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Face a face com o sobrenatural. Baseado na série de Meg Cabot, 'A Mediadora'.
 
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Bem vindo!
The big day // Atrama

Deu-se inicio de mais um semestre na cidadezinha de Carmel. Misterios estão sendo, pouco a pouco, revelados e segredos antes bem guardados, estão começando a vir a tona. Bruxos, Mediadores e Fantasmas se encontraram, chocando-se uns com os outros, e sem conseguir evitar os ligigos, as paixões avassaladoras, o ódio ou o amor. E agora? Que escolha você fará?

Bem vindo ao jogo!
Big Brother Carmel
- CALENDÁRIO -


Dia on:
11 de Setembro
Clima: Levemente fresco em Carmel. Algumas nuvens começam a nublar o céu; uma ameaça delicada à uma chuva vindoura.
Horário: Noite.

OFF: Favor finalizar suas ações até o dia 14 de setembro. A partir daí, poderão postar livremente na categoria Big Brother Carmel. Ps.: Só poderão postar os personagens que receberam uma mp da Admnistração.
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Agradecimentos à Meg Cabot, por ceder-nos a maravilhosa série de livros 'A Mediadora', e aos players e jogadores do board.

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Obrigada.

 

 The big day //

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AutorMensagem
Garret C Fitzgerald
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Garret C Fitzgerald


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MensagemAssunto: The big day //   The big day // EmptyTer Mar 03, 2009 4:42 pm

Havia chegado o grande dia. A ansiedade era enorme e eu não tinha certeza se aquilo seria uma coisa boa ou ruim. Quer dizer, tinha os dois lados da história. Mas eu estou me adiantando. O fato é o seguinte: Este seria o dia em que eu levaria Chloè para conhecer a família. Toda ela, o que significa: Minha mãe, Richard e Mary. Não que ela fosse um problema, afinal de contas, meus sentimentos por ela já eram passado. Eu estava feliz com Chloè e ela era uma pessoa ótima. Inteligente, engraçada, bonita. E responsável, vale ressaltar. Bastante. Era uma pessoa com que se podia realmente conversar, trocar idéias. Era uma das coisas que eu mais gostava nela. E tinha certeza de que ela e minha mãe teriam uma afeição mútua. Então, você deve estar se perguntando, qual é o problema? Isso nem eu sei explicar.

Chloè parecia empolgada, apesar de bastante nervosa. Me perguntou várias e várias vezes o que deveria vestir, apesar de eu ter afirmado e reafirmado que não importava, que ela ficaria bonita de qualquer forma. Não sabia realmente quem de nós dois estava mais nervoso... Era uma competição acirrada. Pensei em Mary por um segundo, mas, felizmente, Chloè me chamou quase que no mesmo instante. Estava diante do espelho e me perguntou se a décima quarta roupa que vestia estava arrumada demais. Eu sorri e abracei-a pela cintura, dando-lhe um beijo no rosto. Assegurei-a que estava linda e desta vez ela pareceu mais satisfeita.

Estando nós dois prontos, pegamos o carro e seguimos para a casa de Richard. Com o trabalho que eu tinha de um turno na Irlanda, consegui juntar algum dinheiro. O carro era uma picape usada, mas não era muito velha e estava em bom estado. Precisei dar uma regulada no motor, mas nada muito extremo. Agora estava boa como nova. No caminho até lá, Chloè me fez mais umas trezentas perguntas sobre como deveria se portar, às quais eu respondi (pra resumir as várias formas diferentes que eu usei para dizer a mesma coisa) que bastava ela ser ela mesma e eles iriam amá-la. Tinha certeza disso. Chegando lá, saí primeiro e corri para abrir a porta para ela, segurando firme sua mão enquanto nos dirigíamos para a porta. Ainda tinha a chave, mas preferi tocar a campainha. Me parecia mais educado depois de quatro anos sem morar ali.

Richard atendeu a porta e sorriu ao nos ver. Apresentei Chloè como minha namorada, apesar de eles já terem sido avisados de que ela viria, e ele a cumprimentou de forma bastante simpática. Entramos e encontramos minha mãe esperando na sala de estar. Ela parecia estar empolgada e, conhecendo-a bem, podia perceber que estava bastante nervosa. Com certeza tentaria agradar Chloè acima de tudo. Minha mãe não seria uma pessoa que uma mulher precisasse se preocupar em ter como sogra. Muito pelo contrário, tinha certeza de que Grace Fitzgerald trataria sua nora como uma própria filha. Soltei a mão de Chloè e abracei minha mãe carinhosamente. Então me afastei um pouco.

- Mãe, essa é Chloè. – Disse, sorrindo, e voltei a segurar a mão dela. – Chloè, essa é a minha mãe, Grace. – Minha mãe abraçou Chloè, como se já a conhecesse há décadas. Notei que ela parecia bem melhor e sorri. Tinha certeza de que estava sendo bem cuidada.

Olhei ao redor por um instante, procurando Mary com o olhar. Não a encontrei e me senti de certa forma aliviado. Por mais que não quisesse admitir, as coisas seriam mais fáceis se ela não estivesse ali. Passei o braço pela cintura de Chloè e abaixei um pouco o rosto para beijar-lhe a cabeça enquanto minha mãe já começava a tagarelar sobre o que tinha feito para o jantar. É, talvez eu tivesse me preocupado a toa...
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MensagemAssunto: Re: The big day //   The big day // EmptyTer Mar 03, 2009 6:21 pm

-Gary, eu não sei como começar... Talvez seja até estranho ouvir isso de mim, que eu não tenho palavras pra explicar que... Não! Ridículo, Mary! Ri-di-cu-lo! Assim ele vai pensar que você é uma retardada... Se já não pensa assim não é?- Fiz uma careta de desanimo para o espelho, sentando-me na cama em seguida e respirando fundo. Eu nunca tivera problemas para expor meus sentimentos. Aliás, eles sempre estavam à flor da pele, independente de ser felicidade, ódio, tristeza. E o pior é que eu era uma atriz! Se meu pai ouvisse pensamentos, eu com certeza estaria ferrada! Mas parecia que todo o meu talento se esvaia quando eu estava na frente dele. Acho que inconscientemente eu não me permitia fingir, pelo menos até certo ponto. Isso era frustrante, mas se eu estava na frente desse espelho ensaiando para me declarar para ele, eu não poderia fingir. Só gostaria de dizer a coisa certa. A frase, palavra, oração, qualquer coisa que o trouxesse para mim.

Voltei para frente do espelho, respirei fundo e coloquei um sorriso no rosto. Espera... Um sorriso muito feliz deixa a coisa toda falsa. Acho que um pouco de hesitação... Aaah, que se dane minhas expressões, acho que pelo menos isso eu não conseguiria ensaiar! Só não poderia fazer cara de sofrida... Mas voltando: -Gary, eu sei que fui bastante cega e idiota pra não enxergar que depois de todos esses anos que passamos juntos, mesmo que como irmãos, era de você que eu gostava e que eu gosto ainda... Aaaaah!!! Por que tem que ser tão difícil?- Fiz aquela careta horrorosa de novo, e uma anotação mental: Não me declarar para ele com essa careta. Pelo menos de uma coisa eu estava certa.

