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Face a face com o sobrenatural. Baseado na série de Meg Cabot, 'A Mediadora'.
 
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Deu-se inicio de mais um semestre na cidadezinha de Carmel. Misterios estão sendo, pouco a pouco, revelados e segredos antes bem guardados, estão começando a vir a tona. Bruxos, Mediadores e Fantasmas se encontraram, chocando-se uns com os outros, e sem conseguir evitar os ligigos, as paixões avassaladoras, o ódio ou o amor. E agora? Que escolha você fará?

Bem vindo ao jogo!
Big Brother Carmel
- CALENDÁRIO -


Dia on:
11 de Setembro
Clima: Levemente fresco em Carmel. Algumas nuvens começam a nublar o céu; uma ameaça delicada à uma chuva vindoura.
Horário: Noite.

OFF: Favor finalizar suas ações até o dia 14 de setembro. A partir daí, poderão postar livremente na categoria Big Brother Carmel. Ps.: Só poderão postar os personagens que receberam uma mp da Admnistração.
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Agradecimentos à Meg Cabot, por ceder-nos a maravilhosa série de livros 'A Mediadora', e aos players e jogadores do board.

Proibida a Cópia total ou parcial.
Obrigada.

 

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MensagemAssunto: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptySex Jan 16, 2009 6:29 pm


"O homem fraco teme a morte, o desgraçado a chama; o valente a procura. Só o sensato a espera."
Benjamin Franklin



Ele olhou para frente, como se seus olhos só pudessem seguir uma trilha reta, um caminho invísivel que mais ninguém poderia enxergar.
Seu casaco era arrastado com a brisa fria daquela noite. Uma lua cheia se fazia presente, cercada de estrelas no céu encoberto por um manto azul marinho, tudo isso assinalava tempo bom.
Mas John não se importava, não se importava com a areia fina sobre seus pés ou a água gélida vindo beijar a borda da praia, com uma fragilidade ensaiada pela natureza.
Não era chamativo ou interessante, era comum, tão comum para alguém que cansou de admirar o que a vida trás de diferente, no fim as coisas acabam não mudando e é sempre aquela velha rotina natural.

Seu olhar concentrado não revelava nenhuma insanidade de fato, mas tudo em sua vida era tão insano quanto fosse possível ver atráves de um par de olhos azuis.

John apaupou o bolso do casaco a procura daquilo que já deveria ter perdido: seu vício.
Encontrou um maço de cigarros e o apanhou sem cerimônias. Se deteve, seus pés não se moveram nenhum centímetros, mas suas mãos travalhavam em acender o cigarro e lutar contra o fogo do esqueiro que teimava em se apagar com a atmosfera úmida.
Acendeu-o e guardou o esqueiro, mantendo sua mão no bolso lateral e tragando o cigarro de forma maníaca e viciada.
Ficava satisfeito em poder fumar sem se preocupar que amanha ou depois estaria cuspindo os pulmões podres, ficava satisfeito em poder fazer muita coisa sem se preocupar com consequência alguma. Quer fosse preso ou morto, quer ficasse doente ou desalojado, era algo com que não se preocupava, porque não teria o que perder ou ganhar, caso algum fato de concretizasse.
Não tinha família, nem amigos, nem fama, não tinha nada. Só ele e sua sina, sua missão.
Então, assim como nas noites anteriores ele não voltaria para 'a casa' e assim como nas outras noites deixaria a dona da pensão, tão gentil quanto autoritaria, nervosa e preocupada, ainda sim que não admitisse.
John caminhava todas as noites, como se fosse divertido, um hobby. Caminharia até onde fosse possível para seus pés e depois se perderia em algum bar ou boate para satisfazer suas necessidades humanas, mesmo ainda que estas necessidades não seguissem a linha de boa conduta. Ele não sabia o que era conduta, mas bondade ele sabia e era cético neste ponto. Não acreditava em bondade, só no certo e no errado, no errado ele acreditava e já experimentou estes tais erros, só que as conseguencias foram tão fatais quanto seus atos mereciam.

Os pensamentoa voltavam a sovar sua mente, então ele parou, fechou os olhos e mais uma vez deixou aquela enxurrada abastecer sua memória e atingí-lo com recordações.
Era como se ainda pudesse sentir a vivez do sol forte e colorido, ouvir as pessoas gritando histérias e a sua mãe o bronqueando quer fosse o motivo.
John sorriu, sorriu por poder estar tão perto das lembranças, por poder tocá-las sem ser atingido por um súbito medo e um grito abafado por um pesadelo que se concretizou. Ficava contente em poder sonhar acordado.


Mas não pode por muito tempo, logo a seguir a voz melíflua de sua mãe desapareceu e foi substituida por um som que tilintou em seus ouvidos, não era o som da razão.
Estava longe de ser isso.
Era o som de uma festa.


Caminhou toda uma extensão da areia branca da praia, seus pés se enterrando nas minúsculas pedrinhas e andando com dificuldade até onde o som vinha e o clarão da foqueira se fazia vivo.
Alguns adolescentes se reuniam ao redor da foqueira, um círculo perfeito. Não se preocupavam com o som que estava tocando e nem se lembravam dele, apenas sorrindo e rindo, cantando e contando piadas.
Uma festa qualquer, com pessoas quaisquer, mas que chamaram a atenção de John à acompanha-la, numa distância razoável para que ninguém - ou quase ninguém - notasse sua presença.
Continuou rodeando as pessoas, ouvindo a conversa desconexa e se interessando por tal diversão.
Não tinha rumo, não tinha casa, não tinha para onde ir, então ficou por lá, a fumaça branca do cigarro se misturando ao ar gelado e seus olhos seguindo as faíscas laranjas que a fogueira liberava.


John era o homem tolo, que cansou de procurar a morte e fugir dela, então à espera, desesperadamente.

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Última edição por Jonathan Maldok em Seg Fev 02, 2009 8:51 am, editado 2 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptySex Jan 16, 2009 7:48 pm

Nada tinha a fazer em uma noite de luar como aquela,assim como não tinha muita coisa a fazer em Carmel ultimamente,começava a achar que a minha vinda para cá estava sendo inútil,posso até ter conhecido algumas pessoas e na maioria fantasma,mas isso não me trouxe nada além de aumentar alguns milimetros minha experiência.
Sei que pode soar até meio arrogante,mas,o que eu poderia fazer?Reprimir meus pensamentos?Aquilo estava ficando cada vez mais dificil,afinal,'penso,logo existo'.
Andar por Carmel ainda poderia não ser uma boa idéia,a última vez que me arrisquei,eu me perdi,álias,sempre me perco,incrivel como em uma cidade desse tamanho eu me perco.
Nossa,somente ficar em casa vendo filmes já estava ficando chato,na verdade,meus pensamentos deviam estar chatos por conta disso,odeio quando fico sem nada para fazer.
Nossa,como eu estava mal-humorada,será que é TPM?
Preciso andar,mesmo que me perca,pelo menos isso pode fazer algum bem para minha cabeça,apesar dela já ser um pouco afetada.....
Só esperava não encontrar nenhum fantasma pelo caminho,não me levem a mal,tem horas eu adoro o que faço,tem horas eu me pergunto o que fiz para merecer isso,tem horas que só o que faço é mediar ou deslocar determinado fantasma estando indiferente a isso.
Na verdade,algumas vezes os fantasmas são a única companhia que eu tenho,tem horas é tão mais fácil conviver com um fantasma do que com um vivo,por mais que alguns você tenha vontade de matar e depois se lembra que ele já está morto,fora isso,é algo até...intrigante.
Quero dizer,porque uns podem ver,e outros não?O que temos que os outros não têm?
Foi pensando nisso que saí de casa,e decidi não pegar o carro,iria andando até onde eu me lembrasse do caminho de volta,Deus,que eu não me perca de novo.
Andei,andei,andei,passei por muitos lugares,incrivel como quando uma pessoa passa de carro não fica atenta a nada,no meu caso só ficava atenta para não me perder,e ainda assim,me perdia.
Parei na praia,era tão bonito ficar na praia de noite,aquela brisa marítima,a areia nem tanto,mas,o que valia mesmo era o mar,eu estava indo em direção ao mar,quando ouvi vozes,vozes animadas e parei para dar uma olhada.
Um luau,nossa,há quanto tempo não via um luau,tá certo,o pessoal em Londres não ia muito a praia de noite,muito frio.
Fiquei meio assim de chegar perto,a última festa em que fui,ocorreu um assassinato e eu fui brincar de detetive junto com mais duas pessoas,aquela noite eu estava estranha,na verdade,acho que hoje eu também estou...
Mas,mesmo assim,eu decidi que era hora de falar com mais pessoas....vivas.Eu estava tão distraída olhando para o luau que nem reparei que tinha uma pessoa no caminho,e eu sem querer trombei nele,ao mesmo tempo que via fumaça saindo dele,e logo olhei para ele.
-Nossa,desculpa,eu não vi você.
Descobri o porque da fumaça,cigarro,nossa,o que essas pessoas tem na cabeça?Ainda bem que nunca tive esse vicío,até porque já sabia que seria dificil largar...Mas o que eu estou falando?Mal conheço a pessoa e já vou pensando isso,por isso que ás vezes acho mais fácil conviver com fantasmas...

Spoiler:
.
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptySáb Jan 17, 2009 11:44 am

John continuava a tragar o cigarro, distraidamente, apenas olhando para o nada daquela praia cercada de pessoas. A diversão estava naquilo, ver o nada quando se pode olhar o tudo, talvez filosófico demais e o que ele realmente pensasse sobre isso era em se perder em devaneios, mas o fato notável é que não se importava com as risadas ou com o som alto num canto isolado da praia, não notava as pessoas gargalhando e a areia sendo erguida pela brisa forte, estava imergido em uma escuridão de lembraças e todo aquele clima familiar e festivo era um portal para tais pensamentos, pensamentos ocultos que ele não fugiria como quando era mais novo.
Se lembrou gradualmente de quando se mudou para Carmel até quando seu avó morreu e a maior recordação, aquela que ele esperava anciosamente, como um sonho bom que não seria interrupto por um pesadelo aterrador, foi cortado por alguém que, natural e casualmente, esbarrou em John. Casual até poderia ser, mas natural não e nem perdoável.
Olhou para a garota ao lado, a qual com um sorriso displicente, assim caracterisado por Jonathan.
- Nossa,desculpa,eu não vi você. - John lançou-lhe um olhar de esguelha que não parecia revelar seu desprezo interior, mas foi gélido o bastante para que cortasse o sorriso simpático e deixasse opaco os olhos castanhos dela que antes brilhavam intensos.
- Tá. - uma única sílaba, duas únicas letras, mas sua voz era fria e cortante como uma navalha sangrando todo e qualquer sentimento de contentação.
A garota pareceu se afetar de forma brusca com o jeito diabólico e massacrante que John a tratava, mas ele não se importou, assim como não se importava com nada, assim como tudo não passava de banalidade para ele.

Medíocre e alienado?
Adjetivos eram nada mais que palavras, nada era classificativo, tudo era abstrato.


Ela continuou o olhando, como se esperasse ser desculpado ou esclarecida e ele apenas continuava olhando para a praia, como se ainda pudesse rever tais lembraças, mesmo que ainda impossivelmente.
John notou o olhar desaprovador e assustado dela, então tragou mais uma vez o cigarro e se virou, as mãos nos bolsos do casaco, o olhar distante, a forma aérea como se dirigia a ela, virou os olhos para o cigarro e depois para a moça a sua frente, então, perguntou na mesma voz cortante, mas tão mais distraída quanto fria.
- Algum problema? - voz rouca, tom grosso e pergunta trivial, era como classificaria o pequeno diálogo imponderado que começou.


