabeça encostada no balcão onde tomávamos o café da manhã. Estava com as mesmas roupas da noite anterior e quando percebeu minha presença, levantou a cabeça. Eu nunca o tinha visto naquele estado.

-Oi minha filha...- Ele tentou sorrir, mas pareceu mais uma careta triste. -Vou preparar seu café. Hoje o papai vai trabalhar em casa e você vai ficar aqui comigo, tudo bem?-

-Onde está a mamãe?-

-Ela estava muito chateada com as rumo que as coisas estavam tomando no trabalho e teve que ir ajeitar tudo...-

-Mas ela vai voltar, papai?-

-Esperamos que sim...- ele falou, dando um beijo na minha cabeça e se virando pra fazer o café. Sentei-me no banquinho e apoiei o queixo nas mãos, pensando no pouco que ouvira. Será que mamãe estava cansada de mim também? Eu não sabia se me importava, pois ela andava bastante distante e nunca imaginei que alguém pudesse magoar meu pai. Não quando ele era tão bom e quase nunca se colocava contra nada a medida do possível.

Percebi que ele se aproximava de mim, colocando um prato em minha frente. Ignorei a comida e ajoelhei no banquinho, abraçando ele. -Papai, mesmo que ela não volte da Terra do Nunca...- eu tinha quase certeza que o Peter Pan tinha levado ela.-...Eu não me importo! Eu fico com você!- O abracei mais forte e ele retribuiu. Me afastou em seguida, tentando sorrir mais uma vez.

-Eu não entendo como alguém pode fazer qualquer coisa contra você, minha filha.

***


Bem, não vou dizer que não fiquei triste com a partida de mamãe. Mas papai estava tão mais arrasado que eu não conseguia ficar pior. Acho que inconscientemente, sabia que era pior para ele se eu também ficasse tão arrasada e chorando pelos cantos. Sem perceber, acabei dando mais força para o meu pai do que o contrario, pois ele gostava muito dela – e isso tudo eu só fui perceber, muito tempo depois.

Ele passou a trabalhar mais em casa, mas teve que pagar uma babá pra ficar comigo boa parte do tempo. Bem, era como se eu estivesse completamente sozinha e aquilo pareceu atiçar ainda mais a vontade dos fantasmas aparecerem. E agora, mais do que nunca, eu adorava tudo aquilo. Via como uma companhia, como nunca tinha visto antes. E acho que foi só mamãe ir embora que eles solicitaram a minha ajuda:

-Então você está preso aqui, porque a diretora de sua escola tomou a sua medalha após o campeonato?- Eu repeti o que tinha ouvido de Carl, que aparecera por vários dias em meu quarto e que depois de um tempo decidira que eu poderia ajudá-lo. Ele havia me contado que morrera em um acidente de carro após voltar de uma festa e não tinha certeza, mas achava que se a sua medalha fosse colocada em seu devido lugar, talvez ele conseguisse ir embora.

-Isso mesmo, a medalha que aquela diretora maldita me roubou, depois que eu dei uma surra em Peter, após o jogo. E o pior de tudo é que já estávamos fora da escola, ela não tinha esse direito...- ele bateu com o punho esquerdo na mão direita e eu não pude evitar que uma risadinha escapasse aos meus lábios. Era bastante engraçado ver um brutamonte como ele, chorando por uma medalha que havia ganhado há tanto tempo. Mas eu estava adorando tudo aquilo e a possibilidade de poder ajudar algum fantasma. Ele me olhou com uma cara bastante brava e eu voltei a ficar séria. Tinha que arranjar uma forma de conseguir entrar na sala da diretora e eu sabia que não seria fácil, mas não via a hora.

