Refúgio [abertíssimo :~]

Assunto: Refúgio [abertíssimo :~] Seg Fev 16, 2009 2:55 pm

Sua futilidade me aborrece - parte um.

Carmel.
Em menos de doze horas eu já tive a certeza absoluta de que essa mudança seria meu inferno astral por muito tempo. Bom, já se passaram três dias, e ainda tenho essa certeza. Humanos desmiolados, pessoas estranhas e futilidade. Muita futilidade. Incrível como, hoje em dia, as pessoas se desapegaram a tradições importante, ao conhecimento e à boa postura, apenas para assumir um nível social com o qual sequer são capazes de lidar.

Isso me aborrece.

Não fui educada para habitar o mesmo lugar que esse tipo de pessoas, quanto menos para socializar com elas. A verdade é que sempre fui pouco sociável. Meu temperamento e minhas neuras são complexos demais para que a obtusidade das pessoas possa suportar. Todos que se aproximam demais aprendem que rosas bonitas têm espinhos muito afiados, e que nunca se deve cutucar a fera com uma vara curta. Definitivamente, não sou a garota mais dócil ou afável que você poderá conhecer.

Minha insatisfação com a mudança e minha neurose devido ao estresse me levaram a discutir seriamente com meu irmão, logo pela manhã. A contenda foi seguida de gritos e agressões verbais dirigidas a minha mãe, que foram solenemente ignoradas pelo meu pai.

Às vezes me pego rindo ao pensar a respeito de situações como essa. Como a minha família segue o nível baixo de hipocrisia de todo o resto da sociedade; uma mãe que se passa por dama, um pai ausente que deseja passar a impressão de autoritário e um molecote que acha que é príncipe. Não é de se admirar que em meio a essa bizarra corte, eu esteja tão desgostosa com minha coroa de princesa.

Saí de casa após a discussão. Não tinha um rumo pré-definido, apenas uma vaga idéia do que queria fazer. Só desejava alguns instantes de paz, que ainda não tivera desde o desempacotar da última louça de mamãe. Na antiga casa, eu teria um escritório só meu, onde com certeza estaria trancada agora, vagando por sites interessantes, ou apenas me entregando a um livro de meu gosto. Mas os tempos eram outros -para minha profunda infelicidade- e já não dispúnhamos de tanto espaço assim, já que a mudança fora feita as pressas e com um péssimo planejamento -outro ponto que me deixava profundamente irritada com toda a situação.

Inspirei fundo, estancando em uma esquina. Não sabia onde estava. O nervosismo me obrigara a andar sem real atenção no caminho, voltar para casa seria um verdadeiro desafio. No entanto, sequer me preocupava com isso naquele momento. Outra coisa estava prendendo minha atenção. O enorme edifício, facilmente reconhecível principalmente para a [s]traça de livros[/s] jovem Carey.

“Ah, então aqui tem uma biblioteca!... Há, deve ser muito pouco movimentada.” Ri sozinha das minhas conclusões. Talvez eu estivesse errada, afinal. Sem pensar muito, me deixei entrar no local. Era um ambiente adorável: Total silêncio.

Ainda sorrindo, mais que satisfeita com meu achado, rumei diretamente para a sessão de livros sobre história antiga, analisando os títulos que o acervo dispunha.

