Aeroporto Internacional de Londres-RP Finalizado

Bom,aquilo sim era chato,ficar esperando horas por conta de um vôo,caramba,quase não tinham vôos diretamente para Carmel,e,não queria pegar um avião e depois outro,ou pior,e depois um ônibus,não que seja contra ônibus,de maneira nenhuma,mas não dá para levar milhares de malas em ônibus,a maioria já havia ido na frente,espero que tenham chegado bem,pensando assim,dá até para parecer que são pessoas,mas,poxa,são minhas roupas,minhas coisas,se algo sumisse dali,que fosse um simples cotonete de ouvido,eu iria surtar,ok,não exageremos tanto.
Mas,ali estava eu,no aeroporto,esperando o bendito avião,eu sei,eu sei,deveria ainda estar no conforto da minha casa, com aquele aquecedor ligado,sem passar frio,esperando tranquilamente,sem me extressar,mas,acontece que,meu vôo estava marcado para 14:00 pm,e,cheguei aqui com uma hora de antecedência,como sempre mandam e fui para a fila fazer o check-in,mas,simplesmente quando chegou minha vez,a atendente disse que haveria um pequeno atraso nos vôos por conta da neve,meu Deus,se soubesse que hoje amanheceria nevando,teria remarcado a passagem,ok, eu poderia ter remarcado antes,mas,pensei que a neve logo acabaria,ha,nunca subestime o tempo.
Então,agora são mais ou menos umas 18:00 horas e....nada.
Já tentei ler uns livros,já tentei escrever,mas nada adiantava,estava começando a ficar com medo do humor que eu chegaria em Carmel,será que alguém me buscaria no aeroporto de lá ou seria o velho e bom táxi?
Em todo caso,porque já estou pensando lá na frente?
Ainda não consegui nem sequer sair de Londres,muito menos do Reino Unido.
Já vi que teria uma longa noite pela frente.....

Citação :

Gente,quem estiver fora de Carmel e estiver voltando ou indo mesmo para Carmel e for fazer escala em Londres,pode postar aqui.

Não era a primeira vez que eu ia à Londres. Eu e minha mãe costumávamos ir de tempos em tempos para visitar o museu de cera ou fazer algumas compras nos brechós de Notting Hiil e nos aventurar em Camden Town. Então eu não fiquei de olhos arregalados por causa da quantidade de gente quando o trem chegou na estação. Essa era a primeira vez que eu ia à Londres sozinha e provavelmente será assim daqui em diante. Sem mamãe e sem papai para ser acompanhada. Isso seria demais se não fosse pelo fato de meus pais estarem mortos e por isso eu estar desacompanhada.

O telefonema que me obrigou a viajar de trem para Londres e posteriormente de avião para Carmel foi dado há apenas algumas horas. Gilbert Norrel, meu avô estava me esperando no vôo das 14 horas. Detalhe que eu não sabia que tinha esse avô. Meu pai nunca me falou, nem minha mãe, mas agora ele simplesmente surgiu, assim do nada.

Peguei minhas malas e fui logo à cabine de informações para pegar o número do ônibus que me levaria até o aeroporto internacional de Londres. Eu sonhava em visitar esse aeroporto com meu pai, que disse que um dia me levaria para Paris. É, fica para a próxima, pai.

Cheguei ao aeroporto 14:05. Aqui vai uma palavra que eu aprendi quando me fizeram a promessa de que iria à Paris: Merde. Grande merde. Eu com certeza perdi o vôo. Como se já não bastasse a droga que está minha vida, agora eu perco esse maldito vôo. Lado positivo? Essa situação não tem, ok?

Corri pelo saguão cheio. Cheguei ao portão do meu vôo e...Espera, tem alguma coisa errada. Por que está lotado aqui? Ah, não, eu vim ao portão errado? Conferi o número no bilhete. Era aqui mesmo. Fui até o balcãozinho e perguntei pro carinha lá. ATRASADO! Yeah, baby yeah. Talvez daqui uma hora ou até menos eu esteja no vôo para os Estados Unidos da América. o/

Caminhei até uma cadeira que estava vaga. Era ao lado de uma moça que parecia bem impaciente. Tinha uma pilha de livros, um caderno e uma caneta ao seu lado. Desabei minha mala no chão e me joguei na cadeirinha.



TRÊS HORAS. Eu estou sentada aqui há três horas! Só que ao contrário da moça aqui ao lado, eu não tenho nada para passar o tempo. Minhas pilhas para o discman (pode rir, eu ainda uso discman. É muito mais legal) acabaram e não tenho nem uma bula de remédio para ler.