***
Ir para o topo Ir para baixo
https://shadowlandtales.forumeiros.com
The Shadow
Admin
Admin
The Shadow


Mensagens : 528
Data de inscrição : 15/09/2008

Mary W. Bennington Empty
MensagemAssunto: Re: Mary W. Bennington   Mary W. Bennington EmptyDom Fev 15, 2009 2:53 pm

-Filha, o que você estava fazendo pendurada na janela da sua diretora?- Eu estava deitada na maca da enfermaria da escola, com um braço enfaixado. A sala da diretora era no primeiro andar e não chegava a ser tão alto. Mas quando eu havia conseguido pegar a medalha, ouvi a porta se abrindo e tentei ficar pendurada na janela, pelo lado de fora. Alguém me viu e gritou que tinha uma menininha querendo se jogar e eu, me assustando, soltei do parapeito. Bem, o resultado foi que eu estava com arranhões por todo o corpo e com o braço quebrado. Só não sabia como não havia machucado mais nada. Agora estava ali, com o meu pai perguntando o que eu pretendia fazer. Bem, eu não poderia contar a verdade.

-Foi uma aposta papai... Uma menina apostou comigo se eu tinha coragem de entrar na sala da diretora. Mas eu me assustei quando ouvi a porta abrir e me joguei da janela.- Ops, palavras erradas. Mas o que eu poderia dizer? Pelo menos eu tinha conseguido pegar a medalha e havia tantas ali que eu duvidava que a diretora fosse notar. Bem, assim eu esperava...

-Mas minha filha, uma aposta? E a troco do que? De quase se matar? Você teve muita sorte. Imagine se tivesse quebrado mais que um braço?- Ele parecia muito mais apreensivo do que bravo, mas acho que estava guardando a bronca real pra mais tarde.

-Me desculpe papai, não vou fazer isso de novo...- Não queria ver ele sofrendo, e esperava não voltar a preocupá-lo da próxima vez...

***


-Mary, aonde eu errei com você? Você nunca teve tendências suicidas ou inclinação para o desastre e essa é a terceira vez que você se mete em encrenca nos últimos seis meses! Me diz o que está acontecendo, minha filha!-

Bem, eu não posso dizer que cumpri a promessa de não preocupar mais papai e parecia que cada vez mais problemas apareciam para eu resolver. Bom, não era como se eu dissesse que não podia, pois eu adorava as oportunidades cada vez mais loucas de ajudar e bem, a probabilidade de eu me machucar era muito maior, pois eu ainda estava com quase nove anos. Mas tudo começara a se tornar inevitável e eu sabia que mais cedo ou mais tarde ele iria apelar.

-Não está acontecendo nada, pai...- Falei com a cabeça baixa, pois eu tinha vergonha de encará-lo depois das “aventuras” e mais uma vez, não poderia contar a verdade.

-Isso tudo é falta de atenção, Mary? Pelo fato de sua mãe não ter voltado ainda?- Eu o encarei, meio abobada com a sua dedução. A resposta estava na ponta da língua, mas eu tinha medo de falar.

-Não, pai, não é isso...- ”Não tem nada a ver com minha mãe e sei que ela não vai voltar.” -Eu prometo que isso não vai mais acontecer...-

-Mary, eu só queria que você me dissesse se há algo errado..- Ele falou completamente desanimado. -Mas só tem uma solução, eu vou passar a fazer as representações totalmente em casa e vamos nos mudar daqui. Acho que você precisa respirar novos ares...- Eu sabia que ele também queria respirar novos ares e esquecer de mamãe. E havia prometido com sinceridade que não voltaria a fazer mais nada daquilo. A dificuldade era cumprir e eu mal sabia que o lugar para o qual estávamos indo poderia tornar tudo isso impossível. E foi assim que nos mudamos para Carmel, o lugar onde eu provavelmente me meteria em mais confusões.

***


-Mary, me diz como você foi pega andando em cima do muro dos Smith? O que vocês estava fazendo lá? Eu sabia que a sua mãe não era boa influencia e depois de tudo ainda estragou você. Como você pode fazer isso comigo, eu não te dou tudo o que você precisa, não estou perto de você sempre? O que eu estou fazendo de errado, me diz?-

Já fazia um ano que estávamos em Carmel e eu conseguira com sucesso me meter em confusões por conta dos meus Gasparzinhos particulares sem que fosse pega. Papai havia até pensado que eu tinha superado aqueles poucos meses de rebeldia e que tudo aquilo fora influencia do lugar e do fato de minha mãe ter nos deixado. Bem, eu deduzia tudo isso, pois ele nunca dissera com essas palavras, ele nunca havia admitido em voz alta que mamãe tinha nos deixado definitivamente. E o que era mais engraçado é que as coisas haviam realmente piorado. Se eu já gostava de me arriscar nas empreitadas pelos fantasmas, agora eu adorava. E tinha aprendido a esconder bem tudo isso até esse dia.