Olhei no relógio em cima do meu criado-mudo e faltava uma hora para ele chegar. Eu ainda estava bastante chateada por não ter ele em casa, por completo. Isso facilitaria as coisas e muito! E seria como nos velhos tempos, eu teria ele ali do lado do meu quarto para me declarar e podíamos finalmente ficar juntos. Tudo bem que eu não sabia se o sentimento era realmente recíproco e talvez estivesse tirando as conclusões erradas acerca de seus gestos porque queria que ele gostasse de mim. Mas, bem, eu não me importava realmente se minha cabeça que havia imaginado que ele gostava. Eu levaria isso como uma certeza, pois se parasse para pensar amarelaria.

Decidi deixar o espelho de lado por hora. Talvez, a hora que eu visse Gary e pedisse pra conversar com ele a sós, tudo viria de forma mais fácil. Eu havia passado a semana bastante ocupada com alguns trabalhos da faculdade e não havia visto ele, desde o dia do parque. Estava muito feliz que Grace melhorara bastante e já estava em casa. Era bom que ele estivesse feliz também. E tinha um fator que só fazia com que eu ganhasse mais pontos: eu passara toda essa semana longe de encrencas. Era bom que ele não me visse metida com fantasmas – não que ele soubesse – duas vezes seguidas em um intervalo de uma semana apenas. Ele tinha que ver que eu não era mais uma adolescente inconseqüente e que era uma mulher. A mulher perfeita para ele!

Fui até o guarda-roupa, travar outra batalha. Eu tinha que usar de todos os artifícios possíveis, não só a minha declaração e acho que estar mais bonita pra isso era bastante válido. Experimentei várias roupas. Pensei se seria interessante colocar algo mais sério, para mostrar que eu era mais séria, mas não gostei do resultado. Algo mais chamativo, para despertar mais interesse por parte dele, mas também não gostei e sabia que ele não era assim. Então, depois de deixar uma montanha de roupas sobre a cama, optei pelo estilo Mary de ser: um vestido leve, que ia até os joelhos, levemente florido e clarinho e sandálias baixas. Acho que forçar demais para um jantar em família ficaria deveras estranho. Soltei meus cabelos e passei apenas um brilho nos lábios. Estava pensando se voltava para o espelho, até que ele chegasse, quando ouvi uma batida na porta.

-Entre!- Falei, deixando essa tática pra lá. Teria que ser na improvisação, ou melhor, eu teria que expor todos os meus sentimentos de forma sincera, e talvez se não tivesse ensaio seria melhor.

-Filha, Gary chegou. Não vai descer?- Abri um sorriso enorme para o meu pai e o acompanhei na descida das escadas. Acabei ficando mais ansiosa ainda do que o normal e sentia meu estomago praticamente despencar a cada degrau que eu descia.

Segui meu pai até a sala e entrei no cômodo falando alegremente: -Gary!! Eu ainda não acredito que você...- Parei na porta em meio a tagarelice enquanto ele se virava e para minha surpresa ele estava abraçando uma mulher. Meus olhos provavelmente deveriam estar muito arregalados e eu fiquei totalmente sem reação, parada ali, encarando o casal. Ao pensar nessa palavra eu engoli em seco e tentei respirar lentamente para me acalmar e falei sem pensar, como sempre: -Quem é ela?
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Chloè Montgomery
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MensagemAssunto: Re: The big day //   The big day // EmptyTer Mar 10, 2009 8:37 pm

Não, eu não estava nervosa. Em fato, o que era um nervosismo? Apenas sinais difusos enviados ao meu cérebro, que determinam funções fisiológicas diferentes das usuais e errôneamente exageradas. EU dizia para mim mesma que aquilo seria uma coisa como todas as outras e que não havia espaço para tanto estardalhaço. Logicamente, o que estava prestes a acontecer não tinha nada para dar errado. Eu não era uma traficante de drogas ilícitas, ou chefe da rede de prostiuição mundial, então, resguardava uma boa proporção de ser aceita pelas regras normais da sociedade, em que, claramente, a família de Garret se enquadra. Bem, não que eu nunca fosse apresentada a alguém diferente, mas, em certo modo, eu nunca estava interessada sobre o que pensavam de mim, diferentemente daquela situação. Não que eu obrigasse alguém a gostar de mim, mas ao menos poderia me limitar a falar coisas que não fossem postulados científicos. É, eu tinha a ingrata mania de falar demais, porém, para deixar tudo ainda pior, eu tinha a ingrata mania de falar demais coisas sem nexo. Ou ao menos sem nexo para a maioria das pessoas. A não ser que elas soubessem sobre a Antropólogia Forense e Suas Atribuições no Cerne do Sistema Criminalístico Americano.

O fato é que eu fiquei mais do que alguns simples minutos costumeiros para arranjar uma roupa que fosse condescendente com o que eu queria passar. Bem, eu queria passar a imagem de mim mesma, certo? Eu coloquei uma calça preta, e uma blusa igualmente preta. Desisti a primeira vista, enquanto me lembrava que não estava indo a um velório. Bem, ao menos não ainda. Depois troquei para uma blusa vermelha. Não, não, muito chamativa, a não ser que eu queria arranjar algum dinheiro nas esquinas de Carmel. Depois tentei uma blusa laranja com uma calça branca, e fiquei com cara daquelas animadoras de Barney. Sim, o dinossauro que canta musiquinhas infantis e depreciativas. E não, eu não assisto a ele, tenho coisas melhores a fazer. Supostamente. Por fim, suspirei fundo, e resolvi pedir ajuda.

Tá, certo, isso era uma coisa que eu raramente fazia. Na verdade, era quase um defeito meu. Eu não suportava pedir ajuda, mesmo que fosse a do meu namorado, mas, claramente, o modo de me vestir para visitar a família de Garret fugia do meu círculo de domínio. E muito. Então, o jeito foi chamar Garret inúmeras vezes, apesar de que ele não me ajudou muito em relação a isso. Finalmente, me decidi por um vestido, que, era preto, com detalhes em prata, não muito formal, mas também era bastante bonito. Deixei meus cabelos soltos. Devia estar claramente nervosa, pois Garret me dei um beijo, dizendo que aquilo servia. E bem, eu acreditei. E também já estava cansada.

Posta toda a dificuldade logística de lado, começamos a nos preparar para chegar até a casa de Richard. Logicamente que minhas perguntas não havia sanado e eu não parava de pedir dicas para como deveria me portar. Não que eu fosse ser completamente diferente de todos, mas, venhamos e convenhamos, não se porta do mesmo jeito na casa de um inglês de e um irlandês, certo? Então eu era partidária da doutrina de que devíamos abstrair de nós, a parte de nossa personalidade que mais se adequasse ao local onde iríamos. Mas Gary não me dizia nada de inteiramente útil, apenas aqueles clichês usuais. Ninguém é obrigado a gostar de mim, sabe?

Mas eu tentei ficar menos nervosa. Saímos do carro, e, Gary segurava a minha mão, enquanto chegávamos na residência, que, devo ressaltar, era bastante bonita. Nada de exageros, e puramente bonita em toda a sua simplicidade. Antes que eu pudesse lembrar da arquitetura jônica que havia visto na fachada, a porta de abriu, mostrando Richard. Gary nos apresentou, e, ele foi, como previsto, muito simpático. Mas eu não esperava menos. Logo ao adentrarmos, me deparei com Grace, sua mãe, que estava sentada, notadamente nervosa, assim como nós todos.

Mãe, essa é Chloè. – Chloè, essa é a minha mãe, Grace. - ela me abraçou, me deixando surpresa com seu gesto, porém, eu a abraçei com a mesma intensidade, e, tive a certeza de que nos dariamos muito bem. Logo Grace começou a falar sobre o jantar, e, eu puxei a meada sobre as influência antropológicas da socidade, no tocante a gastronomia.