Só foi depois de três horas que eu percebi que eu precisava ligar para o meu novo avô. Eram nove horas por lá, ele com certeza estava acordado. E se não estivesse...bom, era melhor que estivesse. Procurei fundo no meu bolso e achei o papelzinho com o número de telefone. Levantei e comecei a andar em direção aos telefones. Dei meia volta. Minha mala! E bom, meu lugar...eu não queria perder meu lugar nesse portão de embarque lotado.

- Com licença, moça. Eu preciso dar um telefonema, será que você poderia cuidar da minha mala e do meu lugar? - me dirigi à moça ao meu lado, ela parecia irritada, mas não custava dar uma olhadinha nas minhas coisas, né? Saí andando apressadamente e acabei por tropeçar na mesma moça que olharia minha mala. - Cace...Desculpa! - Ponto pra mim!

Quer chegar atrasado a algum lugar?Recomendo este aeroporto.'
Essa com toda certeza,seria uma matéria que eu escreveria,e citaria em alto e bom som,no caso,em letras bem grandes que o Aeroporto de Londres se encaixa perfeitamente nessa descrição,ora essa,aonde já se viu,nos deixar esperando tanto tempo assim,e ainda por cima por um vôo que é para uma cidade pequena,se fosse,sei lá,para Paris,eu poderia até aceitar esse tipo de atraso,mas para Carmel?
Tudo bem que em partes a culpa era da neve,mas,sei lá,eles tinham que fazer alguma coisa,ou eles achavam que íamos ficar horas aqui?Estava prestes a fazer alguma coisa,quando a mocinha que estava do meu lado falou comigo.
- Com licença, moça. Eu preciso dar um telefonema, será que você poderia cuidar da minha mala e do meu lugar?
É,eu realmente ia fazer alguma coisa.Até que ela tropeçou na própria mala.
- Cace...Desculpa!
Apesar da irritação,acabei sentindo um pouco de pena da menina,ela estava sozinha ali,há horas, devia estar indo para Carmel também.
-Sem problemas.Abri um sorriso um pouco forçado.-Ahm,quer meu celular emprestado,pode fazer a ligação numa boa.
Ela relutou um pouco em aceitar,mas no fim das contas ela aceitou,terminada a ligação,eu perguntei.
-Indo para Carmel também?-Não esperei que ela respondesse.-Sem querer me intrometer,mas,você me parece tão nova para viajar sozinha,ainda mais atravessar um oceano.
Nossa,quem sou eu para falar?Quantas viagens já não fiz sozinha também?
-Ahm,desculpa,não precisa falar,sou Scarlett.
Bom,pelo menos agora teria com quem falar enquanto o avião não saísse.

Pessoas em aeroportos me surpreendem. Não, espera. Pessoas me surpreendem. Porque assim, a moça ao meu lado estava com a maior cara de irritada e mesmo assim sorriu quando eu perguntei se ela podia olhar minhas coisas. Eu esperava um “Não.” Ou “Se toca, amiga”, mas em vez disso ela sorriu e disse que tudo bem e olha só, ainda me ofereceu o celular! Tenho certeza de que ela não sabia que era pra Carmel que eu ligaria, porque senão ela não me emprestaria. É caro, poxa!

Fiquei meio desconfiada e falei que não precisava. Você não pode sair por aí usando o celular dos outros, vai saber se eu não to usando o celular de uma psicopata. Mas ela insistiu tanto que eu acabei aceitando.

Enquanto o telefone chamava fiquei pensando em como responder quando atendessem. “Oi, vovô!” não, muito íntima...mas espera, o cara é o meu avô! “Sr. Norrel? Aqui é a Arabella, sua neta.” Será que ele lembrava do meu nome? Andei de um lado para o outro, impaciente. Finalmente veio a voz rouca do meu novo avô. Voz rouca e eletrônica: “Olá, já posso começar? Sim? Ok, aqui vai...Olá, aqui é Gilbert Norrel e não estou no momento. Ou estou surfando ou no mercado.” MEU AVÔ SURFA?! Depois de alguns minutos a voz dele retornou: “Ah, sim, deixe o seu recado após o bipe.” Deixei o recado explicando sobre o atraso e tudo mais, surpresa demais por descobrir que meu avô surfava e entreguei o celular para a moça.