-Pai, eu vi algo de estranho subindo o muro, quando voltava da casa de Pamela e decidi ver o que era e...- Minhas desculpas eram sempre muito esfarrapadas e eu percebi que dessa vez não me safaria fácil. Os olhos de meu pai se arregalaram.

-Com o que então você decide dar uma de heroína e subir no muro dos outros? E se fosse algo perigoso, Mary Wendy?- Meu nariz se torceu quando ele me chamou assim. Há muito que eu havia começado a odiar esse nome. Talvez desde a época em que a Sininho (mamãe), fora embora com Peter Pan(seu amante). Ou desde quando vim pra Carmel e comecei a ter mais amigos e eles começaram a zoar com o meu nome. Ou quando ele anunciava que vinha bronca por ai. É, eu tinha vários motivos. -Não adianta torcer o nariz pra mim. Você vai ficar de castigo por dois meses. Eu acho que isso que te faltou, mais repreensão e menos compreensão.- Eu estava abrindo a boca para protestar, mas ele não deixou. -E sem argumentações. Vai dormir agora. Vou te levar e buscar na escola e você não vai sair de casa enquanto eu achar que entrou algum juízo em sua cabeça.

Virei as costas e subi as escadas correndo. Isso era tão injusto. Eu estava fazendo tudo isso pra ajudar almas perdidas e era essa a minha recompensa? Entrei no meu quarto e bati a porta, prometendo que não ia mais ajudar ninguém... Bem, até o próximo caso ou até eu sair do castigo...

***


-Filha, nós vamos nos mudar pra Irlanda por um tempo. Eu tenho que acompanhar a instalação de uma filial de perto, em Dublin e preciso estar o tempo todo lá.

-Mas pai, vamos nos mudar de novo? E eu nem terminei o ano letivo.

-É temporário, filha e faltam duas semanas pras aulas terminarem.-

-Já que é temporário, eu poderia ficar aqui, cuidando da casa e...-

-Enlouqueceu, filha? Você acha que eu tenho a capacidade e a irresponsabilidade de deixar a minha filha de onze anos sozinha? Ainda mais depois de tudo pelo o que você passou? Não, de jeito nenhum. E nós só vamos um dia depois do ultimo dia de aula. Pense nisso como férias prolongadas.- Cruzei os braços, mas papai ultimamente estava bastante bravo comigo. Sabia que não ia adiantar discutir. Eu ia me mudar pra Dublin.

***


Bom, não posso dizer que não tenha gostado de morar lá e até tenho que agradecer, pois muitas coisas mudaram em nossa vida. Aliás, muito mais na vida de meu pai. Lá, ele conheceu Grace Fitzgerald, por quem ele se apaixonou. Eu poderia ter agir como uma filha ciumenta e protetora, com medo de que meu pai se machucasse outra vez. Mas foi impossível me sentir assim. No começo eu apenas notei a mudança em seu estado de espírito e o quanto ele se tornou uma pessoa mais leve e mais parecida com o que era antes de Sininho ter ido embora.

Depois, quando as coisas pareceram se tornar mais sérias, ele me apresentou a Grace. Eu ainda tinha os meus receios, mas eles se desfizeram assim que a conheci. Ela era extremamente carinhosa, alegre e o seu jeito me encantava. Não tinha como não gostar dela.

Grace tinha um filho também, seu nome era Garret. No começo eu achava que ele era muito sério por não gostar do fato de papai namorar sua mãe. Mas nas poucas vezes que eu tentei conversar com ele e mostrar que papai era muito bom e que nunca machucaria a mãe dele, foi em vão. Tudo bem que eu acho que o assustei um pouquinho, pois eu sempre fora muito empolgada, saltitante, hiperativa, ainda mais depois de tudo o que passei em Carmel. O fato é que depois eu fui descobrir que ele era assim mesmo e que não combinávamos em nada. E eu nunca imaginaria que um dia ele poderia ser tão importante na minha vida.