-Bem, eu li que as sociadades latino-americanas têm mais influência mediterrânea do que realmente se pensava. Na verdade, há toda uma parte história que realmente se declina em estudar essa falta na....

-Gary!! Eu ainda não acredito que você...- eu parei na medida em que a outra menina entrou na sala. Ela teve uma reação surpresa em me ver junto a ele. Deveria ser, logicamente, Mary.

-Quem é ela?

Imediatamente eu fechei a minha expressão, simplesmente pelo modo que a garota falou. Suspirei fundo, precebendo que aquela não era minha casa, e que eu deveria ao menos mostrar um pouco de paciência. Sem esperar o gesto de terceiros, fui ao encontro de Mary.

-Chloè Montgomery Doherty, muito prazer!- falei estendendo a minha mão para ela-- Sou a namorada do Garreth

As minhas últimas palavras surtiram um efeito inusitado em Mary. Aliado com a sua primeira impressão, olhei para Gary, e, percebi que talvez houvesse mais em toda a história do que ele realmente havia me contado....
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MensagemAssunto: Re: The big day //   The big day // EmptyQui Mar 12, 2009 2:52 pm

Não demorou muito para que eu me desse conta de que havia me tranqüilizado cedo demais. Definitivamente cedo demais. Minha mãe tendo começado a falar bastante do jantar, abriu espaço para que Chloè começasse a falar bastante sobre... Bom, pra falar a verdade, é um pouco difícil dizer. Eu costumava acompanhar realmente as coisas que ela falava. De verdade. Não gostava daquela coisa de assentir e apenas concordar com a cabeça quando você não tem nem idéia do que a outra pessoa está falando. Eu só fazia isso às vezes. E ainda assim, isso acontecia simplesmente por causa da minha falta de capacidade intelectual de acompanhar o raciocínio dela, eu acredito. E ao juntar Chloè Montgomery com Grace Fitzgerald, fica realmente difícil de se acompanhar alguma coisa. Então, como se não houvesse aspectos suficientes para tirar a minha atenção, a fala de Chloè foi interrompida por uma outra voz.

- Gary!! Eu ainda não acredito que você...

Meus olhos se arregalaram instintivamente pelo “susto” e eu me virei em direção à escada, somente para ver que Mary havia acabado de descer e estava visivelmente surpresa pelo fato de que eu trouxera alguém. Meu batimento cardíaco acelerou drasticamente e eu simplesmente fiquei lá estatelado olhando para ela.

- Quem é ela?

Tentei mascarar o meu nervosismo e manter uma expressão neutra. Foi uma tarefa bastante difícil. A presença dela mexia mais comigo do que eu esperava que mexesse. Além disso, a reação de Mary me deixara um pouco confuso. Quer dizer, era natural que ela expressasse surpresa, uma vez que eu nunca tinha levado uma namorada pra casa e não falara nada para ela sobre Chloè. Mas eu tinha a ligeira impressão que podia sentir algo mais no tom de voz dela. Quase como... ciúme. Passei a mão no rosto, inquieto, e não dei muita importância ao pensamento anterior. Nos vários anos que eu passara morando em Carmel, esperei que Mary pudesse desenvolver algum tipo de sentimento por mim e o máximo que conseguira era o fraternal. Não tinha por que isso ter mudado agora.

Ainda estava meio imerso aos pensamentos e não processei imediatamente quando Chloè começou a se aproximar de Mary. Só pude realmente entender o que estava acontecendo quando ela começou a falar.

- Chloè Montgomery Doherty, muito prazer! - Ela disse, estendendo a mão para Mary. – Sou a namorada do Garret.

Por algum motivo, olhei para Mary instintivamente quando Chloè falou a palavra “namorada”. Queria ver a reação dela, por mais que dissesse a mim mesmo que não me importava. Ela não pareceu exatamente... neutra. Mas o que diabos significava aquilo? Minha cabeça estava à mil e eu mal conseguia pensar. Notei que Chloè olhou para mim e retribuí o olhar, tentando dar-lhe um sorriso seguro. Não consegui chegar completamente lá, mas fiz o possível. Não sabia o que fazer a seguir, mas, forçando-me a reagir, caminhei lentamente, me aproximando de Chloè e ficando de frente para Mary.

- Nós nos conhecemos na Irlanda. – Olhei de relance para a primeira e depois voltei meu olhar para a segunda. – Eu ia contar pra você, mas não houve exatamente uma oportunidade... – Eu começara a explicar, me referindo ao nosso primeiro encontro, em que eu a tirei de mais uma enrascada. Então pensei... Por que eu estava me explicando? Quer dizer, quantas vezes ela chegara em casa com um namorado novo pra apresentar e eu nunca tinha nem ouvido falar do cara? Respirando fundo, tentei fazer a minha expressão um pouco mais composta e segurei a mão de Chloè, tentando passar-lhe confiança. Será que Mary reagiria a isso? E se reagisse... O que isso significaria?
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MensagemAssunto: Re: The big day //   The big day // EmptySex Mar 13, 2009 11:16 pm

Não preciso dizer que assim que eu abri minha boca, ao avistar Gary abraçado com aquela moça, coisa boa não sairia. Eu não era exatamente conhecida por refrear minhas opiniões, ainda mais se elas fossem desfavoráveis ou me desagradassem. Mas pelo menos eu não tinha falado nada demais. Só havia indagado de forma um pouquinho grosseira chata a respeito de quem era aquela mulher que invadia o meu lar e roubava Gary de mim assim com essa facilidade. moça. Sim, era óbvio que era namorada de Gary, pois ele não era do tipo que fazia amizades coloridas por ai e traziam a um jantar de família. Era tão óbvio e tão doloroso, que eu senti minha garganta secar, sem poder dizer mais nada, nem que fosse alguma desculpa para a minha atitude. Porque apesar de ser bastante impulsiva, aquilo tinha levado embora toda e qualquer reação que eu pudesse ter.

Não sabia para quem olhar primeiro, mas sabia quem eu queria encarar, o que eu consegui evitar a muito custo. E com isso, pude ver que a expressão da moça se fechara, talvez pela minha recepção completamente calorosa. Evitei a todo custo que a minha expressão se fechasse e me deixei pensar que ela não tinha culpa, por enquanto. Porque dentro em breve eu adoraria colocar a culpa nela. Arrisquei olhar para Gary indiretamente e percebi que apesar dele querer disfarçar, ele parecia ligeiramente incomodado. Com uma dor no peito, imaginei que pudesse ser um pouco de remorso por não ter contado a irmã mais nova dele. Isso doeu ainda mais, com mais força do que o imaginável, mas meu drama interior foi interrompido pela aproximação dela.

-Chloè Montgomery Doherty, muito prazer!- Olhei para a sua mão estendida sem ainda cumprimentá-la, enquanto ela continuava. - Sou a namorada do Garreth- Ela terminou e eu prendi a respiração, imaginando um pouco de triunfo na voz dela. Eu já estava fazendo aquilo se tornar mais trágico do que realmente era. Minha boca se mexeu um pouco, talvez como a daqueles peixes de aquário e eu estendi a mão, apertando-a de leve, mas sem soltá-la, enquanto ela olhava para Gary, talvez pedindo uma explicação a minha reação.