Assunto: Re: Refúgio [abertíssimo :~] Seg Fev 16, 2009 4:59 pm

Eu estava,~~graças a Deus~~,me habituando a viver em Carmel,não que eu tivesse sido contra minha mudança para cá ou coisa do tipo,só sentia falta de Chicago,dos meus amigos e hábitos totalmente diferentes.....
Mas,para minha adaptação aqui,além do meu irmão e familiares mais próximos(lê-se papai e mamãe) eu agora poderia contar com ajuda dos meus primos e novos amigos,que eram poucos,mas logo seriam mais,afinal eu só tinha tido uma aula....
E essa única aula não impediu que os professores passassem matérias importantes ou trabalhos,e era justamente por conta disso que estava saindo do conforto do meu quarto.....para ir a biblioteca da minha casa....viu,não era nem tão longe assim afinal....
Era só um lance de escadas abaixo.
Mas,eu de repente não queria ficar em casa,eu queria sair e sentir um pouco do ar de Carmel,mesmo que eu também tenha esse ar em casa.
Então,peguei o carro e fui para a biblioteca local,a qual eu nunca tinha ido antes....
Bom,eu não sabia como era o estoque de livros de lá,mas caso não achasse o que precisava era só eu dar meia volta e voltar para casa.
Chegando lá,demorei alguns minutos fazendo meu cadastro e logo fui para as estantes de história,sabe,adoro ler e estudar....sim,surpreendentemente,sim.
Mas,haviam alguns dias que isso era exceção e esse..era um deles...estava sem nenhum ânimo para estudos ou qualquer coisa do tipo,só o que eu queria fazer era deitar e ficar ouvindo música...
Com esse pensamento em mente eu fiquei me perguntando porque não fui ao parque ou a praia....eu poderia fazer isso tranqüilamente...mas a minha mania de não querer deixar as coisas para última hora não deixava minha consciência fazer isso.....nossa,como eu queria que a Alex ou o Hanny estivessem aqui,pelo menos eles também tem um ar festeiro e poderiam me colocar mais para cima...
Quando cheguei a parte de história encontrei uma menina olhando aquilo fascinada ou não,vai saber?Bom,poderia não estar nos meus melhores dias,mas não era mal educada...
-Olá.
E dei um sorriso meio forçado.
Sabe,por pior que fosse,eu tinha uma mania também de sempre querer falar....
-Você está aqui também para fazer o trabalho de história?
Bom,enquanto ela pensava em responder,ou então nem sequer ouviu o que eu disse,fui pegando uns três livros bem grandes e me sentando em uma mesa....
Peguei o papel,lápis e caneta..abri os livros.....agora era mãos a obra!

Assunto: Re: Refúgio [abertíssimo :~] Ter Fev 17, 2009 1:04 pm

Era uma coisa absurda.

Você me entende, certo? Quero dizer, um trabalho daquele não era nem pra existir.

Suspirei, fechando o livro com um barulho razoavelmente alto.

A bibliotecária me deu um olhar feio, e, rolando os olhos, pus minha bolsa no ombro e os livros no braço. Catei minhas anotações e fui para a seção mais calma da biblioteca – a que ficava mais longe dos computadores – olhando as enormes prateleiras de pinho que estavam espalhadas pelo grande salão.

Me virei e vi pelos vitrais coloridos que o sol brilhava lá fora, quente. Ouvi o zumbido insistente do ar condicionado entrar pelos meus ouvidos e bufei.

Sério, no que a professora estava pensando quando passou aquele trabalho para nós?! E eu tinha que falar sobre a América Central. É tão... triste.

Tentando não fazer muito barulho com minhas sandálias de salto – um salto pequeno, mas que, posso jurar, podia ser ouvido desde a entrada da biblioteca – subi as escadas cor de ébano, equilibrando precariamente os livros em meus braços. Agradeci quando pus meus pés no segundo piso e fui para a seção de História Antiga, resoluta. Mas quando cheguei lá, vi que já estava ocupada... Determinada a ir para a de Filosofia, parei ao reconhecer uma cabeleira ruiva que eu veria mesmo a um quilômetro de distância.

Alice.

Sorri, e fui de encontro a minha prima, sentando-me entre ela e outra menina, que parecia muito concentrada em seu livro.

- Lice! – falei – admito – um pouquinho mais alto do que o necessário. – Oops. Desculpe. – pedi, de volta ao tom “eu-estou-numa-biblioteca” para a menina de cabelos lisos e longos. – Sou Alex. – me apresentei, sorrindo.

Ela não me mandou um olhar muito legal, e eu me virei para minha prima, mandando a Ali um olhar de “qual-o-problema-dela?”

Deslocadores Mensagens : 10 Data de inscrição : 17/02/2009

Pelos Velhos Tempos - parte um.

- Tudo bem, vovó... Acho que consigo chegar lá sozinho. - Eu ri, me despedindo de Lobélia com um beijo grudento em sua testa. Ela riu também. Vovó era muito jovial, sempre foi. Talvez por isso eu apreciasse tanto sua companhia.

Em minhas mãos, eu tinha uma pequena lista de três livros requisitada por ela. Não existia algum motivo aparente, a não ser seu excelente hábito de ler muito. Em Londres eu sempre passava na biblioteca para ela, na volta da escola. Estando em Carmel, eu sentia necessidade de manter alguns costumes. Dessa forma, me prontifiquei a descobrir onde raios era a biblioteca municipal.

Não demorei muito a encontrar, sempre tive muita desenvoltura para lidar com essas situações e pedir informação não era nenhum problema. Com uma eficiência admirável, a bibliotecária fez minha ficha e me entregou um cartão, o qual agradeci com um sorriso charmoso. Analisei os livros requisitados pela minha avó, enquanto meus pés deslizavam um ante outro, rumando as alas corretas. Sociologia, Ficção Científica e, por fim, história.

O título que localizava-se na ala da história não parecia ser dos mais populares, ou mais procurados, visto que eu não encontrei depois de muito procurar. Estava quase me dirigindo a bibliotecária, a fim de pedir auxílio, quando algo peculiar chamou minha atenção; vozes femininas.

Uma intuição se despertou em meu interior, algo que me obrigava a conferir o que se passava. Eriçando-me, como um pavão, e caminhei em direção as vozes. Fiquei inegavelmente pasmo ao deparar-me com ela.

“Não é possível...” pensei com meus botões, antes que pudesse me controlar. Quando vi, estava com as mãos sobre seus ombros e um sorriso sacana brincava em meu lábios.

- Deuses, você deve mesmo morrer de amores por mim, princesa. - Ela me encarou, tão incrédula quanto eu. - Saudades, Ann, querida?

Não perdi meu tempo dando atenção a raiva da menina. Na verdade, não estava assim tão surpreso em vê-la. Mas não posso negar que me animei com aquilo. Por anos fomos companheiros de classe, algo muito próximo de uma rivalidade saudável existia entre nós, pelo menos de minha parte. Da dela? Bom, acho que um ódio mortal é nutrido por mim, desde que tentei cortejá-la, quando estávamos no ensino fundamental. Éramos crianças, mas desde então, meu passa-tempo foi tirar a paz da garota. Confesso que fui muito cruel muitas vezes, mas não tinha intenção de lhe fazer algum mal. Só não sei me controlar.

Só então que minha atenção recaiu sobre as duas outras damas que acompanhavam Mary Ann. Aquilo era estranho, visto que desde que nos conhecemos, nunca vi ela com outra pessoa que não fosse seu irmão. Eu sabia muito bem o porque da sua neurose contra as outras pessoas, assim como ela deveria saber de alguns outros pontos importantes a meu respeito. Poderíamos fazer ótimas chantagens, se nossos assuntos não envolvessem nossas famílias. Não precisamos conversar antes de entrar no acordo de que aqueles assuntos não deveriam se misturar com nossa richa.

Perdão, quase perdi o fio da meada. Onde estávamos?

Sim, as damas.
Bom, nunca deixaria passar a oportunidade de espalhar meu charme por aí. Eram garotas muito atraentes e eu, como bom canalha que sou, não deixaria isso passar despercebido. Esboçando um sorriso diferente daquele maldoso que guardava exclusivamente para Mary Ann, estendi minha mão para as senhoritas que ali estavam.

- Perdoem-me minha rudeza. Me chamo Elliot... - Mary Ann rolou os olhos para mim, não pude deixar de rir. - Sou um antigo conhecido da Mary Ann...

Ponderei se deveria prosseguir. Decidi que seria uma excelente maneira de relembrar os ‘velhos tempos’.

- Estou surpreso de conseguirem chegar assim tão perto dela... Najas costumam espirrar veneno em longas distancias. - Provoquei Mary, tentando arrancar alguns sorrisos das outras meninas.

Sem esperar qualquer convite ou mesmo pedir licença, tomei lugar em uma das cadeiras -a que estava ao lado de Mary- e apoiei os livros que havia pego na mesa, debruçando-me sobre eles. - Então, senhoritas. Não vão se apresentar?

“Vovó Lobélia pode esperar um pouco, afinal...”

Assunto: Re: Refúgio [abertíssimo :~] Sex Fev 20, 2009 4:39 pm

Bom,eu não sou uma garota de tirar menos que A,em outras palavras,nunca fui de tirar menos de 10 ou 9.....apesar de fazer farra e tudo mais...
E por mais que não estivesse com a minima vontade de fazer o trabalho,eu me esforçaria ao máximo para fazer aquele trabalho descentemente....
Até que ouvi uma voz conhecida me chamando...
-Lice-Alto demais....-Oops.Desculpe
E então se sentou ali.....bom,pelo menos ficaria mais animada agora.....meus 'novos' primos me deixavam mais alegre...
-Sou Alex.
Ela disse para a menina que estava ali perto....
E depois ela lançou um olhar pra mim ao qual eu respondi dando de ombros....eu realmente não sabia qual era o problema daquela menina ali....eu nem ao menos conhecia....
E então abri meu sorriso...
-Alexxx.....fazendo o que aqui?
Bom,era uma biblioteca,mas,nunca consigo ficar sem falar....
Até que um rapaz chegou e se dirigiu a menina ao nosso lado.....bom,pelo menos ela não era antipática....mas quando vi o olhar que ela lançou a ele.....bom,se ela continuasse sentada aqui,teria que aguentar minha voz....
E então ele foi se apresentando como Elliot e disse,em outras palavras, que a menina aqui ao lado,Ann ou Mary Ann,algo assim,não era gente boa.....ou estava mesmo fazendo isso para ver a cara da menina....
E então ele também se sentou ali.....
-Então senhoritas.Não vão se apresentar?
Bom,como eu realmente falo demais e com todo mundo,já fui esboçando um sorriso e falando...
-Bom....Elliot... -Disse em um tom meio que para confirmar o nome dele..- ...eu sou Alice...e essa é minha prima Alex....Você também está aqui pelo trabalho?
Não sei porque tinha que ficar repetindo essa pergunta para as pessoas.....

Assunto: Re: Refúgio [abertíssimo :~] Sáb Fev 21, 2009 9:35 pm

Depois que me sentei e não fui muito bem recebida pela guria que parecia estar fazendo um trabalho com minha prima, suspirei pesadamente, encarando a quantidade de livros a minha frente.

- Alex, – Ali chamou, e eu me virei novamente pra ela, que estava sorrindo. – fazendo o que aqui? – perguntou.

Abri um sorriso amarelo e apontei os livros.

- Relatório de Geografia. – dei de ombros. – Sabe, a bibliotecária estava querendo me matar, então eu subi. – informei, pondo minha bolsa no chão e enfiando minha cabeça lá dentro, procurando meu Sidekick.

Eu já podia riscar da minha lista de coisas a fazer “morrer de tédio na biblioteca”.

Me debrucei na mesa e pus minhas mãos embaixo do meu queixo, relaxando um pouco. Poxa, eu já estava pesquisando há uma hora e meia!

Então, do nada, aquele ser me aparece. Discreto como um cavalo com chifres, ele põe as mãos nos ombros da menina e fala como se a conhecesse desde que nascera – o que era bem provável.

- Perdoem-me a rudeza. Me chamo Elliot... – falou, e eu congelei na cadeira.

O sotaque dele. Engoli em seco.

Tá legal, eu não sei por que entrei em pânico. Só sei que é estranho ter alguém da Inglaterra ao meu lado quando eu estou tentando esquecer como é a Europa.

Oops. Parece que perdi uma fala dele.

- Bom, Elliot, – começou minha prima, sorrindo insegura quanto ao nome dele, e eu bufei baixinho. – eu sou Alice e essa é minha prima Alex. Você também está aqui pelo trabalho? – perguntou, e eu queria acotovelá-la por debaixo da mesa.

Quero dizer, não foi lá muito articulado o que ela disse. E também não gosto que as pessoas me apresentem por mim. Fazer o que? É o meu ego.

- Oi. Londres, certo? – perguntei, sorrindo afetadamente e olhando os dois – Elliot e Mary Ann, me parecia – sugestivamente.

Assunto: Re: Refúgio [abertíssimo :~] Dom Fev 22, 2009 9:00 pm

Mas o que significava aquilo tudo?
Fiquei horrorisada ao assistir meu excelente programa na biblioteca ser subistituído por uma festinha entre amigos -aos quais eu jamais me reuniria, devo acrescentar.