-Filha, nós precisamos conversar.

-Nós vamos morar mais dez anos aqui?- Perguntei, fingindo apreensão. Mas na verdade eu estava gostando da Irlanda. Apenas os fantasmas que me fazia falta, pois não tinha topado com muitos por ali, mas pelo menos o ano extremamente tranqüilo tinha feito papai esquecer um pouco das confusões.

-Eu vou pedir Grace em casamento. Eu coloquei as mãos na boca, e percebi papai se assustar, pensando que eu não tivesse gostado. Mas era assim que eu expressava meus sentimentos.

-Não acredito, pai!- Falei, abrindo um sorriso e abraçando ele. -Você não imagina o quanto eu fico feliz. Eu gosto tanto dela!- Ele pareceu relaxar e quando nos soltamos ele voltou a falar. Disse que era muito importante que eu ficasse por dentro de tudo. Contou os problemas dela e disse que a amava muito. E que a única forma de ajudá-la, era estando sempre por perto. Eu concordei com tudo e lhe disse que faria de tudo para ajudá-lo também. Ela já fazia parte de nossa vida.

***


Papai e Grace se casaram na Irlanda mesmo e logo nós voltamos para Carmel. Ah, Carmel e meus queridos fantasmas. Sim, eu havia conhecido dois mediadores que me achavam uma louca por adorar tanto ver fantasmas e ajudá-los. Mas o que eu poderia fazer se gostando ou não, isso não pararia de acontecer? Portanto o meu lema sempre era: nunca deixe de fazer o que você não pode evitar. E olha que quando eu não me machucava, o que nunca aconteceu de forma tããão séria, eu me divertia. Os fantasmas tinham cada uma. Era bastante engraçado.

Só que essa volta já não foi da forma como era antes. Agora eu tinha três pares de olhos me vigiando. Bom, no começo eu acho que eram só dois, mas depois de um tempo Garret passou a fazer isso também e eu não me importava. Nossa relação foi se estreitando cada vez mais, mas tudo porque eu era bastante chata e insistente pra pegar no pé dele e não deixá-lo em paz. Eu adorava o contraste entre nós dois e isso me divertia. Acho que no fundo ele gostava de mim também e com o tempo percebi que nos tornamos como irmãos. Eu adorava tira-lo do sério e depois de ficar um bom tempo de cara feia pra mim, ele voltava a entrar nas brincadeiras.

Ele passou a me salvar de várias confusões em que me meti e sempre se achou no direito de passar um sermão. Eu sempre aceitava, pois afinal ele tinha me ajudado e por fim, mesmo com as ameaças, nunca contava nada para o meu pai. Eu o adorava demais e de todas as vezes que me imaginei com um irmão, nunca pensei que pudesse ser assim.

Quase três anos após de nossa volta da Irlanda eu comecei a fazer teatro na escola. Eu nunca imaginei que fosse ter sequer interesse por isso, já que fora dessa forma que Sininho magoara meu pai. Mas depois das primeiras brincadeiras na escola um pessoal da ultima serie me chamou para ir ao Grupo de Teatro Amador de Carmel. Eu fui, pois nunca consigo refrear minha curiosidade, já que era só para ver como funcionava. Bem, o que eu não imaginei é que fosse gostar tanto. Sentia-me bastante envergonhada por isso e decidi que não contaria para o meu pai no começo. Mas não teve como, eu passei a gostar tanto quanto gostava de fantasmas e tive que contar. Ele não gostou muito e só me pediu mais uma vez que tivesse juízo e que não deixasse aquilo me subir à cabeça.