-Indo para Carmel também?Sem querer me intrometer,mas,você me parece tão nova para viajar sozinha,ainda mais atravessar um oceano. – estava sentada novamente e demorei para perceber que a moça falava comigo. Eu pareço nova demais para viajar sozinha? E o que ela tem com isso? Posso viajar como menor desacompanhada, oras! Ok, daremos crédito para ela só por não ter falado sobre o tempo. Ia começar a responder quando ela logo falou -Ahm,desculpa,não precisa falar,sou Scarlett. - Será que eu fiz uma cara muito estranha? Eu com certeza devo ter feito uma careta. Legal, agora ela me acha uma metidinha.

- Bom, eu não estou só viajando, estou me mudando para Carmel. – Dei um sorriso tímido e me apresentei. Esperei qualquer reação estranha ao meu nome, mas seu rosto continuou o mesmo. Continuei olhando para ela e pensando no que falar. Sim, eu sou desconfiada e péssima para começar um assunto. – Nunca vi tanta neve em Londres. – falei encarando a janelona do portão de embarque. Ah não! Conversa sobre o tempo não!!!!

- Bom, eu não estou só viajando, estou me mudando para Carmel.
Agora sim eu tinha pena dela,não queria isso nem para mim....mas,pela familia né?
Ela se apresentou como Arabella,um nome um pouco diferente,mas na minha sincera opinião,o meu também era.
– Nunca vi tanta neve em Londres.
-Bom,então acho que você não é de Londres.-E dei uma risada,quando você está sem assunto,fale do tempo...
-Na verdade,você até que chegou num dia com clima.....razoavél.Agora veja que diferença.....dessa neve para o sol...de uma Londres fria......para Carmel ensolarada.
Certamente que iria sentir bastante falta desse clima,mesmo que em algumas horas,eu reclamasse,mas,quem não sentiria falta?
-Também estou de mudança para lá e tudo isso,por conta dos meus pais....
Achei melhor ficar quieta,agorinha,acabaria por revelar que sou uma bruxa também.
E isso,definitivamente não seria nem um pouco bom....
Álias,não sei como que,falando tanto e ainda por cima sendo jornalista,eu já não tinha revelado o meu segredo,sim,eu até posso ser boa em guardar segredos,mas tem horas também sou de falar muito.....

Eu juro que não sou metida nem mal-educada. O meu problema é não ser totalmente sociável com pessoas estranhas. Só isso. Eu sei lá o que estava passando na cabeça de Scarlett sobre mim, mas se fosse eu conversando comigo mesma eu, com certeza, iria me achar uma metidinha.

-Bom,então acho que você não é de Londres.- Bingo! Eu não era, mas eu conhecia o bastante. Pensando bem, eu conhecia sim, mas só no verão. Eu não sabia muito bem como era o inverno londrino, apenas o inverno rigoroso de Shrewsbury, aquela cidadezinha que ninguém, nem mesmo na Inglaterra, sabe onde fica. –Na verdade,você até que chegou num dia com clima.....razoavél.Agora veja que diferença.....dessa neve para o sol...de uma Londres fria......para Carmel ensolarada. – Ela não me deu muito tempo para responder de onde eu era, mas eu não me incomodava, porque eu acabaria com a conversa, anyway. Não que eu não estivesse gostando de conversar com ela, ela era bem simpática e era bom passar o tempo, mas é uma coisa que eu faço normalmente...eu sempre acabo com as conversas.

- É...sou de uma cidadezinha rural e remota da Inglaterra. Não sei se você já ouviu falar. Shrewsbury, em Shropshire. Conhece? Acho que não, né? Aposto que nem a Rainha se lembra desse condado. – sorri um pouco. Era difícil eu sorrir tanto assim em uma conversa com alguém que eu conhecia há apenas uns cinco minutos. – Acho que o calor de Carmel me fará bem...pelo menos fez para o meu avô. – e dei de ombros.

-Também estou de mudança para lá e tudo isso,por conta dos meus pais.... – isso foi engraçado. Não aquele engraçado de dar risadas, mas aquele engraçado estranho. Eu também estava me mudando por causa dos meus pais. Na verdade eu estava me mudando por causa da falta deles. Me virei um pouco no cadeira. Será que havia acontecido alguma coisa?

- Eles estão bem?! – falei em um tom de urgência. Eu não sei por que eu fiquei tão desesperada assim. Eu nem conhecia ela. Talvez eu esteja ficando meio paranóica com tudo que me aconteceu. Ou talvez eu não quero que as pessoas passem por o que eu passei. – Ah, desculpa. Não precisa me responder, de verdade.

É lógico que falando tanto que nem eu,não iria escutar o que ela tinha dito,ela falou que era de uma cidadezinha,que já tinha ouvido falar,mas nunca fui.E falou também algo sobre seu avô.
Será que ela também era meio que deixada de lado pelos pais?
- Eles estão bem?!-Quase levei um susto,e ela disse em um tom de,sei lá,pânico?- Ah, desculpa. Não precisa me responder, de verdade.
-Ah,não sem problemas,mas sim,eles estão ótimos,é que,tem uma reunião-Ops.E agora?Reunião de bruxos?Eu sabia que uma hora eu falaria o que não deveria.-Uma reunião de familia lá,e,eles não tem tempo para ir
-Assim como não tem tempo para nada-Disse isso baixo,esperando que somente eu pudesse ouvir.
-Enfim,eu fui encarregada de ir,mas,sobre a sua cidade,eu já ouvi falar sim,mas,nunca fui,eu não sou do Reino Unido,estou,álias,estava aqui somente fazendo faculdade,mas,tive que pedir transferência para Carmel,acho que vou cruzar com você por lá,já que pelo visto o colégio é do lado da universidade,quer dizer,você vai estudar no Juníperro Serra não?
Acho que falei demais,acho que assustei ela,pobre ouvinte...

-Ah,não sem problemas,mas sim,eles estão ótimos,é que,tem uma reunião... – ela pareceu hesitar, como se estivesse escondendo alguma coisa. Eu não sei por qual motivo isso acontece, mas a palavra reunião sempre me lembra aquele filme que umas bruxas se reúnem em um hotel e transformam uns menininhos em ratinhos e tudo mais.

Foi por isso que eu fiquei esperando ansiosamente a resposta de Scarlett, porque eu acreditava que ela diria “...uma reunião de bruxas”. Não me leve a mal, ela não tinha nenhuma cara de bruxa. Pelo menos não das bruxas convencionais. Ela era linda.- Uma reunião de familia lá,e,eles não tem tempo para ir. – confesso que fiquei decepcionada, mas se fosse realmente uma reunião de bruxas por que é que ela me contaria? Ela não contaria. Ela disse mais alguma coisa, porém disse tão baixo que não consegui ouvir.

-Enfim,eu fui encarregada de ir,mas,sobre a sua cidade,eu já ouvi falar sim,mas,nunca fui,eu não sou do Reino Unido,estou,álias,estava aqui somente fazendo faculdade,mas,tive que pedir transferência para Carmel,acho que vou cruzar com você por lá,já que pelo visto o colégio é do lado da universidade,quer dizer,você vai estudar no Juníperro Serra não?

Ela tinha fôlego. Ela falou tudo isso em menos de um minuto, é sério. E sabe como eu sei? Eu olhei para o relógio discretamente enquanto ela falava. O relógio preto do meu pai. Eu senti as lágrimas vindo e as reprimi o mais forte que pude. Percebi o silêncio e pigarreei. – Woah. Você já ouviu falar de Shrewsbury? Isso é...impressionante. – me ajeitei na cadeira, tentando lembrar o que mais ela havia falado. – Você não é daqui? Bom, eu percebi que seu sotaque era um pouco diferente...de onde você é? – parei de falar e olhei para o teto. – Junípero Serra. É, acho que é lá que eu vou estudar. Não deu muito tempo para pesquisar nem nada. – Esse é o nome mais estranho para um colégio que eu já ouvi. Ever. – Aliás, que curso você faz? – Adoro como ela consegue falar o triplo do que eu em menos de três minutos!

Tem horas eu acho que,ou as pessoas se surpreendem quando eu falo muito,ou se cansam,mas,sinceramente,não ligo muito para isso,já fiz muita coisa para tentar não falar,mas bom,sempre sai sem querer....
- Woah. Você já ouviu falar de Shrewsbury? Isso é...impressionante.-Alguém tinha que quebrar o silêncio- Você não é daqui? Bom, eu percebi que seu sotaque era um pouco diferente...de onde você é? Junípero Serra. É, acho que é lá que eu vou estudar. Não deu muito tempo para pesquisar nem nada. Aliás, que curso você faz?
-Bom,eu sou de Viena.
Nossa,eu realmente não podia entrar no assunto da faculdade,já que gostava muito de falar sobre isso e bem,eu já falo muito sem isso.
-É,achei meio estranho o colégio ser grudado na universidade,mas,me acostumo,e você,em que ano está?E bom,eu faço jornalismo....-Tarde demais-É um curso muito bom,álias,acho que quando a pessoa gosta,sempre é bom,sabe...
E fui interrompida pelo meu celular.Logo que vi quem era,preferi nem atender,minha mãe,nossa,nunca se preocupa comigo e agora fica ligando,já sabia o motivo,então,preferi nem atender.
-Desculpa,bom,sobre a faculdade,bom,é melhor nem falar mais nada,senão você vai ter uma palestra aqui.
E olhei para o meu relógio,já eram quase sete da noite,eu iria esperar mais alguns minutos e iria lá reclamar,poderia até estar gostando da conversa,mas,meu tempo ainda sim,era corrido.