Ele se aproximou e eu apertei um pouquinho mais a mão dela, sem perceber para que não se soltasse da minha. Como se eu fosse conseguir fazê-la desaparecer só no aperto. Olhei para Gary - Nós nos conhecemos na Irlanda. – Ele falou, olhando de Chloè, para mim. – Eu ia contar pra você, mas não houve exatamente uma oportunidade... – Engoli em seco mais uma vez e percebi que ela queria tirar sua mão dali de forma sutil, mas eu a segurei ainda mais imperceptivelmente e vendo o olhar que meu pai me lançava, por detrás dela, percebi que eu já estava passando dos limites. Abri um sorriso e me virei para ela de repente, pensando rápido e tentando consertar a cena que eu armara. Abracei-a de forma carinhosa, fingindo uma felicidade que não existia. Se não fosse o susto inicial, ela nem teria percebido que era encenação, mas eu acho que talvez pudesse consertar.

-Oh, Chloè! Seja bem vinda! Me desculpe o mal jeito, mas é que eu realmente fiquei surpresa. Gary não me falou, mas também não teve tempo.- Para frivolidades, eu completei mentalmente. -Meu nome é Mary, sou a irmã de Garret.- Sorri para ela mais uma vez, me afastando e percebi que a atmosfera da sala estava estranha. Grace, como sempre acabou nos salvando com o seu jogo de cintura, apesar de talvez não estar entendendo nada.

-Acho que eu já posso servir o jantar, não?- Ela falou alegremente, se levantando da poltrona e pedindo licença a todos e dizendo ainda para a Chloè para ficar à vontade.

-Eu vou te ajudar, Grace.- Falei, acompanhando-a até a cozinha e querendo por tudo poder sair pela porta dos fundos, e só voltar quando ela tivesse ido embora. Ajudei Grace a arrumar tudo e terminando, chamei-os para a mesa, tentando evitar olhar os dois, de forma discreta. Meu pai ainda me olhou de uma forma engraçada, mas eu ignorei e os acompanhei até a sala de jantar, me sentando ao lado de Grace. Todos se serviram e por um momento a mesa ficou silenciosa, aproveitando o jantar.
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MensagemAssunto: Re: The big day //   The big day // EmptyDom Mar 15, 2009 4:39 pm

Havia alguma coisa errada, e não precisada ter doutorado para notar isso. A coisas estava estranhas em todos os sentidos: começando pela atitude de Mary e não, eu não estou inserida em um daqueles clichês de filmes e soup operas onde as pessoas agem de um jeito totalmente estranho e alheio a todos e ninguém perceber, passando pela atitude de Gary e até mesmo pelo modo como ele não comentou com Mary sobre mim. Porque, pelo que estava aparentando agora, eles deviam ser muito próximos, e, eu sabia que ele não tinha perdido contato com a família, então, a única explicação que podiam permear a minha mente naqueles segundos é que ele não [s]quis[/s] falar para Mary. E com isso lancei um olhar inquisitivo a ele, como se quisesse responder aquela pergunta, porém, agora que aquilo estava incrustado em minha mente, não havia como não pensar nisso. E por que ele não quereria falar para Mary? Por medo? Então havia alguma coisa entre eles dois, mais do que apenas irmãozinhos de filmes de criança. Ou, se não houvesse, havia uma pretensão de existir.

-Oh, Chloè! Seja bem vinda! Me desculpe o mal jeito, mas é que eu realmente fiquei surpresa. Gary não me falou, mas também não teve tempo- ela não apertou substanciamente a minha mão, o que me deixou mais desconfiada.- Meu nome é Mary, sou a irmã de Garret.- eu retribuí o sorriso.

E foi quando Grace começou a conversar certas coisas, as quais eu prestava atenção apenas superficialmente, enquanto voltava para observar como Gary e Mary se portavam. Ela estava mais distante, enquanto ele, mais nervoso. E minhas suspeitas cresciam a cada dia, porém, eu, mais do que ninguém, confiava apenas em fatos concretos, e, esperava que obtivesse uma confirmação, seja lá de que lado fosse. Eu me perguntava se realmente havia tido alguma coisa, talvez Gary me contasse se realmente houvesse, ou talvez eu confiasse demais nele.


De qualquer sorte, não havia como manter esse assunto agora. Talvez mais tarde, ou talvez fosse melhor esperar ele me contar. Não, eu sabia que não esperava nada, e, a primeira chance que eu tivesse, com certeza iria falar com ele sobre isso. E esperava que ele me dissesse a verdade. Seja ela qual fosse. Porém, eu ainda continuava em um jantar com a família dele, e tinha que acabar com aquela sensação estranha que havia se apossado de nós. Tendo ou não tendo nada com ela, ele estava comigo agora, não?

O jantar estava na mesa, e fomos comer, a comida, por sinal de observação, estava esplêndido. Eu notava como a comida havia sido feita realmente caseira, diferente das que eu comia frequentemente, já que a natureza não me agraciou com o dom de não colocar a cozinha em fogo toda vez que tentasse acender o fogo. Talvez o fato de querer acender o fogo da direita, sendo que o da esquerda estava ligado tivesse algo a ver com isso....mas só um pouco

O fato é que ficamos em silêncio, por alguns minutos, enquanto saboreávamos os pratos, porém, o silêncio começou a incomodar, então, resolvi puxar alguma fronte de assunto, antes que aquilo ficasse demais.

-A comida está excelente, srª Ffitzgerald- disse, enquanto comentava alguma coisa sobre a arquitetura da casa, e me embrenhava em tais solos com Richard que me acompanhava, foi, então, que Grace se dirigiu a mim.

-Então, o que você faz, Chloè?.

-Bem, eu terminei a faculdade de Física, com mestrado em Física Quântica, porém, realmente me apaixonei por Antropologia, mais precisamente Antropologia Forense. Sinceramente é um ramo muito bom de se trabalhar, penso em talvez me mudar para os Estados Unidos de vez. A Irlanda é meu país, e amo absurdamente aquelas terras da Ilha Esmeralda, mas creio que o campo de atuação nos Estados norte-americanos é muito mais amplo, especialmente no que tange a Quantico, acho que seria um bom lugar para começar uma carreira, porém, devo ressaltar que Física Quântica também é minha paixão, é altamente interessante notar que certos acontecimentos ditos como sobrenaturais e fora do comum são facilmente explicados pela ciência, que chega a ramos maiores do que realmente possa se pensar...- e eu parei de falar, já que, logicamente, havia falado demais...
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MensagemAssunto: Re: The big day //   The big day // EmptyTer Mar 17, 2009 8:39 pm

Aquilo estava extremamente desconcertante. Eu podia sentir que nenhum de nós três se sentia completamente à vontade ali e me sentia mal por trazer Chloè para esse “embaraço”. Abaixei a cabeça tentando pensar no que fazer, mas realmente não tinha como prever o que aconteceu em seguida. Quando me dei por mim, senti a minha mão sendo puxada e, ao levantar a cabeça, vi que Mary abraçara Chloè. Ela tinha um sorriso no rosto e, por algum motivo aquilo não me agradou. Por que eu parecia me sentir incomodado? Não era o que eu queria? Que Chloè fosse aceita pela minha família? Mary era uma parte da família também. Então era uma boa coisa que ela gostasse da minha namorada... certo?

- Oh, Chloè! Seja bem vinda! Me desculpe o mal jeito, mas é que eu realmente fiquei surpresa. Gary não me falou, mas também não teve tempo. Meu nome é Mary, sou a irmã de Garret.

Abaixei a cabeça novamente. Não era impressão, aquilo realmente estava me deixando incomodado. O fato de Mary parecer receber Chloè tão bem mesmo depois de eu deixá-la no escuro com relação à chegada de uma namorada me fazia achar que eu tivera menos consideração com ela do que devia. Também servia para me mostrar que aquilo que passara pela minha cabeça por uma fração de segundo havia sido uma besteira. Não havia motivo para que Mary se incomodasse pelo fato de eu trazer uma namorada para casa, senão o fato de que ela não havia sido avisada. Respirei fundo, minha mente trabalhando à todo vapor em algum comentário construtivo para fazer naquele momento. Foi então que minha mãe – que deus a abençoe – nos chamou para jantar.

Ela pediu licença a todos, mas não antes sem direcionar um sorriso à Chloè e reforçar para que ela ficasse à vontade. Mary então foi atrás dela, para ajudar. Suspirei e me coloquei de frente para Chloè, segurando suas duas mãos. Disse, apenas movendo os lábios, que explicava tudo depois e levei-a para a sala de jantar. Puxei a cadeira que eu costumava ocupar quando morava ali para que ela se sentasse e me sentei na ponta. Todos se serviram e começaram a comer. Em silêncio. Desde o primeiro momento. Dá pra imaginar que não era a situação mais agradável para se estar, correto?

Foi então que Chloè fez um comentário elogiando a comida. Sorri para ela e reforcei o elogio com um aceno de cabeça, olhando para minha mãe. Era um comentário simples... Por que eu não conseguia pensar em comentários simples nessas horas? Suspirei, balançando a cabeça e voltando a comer. Olhei para Mary de relance e a vi olhando para mim. Meus olhos permaneceram nos dela por um instante e então voltei-os para a comida, para o meu próprio bem. Ainda de cabeça baixa, pude ouvir minha mãe perguntando à Chloè o que ela fazia. Dei um sorriso comigo mesmo e levantei os olhos para ela. Aquilo poderia demorar.

- Bem, eu terminei a faculdade de Física, com mestrado em Física Quântica, porém, realmente me apaixonei por Antropologia, mais precisamente Antropologia Forense. Sinceramente é um ramo muito bom de se trabalhar, penso em talvez me mudar para os Estados Unidos de vez. A Irlanda é meu país, e amo absurdamente aquelas terras da Ilha Esmeralda, mas creio que o campo de atuação nos Estados norte-americanos é muito mais amplo, especialmente no que tange a Quantico, acho que seria um bom lugar para começar uma carreira, porém, devo ressaltar que Física Quântica também é minha paixão, é altamente interessante notar que certos acontecimentos ditos como sobrenaturais e fora do comum são facilmente explicados pela ciência, que chega a ramos maiores do que realmente possa se pensar...

Dei um sorriso reforçador para Chloè. Ela podia falar um pouco demais em certas ocasiões, mas era uma característica que eu gostava. Talvez por eu ser o oposto disso. Preferia escutar a falar, então acho que nós formávamos um bom par. Quando falava dos seus estudos, ela ainda se empolgava um pouco mais e eu me acostumara com isso. Todo aquele discurso tinha vindo até a calhar; qualquer coisa era melhor do que o silêncio que reinava na mesa antes disso.

- Chloè se formou com méritos no curso de Física. – Disse, voltado principalmente para minha mãe. – E tudo indica que vai repetir o feito com Antropologia... – Dei uma pausa, pousando os talheres no prato. – Eu acho que não vão faltar oportunidades aqui nos Estados Unidos... Principalmente com as qualificações que ela tem.
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MensagemAssunto: Re: The big day //   The big day // EmptyTer Mar 17, 2009 9:55 pm

O silêncio deveria parecer incomodo para todos na mesa, mas para mim foram alguns minutos de paz. Minha cabeça vagava com esse novo e arrebatador acontecimento. Acho que eu sempre fora muita egoísta com relação a Gary e esperava que ele continuasse como sempre: solteiro, esperando e vivendo por mim. Sim, mais uma vez eu começava a notar o quanto eu fora presunçosa, mesmo que involuntariamente. Não, eu nunca pensei diretamente dessa forma ”Oh, o Gary só vive por mim e será sempre assim!”. Acho que seria demais! Mas meu subconsciente me enviava mensagens sutis a esse respeito. Talvez, eu tenha alimentado ainda mais essa minha paixão por ele, em todos esses anos que ele esteve fora porque lá no fundo sabia que ele voltaria só para mim. E isso era bem parecido com o que ele havia me perguntado no parque, a respeito de como eu havia me virado com todas as minhas confusões. Eu sabia me virar, nunca precisei de ajuda antes dele entrar em minha vida, e foram poucas – mas terríveis – as vezes em que meu pai me pegou em alguma dessas confusões, mas eu acabara me acostumando de tal forma quando ele começara me ajudar que era difícil me imaginar de outro jeito. E agora isso se aplicava ao fato dele ter encontrado alguém.

Então, a voz de Chloè quebrou meus devaneios e provavelmente o incomodo silêncio para os outros. Ela elogiou a comida de Grace, que era realmente deliciosa. Comi com um pouco mais, após olhar para o meu prato e ver que estava quase cheio ainda. Não poderia deixar Garce chateada com besteiras. Deixei meus pensamentos de lado e ouvi Grace agradecer de volta, e Chloè começar a elogiar a arquitetura da casa para o meu pai. Voltei a me perder um pouco em pensamentos, pois queria filtrar dali só o que fosse necessário. Aproveitando a distração dos outros na conversa, já que meu pai entrara com ênfase no papo, encarei Gary do outro lado da mesa, até que ele olhasse para mim. Não sei quais das emoções deixei transparecer em meus olhos, mas não os tirei dos dele nem por um segundo, até que ele desviasse. Acho que eu não estava chateada por ele não ter me contado antes. Esse era o menor dos problemas. E vendo por um lado mais prático, acho que eu não teria gostado de saber aquele dia no parque, por exemplo. Com meu jeito impulsivo, era capaz de eu ter me declarado ali mesmo. Bem, nem eu mesma sabia o que teria feito.

Assim que teve oportunidade, Grace perguntou o que Chloè fazia! Me virei automaticamente para encará-la, isso me interessava. Eu adoraria saber o que atraíra Gary, além da beleza. Sim, ela era realmente bonita, coisa que ninguém nunca me ouviria dizer. Então, ela começou a responder, toda empolgada. Só pelo pouco da conversa anterior eu percebera que ela era uma vitrola ambulante. Bem, eu falava bastante às vezes, mas ela ganhava de mim. Ouvi ela discorrer sobre ser formada em física quântica e me segurei para não revirar os olhos. Que graça tinha ser formada em física quântica? Ah, nem tive tempo de saber, apenas a ouvi dizer que agora estava apaixonada por Antropologia. Ótimo e quando essa paixão a faria deixar Gary? Eu esperava que fosse bem mais forte para chegar a esse ponto e rápido! Tudo bem, menos vai, porque eu não queria fazer Gary sofrer. Não seria vantajoso para mim se ele realmente gostasse dela e não gostasse de mim. Tentei não dormir em seu monólogo e quando ela chegou na parte em que amava a Irlanda, eu fiquei feliz, pois ela poderia voltar logo para lá. Sem levar o Gary, claro! Mas quando ela falou que aqui o campo de atuação era mais amplo, para ambas as profissões, me desanimei profundamente, me deixando devanear mais uma vez e voltando a comer, já que eu havia esquecido. Logo Grace iria perguntar porque eu não estava comendo.

Finalmente ela se tocou de que seu discurso fora enorme e parou de falar. Eu voltei a prestar atenção mais uma vez, pois Gary havia aproveitado o ensejo para continuar, já que ele não dissera muita coisa também. Ah, mas eu preferia que ele não tivesse falado. Ele elogiou tanto a sua inteligência, a sua forma é claro, que eu me segurei para não fazer uma careta. ”Uuuh, Gênio! Porque não namora Einstein?” Pensei um pouco azedamente. Aquilo estava me deixando nervosa, mas eu não poderia me deixar levar. Tinha que manter a mascara de boa cunhada! Que horror!

Quando ele terminou de falar, Grace também a parabenizou por seus êxitos, seguida de meu pai e se virando para mim, que não havia dito nada até agora.

-Mary, você quase não comeu!- Ela falou afavelmente, olhando para mim. Abri um sorriso sincero para ela, sem querer olhar para os outros olhos da mesa que provavelmente haviam se convergido para mim.

-Está tudo uma delicia, como sempre! Mas meu estomago que não está muito receptivo hoje.- Falei de forma serena e antes que o silencio pesasse de novo ou que Grace quisesse me cobrir de cuidados, decidi entrar na dança, me virando para Chloè alegremente. -Chloè, quais são as regiões mais fortes nesse campo, aqui nos Estados Unidos? Nos campos em que você quer atuar?- Terminei com um sorriso no rosto, realmente interessada. Sim, interessada e torcendo para que fosse em Massachusetts por exemplo. Entenda bem, não que eu não gostasse dela, mas a predisposição em relação às atuais circunstâncias deixava as chances de uma inimizade bastante grande.
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MensagemAssunto: Re: The big day //   The big day // EmptySáb Mar 21, 2009 9:58 pm

Eu havia notado. E não, não precisava ser um gênio para perceber isso, porque simplesmente não se tratava de uma diretriz essencial na formulação de um teorama que vá mudar toda estrutura linear de um princípio básico natural. Não, o que apenas havia era a constatação de uma animosidade entre duas pessoas. E, não precisava ser um obeservador detalhistas para perceber exatamente de quem estou falando. Sim, ninguém deveria ser um investigador particular ou uma reencarnação de Sherlock Holmes para chegar ao cerne da questão. Era um fato: Bennington não estava gostando nenhum pouco de eu estar ali.

E não, isso não tinha a ver com qualquer tipo de ataques de ciúmes da minha parte, até porque, eu sabia muito bem separar as coisas, o que, supostamente, a garota que estava sentada olhando daquele jeito para mim não sabia. Logicamente minhas suspeitas sobre alguma coisa entre ela e Gary vinham aumentando, mas, que coisa era essa...bem, isso era uma assunto que definitivamente não era pertinente àquela ocasião. Mas que eu iria saber. E não demoraria muito.

Porém, eu estava imersa ou ao menos deveria estar na conversa que mantinha com os pais de Gary. Bem, na verdade estava basicamente sendo um ato unilateral da minha parte, já que eu parecia ter uma espécie de Síndrome de Toulousse ou algo assim, já que não havia filtros comprabatórios entre meu cérebro e minha boca.

Porém, um assunto que eu realmente me inspirava era ao falar de minha profissão, ou, mais ao certo, de minhas aspirações futuras. Porém, como sempre, eu acabava levando isso longe demais, e, então, tive que me policiar, afinal, não sabia quanto mais as pessoas aguentariam falando. Entretanto, Gary parecia me encorajar, ao passo que começou, ele próprio, a falar desse assunto.

Chloè se formou com méritos no curso de Física. – E tudo indica que vai repetir o feito com Antropologia... – Eu acho que não vão faltar oportunidades aqui nos Estados Unidos... Principalmente com as qualificações que ela tem. - eu sorri, olhando para ele.

Seguido de Gary, era a vez dos pais deles me parabenizarem, e dessa vez eu corei levemente, enquanto agradecia as palavras que ele proferiam a mim, e, não obstante, eles se dirigiram a Mary, falando que ele não havia tocado na comida que estava em seu prato. Ela retrucou, falando que a comida estava ótima, mas que não estava no ânimo de ingerir nada.

Havia alguma coisa no olhar dela que me deixava mais a certeza que nós duas não seríamos melhores amigas, e, para a minha surpresa, foi a vez dela de falar.

-Chloè, quais são as regiões mais fortes nesse campo, aqui nos Estados Unidos? Nos campos em que você quer atuar?

Eu arqueei a sobrancelha, enquanto me perguntava qual seria a fonte daquele interesse repentino.

- Bem, como meu campo de atuação é Atropolgia Forense, minhas áreas são praticamente restritas a todo e qualquer distrito que tenha um laboratório criminal. Ou seja, todo o território. Eu sinceramente não sei ao certo para onde vou, até porque meu curso não chegou ao final, e, logicamente, ainda não comentei com Gary a respeito disso, mas sei que chegaramos logo a uma conclusão, e você será, dessa vez, a primeira a saber.- falei, sorrindo amistosamente para ela.
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MensagemAssunto: Re: The big day //   The big day // EmptyTer Mar 24, 2009 8:55 pm

Quando mencionei todos os méritos de Chloè em seus estudos, minha mãe e Richard a cobriram de elogios, como eu esperava que acontecesse. Torcia para que assim ao menos ela começasse a se sentir à vontade, uma vez que para mim ficava cada vez mais difícil. Mas sabia que ela gostava de falar da sua profissão e que seria um bom tópico para se manter. Depois dos elogios, minha mãe comentou que Mary quase não havia comido e eu instintivamente olhei para o prato dela. Franzi as sobrancelhas, achando tudo aquilo bem fora do comum. O que estava acontecendo ali? Foi então que aquele jantar se tornou ainda mais estranho. Saindo do seu estado de silêncio que havia me dado tanto a pensar, Mary – após responder afavelmente à minha mãe - fez uma pergunta se dirigindo a Chloè.

- Chloè, quais são as regiões mais fortes nesse campo, aqui nos Estados Unidos? Nos campos em que você quer atuar?

Ela deu um sorriso, se mostrando realmente interessada em ouvir a resposta. Não pude deixar de franzir as sobrancelhas, me perguntando qual seria o motivo da repentina mudança de atitude. Por alguns segundos permaneci olhando para ela, tentando ler alguma coisa em seus olhos, mas não obtive sucesso. Ao notar que eu a estava encarando, voltei o rosto para Chloè – que também parecia ligeiramente surpresa pela pergunta - para ouvir a sua resposta.

- Bem, como meu campo de atuação é Antropologia Forense, minhas áreas são praticamente restritas a todo e qualquer distrito que tenha um laboratório criminal. Ou seja, todo o território. Eu sinceramente não sei ao certo para onde vou, até porque meu curso não chegou ao final, e, logicamente, ainda não comentei com Gary a respeito disso, mas sei que chegaremos logo a uma conclusão, e você será, dessa vez, a primeira a saber.

Chloè deu um sorriso pacífico para Mary. Eu sabia que a última coisa que Chloè faria era provocá-la e dei graças a deus por isso. Havia sido claramente um erro tê-la exposto a essa situação sem conversar com Mary antes. Agora, apesar de não haver explicitamente uma tensão no ar, eu a sentia e apostava que as duas também. E não podia deixar de me perguntar a razão de todo aquele comportamento da parte de Mary. A princípio comecei a pensar que... talvez... Apenas talvez ela pudesse ter sentido... ciúme. Mas logo tirei aquilo da cabeça por ser uma idéia tão ridícula e agora vinha a confirmação. Mary deveria estar com algum problema externo, pretendia pedir ajuda, foi inibida pela presença de Chloè, ficara mau-humorada por um tempo e agora notara que poderia ter parecido um pouco rude. É, definitivamente essa explicação era mais plausível.

- É, nós vamos conversar sobre isso ainda. – Falei, meio aéreo, e depois virei para minha mãe. – Mas não vai ser nada por agora... – Estendi a mão para segurar a dela, que não estava muito distante. – A minha prioridade agora é cuidar de você. – Balancei a cabeça negativamente e voltei a falar antes que ela pudesse desenvolver as idéias que com certeza passavam pela sua cabeça e protestar. – Está decidido. Nós ficaremos por perto por enquanto... Se estiver tudo bem pra você. – Ela sorriu um pouco sem jeito e eu apertei a sua mão afetuosamente.
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MensagemAssunto: Re: The big day //   The big day // EmptyQua Abr 01, 2009 9:12 pm

Bom, eu não era ingênua para não perceber que mesmo demonstrando um interesse sincero, eu já havia estragado qualquer tentativa de uma amizade entre nós duas. Poderia parecer falso que eu pensasse em fazer amizade com a namorada do cara que eu amava, mas era o curso natural das coisas, se, e somente se, eu acabasse por sobrar de qualquer forma. Mas não, eu não iria me fiar nisso e muito menos no fracasso do relacionamento dele. A única coisa na qual eu poderia me apegar era na certeza de que Gary me amava também, o que talvez pudesse fazer com que ele ficasse comigo. Tentei afastar essas coisas da cabeça por hora, o que não seria muito fácil, pois pensar coerentemente e responder sem parecer mais falsa com tudo isso ainda em meus pensamentos seria bem difícil.

Observei ela arquear as sobrancelhas ante a minha pergunta, mas mantive o mesmo ar de interesse como se não tivesse percebido nada. É, agora mais do que nunca eu sabia que tinha ferrado com tudo. Mas antes que eu pudesse entrar em divagações novamente, me forcei a prestar atenção em sua resposta que com certeza seria mais um enorme monólogo.

Coloquei a cabeça sobre o queixo enquanto ouvia Chloè discursar sobre como o campo da Antropologia Forense, que era a sua área, era restrito aos distritos que tinha laboratórios criminais, o que não me dava uma resposta tranqüilizadora ao mesmo tempo em que se ela fosse para longe muito cedo, levaria Garret com ela. Então ela continuou dizendo que ainda não sabia para onde ia e que quando eles tomassem a decisão eu seria a primeira a saber. Todos os meus músculos faciais doeram ao tentar segurar minhas sobrancelhas que queria arquear perceptivelmente combinando com o meu espírito cético do momento, mas eu fui forte e em vez de movimentar com mais ênfase os músculos ao redor delas, abri um leve sorriso para ela, me virando para Gary que começou a falar em seguida.

- É, nós vamos conversar sobre isso ainda. – Pelo que eu o conhecia ele talvez não quisesse se aprofundar mais naquele assunto por hora. Com toda a certeza, quando estivéssemos sozinhos ele viria me repreender por minha cena, mas bem, dessa vez eu estava certa. Ou quase certa em ter agido com surpresa. Existindo algo ou não ele teria que ter me contado... – Mas não vai ser nada por agora... – Ele se virou para Grace, segurando as suas mãos. Tentei não sorrir dessa vez, mas dei um suspiro baixo, de alivio, que só poderia ser ouvido por mim, enquanto ele afirmava para Grace que a prioridade agora era cuidar dela e que ficariam por perto até tudo ficar bem. Dessa vez eu não me contive e acabei sorrindo ao olhar os dois.

- Acho ótimo que você não pense em ir embora, tendo acabado de chegar...- Papai falou, com o seu jeito mais retraído, mas mesmo assim demonstrando afetividade. - Você sabe que estamos muito felizes com a sua volta.- Me virei para ele sorrindo e Grace, aproveitando o momento perguntou se poderia servir a sobremesa. Todos assentiram e eu ia me levantar para ajudá-la a levar os pratos do jantar e trazer a sobremesa, quando Chloè se ofereceu para ajudar, levantando-se prontamente, negando os pedidos de Grace para que continuasse à mesa.

Ela ajudou Grace a levar as refratarias com a comida e eu fiquei para juntar os pratos. Assim que elas saíram, o telefone tocou e papai pediu licença, indo atender. Ficamos eu a Gary na sala de Jantar e eu tentei por tudo não dar mais demonstrações do meu desapontamento. Juntei todos os pratos em uma pilha, ainda de cabeça baixa e quando terminei levantei a cabeça encontrando o seu olhar. O restante de forças que eu tinha para não lhe lançar um olhar magoado pareceu se esvair e eu me demorei alguns segundos encarando-o tristemente, até ouvir meu pai se aproximar falando em voz alta. Suspirei e peguei a pilha de pratos, enquanto ele engatava uma conversa com Gary. Fui até a cozinha, onde Grace e Chloè conversavam animadamente e peguei a sobremesa dentro da geladeira, voltando para a sala de jantar. Elas logo voltaram também com os pratos, continuando a conversa enquanto papai e Gary também estavam distraídos em uma. Todos se serviram e eu peguei o meu prato, voltando a comer silenciosamente.

Fui salva pelo telefone tocando uma segunda vez e levantei para atender. Era uma amiga da faculdade perguntando sobre um trabalho e eu me agarrei à oportunidade, feliz em finalizar a minha parte naquele almoço. Voltei à sala de jantar e papai perguntou quem era.

-Era a Andrea, perguntando por que eu havia atrasado para fazer o nosso trabalho.- Falei, descontraidamente. -Se importam se eu já sair?- Perguntei, me virando de papai para Grace. Eles disseram que não havia problema e eu terminei a minha sobremesa, pedindo licença e me levantando em seguida da mesa. -Chloè, me desculpe ter que sair assim, mas eu não posso mais adiar esse trabalho.- Fui até ela para me despedir com um abraço. -Mas foi um prazer conhecê-la. Até depois.- Me despedi dos outros e com um beijo no rosto de papai, sai da sala evitando olhar uma ultima vez para Gary.
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MensagemAssunto: Re: The big day //   The big day // EmptySex Abr 10, 2009 10:29 pm

Minha mãe sorriu depois que eu garanti de que não iríamos embora tão cedo. Por mais que ela não quisesse ser um “fardo”, como eu tenho certeza que ela colocaria, eu sabia que ficaria contente em me ter por perto. Nós sempre fomos muito unidos e foi muito difícil ficar longe dela durante todo esse tempo. Na verdade, era a minha maior dificuldade. E Mary. Mas eu consegui superar esta depois de algum tempo. Ou ao menos achei que houvesse conseguido. Depois de falar com minha mãe, não pude deixar de lançar um rápido olhar para Mary e pude ver que ela sorria. Mas suas reações naquele jantar estavam tão confusas que eu mal conseguia decifrar o que ela queria dizer com aquele sorriso.

- Acho ótimo que você não pense em ir embora, tendo acabado de chegar. Você sabe que estamos muito felizes com a sua volta.

Richard tinha o seu próprio modo de expressar afetividade. Não era daqueles que saíam alardeando, mas com pequenas palavras e gestos mostrava a consideração que tinha por alguém. Eu sempre o tive em alta estima; ele era o mais próximo de um pai que eu já tive. Mesmo depois de todo o problema com a gravidez de Mary, sua consideração por mim não pareceu diminuir e eu o admirei ainda mais por isso. Ficava satisfeito de que um homem como Richard estivesse presente para tomar conta da minha mãe. E isso era algo que eu não poderia dizer por nenhum outro.

Aproveitando o momento de silêncio, minha mãe propôs que trouxesse logo a sobremesa. Todos pareceram estar de acordo e Chloè se ofereceu para ajudá-la. Eu achei muito gentil da parte dela, mas gostaria de ter pensado nisso primeiro. Principalmente depois que vi na situação que isso me deixaria. Chloè estava na cozinha com minha mãe. Richard se distanciou para atender uma ligação. Isso me deixava sozinho na sala com Mary. Permaneci sentado completamente perdido. O que fazer naquele momento?

Quando finalmente consegui encontrar o olhar dela, senti toda a mágoa que ela carregava. Aquilo me surpreendeu. Eu entendia que ela se chateara porque eu não havia contado sobre Chloè, mas... Será que era só aquilo? Por mais curto que havia sido o contato visual, aquilo me deixou em pedaços. Fiquei discutindo mentalmente comigo mesmo sobre o que fazer em seguida. Eu queria puxar ela, fazê-la sentar e contar tudo o que havia acontecido desde que eu fui embora. Queria fazê-la entender. Entender que eu simplesmente não podia ter continuado do jeito que estava. Não sabia como, mas eu tinha que fazê-la entender. Tomado por um ato impulsivo, me levantei de vez, mas não tive tempo de chegar até Mary.

Falando em voz alta como se estivesse avisando que estava vindo, Richard voltou para a sala. Parei onde estava e abaixei a cabeça, cruzando os braços. Então passei a mão pelo rosto. O que eu estava prestes a fazer? Eu nem sabia por que exatamente Mary estava chateada e já ia dar o braço a torcer. Eu tinha ido embora por um motivo e estava prestes a jogar tudo para o alto por nada. Respirei fundo e voltei a sentar. Então Richard veio até mim e começou a perguntar sobre a faculdade. Agradeci-o internamente por me envolver numa conversa trivial. Eu simplesmente não ia agüentar ficar mais tempo refletindo sobre aquilo tudo.

Logo, minha mãe e Chloè voltaram da cozinha com a sobremesa e eu fui servido sem precisar pedir. Normal. Sorri, aceitando a regalia sem reclamar. Ia começar a comer quando o telefone tocou. Mary saiu correndo da mesa para atender e eu me controlei para não segui-la com o olhar. Ao voltar, ela pareceu ter uma expressão mais leve e eu logo descobri por que.

- Era a Andrea, perguntando por que eu havia atrasado para fazer o nosso trabalho. Se importam se eu já sair? – Mary se voltou para minha mãe e Richard, que assentiram. Ela se sentou para terminar sua sobremesa e eu continuei comendo a minha em silêncio. Não sabia como me sentia diante daquilo. Quando terminou, Mary se voltou para Chloè. – Chloè, me desculpe ter que sair assim, mas eu não posso mais adiar esse trabalho. - Ela foi para abraçá-la. – Mas foi um prazer conhecê-la. Até depois.

Segui Mary com o olhar enquanto ela se despedia de minha mãe e dava um beijo em Richard. Passando por mim, ela se limitou a um “até logo” polido. Estendi a minha mão num impulso para segurar a dela e forçá-la ao menos a olhar para mim, mas não fui rápido o suficiente para alcançá-la. Mary simplesmente saiu sem olhar para trás. Abaixei a cabeça e voltei para a sobremesa. Olhei então para Chloè, que não parecia ter deixado escapar aquilo tudo e dei um sorriso, como que tentando assegurá-la de que estava tudo bem. Não que fosse exatamente isso com o que ela se preocupava. Eu realmente queria ir embora agora. Mas sabia que minha mãe ainda ia querer conversar com Chloè. Respirei fundo e tentei abstrair tudo.

- Está uma delícia. Foi você que fez, mãe? – Foi tudo o que eu consegui dizer.
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MensagemAssunto: Re: The big day //   The big day // EmptyQua maio 06, 2009 4:21 pm

Eu não tinha a menor idéia do que achar de Mary agora. Bem, ao menos eu não sabia como fazer uma análise prévia da mesma. É nessas horas que eu imaginava que deveria ter feito mais alguns anos de psicologia, o que eu fiz realmente não dava para, ao menos, ter um laudo forense psicológico digno de algum reconhecimente. Certo, não é como se eu fosse levá-la para um psiquiatra e dizer o que eu deveria fazer em situações assim, mas, na verdade, eu não sabia mais o que deveria pensar. Eu estava me perdendo em meus próprios pensamentos, e, logicamente, isso acontece com mais frequencia do que eu sinceramente quisesse. é praticamente algo que eu não posso evitar, e, quando se tem um raciocínio tão hiperativo e difuso como o meu, são casos usuais.

Mas o fato é que eu gostava de Gary e Gary amava a família. E por família Mary também se estendia. Por um análise breve de raciocínio lógico, se entende que eu deveria suportar Mary. Eu digo suportar porque ainda não tenho a idéia do que devo ter, ou do que eu sinto por ela. Ainda não cheguei uma conclusão sobre essa garota. A única coisa que me parece clara é que entre ela e Gary aconteceu alguma coisa que ninguém ali sabia. Mas eu havia percebido.

Não tinha a verdadeira essência de que se eu deveria realmente tocar nesse assunto com Gary. Talvez fosse um pouco precipitado da minha parte interrogá-lo sobre o seu relacionamente prévido com Mary, sendo o que ele tinha na mente nesses instantes era a mãe, e, por respeito a isso, deixaria qualquer assunto para mais tarde. Ou ao menos assim o seria, em tese.

Suspirei fundo com meus pensamentos.

De repente surgiu o assunto, e assertiva de Gary que iríamos ficar lá por mais tempo. Eu arqueei minha sobrancelha. Não que eu não quisesse ficar, pelo contrário, eu havia adorado os pais de Gary, e a sua mãe parecia ser uma das únicas que aguentavam meu ritmo de conversa sem bocejar no final do primeiro parágrafo. Mas isso também significava ter que ver Gary e suas atitudes estranhas perto de Mary. Não que eu fosse uma pessoa de ficar calada e aguentar tudo sem falar uma única frase, não, muito pelo contrário, na verdade eu gostava que as coisas fossem as mais verdadeiras possíveis, e era por isso mesmo que isso estava me deixando desconfortável. Saber que eu não poderia passar mais tempo sem perguntar a Garret sobre Mary, mesmo em um momento como aquele.

Enquanto eu pensava, as coisas fugiram um pouco do meu controle, enquanto estava imersa em minhas atribuições mentais, e, quando menos esperava, apenas ouvi a voz de Mary se dirigindo a mim.

Chloè, me desculpe ter que sair assim, mas eu não posso mais adiar esse trabalho.- Mas foi um prazer conhecê-la. Até depois.-- nos abraçamos de um modo mais frio e polido.

Eu olhei quase que imediatamente para Gary quando vi que ela havia se despedido de todo mundo, menos dele. Ele a seguiu com o olhar até a porta, e eu fazia o mesmo, só que olhando para ele. Ele sorriu para mim, como se disesse que tudo estava bem, porém, eu sabia que nem tudo estava bem só de olhar para ele.

Está uma delícia. Foi você que fez, mãe?- ele falou, como se tentando mudar de assunto.

E então mais conversar amenas e coloquiais foram postas à mesa, por nós quatro. Eu estava falando menos de que costume, e talvez isso não tivesse passado despercebido por Gary, Mas também muitas coisas não passaram despercebidas por mim.

Rp Finalizado.
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