Eu ainda não havia participado de nenhuma peça, efetivamente. Estava freqüentando mais para ver os mais experientes e participava de coisas menores. Foi lá que eu conheci Ethan e ele me chamou a atenção desde a primeira vez que o vi. Ele era lindo e o seu sorriso, seu jeito, sua voz quando eu o via ensaiando, me deixava encantada. Já estava enrolando bastante, quando me convenceram a fazer o teste para Otelo, com o papel de Desdêmona. Ethan faria o Otelo e esse era mais um motivo para conseguir o papel – além do fato dele ter organizado tudo e o principal: a escolha caberia a ele. Eu me dediquei dias estudando para a cena que faríamos. Na verdade, eu estudei tudo. Eu não sabia o que poderia acontecer e já havia percebido que o pessoal do teatro eram completamente loucos – coisa que eu adorava. Vi as outras meninas irem bem, mas não magnificamente bem. Eu já não agüentava mais esperar, até que chegou a minha vez...

-Mary Bennington... Quando Ethan falou comigo, eu juro que senti minhas pernas tremerem, mas talvez tenha sido impressão, pois estava mais firme do que o normal. Muito me é admirável vê-la tentar um papel principal em uma peça, em tão pouco tempo conosco... Espero que não me decepcione, pois teremos uma pequena mudança no script... Ato III, Cena III lhe é familiar?Quando ele disse isso, senti meu estomago afundar. Estava abrindo a boca para responder, mas ele não deixou: Certo, então, vamos começar. Dei de ombros, e respirei fundo. Eu sabia todas as cenas de cor.

Se eu me preocupei em algum momento, fora totalmente em vão. Acho que ele ficou ligeiramente surpreendido com o fato de que eu não hesitei ou errei ao menos uma vez.

- ...Quando voltará? Dizei-me, Otelo. Busco em minha alma o que, se vós me perguntásseis, poderia negar-vos ou hesitar tanto assim em concedervos. Como!... Miguel Cássio que vos acompanhava, quando me fazíeis visitas para conquistar-me e que, tantas vezes, quando falava desfavoravelmente a vosso respeito, tomava vosso partido! É preciso tanto esforço para perdoá-lo? Podeis acreditar que eu muito poderia ajudar...

-Chega, por favor! Que ele venha quando quiser! Nada vos negarei!

- Como? Mas isto não é um favor; é como se eu vos lembrasse que vestísseis luvas, que vos alimentásseis bem ou que vos fiqueis agasalhado, como se implorasse que tivésseis um cuidado particular com vossa pessoa. Ah! Quando pedir uma concessão, com o fim de experimentar realmente vosso amor, quero que seja importante, difícil e perigosa de ser concedida.

- Nada vos negarei. É por isto que vos peço que permitas que eu fique sozinho comigo mesmo.

- Negar-vos alguma coisa? Não. Adeus, meu senhor.

- Adeus, minha Desdêmona!- Ethan recitou, me puxando pela cintura e me beijando. O susto foi tão grande que por um segundo não me entreguei. Mas depois, não pude evitar aproveitar aquele beijo, mesmo que não estivesse no roteiro. Ele me soltou, continuando a cena como se nada tivesse acontecido.- Daqui a pouco, estarei convosco.

Após finalizar a cena, Ethan deu os testes por encerrados. Eu ainda fiquei alguns segundos paralisada e por fim, sorri, esquecendo da peça em si...

***
Ir para o topo Ir para baixo
https://shadowlandtales.forumeiros.com
The Shadow
Admin
Admin
The Shadow


Mensagens : 528
Data de inscrição : 15/09/2008

Mary W. Bennington Empty
MensagemAssunto: Re: Mary W. Bennington   Mary W. Bennington EmptyDom Fev 15, 2009 2:54 pm

Bom, se eu consegui o papel depois daquilo? Sim, eu consegui e não vou dizer que muitas ali não falaram pelas minhas costas, dizendo que aquilo só foi possível por que o cara que estava escolhendo os atores – e pelo qual todas tinham uma queda – estava afim de mim. Pode até ser em parte por isso, mas eu sei que fui à única com quem ele decidiu mudar a cena e sei que me sai muito bem. Portanto, cada um poderia pensar o que quisesse.