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Última edição por Jonathan Maldok em Seg Fev 02, 2009 8:52 am, editado 2 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptySáb Jan 17, 2009 8:41 pm

- Tá.
Somente isso,nossa,em uma situação dessas eu não falaria só isso,no minímo teria falado que desculpava a pessoa.
Ainda assim continuei ali,ele parecia ser,parecia não,era uma incógnita para mim.
- Algum problema?
Sim,você.
Meu Deus,porque tinha implicado com este ser?Quero dizer,o que ele tinha demais além de fumar e contaminar seu pulmão e mais inúmeras partes?
O que me fazia ainda ficar aqui e não chegar mais perto do mar ou do luau?
Então me lembrei que ele tinha feito uma pergunta e eu devia estar ali com cara de ....sei lá.
-Sim,vários problemas,mas nenhum que você possa me ajudar,mesmo assim,obrigada pela oferta.
Disse ironicamente.
Nossa,acho que aquele cara tinha mais problemas que eu.Ou então era uma pessoa fechada,vai saber?
Carmel não me deixou mais faladeira?
-Sabe,é por isso que tem horas eu não gosto de falar com....Vivos
Mas não disse isso,e nem poderia,aí sim ele ia me achar uma doida com parafuso a menos.O que não posso negar,eu devia ser mesmo.Mas,não falo do meu 'trabalho' quase integral para os outros.
-Retribuo a oferta,e você,algum problema?
Ok,o que eu tinha?Já sabia qual seria sua resposta,na certa pensaria do mesmo jeito que eu,mas em vez de só pensar,ele falaria também.
E porque,eu estava tentando puxar assunto?Sério,por educação esperaria ele responder e depois saíria dali.........até porque,acho que ele seria mal-educado comigo....
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptyTer Jan 20, 2009 12:21 pm

John já não se espantava mais com as caras e rostos que as pessoas faziam frente à sua voz desalmada, nem se importava com tais olhares de horror e indignação.
Era como se pergutassem, ainda que discretamente, se ele havia tido algum conhecimento de educação. Mesmo que tivesse a vida ensinou que ser educado é perda de tempo e mesmo que tenha todo tempo do mundo, não é algo que queira gastar com meras formalidades. Grosseirias era uma forma de mantê-los distantes e, mesmo que não pudesse dizer, era uma forma de mantê-los vivos.
O que aconteceria se ele tornasse amigo daquela garota? O que aconteceria se os dois tivessem um ciclo de amizade ou qualquer comprimisso que os aproximasse? Com certeza, em uma semana ou duas ela teria o mesmo fim que seus pais, seu avô e sua noiva tiveram e com certeza ele teria que chorar tantas vezes mais. Lágrimas ele não tinha mais, ainda que tivesse um coração.
E mesmo assim, mesmo que não pudesse mandá-la se afastar com todas as palavras concretas, ele dizia isso com um simples olhar cortante que qualquer pessoa normalmente entenderia.
Por um momento se distraiu, refletiu e se distanciou, conforme a garota processava sua pergunta.
- Sim, vários problemas, mas nenhum que você possa me ajudar, mesmo assim, obrigada pela oferta. - novamente sua voz cortou-lhe os pensamentos e se deixou rir com o tom irônico dela. Ironia era o primeiro sinal de desagrado e quanto mais ela o odiasse melhor seria, melhor seria para ela. - Sabe, é por isso que tem horas eu não gosto de falar com... - ela murmurou, ainda que de forma áudivel, mas não acrescentou fim a frase e isso intrigou John, qual seria sua resposta, afinal? - Retribuo a oferta, e você, algum problema? - acrescentou, como que para consertar a frase desconserta e John ignorou o diálogo anterior, se ponderando para responder a pergunta. Não que realmente precisasse ser ponderado.
- Fora você? - falou gargalhando maldosamente. Ele tragou seu cigarro, ligeiramente, vendo a fumaça branca se dissipar pelo ar, então se curvou, aproximando-se da garota e sorriu de canto, maquinando sua resposta - Fantasmas. - voltou para sua posição normal, consciente de que ela com certeza o acharia um louco e iria sair de lá. Jogou a guimba do cigarro entre a areia e esperou. Exaltou-se ao ver que ela o olhava, num misto de talvez curiosidade e espanto que ele não pode distinguir, só ela saberia. Achou estranho, tal qual todo o diálogo fora, mas limitou-se a ignorar o olhar especulativo e os segundos passando, conforme ela refletia sabe se lá sobre o que.
John respirou fundo e esperou, assim como ele sempre esperava, cauteloso e prudente, paciente. Qual mal faria em ouvir a resposta dela?
Talvez todo o mal, dês de que ele subestimou uma verdade que crera fervorasamente que ela não acreditaria.

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Última edição por Jonathan Maldok em Seg Fev 02, 2009 8:53 am, editado 2 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptyTer Jan 20, 2009 7:41 pm

Sabe o que é mais estranho de tudo isso?
Ele deu exatamente a resposta que eu esperava.
- Fora você?-E riu.
-Sim,fora eu.-E ri também,poxa,eu sou um problema....Ok,essa idéia me fez rir mais ainda.
-Fantasmas.
Uh,aquilo me intrigou um pouco,afinal,nem se aquilo fosse somente uma brincadeira,seria acaso demais não?Não?
Ok,iria entrar na brincadeira também.
-Sim,acho que são um problema para todos não?
Disse e logo soltei uma risada,eu já tinha entendido tudo,ele logo devia achar que eu o acharia um doido,assim como eu penso que todos também me achariam uma louca se eu falasse aquilo.
-Não.Você não é louco,ou talvez seja,não posso falar algo de alguém que não conheça,mas não por conta disso,se queria me assustar,bom,digamos que isso está bem longe de me assustar.
Nossa,acho que nunca falei tanto de uma vez só.
Aquele papo poderia até estar interessante,não sabia se ele também via,mas podia continuar brincando que os fantasmas são um problema,mesmo que ele desconheça que eu realmente tenho uma vasta experiência nessa área,acho que nunca fiz isso.
Também,ninguém nunca disse para mim que fantasmas são um problema.
E,acho que ele esperava outro efeito que não a continuação da conversa,talvez esperasse que eu fosse emobora,mas minha curiosidade ainda me prendia aqui.
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptyQua Jan 21, 2009 1:36 pm

Todo aquele diálogo não era exatamente o que John esperava, quanto mais a resposta surpreendente dela.
Não que o tenha assustado ou intrigado, de qualquer forma, mas achou interessante que, tal qual ele, ela não parecia se importar com sua confissão.
- Sim, acho que são um problema para todos não? - ela falou se referindo a resposta de John e logo a seguir soltou uma risada. Ele permaneceu impassível, somente observando a forma banal que ela dava à sua pergunta, como se realmente não tivesse acreditado no que ele disse. Alívio, talvez, mas nem tanto. Ainda se perguntava por que ela permanecia ali, por que todo sua grosseiria e insanidade não a atingia?
Ela não se importava que ele parecesse louco ou grosseiro, como se concordasse com ele que fantasmas são realmente um problema. E ela concordava, mas não poderia saber qual tipo de problema. Como poderia?
John duvidava muito de que ela tenha passado pelo que ele passou, duvidava que algum fantasma tenha sido um problema tão grande para ela como é para ele, duvidava ainda mais que ela pudesse saber quem e o que realmente são fantasmas.
Não, ela nunca deve ter perdido alguém da forma que ele perdeu, nem nunca deve ter tido de enfrentar os verdadeiros fantasmas que são seu passado.
Ignorou o comentário, porém demorou a respônde-la, tanto por refletir quanto para enrolar o tempo, porventura a alienação poderia atingí-la.
Porém, como se não se importasse, ou não quisesse mesmo que ele respondesse algo, ela prosseguiu.
- Não. Você não é louco, ou talvez seja, não posso falar algo de alguém que não conheço, mas não por conta disso, se queria me assustar, bom, digamos que isso está bem longe de me assustar. - já suspeitava que ela não se assustaria, estava na cara que não se assustara, mas não imaginou que ela pudesse descobrir sua intensão e permanecer ali, imóvel. Se ela soube que toda aquela conversa foi pura e simplesmente para que ela fosse embora, então por que não foi?
Estava interessada, o ponto em que John temeu que ela chegasse. Não era para se interessar, era para simplesmente ignorá-lo, como todos fazem, mas por que não?
Coragem ou insolência, estupidez mais ainda.
E isso o atraia e intrigava, o interesse dela era chamativo, ainda mais ela se interessar por alguém tão desinteressante. Enigmas.
Então resolveu prolongar o diálogo, antes que ela realmente o achasse louco.
- Você não sabe o que é assustador. - disse com um sorriso, um sorriso marcado por uma frieza interior. E ela realmente não sabia o que era assustador, se soubesse talvez nem estaria falando com ele sobre tolices como 'fantasmas'. Uma tolice para ela, mas uma realidade crua e cruel para ele.
Respirou fundo, como que para não deixar-se levar por devaneios atemporais.
Apaupou o bolso de seu sobretudo, procurando o mesmo velho maço de cigarros e aquele antigo esqueiro, que pertenceu ao seu avó. Era engraçado como pequenas coisas poderiam resguardar lembranças, pequenos objetos que as pessoas simplesmente guardam para não se esquecer de algo tão impossível de se fugir à memória.
Ele acendeu o cigarro e seus olhos se perderam pelo pequeno objeto maciço, antes de guardá-lo de volta, com o mesmo intuito de não se perder mais em recordações.
Seu vício era como um abrigo para sua exaltação, como se alcamasse seu espírito e fizesse com que pudesse encaixar os quebra-cabeças. Não resolvia seus problemas, mas ajudava-o a resolver.
A garota, ao lado, apenas o observava minusiosamente, enquanto a fumaça ardia pela atmosféra gélida. Ela não parecia se agradar pelo cheiro, ele não parecia se importar. Estava acostumado, acomodado.
Se acostumou e se acomodou à tantas coisas na vida, esta era uma das mínimas, se pudessem saber do resto.

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Última edição por Jonathan Maldok em Seg Fev 02, 2009 8:54 am, editado 1 vez(es)
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Juliene Roxe
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptySex Jan 23, 2009 12:18 pm

Aquele Luau

Não vou mentir e dizer que estou gastando meus dedos nestas teclas duras só porque minha mãe me mandou exercitar minha mente usando aquele maldito método de 'diário online', não mesmo, eu estou aqui porque inexplicavelmente eu gostei de contar minha conturbada, agitada e excitada vida.
Quem sabe um dia eu escreva um livro?
Não que eu seja narcisista o bastante para fazer uma autobiografia, mas seria legal contar a vida de uma garota que caça fantasmas como se fossem borboletas.
Infelizmente sinto que alguém já se adiantou, mas de qualquer forma, meu diário se tornou sagrado e por mais maldito que seja ainda é divertido ver a minha visão de todos os acontecimentos mirabolantes da minha vida.

Sobre o título, mais óbvio só com uma foto ilustrativa.
Eu estava em um luau.