- Deuses, você deve mesmo morrer de amores por mim, princesa. - Pasmei, ecarando o moreno maldito. Fuzilava-o com minha ira. - Saudades de mim, Ann, querida?

Bufei. - Você, Leonard, é a única coisa da qual não sinto falta. - Meu tom de voz começava a se elevar, levemente.

Como as coisas podiam piorar em escalas tão absurdas? Eu devo ter algum tipo de maldição nas minhas costas. Talvez provenientes de alguma outra família à quem meus ancestrais tivessem insultado. Não existia explicação mais lógica para todo meu infortúnio. Fechei os olhos, contei até dez mentalmente. Inútil.

Rezei para que ele fosse embora. Rezei para que os três fossem embora -claro, pois eu não abriria mão de meu lugar, visto que eu havia chegado primeiro- rezei para que um raio caíssem em minha cabeça, para que o céu pegasse fogo e para que o nariz de todos soltasse. Qualquer coisa que os fizesse correr para bem longe estaria de bom tamanho. eu poderia muito bem fazer alguma coisa, se estivesse em um lugar mais aprópriado. Mas, digamos que estar em uma biblioteca limita muito minhas ações.

Para meu total desgosto, Elliot tomou o lugar ao meu lado. Obvio, ele não perderia qualquer oportunidade de tirar meus instantes de paz. Se ele soubesse onde é minha casa, aparecia de madrugada para tocar a campanhia, se soubesse qual é meu quarto, jogaria pedras na janela sempre que por lá passasse. Se abasse sendo da mesma sala que eu novamente, eu reservaria meu leito em uma clínica psiquiátrica imediatamente; pois enlouqueceria na certa.

- Perdoem-me minha rudeza. Me chamo Elliot... - Eu revirei os olhos, pedindo força aos deuses. Isso fez com que Elliot risse, por algum motivo que desconheço. Por baixo da mesa, pisei em seu pé com força, frazendo suas últimas palavras soarem um pouco mais firmes, já que ele obviamente queria disfarçar a lacerante dor proporcionada pelo meu salto alto. - Antigo conhecido da Mary Ann...

- Infelizmente. - Acrescentei, manifestando minha voz pela primeira vez diante das garotas. Suspirei encarando elas. Apesar de não ser muito sociavel e de estar realmente insatisfeita com a presença delas, não podia deixar que continuassem me achando uma selvagem, visto que eu tinha muito mais classe que as duas juntas. Me prontifiquei à acrescentar um apresentação mais digna, assim sendo. - E perdoem meus modos, também. Acho que Leonard já fez o favor de me introdiz, mas vou fazer as coisas direito... Me chamo Mary Ann.

Não estendi a mão, não levantei, nem dei abraços e beijinhos amigaveis. A única coisa que fiz foi assentir com a cabeça, de modo displicente, apenas para não deixar minha apresentação tão robótica e vazia quanto me pareceu ser. Elliot riu novamente, e novamente meu salto cravou em seu dedão.

- Bom, Elliot, - Começou a garota de madeixas cor de fogo. - eu sou Alice e essa é minha prima Alex. Você também está aqui pelo trabalho?

Só então lembrei-me de que havia feito a mesma pergunta a mim. Bom, não faria muito sentido responder agora, então me poupei disso. Atenta à conversa super interessante dos três, eu voltei novamente meus olhos ao livro diante de mim.

- Oi. Londres, certo?

Meu reflexo foi mais rápido que o racicínio de meu antigo colega de classe, e sem prestar atenção, ou mesmo me dar conta do que fazia, eu respondi a outra garota, de cabelos castanhos.

- Sim, Londres. Fomos vizinhos. - Sequer levantei meus olhos do livro, mas tinha certeza de que ele me encarava surpreso no momento.

Eu mesma o faria, se estivesse me vendo no momento. Aquelas eram as primeiras desconhedias à quem dirijo a palavra desde que Elliot tentara me ASSEDIAR sete anos atrás, enquanto eu brincava na caixa de areia do parquinho da nossa rua. Onde estariam meu miolos? Eu, de fato, não sei. Porvavelmente me castigaria mais tarde por isso, mas agora realmente não importa. Já havia começado.