Depois daquele primeiro beijo, Ethan e eu começamos a sair. Eu nunca tinha gostado de alguém daquele jeito e parecia que não caiamos na rotina. Eu adorava o fato de que todas as meninas queriam estar com ele e era eu quem estava. Nossa relação ficava mais séria conforme o tempo ia passando. Mas nem mesmo ele sabia que eu era uma mediadora. Acho que se eu não havia contado para as pessoas que eu mais amava até hoje, não iria contar para o meu namorado e no mais, isso poderia afugentá-lo. Eu tinha medo que as pessoas que não acreditavam no assunto, achassem que eu era uma aberração.

Gary não ia com a cara dele. Desde o começo ele implicara com Ethan mais do que o normal. Mais até que com os meus outros ficantes. Talvez fosse pelo fato de que aquilo estava se tornando um pouco mais sério? Talvez, mas mesmo que eu tentasse aproximá-los, não adiantava.

Bom, e as coisas ficaram realmente sérias, pois minha primeira vez foi com ele. Ao contrario de tudo o que Gary vivia me dizendo, eu não achava que Ethan era infantil e irresponsável e que me deixaria numa primeira crise ou no caso de a coisa se tornar mais séria ainda. Eu não queria ver isso. Mas ele estava certo, é claro... Sempre estava...

Estávamos namorando há quase um ano, quando eu descobri que estava grávida de Ethan. E essa foi à primeira vez em que eu fiquei realmente apavorada em minha vida. Foi a primeira vez que eu não disse a mim mesma ”Aproveite o agora!”, pois eu sabia que nesse caso pensar só no agora não era certo e depois de alguns anos eu percebi que eu tinha medo da palavra futuro. Ela era muito distante e nada palpável, e talvez isso me apavorasse. Era muito melhor e mais seguro se apegar ao que estava acontecendo no momento, sem pensar o que aquilo poderia causar depois.

Só que dessa vez eu senti com todas as forças as palavras de Gary baterem em minha consciência. Como era o esperado, Ethan agiu de modo irresponsável e infantil, e eu tinha certeza que ele não iria assumir o meu filho. Não ouvi isso com todas as letras, mas era totalmente obvio. A única pessoa com quem eu poderia contar aquela altura era Gary. Mas apenas para desabafar, pois eu teria que me virar sozinha. Eu sabia que iria ouvir um enorme sermão dele, mas eu já não me importava, alias, me importava muito menos do que em qualquer outra ocasião. Mais do que nunca eu merecia ouvir que eu também era uma irresponsável. Meu medo era contar para o meu pai e eu sabia que ele não agiria de forma extrema, mas eu tinha medo de magoá-lo, coisa que eu sabia que iria acontecer.

Eu nunca tinha sido tão covarde assim, em toda a minha vida e quanto mais eu adiasse, pior seria. Não poderia ficar planejando e ensaiando uma forma de contar para o meu pai e assim, sem nem pensar, decidi contar dias depois de falar com Gary, durante um jantar. Meu pai quase engasgou com a noticia. Sua expressão era de puro espanto, mas quando ele falou, eu senti a decepção e a magoa em sua voz, quando me perguntou quem era o pai de meu filho. Eu estava sufocada com o medo de uma reação pior e gaguejei, sem realmente lhe dizer quem era.

Percebi que o desespero começou a tomar conta dele e quando sua voz se tornou um pouco mais alta e mais exigente, minha garganta pareceu se fechar ainda mais e eu senti meus olhos arderem. Estava a ponto de me desmanchar em lagrimas, quando Gary se manifestou, dizendo que era o pai do meu filho. Me virei para ele, com os olhos arregalados, tentando impedir que Gary tomasse parte naquilo, mas não consegui....

***


Eu ainda estava entorpecida por todos esses acontecimentos e gostava demais de Gary para deixar que ele assumisse algo assim. Tentei falar com Ethan, dois dias depois, mas ele tinha ido embora. Eu ainda não acreditava em como poderia ter gostado de alguém tão covarde como ele e mais uma vez fui chorar nos ombros de Gary.

Consegui passar os três primeiros meses longe de confusões muito grandes, mas eu havia recuperado totalmente o meu jeito de ser. Consegui tirar Gary do sério muitas vezes num curto espaço de tempo. Até que uma confusão maior apareceu...