Dan foi me buscar e nós íamos à praia. Engana-se quem pensa que praia só é divertida com um sol derretendo os miolos e gente bronzeada se virando na areia como se fosse camarão. Não é. A noite é muito mais divertida. E fresca, devo acrescentar.
Não que a tarde seja ruim, é claro que eu gosto de ficar me queimando com um micro biquíni, trocando de posição a cada 15 minutos como um hambúrguer na chapa. Mentira, eu não gosto!
Na verdade, meu hobby diurno é bem anormal, como tudo em minha vida, skate, banda, banda, skate, escola, Dan, fantasmas... E assim vai.
Isso quando não inclui: acertar a cara da Mica.
Não é de se estranhar que eu goste tanto da praia à noite, não só porque sou uma vespertina nata, mas qualquer um que tivesse o prazer de sentir a areia gelada nos seus pés e o ar úmido em seus cabelos compartilharia da mesma opinião que eu.
Então, como em todas as noites de sexta - ou todas as noites - Dan me ligou e desta vez com a feliz noticia de que a 'galera' se reunião na praia para ouvir um som.
Me animei.
Troquei de roupa mais rápido que você consegue dar uma cambalhota. Não que eu tenha muitas roupas para ficar na dúvida, claro. Uma blusa branca sem manga, minha calça cheia de bolsos e meu coturno já me bastavam. Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo alto, passei os dedos pelos fios para desembaraçar e destaquei meus olhos verdes - grata pela herança de vovó - com um lápis preto (eu sei, eu sei, que inutilidade June, mas eu também sou vaidosa, ainda que meu grau de vaidade seja 101% a menos que das garotas normais). Pronta, fui-me esperar Dan.
Veja bem, Dan mora a cinqüenta passos da minha casa e ainda sim é capaz de se atrasar.
Não que ele gaste trinta minutos se arrumando, nem precisa e acho que nem o faz. Mas o caso é que ele gasta estes trinta minutos apodrecendo o que resta do seu cérebro com aquela porra de vídeo-game viciante. Tão viciante que eu já me peguei indo para a sua casa só para jogar aquelas coisinhas. Aliás, eu sou o furo falando do buraco, quantas vezes nós não nos atrasamos porque eu insisti para continuarmos uma partida? Claro que ele nem se opôs a isso, mas enfim, devo admitir que sou tão viciada quanto ele.
Porém, felizmente, desta vez demorou 10 minutos para que eu ouvisse a campainha tocar e o gritinho estridente da minha irmã dizendo que ia atender. A maldita sabia que era ele, senão nem se importaria.
Eu já disse que minha irmã arrasta uma asinha pelo Dan?
Sinceramente, nem é uma asinha, ela arrastaria um avião por ele.
Pufs... Garotas!
Rolei meus olhos e me levantei do beliche - sim, ao invés de uma cama tem um beliche no meu quarto, legal não é? Não, não é. - e saí porta a fora, para achar Dan antes que Soph o engolisse inteiro e é mais do que óbvio que ela queria MESMO comer o Dan.
- Hey. - falei quando apareci no alto da escada, tendo a enjoada visão de minha irmã se esfregando no meu melhor amigo. Não que fosse incomum, geralmente ela costumava se agarrar a ele assim.
Sorte à minha, à de Dan e de toda a torcida do Milan, que ela é mais velha, meus pais proíbem e Dan é bem ajuizado, aliás, acho que já falei tão mal da cretina que até ele sente nojo dela, quem dera fosse assim no caso da Mica.
Desci um lance de degraus a tempo de ver minha irmã se afastando da porta para que ele pudesse entrar, tive medo que ela o ataca-se naquele momento.
- Soph, o que é isso na sua bunda? - perguntei me aproximando dela. Não iria perder a oportunidade de ironizar a garota.
- Que? Onde? - ela perguntou, chacoalhando sua cabeleira loura de farmácia e virando a cabeça para trás.
- Ah não é nada, só aquela velha frase: Todos à bordo. Meu Deus, está ficando cada vez mais visível, devia tratar isso. - eu gargalhei e ela me olhou com uma careta de raiva, mas eu podia ver um sinal de riso no seu rosto.
- Vaca! - falou sorrindo quando passou por mim
- Sou sua irmã, fazer o que? - dei de ombros e me dirigi ao Dan, ele também ria. Acho que Sophie não ia deixar barato. - Hey, Danny boy, aposto que demorou tanto por conta daquele maldito video-game, não é?


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Última edição por Juliene Roxe em Dom Mar 22, 2009 11:41 pm, editado 9 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptySex Jan 23, 2009 5:51 pm

A brisa batia fria em meu cabelo, levantando alguns fios, e eu sentia a textura da areia sobre meus pés. O cheiro e o som do mar me inebriavam, e eu encarei as estrelas, tentando entender o porquê de eu ainda continuar na Terra.

Quero dizer, eu morri. Não era para ainda andar por aí.

Suspirei e notei a movimentação não muito longe de mim. Alguns adolescentes estavam sentados em volta de uma fogueira, com algumas tochas por ali, e uma mesa cheia de comida e bebidas.

Sorri ao reconhecer o tipo de festa. Um luau. Eles até que eram bastante comuns nessa região, com temperaturas elevadas o ano todo.

Andei mais um pouco em direção a festa e parei, ao ver um rosto conhecido, não muito longe de mim.

Loren, a morena que falara comigo no baile de máscaras.

A morena que podia me ver.

Abri um meio sorriso ao vê-la ali. Eu não sei por que, eu de repente parecia mais confortável em ter uma pessoa que eu conhecia por perto.

Mas creio que não posso dizer o mesmo sobre Loren. Ela olhava para o rapaz com quem conversava com certo receio, e suas sobrancelhas estavam franzidas no que eu reconheci como irritação.

Eu me perguntei se aquele era o namorado dela e se ambos haviam acabado de brigar, e foi a minha vez de franzir as sobrancelhas. De onde estava sentada, eu não podia ver a cena muito bem, mas pude discernir quando ela, mordiscando o lábio, olhou para os lados.

E me viu.

Spoiler:
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptySex Jan 23, 2009 8:59 pm

Lógico que eu sabia que aquela conversa não ia me levar a nada,e também não tinha nada a perder,ou talvez tivesse,mas,é errando que se aprende.
- Você não sabe o que é assustador.
Foi o que ele disse,me tirando da minha concentração(?) mental.Foi nessa hora que também notei que não sabia o nome dele,mas,esse não era o momento de apresentação,eu tinha que refletir sobre o que ele tinha dito.
COMO ASSIM NÃO SABIA O QUE ERA ASSUSTADOR?
Ok,acho que exagerei um pouco na minha reação,mas,poxa,ele nem me conhece para ir me falando algo do tipo,senti que ele falava com uma certa mágoa por trás de tudo isso.
É,acho que talvez,só talvez ele pudesse realmente ver fantasmas e achar que eles possam ser um problema.
Mas,bom,cada pessoa vê isso de um modo diferente,a partir do ponto que não tenho muito trabalho com os fantasmas que medio,bom,trabalho eu até tenho,mas,não ao ponto de serem um problema,alguns até são,mas outros me ajudam.
Mas,isso não vêm ao caso agora,ou talvez..ah,sei lá.
-Nem você sabe o que me assusta.
É lógico que ele não sabe,para falar a verdade,desconfio que em alguns momentos nem eu sei.
-Olha,fantasmas nem de longe me causam esse sentimento de medo,e,eu sei do que eu falo.
Disse séria e com uma leve irritação,franzi as sombrancelhas,ao mesmo tempo que a irritação,curiosidade também,ora,quem não ficaria em uma situação dessas?
E olhei para a frente,vendo o luau e tudo mais,fui me lembrando das festas em que fui aqui em Carmel.....esse povo realmente gostava de festas.
E como o assunto era fantasma,não pude deixar de lembrar dos fantasmas já 'conhecidos' aqui de Carmel.
Foi quando me virei para o lado e vi um deles.
Ella se não me engano e sorri.
-Ella.
Eu disse como se estivesse vendo uma antiga amiga,e não estava ligando se o cara aí do lado achasse que eu estava louca falando para o nada,mas,ainda desconfiava que ele também podia ver.
Era esperar para saber.
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptyDom Jan 25, 2009 10:14 pm

Se tem uma coisa que eu definitivamente tenho certeza, mais do que tudo que eu poderia saber sobre mim mesmo, é que não vou conseguir suportar muito mais dessa minha condição. Ser um espectro não foi algo que eu tenha realmente desejado, apesar de ter, em dados momentos, imaginado que a morte pudesse ser a única forma de buscar absolvição de meus crimes. Talvez de meus erros. De minha estupidez.

Estar morto é algo que eu não saberia descrever, nem tão pouco definir. Mas eu posso afirmar, com toda a convicção que eu possuo: eu daria tudo para ter minha vida de volta.

Eu não sou uma boa pessoa, eu não sou confiável e não sou um poço de bondade ou de simpatia. Eu nunca fui esse tipo de pessoa, e minha própria morte não seria nem mesmo capaz de modificar isto. É algo de que não tenho que me orgulhar, nem mesmo precisaria. Eu nunca me importei com o que as pessoas pensavam a meu respeito, mas eu sempre as fazia pensar muito sobre mim. Pena que nem sempre elas conseguissem perceber que, apesar de tudo o que eu representava para elas, eu poderia ser bem mais agradável que muitos.

Tá legal, melhor parar por aqui. Filosofar não é uma coisa que eu costume fazer com freqüência, apenas quando eu me sinto bem mais solitário do que eu realmente já sou.

Eu não saberia dizer que horas exatamente eram, sabia apenas que deveria ser tarde. Já era noite, afinal. E tempo é algo com o qual eu não consigo lidar muito, desde que me transformei em uma assombração vagante. Não há explicação para isso, apenas o fato de que, estando morto, eu tenho uma eternidade inteira pela frente. Mas e quem sou eu para afirmar isso, também? Eu posso ser um cara cruel, às vezes um pouco ignorante, mas eu sei admitir quando eu não estou por dentro de um assunto. E estar morto e ser um fantasma é um assunto que eu definitivamente vou ficar ainda um bom tempo sem entender.

Talvez fosse cedo, ainda.

Quando eu digo que muito em breve eu vou jogar tudo pro alto e desistir de ser o que eu sinceramente não tenho vocação para ser, é porque eu estou falando sério mesmo. Solidão, não poderia haver nada pior do que isso. E eu que pensei que nunca sofreria desse mal. Agora eu estou aqui, provando de boas doses de isolamento, de pura e simples solidão.

Sem amigos, sem as festas de sempre, sem mulheres, sem bebidas, sem as farras que me rendiam noitadas incríveis, sem o sexo que me mantinha vivo e sempre disposto para tudo, sem as minhas trouxinhas. Drogas, foram por causa delas que eu destruí minha vida. Mas e quem disse que eu me arrependo de algum dia ter sido usuário delas? Não mesmo.

Em fim, eu estava caminhando pelo calçadão de umas das praias mais populares de Carmel. Me mudar para cá me pareceu uma decisão correta. Los Angeles se tornou aterrorizante depois que me tornei fantasma. Estar próximo de pessoas com quem convivi e perceber que apenas elas estavam vivas me causava um desconforto nada saudável. O pouco tempo em que morei aqui em Carmel foram suficientes para que eu construisse uma vida fantasmagórica por aqui.

É ainda mais revoltante pensar dessa forma, porque nem mesmo a areia da praia sob meus pés eu posso sentir. Assim como, também, não posso mais sentir a brisa gélida das noites tipicamente californianas. Nem posso sentir a água salgada do mar, caso eu queira desfrutar dela. E depois eu ainda tento encontrar lados bons dessa moeda.

Hoje era um dia de festa, pelo o que eu podia ver, ainda caminhando pelo calçadão. Não havia muitas pessoas por ali, mas um número considerável de adolescentes. Eu conhecia perfeitamente bem o tipo de festa que estava rolando mais abaixo, descendo os coqueiros, sobre a areia da praia. Tratava-se de um luau. Desses com fogueiras, tochas cravadas sobre a areia, comidas em quase fartura e sons improvisados em violões e pandeiros.

Eu costumava freqüentar muitos desses... em Los Angeles. É impressionante, minha visa se resume a apenas o que eu já fiz... ao meu passado... Como se por acaso eu pudesse ter um futuro.

Quando se está morto, sem muito que fazer ou simplesmente afundando na própria solidão, você procura coisas interessantes para ocupar seu tempo. Por mais que você não possa ser vivo novamente, você ainda pode surtar muito facilmente se não tomar as precauções necessárias. E surtar era a minha próxima etapa, e eu sentia que estava cada vez mais próximo disso.

Desci os degraus do calçadão que me levavam para a areia da praia, passando por alguns coqueiros e alguns jovens que estavam escondidos atrás do caule das árvores. Eu sabia perfeitamente bem o que eles estavam fazendo ali, e uma fumaça familiar pairando sobre suas cabeças era a certeza que eu precisava.

Essa é a pior parte da experiência de ser um defunto andante: a vontade que você precisa controlar... vontades que te corroem internamente. Vontade de conversar com alguém, vontade de ingerir álcool... no meu caso, vontade de estar alucinado pela eternidade.

Parei por alguns instantes, próximo àqueles coqueiros, e observei os jovens ali, tragando de suas drogas sem nenhuma preocupação com o fato de que pudessem ser pegos no flagra. Não tenho porque me torturar dessa forma, então balancei a cabeça e afastei as vontades, seguindo em direção ao aglomerado de pessoas em volta das fogueiras.

Para chegar até as pessoas eu precisava passar pela fila imensa de tochas. Nem mesmo o calor do fogo que emanava delas eu podia sentir. Mas minha audição ainda era perfeita, e podia ouvir muitas das conversas que estavam rolando por ali. Era difícil não escutar uma risada sequer em meio às pessoas. Todos pareciam realmente felizes, com algumas poucas exceções. Em uma parte mais afastada das fogueiras eu podia perceber um ar pesado pairando sobre algumas pessoas... Um casal, pra ser mais exato.

Tive que conter minha curiosidade para espreitar a conversa deles, por isso me preparei para passar depressa por eles.
Uma coisa com a qual eu não tenho que me preocupar por ser um fantasma é com os obstáculos a minha frente. Atravessar paredes, carros... pessoas... é sempre muito divertido. Aquele casal bem na minha frente parecia entretido em algum tipo de discussão, mas eu não iria me preocupar com isso, na verdade, minha mente estava vazia demais para que me preocupasse até mesmo com os deuses se eles resolvessem baixar para me buscar.

Acontece que, quando tentei passar através deles, ai sim eu tive com o que me preocupar. Eu não consegui fazê-lo.
Eu pretendia passar entre eles, mas como estavam próximo demais um do outro, eu sabia que iria ultrapassar seus corpos. E não foi isso que aconteceu, muito pelo contrário, eu esbarrei em seus ombros e observei quando ambos se desequilibraram.

Sim, eu havia sentido os corpos deles colidindo contra o meu. Finalmente eu havia sentido alguma coisa. Mas que diabos havia sido aquilo? Será que existe alguma explicação?!

Sabe, eu menti quando disse sobre mais ninguém poder me ver. Porque, na verdade, existe um número significativo de pessoas que são capazes de tal façanha, e podem se comunicar comigo também: os mediadores, deslocadores, médiuns... sei lá como são chamados. Já ouvi de tudo. Mas eu nunca dei bola pra eles. Eu os desprezo, assim como desprezo os fantasmas. Mas... como assim eu consegui tocar em um humano?

Continuei a caminhada, de costas, observando-os com o cenho franzido e percebendo que, talvez, os olhares deles estivessem direcionados a mim. Impossível, não... eles não podiam estar me vendo. Eles não se parecem com aqueles mediadores que eu conheci em Los Angeles.

Não deve ter sido nada. Eu espero. Mas eu não tenho certeza. O que eu faço? Vou até eles e tento empurrá-los? Não, idiota isso. Eles nem estão mais olhando pra cá. Voltaram a conversar e... Talvez tenha sido coisa da minha imaginação. É, deve ser isso. Eu acho.

Droga, aquele cara que eu esbarrei estava fumando. De novo, senti as vontades terríveis. Se eu pudesse pelo menos dar uma tragadinha sequer.

Sem muita opção e parcialmente abalado com o acontecido, eu me sentei em um tronco de árvore que estava jogado sobre a areia, próximo de uma fogueira em que não havia pessoas em volta. Esfreguei uma mão sobre a outra, não que quisesse me aquecer, era apenas um costume.

E então? Observar as pessoas e detestá-las por elas estarem tão vivas e eu tão morto... é isso que eu vou fazer. Retirei meu chapéu e passei os dedos pelo cabelo, desembaraçando-os. Abaixei a cabeça por alguns instantes e fechei os olhos, permanecendo assim por alguns longos segundos. Eu nunca fui um cara bom, e acho que agora estou pagando por isso.

Talvez esse seja o inferno, quem sabe. Como é que minha avó dizia? Aqui se faz, aqui se paga.

Se eu pudesse pelo menos ter a certeza de que isso não vai durar por muito tempo...


Última edição por Chuck Moss em Sex Jan 30, 2009 11:43 am, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptySeg Jan 26, 2009 1:42 pm

Praias. Sol. Areia. Biquinis. Marquinhas. Não... nada disso é a minha cara. Eu prefiro a noite. Prefiro a terra. Prefiro as roupas rasgadas e as maquiagens pesadas. É, isso sim é a minha cara.

E, por outro lado, o sol nunca está ao meu favor. Pele clara não combina com raios ultravioletas, e a prejudicada nessa história sou eu. Não que eu me importe de verdade com isso. Até porque eu não ligo de não exigir meu corpinho para os caras tarados que vem à praia só para admirar a bunda das mulheres.

Mas praias e areia não são tão desprezíveis assim da forma como eu as coloco. São até mesmo bem agradáveis em dias como o de hoje. Os dias de confraternização. É assim que nós chamamos o que nós costumamos fazer nesses dias de luau.

Quando eu digo “nós” eu estou me referindo a mim, óbvio, e aos meus amigos, muitos deles os integrantes da minha banda de rock. Somos, talvez, os jovens mais ousados que Carmel já teve. Não apenas pela forma como costumamos nos vestir, nosso estilo é chamativo e apreciador, mas o que nos diferencia dos outros jovens daqui é a nossa ousadia em diversas situações.

Todo mês nós nos reunimos na praia para a nossa tradicional confraternização. Trata-se de uma simples reunião entre amigos, onde nós passamos a noite conversando sobre os assuntos que nos interessam, bebendo nossos refrigerantes de limão batizados com vodka, fumando nossos cigarros e... er... bem... fumando outras coisas também.

Não pesem que somos adolescentes revoltados ou baderneiros, os tipos de jovens que só atraem encrencas e, na opinião dos pais, os tipos de jovens que deveriam aprender uma boa lição para, segundo eles, caírem na real.
Cara, quer saber, eu já aprendi essa lição e vou te dizer: não vale a pena, ela só serve pra você entender que a vida é mais do que simplesmente andar na linha e fazer pose de boa pessoa diante dos outros.

Eu não sou menina moça, comportada e certinha. Eu sou o oposto disso. Meus amigos são como eu. Pensam como eu. Nós somos ousados, rebeldes, nós gostamos disso. Gostamos de estar aqui, sentados em baixo dos coqueiros da praia em um dia frio, tragando nossos cigarros... o que os velhos caretas chamam de cigarrinhos do capeta.

Mas que se foda o que eles pensam de nós, do que nós fazemos. O que eu quero é me divertir nesta noite, e diversão sem os fumos não é a mesma coisa.
Isso parece assustador pra você? Digo, eu pareço assustadora pra você? No final das contas, eu até deveria ser.

Eu aprendi uma lição bem importante nesses meus últimos meses, e eu não desejo que ninguém aprenda também. Clinicas de Reabilitação acabam com você. O que eles pensam que são pra nos aprisionar em lugares tão tediosos como aqueles? O que nós queremos é curtir, é aproveitar o que a vida tem de bom. Responsabilidade nem sempre é o que conta mais. Se eu fosse responsável eu não teria tantas lembranças boas em mente.

Caretisse não combina comigo. Marquinhas de biquíni são caretisses.
Até que hoje está bem frio, comparado aos dias anteriores, que fizeram calor em boa parte do dia. Mas o luau de hoje caiu como uma luva. Eu estava precisando mesmo dessa confraternização.

Depois de muitas tragadas no cigarrinho do capeta você começa a enxergar tudo parcialmente desfocado. As imagens são borrões em sua visão, você já não é mais capaz de distinguir as pessoas que estão a sua frente. Os movimentos das pessoas parecem estar em câmera lenta, sua audição fica significativamente abalada. Você quer estar atento ao que acontece a sua volta, mas a droga te transporta pra um mundo de sensações prazerosas. Você ri a toa, você acha graça das tochas pegando fogo, ou dos cocos, na copa dos coqueiros, que parecem que vão cair de lá na sua cabeça a qualquer momento. Meio idiota, eu sei. Mas é bom se sentir assim.

Observando a praia, ou pelo menos tentando observar, já que eu não conseguia ver muito claramente as imagens a minha frente, eu voltei a constatar a quantidade infindável de caras novas em Carmel. O que está havendo com essa cidade?

Como, de uma hora pra outra, ela se tornou importante a ponto de várias pessoas, de vários cantos do mundo, desejarem vir morar aqui? Estranho, muito estranho. E não é a primeira vez que eu percebo a estranheza disso.

Mas sabe, eu bem que gostaria de tirar umas histórias a limpo. Eu reconheço as caras novas de longe, até mesmo alucinada. E tem tantas pessoas novas aqui hoje. O que eles pensam da vida afinal? Carmel é minha cidade...

Eu deveria tentar descobrir algumas coisas hoje. É, uma boa idéia. Meus amigos estão tão chapados que não vão sentir minha falta. Será que é hoje que a gente ia se apresentar naquele barzinho novo da cidade? Caramba, eu não lembro. Se for, eles que arranjem uma banda pra tocar.

Me levantei da grama aonde eu estava sentada, me apoiando contra o coqueiro para não cair. E se eu não tomasse cuidado era isso que iria acontecer. Eu iria me estatelar no chão, que já estava fundo graças aos sintomas dos alucinógenos. Não sei por que, mas eu acabei de sentir um arrepio na espinha. Droga, eu venho sentindo isso com freqüência. Mas não tem nada a ver com minha chapadisse. Eu andei pesquisando em uns livros antigos que encontrei na biblioteca local, e olha que estúpido... segundo as lendas, arrepios na espinha significam presenças espectrais. Como se eu fosse mesmo acreditar nisso. Mas são lendas, né?!

Mesmo cambaleante, segui para longe dali, deixando meus amigos para trás. E, veja só, nem perceberam que eu quase tropecei sobre eles. É impressão minha ou a areia da praia está mais fofa do que o comum? A chama das fogueiras eram tão vibrantes dessa forma? Ei, espera um pouco, por que o mar está tão próximo?

Eu adoro essas sensações. Comecei a andar pela praia, seguindo até uma concentração grande de pessoas. Muitas caras novas ali, eu deveria puxar assunto com elas e fazer algumas perguntinhas básicas. Como eu sou cara de pau, é isso mesmo que vou fazer. Eu só preciso escolher um bom entrevistado.

Mas que coisa, sabe que deu vontade de nadar um pouquinho agora?
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptySeg Jan 26, 2009 6:33 pm

John esperou pacientemente até que ela respondesse sua constatação, ainda que soubesse, pelas suas feições, que ela não gostara nada de sua afirmativa.
Mas pouco se desgastava, a conversa não era substanciosa, quanto mais agradável. Não ao seu ponto de vista, já que se concentrava fortemente em manter uma distância razoável da garota, a qual nem sequer sabia o nome, tão pouco fazia questão de saber, já que agora ou depois ela se cansaria de tais grosserias e se afastaria dele.
Assim esperava.
John não se arrependera de uma só palavra e nem achara que estivesse mentindo. Em seu consciente ela não poderia ter tantos problemas com fantasmas quanto ele tem. Além do que era cético ao pensar que ela pudesse compartilhar de sua mesma maldição.
Maldição...
Por que chamaria de Dom?
Dom deveria ser algo benéfico, de bem próprio para a humanidade.
Mas que bem faz o fato de ele poder ver fantasmas?
Não é bom para ele e nem mesmo aos fantasmas, já que em toda a sua vida de Deslocador a única coisa que pode fazer aos espíritos foi mandá-los ao lugar que deveriam estar, qual fosse o problema que os prendessem na terra.
Mediador, Deslocador, não importava o nome ou o que tenha aprendido sobre, para John é e sempre vai ser nada mais que uma maldição e ele poderia defender essa idéia como ninguém mais.
A garota, ainda parada, perdida em divagações, dava uma pausa no diálogo, abrindo um espaço para que John também divagasse e tirasse suas próprias conclusões sobre quem estava ao seu lado.
Ainda se perguntava se ela era ou não como ele, quando seu curto espaço de tempo foi abordado por uma frase vinda dela.
- Nem você sabe o que me assusta. - sentiu uma ponta de sagacidade em sua voz e abriu um sorriso de canto, ao notar que ela tinha razão. Não sabia nem sequer seu nome como poderia saber o que a assustava?
Mas ainda estava ciente de que fantasmas não era o medo dela, não parecia ser. A forma natural e desinteressada que colocava em seu diálogo a delatava e ele estava certo de que ela poderia entender do assunto, mas não temê-lo.
Sua confirmação veio logo a seguir.
- Olha, fantasmas nem de longe me causam esse sentimento de medo, e eu sei do que eu falo. - falou convicta e ele teve certeza da veracidade de sua frase. Ainda que irritada ela parecia certa. Manteve o cenho franzido e o olhar perdido pela praia, qualquer lugar que não fosse os olhos intimidadores de John. Ela parecia se recordar de algo.
John ficou calado, apenas tragando seu cigarro e olhando por diversos ângulos, admirando a pequena festa e a balburdia de pessoas ao longe.
Estava cada vez mais certo de que ela era como ele, exatamente como ele, mas talvez uma sorte maior e não sofrera as mesmas conseqüências. Deveria ficar indignado ou invejá-la, mas tudo que fez foi se manter neutro em relação aos seus sentimentos.
Era habitual e costumeiro, poderia sentir inveja de muitas pessoas, ainda mais as que não tinha a mesma sina de John, mas era perda de tempo, invejar não vai tornar sua vida como a da pessoa invejada.
- Que bom que sabe. - murmurou, sem pensar em sua palavras. Viu a fumaça branca do cigarro formar círculos perfeitos e depois se desfazerem pelo ar, ainda alienado.
Olhou para o lado e ela não parecia ouvir seus murmúrios e nem se importar com o silêncio massacrante que tomara conta da atmosfera. Estava vidrada. Os olhos castanhos brilhando intensos, direcionados e objetivos.
John seguiu seu olhar e viu aquilo que temia, mas procurava na mesma intensidade com que tentava fugir.
Um fantasma.
Distinguiu através do brilho diferente contornando o corpo escultural dela. Era uma mulher, talvez com a mesma idade da que estava ao seu lado ou até mais velha. Ruiva e com os olhos de brilho reluzente. Encarava aquela estranha assim como a estranha a encarava. Se conheciam.
- Ella. - a garota murmurou e ele soube, naquele momento, que ela poderia ver fantasmas e que se interagia com aquela, em específico.. Já sabia, mas pode constatar evidentemente.
O que ecoava em sua mente não era o fato de estar conversando com alguém que poderia entendê-lo, não completamente, mas superficialmente. O que o perturbava, no momento, era o nome.
Ella.
Então é assim que se chama?
Um apelido talvez.
Ficaria ali para descobrir, ainda sim que corresse riscos, ainda que seu escudo que o manteve tanto tempo distante pudesse ser rachado pela proximidade com aquela mediadora ou deslocadora.
Era seu dever, ou sua vingança. Nomes eram abstratos, tudo o que deveria fazer era adquirir informações o suficiente para seguir com seu objetivo inicial.
Virou-se para a que estava ao seu lado antes que ela percebesse seu olhar seguindo a mesma linha que o dela.
- O que foi? - perguntou, fingindo um interesse cínico.
Porém ela não pode responder, alguém havia esbarrado nela.
E Jonathan reconheceu imediatamente que não era alguém comum. A mulher ao seu lado também pareceu reconhecer.
Ele brilhava.
John olhou para o seu rosto, mas se conteve, desviando o olhar para que o fantasma não notasse. Ela fez o mesmo.
Não pode ver suas feições, somente o chapéu coco em sua cabeça e a blusa branca sem manga, deixando a vista suas tatuagens.
John revirava-se por dentro, irritadiço e deslocado.
O fantasma logo se afastou, atordoado, mas ciente de que não passara de uma ilusão.
Um alívio.
Porém, John perdeu-se novamente em seus planos, enquanto a garota parecia fazer o mesmo e ele, mais uma vez, teve aquele curto espaço de tempo em que o silêncio fazia-se presente, mortificante e meditativo.
Seu programa de uma noite serena parecia se dissipar assim como a fumaça da fogueira ao longe.
Não era um problema. O problema eram os fantasmas, como sempre e somente.
Maquinou um plano ilustrativo em sua mente e manteve-se calado, deixando que sua pergunta, interrompida pelo espírito, pairasse ao seu redor, até que ela respondesse.
Entretanto, sem que realmente, esperasse uma resposta esclarecedora, voltou sua mente à neutralidade e seu olhar de soslaio alcançou o local onde Ella estava. Discreto, pode ver que a passos curtos ela se aproximava e mais uma vez deteve-se, cauteloso e sagaz. Treinou suas idéias para colocá-las em prática...

No momento certo.

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Última edição por Jonathan Maldok em Seg Fev 02, 2009 8:54 am, editado 2 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptyTer Jan 27, 2009 10:32 am

Loren me reconheceu rapidamente, e eu sorri, cumprimentando-a.

― Ella ― ela murmurou, e não pude saber se o rapaz com quem ela conversava a ouvira.

― Olá ― consegui responder por fim. O moreno com quem ela conversava estava indiferente, então constatei que ele não podia me ver.

Melhor assim, disse uma vozinha em minha cabeça, e eu mordi o lábio. Ele parecia indiferente, rude, me atrevo a dizer. Loren não parecia animada com aquela conversa nem um pouco.

Não posso acusá-la de nada. Eu também estaria bem desconfortável ao estar com um cavalheiro que não me desse a atenção que eu merecia.

Como se você soubesse o que é ter atenção. Principalmente de um rapaz ― continuou a voz em minha cabeça, lembrando-me absurdamente de meu pai.

Se é que se pode chamar aquilo de pai. Ele me trancou em casa, como se eu fosse amaldiçoada.

Talvez eu seja. Senão, porque ainda estaria aqui, quando deveria ter morrido queimada, mais de trezentos anos atrás?

Cerrei os punhos em dor, me controlando para não chorar, e escondi meu rosto de Loren e de seu “amigo” que não parecia bem um amigo.

― O que foi? ― ouvi pela primeira vez a voz do moreno. Meio rouca, talvez por culpa do cigarro que tragava como se estivesse ansiando por um câncer de pulmão imediato, me causou um pouco de arrepios pela coluna.

O que é isso?, me perguntei, confusa.

Então, vi uma movimentação um tanto... não-natural.

Um espectro ― fantasma, vulto, como queira ― esbarrou em Loren e no moreno que estava com ela, desequilibrando-os. Até o fantasma mesmo pareceu chocado em esbarrar neles.

Nos dois

― Ele pode me ver também ― constatei, meio chocada, dando uns passos na direção de Loren, e, conseqüentemente, na direção dele, que me encarava de soslaio.

Eu não tinha idéia do que estava por vir.
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptyTer Jan 27, 2009 3:09 pm

As coisas de repente pareceram estar acontecendo muito rápido,ou quase ao mesmo tempo.
Quando Ella estava se aproximando,alguém esbarrou em mim e no cara do meu lado,e quando me virei para ver eu percebi um brilho.....fantasma.
Ok,ele não conseguiu 'passar' por mim,grande novidade,mas também não conseguiu passar pelo carinha aqui do lado,minhas suspeitas tinham se confirmado.
-O que foi?
Essa tinha sido sua pergunta,mas,acabei nem respondendo.
― Ele pode me ver também.
Disse Ella se aproximando com uma certa cautela.
E me virei pra ele com um olhar mais curioso ainda,aquelas falas nunca foram uma brincadeira,nem da parte dele,nem da minha.
E,de repente,não sabia o que falar,ótimo,minhas suspeitas se confirmaram,mas,e depois,eu não tinha pensado o que faria se estivesse certa....
-Sim,ele pode.... -Disse sem nenhuma surpresa ou emoção na voz.
-Como tem passado Ella?
Disse em uma clara tentativa de quebrar aquele silêncio.E,era mal educação não apresentar o moreno que estava do meu lado,mas,bom,a única coisa que sabia dele era que ele via fantasma e achava que eram um problema.....
Será que haveria algum problema deixar esse cara perto de fantasmas?Bom,eu não previa o futuro,só o que eu podia fazer era ficar ali e esperar...
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Jonathan Maldok
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptyQui Jan 29, 2009 3:30 pm

Obviamente e visivelmente ambas as garotas sabiam que ele não era normal. Porém, nem uma delas também eram. Afinal, o que em sua vida era normal?
Não se espantou com a coincidência de encontrar outra como ele, ainda que anormalmente ele conhecera uma generosa parcela de mediadores e desclocadores, os quais lhe ensinaram tudo o que sabe hoje.

Inclusive e nenhum um pouco casual, seu pai era como ele. Um mediador, porém, não poderia se deslocar como tal mas podia ver fantasmas. Estava em seu DNA. Pai, avô, bisavô, todos podiam interagir com os espíritos e todos tiveram o mesmo fim lancinante. Tanto se comunicavam com os fantasmas que terminaram alucinados pelas próprias visões. Uns se matavam, outros eram postos em hospícios, alucinados, perdidos.

John jogou seu cigarro fora, entre a areia branca daquela praia e escondeu suas mãos nos bolsos laterais do sobretudo, fugindo da brisa fria que fazia àquela hora.
Sua mente ainda viajava, atordoada por lembranças e planos.
Olhou para trás e ignorou a distância que encurtava a cada passo que Ella dava.

O pai de Jonathan foi encontrado em sua casa, com um único tiro na cabeça e o sangue jorrando pelo chão e paredes. Ele desistiu de fugir e lutar contra fantasmas e no fim, não diferente dos outros, era nada mais que um louco perturbado, que preferiu a morte do que ser fadado a uma camisa de força.

Estas lembranças os perturbavam e talvez por isso não tenha visto o quão perto Ella estava. Sua inércia foi quebrada pela voz melíflua e exaltada que pela primeira vez pode ouvir saindo da boca dela.
- Ele pode me ver também. - ela afirmou e John direcionou-lhe um olhar como resposta, um olhar frívolo, mas significativo.
- Sim. - ele respondeu monosilabicamente.
- Sim,ele pode... - a garota, a qual conhecia Ella, concordou, sem surpresa, ou emoção, apenas constatando o que já sabia, já havia percebido.
- E você também... - afirmou sem surpresa, ainda olhando para a morena de forma perspicaz, como que se dizendo para ela que já descobrira seu segredo. Ele também deixaria atrás desta afirmativa um duplo sentindo, esperando que ela esclarecesse quem realmente era e como conhecera a fantasma. - ... Srt...? - completou, aguardando ao menos um nome.
Sabia que era perda de tempo tanta aproximação a frases desperdiçadas, mas se sentiu impelido a continuar com aquilo, era preciso ir até o fim, ainda sim que fosse necessário pouco mais de sagacidade não só para despistar a fantasma e agora, além de tudo, também a deslocadora.
Mesmo como em todas as vezes, ele sentira, em uma parte pequena e profunda, que o que fazia não era certo, nunca achou certo, só a solução.
Então, ainda que condenado, ele continuaria com aquilo e já tramava suas idéias com uma frieza incondicional, não deixando transparecer.

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Última edição por Jonathan Maldok em Seg Fev 02, 2009 8:53 am, editado 1 vez(es)
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Loren Simon
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptyQui Jan 29, 2009 5:11 pm

Carmel não era exatamente o que se chama de 'caixinha de surpresas',bom,somente pelos meus acontecimentos recentes,poderia ser que sim,mas,o que eu mais encontrava aqui eram mediadores e fantasmas,e isso sinceramente,não era nenhuma surpresa,pelo menos não para mim.
- E você também...
Ele também disse isso sem emoção,e sem surpresa também...Acho que realmente não tinha nenhuma surpresa ali...E dei uma leve risada,aquilo era,no minimo,sei lá,diferente?
- ... Srt...?
Ele perguntou,no começo pensei que ele perguntava a Ella,mas logo percebi que ele não estava muito aí para a Ella e pude perceber que ele realmente não gostava de fantasmas..
Não sabia se aquele era o melhor momento para apresentações,mas...
-Loren,prazer...Sr?......
E agora quem fez cara de surpresa foi a Ella,não sei porque....
O rapaz tinha falado aquilo esperando uma resposta mais completa do que a minha foi,mas o que mais poderia falar?Ele já estava vendo.....Eu não precisava falar:'oh,que surpresa,nos dois somos mediadores'....E novamente,não sabia o que falar.....
-Então,hm,agora eu descobri o porque daquele diálogo todo não?
Acho que isso foi a melhor coisa que pensei em falar por hora.....

Spoiler:
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptySex Jan 30, 2009 10:48 am

Dan não demorou muito para estar pronto.
Assim que recebeu aquela sagrada ligação avisando sobre o luau já estava vestido e não deu dois minutos para que estivesse avisando Roxy também.
É claro que ela deu cambalhotas, acho que depois de tanto 'trabalho' merecíam realmente um verdadeiro descanço.
Não que procurar e caçar fantasmas seja mesmo um trabalho, já que não ganham um tustão furado por isso, mas é mais como uma obrigação, ou sei lá como explicar, o fato é que não dormem bem faz um bom tempo, aliás, sinceramente, Dan não para em casa faz um bom tempo.
Mas agora ele não queria mesmo pensar nisso, não sei se era por estar acioso pelo luau ou por estar passando em mais uma fase daquela treco viciante que dês de antigamente chamam de video-game. Não importa o nome, é como uma droga e ponto.
Só que desta vez ele não se demorou, ele sabia que se atrasasse mais de dez minutos, como costumeiramente, Roxy iria 'arrancar sua cabeça fora e jogar n'O lago', ela costuma usar frases desse tipo como ameaça, não sei se dá para notar o exagero nisso.
Daniel colocou uma camisa qualquer e foi para a casa dela, não muito animado. Não que ela more longe, é só atravesar a rua e ele chega lá. Mas ele sinceramente não entende porque ela o faz ter que encarar sua irmã, não que a garota seja feia ou chata. Bem, só chata e um pouco grudenta e talvez atirada demais para o seu gosto, o problema é ter de escapar das suas investidas e ainda notar o olhar irritado do pai dela em cima dele. Este sim é o seu carma. Para o Sr. Bennet, Dan não é nada mais nada menos que um viciado levando a filha dele para o mal caminho. Não posso dizer nada a não ser: as aparências enganam, meu caro.
Ele atravessou a rua, refletindo sobre isso e bateu na porta, torcendo para que quem abrisse fosse logo a Roxy. Infelizmente, não teve tanta sorte.
- DAAAANNN. - gritou uma Soph histérica pulando em seus braços
- Cadê a Roxy? - perguntou sem dar atenção a ela
- Um dia você vai vir aqui só por minha causa. - antes que ele soltasse algum impropério ou frase que desagradaria muito a garota, Roxy apareceu no topo da escada.
- Hey. - ela gritou lá de cima. Não foi difícil notar que até mesmo quando não queria ela ficava bonita. Não que Dan notasse isso, já que ele com certeza estava pensando em Micaelle Skins e não é difícil de imaginar que ele rezasse para que ela também fosse ao luau, o que era bem improvável, areia e salto alto não combinam.
- Soph, o que é isso na sua bunda? - Roxy perguntou se aproximando deles, é claro que ele soube que ela estava aprontando alguma.
- Que? Onde? - a loira perguntou chacoalhando seus cabelos e olhando para trás
- Ah não é nada, só aquela velha frase: Todos à bordo. Meu Deus, está ficando cada vez mais visível, devia tratar isso. - Dan gargalhou, mais para irritar Soph e pareceu surtir efeito.
- Vaca! - ela murmurou, porém sorria
- Sou sua irmã, fazer o que? - Roxy pareceu não se importar e se aproximou de Dan, que ainda ria - Hey, Danny boy, aposto que demorou tanto por conta daquele maldito video-game, não é?
- Não demorei muito, então você não vai poder arrancar minha cabeça. - ele riu e abriu a porta para que saíssem - Aliás, você está bonita hoje, love. - ele sabia que ela não gostava de ser chamada assim ou se gostava fingia não gostar só para não dar o braço a torcer, mas achava graça da careta que ela fazia sempre que ele soltava essa palavra.

Não demoraram muito para chegar ao luau, não era longe e ele estava de carro, sua BMW 1986, mesmo que seja o meio de transporte mais poluidor de toda a Carmel e duvido que de todo a Califórnia também, é o seu xodó e ainda que todos insistam para que ele mande para um ferro velho isso jamais vai acontecer.
Claro que Roxy não ia perder a oportunidade de menosprezar seu carro assim que se aproximaram da areia branca e fria daquela praia.
Já podíam ouvir ao longe um som baixo e ignorado pelos outros e perto dos coqueiros algumas pessoas caindo, ou por estarem bebadas ou drogadas, Dan sentiu uma ponta de arrependimento por estar ali.
- Acho que viemos tarde demais. - comentou seriamente, puxando Roxy pelo braço, enquanto ela se aproximava perigosamente daqueles alucinados. Mas pareceu não adiantar porque assim que ela viu Pam correu para o seu lado.
Não que ele não goste da Pam, o problema é a má influência.
Ela é uma garota legal, ele acha, quando não está internada em clínicas de tratamento ou se drogando debaixo de coqueiros com seus amigos. Mas Roxy parece não se importar, já que as duas são parecidas, tirando o fato de toda aquela maconha e cocaína, Dan jamais deixaria sua melhor amiga se aproximar disso, ainda que o pai dela pense o contrário, o que é uma pena.
Ele se aproximou dela, junto de Pam, mas não pode deixar de notar uma movimentação estranha naquela praia.
Um brilho reluzia em um dos cantos mais afastados e ele soltou um palavrão quando percebeu o que eram... Fantasmas.
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Ella Sewall
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptySex Jan 30, 2009 1:01 pm

A tensão no ar era tangível.

Loren e o moreno arrogante não se conheciam, afinal. E ele parecia tramar alguma coisa.

O que posso dizer, quando você passa quatrocentos anos andando entre humanos sem poder ser vista, você passa a observá-los, e a conhecê-los. Eu podia dizer quando alguém mentia, estava desconfortável ou tramava algo.

E o outro mediador se encaixava na descrição da última ação, apesar de estar claramente tentando se passar por indiferente.

- Como tem passado, Ella? – perguntou Loren.

- Bem, na medida do possível. – murmurei, dando de ombros, ainda sem tirar meus olhos do rapaz. Eu o avaliava com cautela, pronta para me desmaterializar se alguma coisa acontecesse.

- Srtª? – ouvi-o perguntar, e desviei meu olhar por um segundo. Ele não estava falando comigo; apesar de ver-me ele não parecia se importar.

Suspirei, resignada. Ninguém nunca me daria atenção.

Notei, pelo canto de olho, um casal de jovens chegarem a praia, e se sentaram com um grupo que já estava lá.

Então, um dos meninos – moreno, com olhos claros, realmente bonito – cravou seus olhos em mim.

Fui forçada a suspirar de novo.

- Quem aqui não pode me ver? – proclamei, baixinho, olhando o moreno do outro lado da festa que ainda me fitava.

E engoli em seco.
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptySeg Fev 02, 2009 8:41 am

- Loren, prazer...Sr?...
- John. Jonathan. - respondeu instantaneamente.
Enquanto a garota - Loren - ria da irônica coincidência, John permanecia impassível e ignorando, ainda que sem intenção, a fantasma ao seu lado.
Era de praxe não gostar de fantasmas e toda esta frieza equivalia a qualquer um, vivo ou morto. Porém não parecia agradar Ella, talvez Loren estivesse acostumada, mas a fantasma não, esperaria dele um mínimo de cortesia, coisa que ele desconhecia parvamente.
- Então, hm, agora eu descobri o porque daquele diálogo todo não? - Loren falou, na intenção de recobrar um diálogo, mesmo que sua tentativa não tenha agradado John.
- Eu não menti. - ele respondeu, com a voz grossa e um sorriso faceiro, quase imperceptível, no canto dos lábios. Logo se voltou para Ella, desta vez esquecendo a educação para com Loren.
- Quem aqui não pode me ver? - ouviu-a murmurar, antes que ele pudesse lhe dizer alguma coisa.
Avistou ao longe um rapaz interessado na conversa, com os olhos cravados em Ella.
John não precisava demais essa, já não lhe bastava uma deslocadora pronta para atrapalhar seus planos?
Era o bastante para ele, então antes que Ella ou Loren dessem conta da situação, tentou criar um diálogo e entretê-las de quem quer que fosse o tal rapaz.
- Ella? - perguntou, não só para chamar a atenção dela, mas com o intuito de que ela se apresentasse.
Ela respondeu-lhe, então por um momento John se esqueceu dos planos, não só por estar se preocupando com tantos mediadores e fantasmas vagando pela praia, ou que a festa lhe parecera ainda mais cheia quando viu que não era o único a ter o mesmo segredo que a deslocadora Loren. Não era nenhum destes tais motivos, mas sim pela forma que o nome dela soava em seus ouvidos, ou a coincidência de sua mãe atender, antes, pelo mesmo nome.
Ele vacilou por alguns segundos, adquirindo uma expressão de espanto e admiração em seu rosto, o que era uma falha e um perigo no seu ponto de vista.
Assim que notou o deslize, voltou à indiferença em seus olhos, tentando manter-se novamente frio, ainda que sua cabeça martela-se o que acabara de ouvir.
- Bonito nome. - murmurou, pedindo para que sua voz fosse tão gélida quanto ele desejasse, mesmo que esta frieza não alcançara seu âmago.
- Como se conhecem? - perguntou a Loren, mesmo que a pergunta fosse direcionada às duas. Não iria deixar que percebessem que ele poderia estar falando com o ar, enquanto Loren admiraria o diálogo dele e do vento. Mesmo que tantas pessoas quanto ele achasse possível, pudesse enxergar os fantasmas naquele espaço, ele não permitiria que as tantas outras que não podem o tachassem de louco ou alucinado, nem se interessassem, curiosamente, à sua esquizofrenia.
Toda esta preocupação e conversa desconecta o perturbava e mais uma vez John teve o enorme desejo de pegar mais um cigarro e tragar aquele vício como que para esquecer-se das emoções, de frio a nervoso. Era o cigarro quem filtrava seus sentimentos e fazia-lhe mais sereno, ou até mesmo fleumático, mesmo que fosse quase impossível que ele tivesse menos emoções do que já possui.
Entretanto ele resignou. Quem sabe, talvez, por ainda ter um pouco de juízo aflorando em sua massa cinzenta. Somente segurou-se para não apanhar o maço de cigarros baratos e o velho isqueiro de prata enquanto ainda estava ao lado das duas garotas. Mais tarde, ou ainda mais cedo do que calcula, ele poderia estar, novamente, se perdendo entre a areia branca da praia e o brisa forte vinda do mar, enquanto desfruta de seu vício e pode tragar quantos cigarros quiser ou quantos mais seu pulmão agüentar.
Por um momento, ele apenas aguardou que o diálogo persistisse e que pudesse adquirir ainda mais informação e ainda mais tempo para que botasse em prática seu objetivo.

Objetivo nada santo e tão cruel quanto correto.

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Juliene Roxe
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptySeg Fev 02, 2009 10:57 am

Bem, lembra que eu estava animada para ir ao luau?
É, se quer saber, não estou mais.
Por três motivos: drogas, gente drogada e fantasmas.
Não que drogas e gente drogada seja pior que fantasmas, não mesmo, eles são até maneiros, isso quando não estão caindo ou vomitando o próprio fígado, mas são legais.
O problema mesmo são os malditos, insistentes, persistentes e incansáveis FANTASMAS. Juro que se eu pudesse eu mataria um à um, quer dizer, se eu pudesse matá-los de qualquer forma e se eles pudessem morrer. Porque além de tudo os malditos são 'imorríveis' ou imortais, sei lá. Foda-se, o fato é: minha noite poderia ter sido muito boa e produtiva se eles não estivessem lá para transformar o luau na hora do pesadelo.

Mas antes de mais nada, eu parei na parte em que Dan apareceu em casa, ao vivo e a cores para que fossemos ao luau.
Devo dizer que se eu não fosse a melhor amiga dele e que se eu não fosse... bem, 'Eu', com certeza teria ficado na mesma situação em que Soph se encontrava, ou seja, totalmente babando. Por que, cara, eu sei admitir quando um homem é gostoso e o Dan é gostoso, gostoso ao quadrado, mesmo que seja muito exagero e eu ainda o enxergue como o garotinho que caçava insetos para fritar no meio da comida. Okay, isso é bem nojento, mas ele é meu amigo, não é para se esperar algo normal de algum amigo meu, é?
Só sei que mesmo com aquele jeans todo desbotado, o cabelo rebelde e desarrumado e aquela camisa que ele deve ter capturado das profundezas das gavetas mal arrumadas de seu armário, ainda sim estava pegável. Acho que todo esse estilo Johnny Depp combina com ele.
Claro que meu comentário construtivo sobre a forma que ele é viciado naquele video-game não tinha nada a ver com o seu estilo ou coisa do gênero.
- Não demorei muito, então você não vai poder arrancar minha cabeça. - ele respondeu e abriu a porta para a gente sair. Eu fui na frente e nem preciso dizer que isso tudo era porque ansiava logo em chegar na praia. - Aliás, você está bonita hoje, love. - ele comentou e aquela palavrinha com quatro letras me fez ter um tremelique por dentro.
love? LOVE? LOVE?
Eu já não disse que o único que pode e deve me chamar de love é o Kurt Cobain? Ainda sim que seja em uma reunião mediúnica.
Fiz uma careta para ele e sorri logo depois. Na verdade, eu até gostava que ele me chamasse assim, quer dizer, quem não gostaria? Apenas ignorei, eu sabia que ele não tinha noção do sentindo dessas palavras e nem eu tinha, digo, é só um apelido, quem se importa?
Claro que eu nem percebi quando ele disse que eu estava bonita, eu não me ligava se estava bonita ou parecendo a Courtney Love de ressaca, apesar de que é sempre bom ser elogiada, ainda mais pelo sexo masculino. Isso serve para inflar o ego de qualquer mulher, não que eu tenha um ego muito grande mesmo.
Logo nós chegamos à praia. Esse logo não é o 'logo' de chegamos rápido, é o logo da frase: "Logo as lemas ganharam a corrida". Sim, porque a palavra rápido passa longe daquela banheira que Dan tem o maior orgulho de chamar de carro. Aquilo não é um carro, é um protótipo mal desenvolvido que foi mandando para o ferro velho e ele fez o favor de resgatar as sucatas daquele treco que tem três rodas e meia.
Antes tivéssemos vindo com a harley do Carlos. Porque aquilo sim é um meio de transporte, aquilo sim é sinônimo de rapidez e perfeição, aquilo sim é uma HARLEY DAVIDSON CARAMBA. Juro que um dia, um dia eu ainda roubo aquela moto para mim, mesmo que eu vá presa ou que Carlos corte meu pescoço e mande empalhar minha cabeça, eu ainda vou roubar aquela preciosidade e ainda vou fugir para Las Vegas, ou Inglaterra com ela. Até lá eu pego uma carona com a latinha amassada de Dan, porque, apesar de tudo, ele anda.
- Dan, se você ainda tem juízo, me escuta pelo amor de Deus. - eu falei, segurando seus ombros e parando ele de frente, quando chegamos a passarela, antes da praia. - Aquilo não é um carro, aquilo é uma lata de sardinha que alguém pegou e enfiou rodas só por diversão. Vende aquela poça de gasolina e compra algo de verdade. - eu o chacoalhei, mesmo ainda rindo e depois o soltei, andando até a praia na sua frente. É claro que ele não disse nada, apenas riu, acho que ele se cansou de explicar que 'aquele carro foi comprado com o suor do meu trabalho, só vendo quando puder comprar outro' blá blá. Não me importo, ainda vou ganhar na loteria e dar um carro de verdade para ele... Depois de contratar uns seguranças para roubarem a moto de Carlos.
Por enquanto, eu apenas me deixei perder na beleza que era a praia aquela noite e como era bom aquela brisa fria vindo bagunçar meus cabelos.
Era bonita a diferença que dava do asfalto movimentado, das luzes de néon piscando e as várias casas ao redor do outro lado da passarela e a areia branca e calma, tão passível mesclando com aquele mar azul, do lado de cá da praia. Fora todo aquele barulho das ondas se debatendo e vindo molhar a borda da areia.
Não vou mentir, uma das coisas que mais me chamam a atenção em Carmel - e da metade da população Califórniana - é a beleza das praias. E nem preciso dizer que são mais bonitas ainda com aquele céu salpicado de estrelas como hoje, mesmo que o vento estivesse mais forte que normalmente e a atmosfera mais úmida que à tarde, ainda sim era um espetáculo. Até porque as ondas ficam ainda mais fortes em época que a lua está parecendo uma bola de basquete gigantesca no céu.
- Acho que viemos tarde demais. - Dan comentou, puxando meu braço instintivamente, quando me viu próxima daquele pessoal ao lado dos coqueiros. Ah fala sério!
Eu aqui, admirando a beleza que era aquela natureza toda e ele olhando os drogados fumando uma no cantinho dos coqueiros.
Quanta besteira.
- Deixa pra lá Dan, eles não fizeram nada. - eu disse, vagando meus olhos para as outras pessoas ao redor da praia. Reconheci muitos dos rostos que vi, entre eles alguns rapazes da banda, bebendo para varia... Não que eu NÃO beba na verdade.
Mas foi então que eu vi ela... Pam!


WTF is Pam
Pam é nada mais nada menos que Pamella O’Dowd.
Palmas para mim, isso foi muito esclarecedor!
Certo, Pam é uma velha amiga, não que eu a tenha conhecido em um dos pontos que ela costuma freqüentar para usar drogas se quer saber. Sim, é isso mesmo. Pam é uma usuária assídua de drogas e quanto eu falo assídua é muita, muita droga mesmo. Mas não tenho nenhum preconceito, quer dizer, é o cérebro dela que está sendo deformado mesmo, não o meu.
O fato é que eu Pam nos conhecemos graças à banda.
Exatamente, Pam tem uma banda de punk e eu uma de rock, de modo que quando nos conhecemos tínhamos muito conversa e até que descobrimos muitas afinidades em comum. Exceto o caso das drogas, porque, apesar de muita gente achar, eu nunca usei drogas na minha vida e as únicas porcarias que fazem parte da minha rotina de chamam Micaelle e Skins.
Bem, mas a verdade é que Pam poderia até ser minha melhor amiga se não fosse por Dan. Acontece que a vaga de 'best friend' ninguém mais preenche.


De volta ao luau
Bem, pois é, essa é Pam. A extrovertida, alucinada, doidona e divertida: Pamella.
É claro que Dan não vai muito com a cara dela.
Quer dizer, eles até que se batem, mas ele há acha um pouco "maluca" demais para mim, culpa de todo aquele instinto protetor dele.
Mas agora Pam estava aqui, mesmo que um pouco fora de órbita, ainda me reconhecia e sorria.
Cara, só agora eu me lembro quanta saudades eu sentia.
Quer dizer, fazia o que? Meses que não nos víamos?
Isso porque ela passou todo esse tempo em uma clínica de recuperação para usuários químicos - sim, eu decorei isso em uma cartilha da minha mãe. Mas pareceu não surtir efeito. Digo, estava mais do que na cara que não surtiu efeito.
- Finalmente O’Dowd, achei que não voltaria a te ver. - comentei, tentando me afastar do seu abraço. Acho que ela permaneceu tempo demais abraçada a mim. Maldita maconha!
Ela comentou algo e eu sorri pelo seu sotaque meu grogue.
Na verdade, eu sorri porque muitas vezes eu me via falando assim quando bebia umas e outras.
É, lembra que eu disse que nunca usei drogas? Bem, bebida alcoólica não está na minha lista de drogas, apesar de eu enxeri-las especialmente em festas regadas a álcool e rock e o resultado sempre sou eu pendurada em uma mesa, fazendo um striper. Ou quase um, porque nunca vi me deixarem tirar mais do que a parte de cima. Pessoas caretas!
Eu pretendia aproveitar aquele luau ao máximo e sorte a minha que Pam estava lá, ia ser muito mais divertido.
Não que eu não fosse me divertir com meu melhor amigo, mas acontece que Dan não é o tipo de cara que comenta o quanto o 'moreno de bermuda' é gostoso.
E falando em morenos e bermudas...
- Que saúde! - eu comentei quando aquele ser de outro mundo com um tanquinho perfeito pulando para fora da camisa branca passou. Claro que eu comentei alto para ele ouvir e eu não tinha escrúpulos para me arrepender depois e nem me arrependi quando ele me abriu aquele sorriso branco como que me convidando para uma voltinha.
Ninguém disse que por eu ser virgem eu tinha de ser certinha, não é?
Então eu estava pronta para dar meu primeiro passo em direção ao paraíso quando...


PARA TUDO


Lembra quando eu falei dos malditos Fantasmas que costumam me atrapalhar especialmente nos momentos especiais?
Pois é, foi aí mesmo que eles apareceram....



CONTINUA!


Eu estava contente, me aproximando ainda mais do gostoso - aquele que faz jus ao pretérito mais-que-perfeito - quando uma mão me segurou e adivinha só quem era...
Não, não era um fantasma, era o Dan.
- Qual é? - eu perguntei fuzilando ele com o olhar, então ele comentou algo que eu não dei à mínima se poderia ser em romeno ou uma língua asteca desconhecida, eu só pensava em coisas nada lisonjeiras como PQP ou FDP ou ainda pior: palavrões sem siglas.
Eram fantasmas!
Os malditos estavam lá reluzindo suas luzinhas alegremente. Talvez alegres por terem acabado com a noite de diversão da June.
Dan apontou em uma direção e eu vi um fantasma sentado em um coqueiro e em outra um casal conversando com alguém perturbando o diálogo. Tive vontade de soltar uma bomba atômica naquela praia e explodir tudo.
Claro que eu queria mesmo era fingir que não vi e sair com o carinha gostoso ao meu lado e por quê não o fiz?
Ah deixa eu ver, porque se eu fizesse isso Dan partiria minha cabeça ao meio e arrancaria meus miolos.
Por que eu não poderia ter um amigo menos responsável e mais relaxado quando o assunto é fantasmas?
POR QUE?
Se não fosse minha dignidade eu cairia de joelhos e choraria, mas eu tenho um orgulho a zelar, então eu suspirei e deixei que tudo acontecesse, enquanto minha noite perfeita ia por água a baixo e o carinha me olhava com cara de quem viu um espírito.

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Última edição por Juliene Roxe em Seg Fev 16, 2009 11:01 am, editado 2 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptyQua Fev 04, 2009 8:13 pm

- John. Jonathan.
Ele me respondeu,depois de toda a conversa,enfim tínhamos nos apresentado.Mas isso nem era o mais importante,não agora...
- Eu não menti.
É lógico que eu sabia que ele não tinha mentido....
-Nem eu.
Mas ele nem me ouviu,tinha se voltado para Ella,ah,tudo bem^^
- Quem aqui não pode me ver?-Ella perguntou,e eu reparei que tinha um pequeno grupo,mas especificamente um garoto e deois uma garota nos olhando,logo soube....eles também podiam ver.
-Ella?
John chamou,reparei que era a primeira vez que ele falava com a Ella,eu ainda sentia algo estranho no ar,mas meus pensamentos foram interrompidos mais uma vez....
-Bonito nome.
Era impressão minha,ou ele estava mais....amigavél?
- Como se conhecem?
Ele perguntou se virando para mim,apesar da pergunta não ser somente para mim....Acho que apesar de tudo,não queria ser chamado de louco falando com o nada,apesar de não ter um nada ali.
-Bom,foi em uma festa.
Eu disse e me virei para Ella.
-Eu lembrei de todos os fantasmas que vi naquela festa e logo depois você estava aqui.
E dei uma risada,aquilo não era estranho,depois de tudo que você vive,você demora a achar algo estranho,mas era algo diferente.,....Ñão sei porque....
E então me voltei para Jonh.
-Você mora em Carmel há muito tempo?
Porque se ele morasse,era bem possível que ele estivesse naquela festa....ou não.

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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptyQui Fev 05, 2009 11:53 pm

Mamãe sempre dizia: me dizes com quem tu andas que eu te direi quem tu és. Cara, que expressão mais antiquada. De que século passado é essa frase, afinal?

Eu acho que deveria haver algum tipo de Centro de Reabilitação para Velhos e Coroas Muito Ultrapassados. Fala sério, os tempos são outros, agora.
Os pais não precisam mais ficar na nossa cola pra saber quem são nossos amigos, para onde estamos indo, o que vamos fazer, e coisas desse gênero. Por mais dependentes que nós sejamos dos pais, nós temos direito a uma vida independente... pelo menos no que diz respeito a sair com os amigos.

Meus pais são desses que costumam dizer essas expressões caretas e ultrapassadas. Eu tenho que escutá-los me alertando de coisas sem nexo todos os dias. É extremamente irritante, ainda mais quando você é uma filha problema pra eles. Sabe, eu não queria ser assim, eu juro que não. Mas fazer coisas erradas e me arriscar é algo que parece estar no meu sangue, sabe? É involuntário e me causa o maior prazer do mundo.

Um prazer quase tão bom quanto esse que esses cigarrinhos podem causar. E acredite, depois que você traga pela primeira vez nessas coisas você nunca mais vai conseguir viver sem elas. Nem mesmo clínicas de reabilitação serão capazes de te afastar das drogas. Seu organismo nunca mais vai se acostumar sem elas. E é ai que você vai terminar como eu: jogada embaixo dos coqueiros em um luau qualquer com um monte de drogados, como você, cheirando, fumando, bebendo e fazendo besteiras, até que você pare numa delegacia e te levem de volta pras clinicas de internação.

Mas ai você volta e faz as merdas tudo de novo. É um ciclo bem interessante... tirando a parte da clinica.

O luau estava começando a ficar interessante quando eu tomei a decisão de ir investigar com algumas pessoas. Sim, porque eu sei que existe uma razão pra tanta gente estrangeira ter invadido minha cidade da noite pro dia. Mas, então, o luau acabou ficando COMPLETAMENTE interessante. Primeiro, porque a minha melhor amiga simplesmente resolveu surgir naquele exato momento. E, segundo, porque o seu melhor amigo-muito-bonito estava junto com ela.

Mas vamos por parte. Eu estava tão fora de órbita que não sabia nem como estava conseguindo raciocinar direito naquele momento.

Quando eu menos esperei, uma garota de cabelos muito vermelhos estava me abraçando forte e rindo como uma verdadeira hiena. Eu reconheci aquela maluca mais rápido do que eu poderia jurar que conseguiria com tanta droga nas veias.
Eu adoro a June, ela é simplesmente a garota mais louca que eu já conheci. Temos tanta coisa em comum que devíamos, no mínimo, ser irmãs. Mas não, por uma completa infelicidade irônica do destino, somos apenas grandes amigas. Embora eu não ache que ela também me considere uma grande amiga. Veja bem, ela não desgruda desse cara... o tal de Daniel McGuines. O cara é um bom pedaço de mal caminho... mas ele parece me detestar.

Tá que eu sinceramente não entendo porque diabos ele não foi com a minha cara. Eu nunca fiz nada de mau pra ele, e nunca dirigi muitas palavras a ele também. Nossa relação nunca foi de amizade.
Com a June sempre foi bem diferente. Apesar de termos tantas coisas em comum, também temos muitas coisas que nos diferenciam. Por exemplo... o maior exemplo de todos: June nunca se drogou.

É uma pena, porque ela poderia se juntar a mim e aos meus amigos agora. Mas não, ela prefere ser meio careta nesses assuntos. E eu não duvido nada que seja influência desse cara, o Dan. Sim, porque ele é sempre todo protetor com ela. Um verdadeiro estraga prazeres.

Assim que eles chegaram à praia eu percebi o jeito indiferente com que ele olhou pra mim. Mas eu não ligo, e eu estava tão chapadona que não estava ligando nem se eu pisasse em um formigueiro naquele instante.

O fato é que eu acabei perdendo um pouco a noção do tempo em relação ao abraço da June, porque eu permaneci ali com ela, atracada, por um bom tempo. Até que ela me tirasse dos devaneios. Ainda bem, porque quando eu fico fora de órbita eu sempre preciso de um bom cutucão pra cair na real.

- Finalmente O’Dowd, achei que não voltaria a te ver. – June me disse, sorrindo com uma boa amiga.

E eu também pensei que as pessoas nunca mais voltariam a me ver. Os poucos meses que eu passei na Reabilitação foram suficientes para que eu estivesse aterrorizada e temendo não sair de lá nunca. Mas, como o ciclo não pára, é lógico que eu sairia de lá.

- Você apareceu na hora certa sabia?! – eu disse a ela, mas eu sabia que deveria estar meio, ou talvez completamente, grogue, por isso ela ria tanto de mim. – Tem muitas trouxinhas ali. Pode experimentar se quiser...

Tudo bem que eu não fazia idéia do que estava dizendo, mas e quem se importa, afinal? Tudo o que a June sabia fazer era rir... de mim, talvez. E o amigo dela, bom, ele me olhava com alguns olhares de desprezo puro.
E depois, quando eu fui me dar conta, a June já estava arranjando algumas paqueras pela praia. Isso me pareceu bem engraçado... não... na verdade, tudo era engraçado pra mim, porque eu estava chapada.

Não estava nem mesmo notando o que estava acontecendo ao meu redor. Uma hora eu estava abraçada na June oferecendo-lhe trouxinhas, outra ela estava paquerando e, sem que eu me desse conta, em outro momento o amigo dela estava segurando-a pelo braço com uma cara de pouquíssimos amigos. Esse cara as vezes me dá medo.

Eu não entendi o porque daquela ceninha superprotetora, e também não entendi tudo o que aconteceu em seguida. Eles estavam meio que cochichando ao meu lado, enquanto olhavam pra alguns pontos específicos na praia. O que eles estavam vendo? Sobre o que estavam falando afinal?

Eu ainda estava com uma vontade louca de ir dar uma nadadinha... mas eu também queria descobrir o que estava acontecendo.

Com a coragem que eu sempre tenho quando estou com as veias entupidas de drogas, eu me aproximei deles e me apoiei no ombro da June. Bom, eu estava meio zonza sabe. E ainda tive a cara de pau de interrompê-los no cochicho.

- Ei, o que tá pegando?

Eles estavam com uma cara tão aterrorizada que a única coisa que eu pensei foi a merda que eu acabei dizendo.

- Vocês viram fantasmas por acaso?

"Merda" porque, não sei como, mas eu percebi que a atmosfera ficou meio tensa entre nós.
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Ella Sewall
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptyDom Fev 08, 2009 10:54 am

Ele queria puxar conversa comigo.

Não sei exatamente o motivo, mas não gostava dele. Ele parecia querer me distrair. Devo admitir que ele me parecia perigoso, hostil, como se esperasse a hora certa para dar o bote.

Eu já estava reservada em reação a ele, ficando mais perto de Loren do que na direção dele.

Jonathan. Era um bonito nome, para alguém que parecia tão... mal-humorado. E grosso. Indelicado.

Creio que seja melhor eu parar por aqui.

Quando ele – Jonathan – começou a querer saber de onde eu e Loren nos conhecemos, e ela, educada, respondeu, um brilho de nostalgia nos bonitos olhos castanhos, eu ataquei:

- Por que esse repentino interesse em minha pessoa, Sr. Jonathan? Parecia ser de seu desejo me ignorar há apenas alguns minutos...

Foi a minha vez de ser hostil.

Spoiler:
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MensagemAssunto: Re: Only more one luau... Or not (ALBERTO =D)   Only more one luau... Or not (ALBERTO =D) EmptyDom Fev 08, 2009 11:23 am

A conversa poderia estar sendo muito mais lucrativa do que ele esperava, mas todo este assunto amigável não era interessante, nem mesmo importante. Queria acabar com isso o mais rápido possível, mas sentia que deveria extender a conversa, pelo menos para ganhar tempo e dispistar a deslocadora, então poderia fazer o que pretendia desde o começo com a fantasma, a qual não parecia confiar em nenhuma sílaba de suas palavras. Ele também não confiaria, se estivesse na posição dela, claro.
- Bom, foi em uma festa. - Loren respondeu e ele notou o olhar desagradável de Ella em relação a satisfação que Lore estava dando. Ela se virou para a garota de cabelos vermelhos e disse - Eu lembrei de todos os fantasmas que vi naquela festa e logo depois você estava aqui. - ela deu uma risada, como que achando estranho o fato de pensar em um fantasma e ele aparecer, John estava acostumado. Ella, por outro lado, não correspondeu o riso, nem John. Então voltou-se para ele - Você mora em Carmel há muito tempo?
"Desde os 10 anos" - ele pensou em responder, mas agradeceu mentalmente a Ella quando esta interrompeu o diálogo.
- Por que esse repentino interesse em minha pessoa, Sr. Jonathan? Parecia ser de seu desejo me ignorar há apenas alguns minutos... - disse desta vez sendo ela a grosseira. Ele pode julgar que pela frase eloqüente ela havia morrido à um bom tempo, talvez séculos, quem sabe. John deu de ombros, respirou fundo e pareceu esperar alguns minutos para respondê-la, não estava pensando em nada, só se distraindo, para irritá-la ou porque achou desnecessário responder qualquer coisa, porém enfim falou.
- Interesse algum. - esclareceu, sem escará-la, apenas olhando para as pessoas ao longe e cada vez com atitudes mais suspeitas - Só estou sendo educado. - desta vez ele encarava os olhos azuis dela e os dele continham uma ponta de irônia, junto do seu sorriso matreiro, como que para provocá-la. - Aliás, melhor eu ser atencioso, não? - não esperou que ela respondesse, ele girou seu corpo e voltou-se a olhar para o mar, admirando as ondas que ladeavam as bordas da praia e vinham molhar a areia fria.
Ele também não sabia o porque de tanto interesse e ainda porque enganava a si mesmo dizendo que não ligava, talvez fosse mesmo só para ganhar tempo ou porque realmente se importava e mentia para si sobre isso, o que era um perigo, um grande perigo, afinal, tudo o que fizera, o tempo todo, fora ignorá-las e manter-se o mais distante possível, com medo deste real interesse.
Tentou dispitar os próprios pensamentos, dando a este a desculpa de que somente se interessara para ganhar tempo e respostas. Porém, ainda sim, achou que o tempo não iria ajudar e talvez devesse adiar seus planos para depois, quando estivesse a sós com a fantasma e a deslocadora não pudesse atrapalhar, talvez em um momento mais coveniente.
Esperou que elas dissessem o que quer que tivessem de dizer e depois iria embora, mesmo que seu intuito fosse de adquirir informação sobre Ella, achou que seria difícil a considerar pela pergunta hostil que ela fizera a minutos atrás.


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