Spoiler:

Dessa vez estava preparada, já tinha até me ajeitado melhor na cadeira. Estava em uma posição confortável, com as pernas cruzadas e balançando o pé freneticamente. Hábito. Sabe como é, né? Comecei a mexer na manga do meu casaco verde escuro. Pensei em como eu deveria começar a ser mais comunicativa com as pessoas. Sério, isso estava começando a me incomodar. As pessoas começariam a me tomar por metida e tudo mais, e eu não queria isso. At all.

-Bom,eu sou de Viena. – ah, estava explicado o sotaque! Se bem que ela nem tinha muito, mas ainda dava para perceber um pouquinho. Viena, Áustria, berço do carinha mais filho da mãe do mundo. Hail, Hitler! - É,achei meio estranho o colégio ser grudado na universidade,mas,me acostumo,e você,em que ano está?E bom,eu faço jornalismo – antes que eu pudesse responder que também achava estranho o colégio ser grudado na universidade e que estava no último ano do colégio, ela logo emendou - É um curso muito bom,álias,acho que quando a pessoa gosta,sempre é bom,sabe.. - e eu tenho certeza de que ela continuaria por mais algum tempinho se o celular não tivesse tocado.

Ela olhou o celular, deu um pequeno suspiro e logo guardou o celular na bolsa. Está aí uma coisa que minha mãe me mataria se eu fizesse. Não que fosse algo que eu deveria me preocupar agora, porque ela não vai mais me ligar. Nem meu pai. Talvez o meu avô me ligue.Ah, esquece, eu nem tenho um celular. - Desculpa,bom,sobre a faculdade,bom,é melhor nem falar mais nada,senão você vai ter uma palestra aqui. – dei uma pequena risada e logo me calei. Olha eu sendo mal-educada de novo.

Ela olhou no relógio e pareceu se aborrecer. Olhei no meu e colocando os dois pés no chão com um baque, suspirei. – Isso aqui já está começando a ficar ridículo. Se não decolar hoje eles têm que... – fui interrompida pela moça do auto-falante. Legal, quando eu começo a me comunicar com outros seres humanos me cortam, valeu.

“Atenção passageiros do vôo 8209 da British Airways. O embarque será feito dentro de cinco minutos no portão de número 22 . Nos desculpamos pelo atraso e desejamos que tenham um bom vôo.”

Olhei para Scarlett e arqueei as sobrancelhas – Finalmente, huh? – Levantei um pouco desajeitada e peguei minhas duas malas de mão – Foi bom te conhecer, Scarlett. Espero que nos encontremos em Carmel! – sorri e comecei a me encaminhar para o portão. Olhei para trás e acenei – Bom vôo!

– Isso aqui já está começando a ficar ridículo. Se não decolar hoje eles têm que...
Ela começou a falar e foi interrompida pela voz do auto falante.

“Atenção passageiros do vôo 8209 da British Airways. O embarque será feito dentro de cinco minutos no portão de número 22 . Nos desculpamos pelo atraso e desejamos que tenham um bom vôo.”

E que atraso hein?
Aleluia!Pensei comigo mesmo depois disso.
– Finalmente, huh? - Arabella disse e foi se levantando e pegando suas coisas.
-Com certeza.
– Foi bom te conhecer, Scarlett. Espero que nos encontremos em Carmel! –E então ela saiu andando,e então virou para trás e acenou– Bom vôo!
-Pra você também Arabella.-Disse também acenando.
Acho que ela já não devia mais estar aguentando me ouvir,acho,sinceramente que tenho que me segurar as vezes.
Peguei todas as minhas coisas também e fui para o portão,ainda encontrei Arabella de novo na sala de embarque,mas somente sorri e depois no avião,coloquei meus fones de ouvido e me preparei,a viagem seria longa...
Agora eu me preocupava como seria quando chegasse lá.

[Rp finalizado]