-Como eu vou conseguir entrar em propriedade privada? Eu não estou em condições de pular muros e...- Falei exasperada para a menina que estava em meu quarto.

-Mas se você não mostrar a carta para o meu pai, ele vai fazer besteira. Eu não agüento mais vê-lo se culpar pelo o que aconteceu. Mordi o lábio inferior. Aquilo era loucura demais. Como eu iria entrar na casa de outra pessoa sem correr o risco de me machucar. Eu sentia que aquele era um procedimento arriscado.

-Mas eu não posso. Existem tantos mediadores em Carmel... Por que você procurou a mim. Estou grávida, não posso me arriscar...- Era doloroso negar uma coisa dessas. Ainda se fosse algum pedido estúpido tudo bem, mas nesse caso era importante. A menina desapareceu do meu quarto, não sem antes derrubar uma de minhas prateleiras. Gary e meu pai entraram no meu quarto correndo e sem olhar pra eles, falei: -Não foi nada, só a prateleira que desparafusou.- Tinha mais coisas na mente do que uma simples prateleira que havia se espatifado no chão.

Depois do entra e sai no meu quarto para colocar a prateleira no lugar e de se certificarem que mais nada cairia por ali, fiquei remoendo o assunto. Eu olhava minha pequena barriga que já estava um pouquinho proeminente e sabia que aquilo era loucura, mas ao mesmo tempo tinha certeza de que a minha consciência não ficaria tranqüila se eu não fosse. Esperei todos dormirem e como eu sabia, ela voltou a aparecer.

Sai furtivamente de casa e ao chegar ao local, escalei o muro com um pouco mais de dificuldades do que antigamente, mas tudo correu bem. Entrei no quarto da menina e achei a carta no local indicado. Deixei-a na porta da casa e voltei a escalar o muro. As luzes acenderam e meu susto foi tão grande que eu cai, torcendo o pulso. Me senti um pouco tonta e achei que não havia mais nada de errado. Consegui chegar em casa e a cada minuto me sentia mais tonta. Não consegui ser tão silenciosa e quando estava subindo as escadas, Gary apareceu no topo delas, acendendo a luz. Ao vê-lo, senti a tontura mais forte e desmaiei.

Só fui acordar no outro dia e estava no hospital. Eu não havia percebido que a queda havia causado mais danos do que o aparente e eu acabei sofrendo um aborto. Fiquei completamente abalada por um bom tempo. Comecei a me recuperar aos poucos e quando estava melhor, pelo menos aparentemente, voltei as minhas atividades normais. Por mais que eu quisesse, esse era o meu jeito e eu não conseguia mudar. Acho que Gary não agüentava mais tentar me salvar de confusões e um belo dia ele anunciou que estava indo embora, estudar na Irlanda. Aquilo me abalou muito mais do que eu imaginava e eu não tinha nenhum direito de impedi-lo. Aquilo me fez perceber que eu gostava dele, muito mais do que da forma fraternal que eu sempre imaginei. Mas eu temia ser tarde demais e não podia me deixar abalar.

Acabei entrando na Universidade de Carmel, e sempre desejei que Gary voltasse um dia. Eu sentia muito a sua falta, mas temia que isso não fosse acontecer, até que Grace teve uma crise muito grave e meu pai contatou Gary na Irlanda. Fiquei extremamente feliz que ele estivesse voltando, mas ao mesmo tempo triste por ele ter que voltar em uma situação assim. Eu não via a hora de revê-lo e mais do que nunca, sentir se o sentimento que eu demorara tanto pra perceber, era recíproco...


[se esconde atras do Jesse(?)]
Ir para o topo Ir para baixo
https://shadowlandtales.forumeiros.com
Conteúdo patrocinado





Mary W. Bennington Empty
MensagemAssunto: Re: Mary W. Bennington   Mary W. Bennington Empty

Ir para o topo Ir para baixo
 
Mary W. Bennington
Ir para o topo 
Página 1 de 1
 Tópicos semelhantes
-
» Mary Ann Carey

Permissões neste sub-fórumNão podes responder a tópicos
- :: Shadowland Tales :: Acervo de Biografias :: Biografias - Mediadores-
Ir para: