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Face a face com o sobrenatural. Baseado na série de Meg Cabot, 'A Mediadora'.
 
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Building a relationship .'.' Atrama

Deu-se inicio de mais um semestre na cidadezinha de Carmel. Misterios estão sendo, pouco a pouco, revelados e segredos antes bem guardados, estão começando a vir a tona. Bruxos, Mediadores e Fantasmas se encontraram, chocando-se uns com os outros, e sem conseguir evitar os ligigos, as paixões avassaladoras, o ódio ou o amor. E agora? Que escolha você fará?

Bem vindo ao jogo!
Big Brother Carmel
- CALENDÁRIO -


Dia on:
11 de Setembro
Clima: Levemente fresco em Carmel. Algumas nuvens começam a nublar o céu; uma ameaça delicada à uma chuva vindoura.
Horário: Noite.

OFF: Favor finalizar suas ações até o dia 14 de setembro. A partir daí, poderão postar livremente na categoria Big Brother Carmel. Ps.: Só poderão postar os personagens que receberam uma mp da Admnistração.
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Agradecimentos à Meg Cabot, por ceder-nos a maravilhosa série de livros 'A Mediadora', e aos players e jogadores do board.

Proibida a Cópia total ou parcial.
Obrigada.

 

 Building a relationship .'.'

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Helena T Korsakov
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MensagemAssunto: Building a relationship .'.'   Building a relationship .'.' EmptySeg Dez 22, 2008 8:50 pm

Sebastian e eu demoramos um pouco para sair do mar. Eu não estava ocupada fisicamente, mas me mantive entretida vendo-o surfar. Ele tinha uma expressão tão leve, tranqüila... Devia ser bom ter algo assim, um hobby com o qual você se desprende da realidade, esquece os problemas. Bom, de certa forma, assisti-lo ali teve um efeito parecido.

Voltamos à areia quando o sol estava a pino, deveria ser por volta de meio dia. Ainda estava cedo, eu não queria ir pra casa. Quer dizer, casa sendo apenas um termo figurativo, um sinônimo para “ir embora”, já que há muito tempo eu não sabia o que era um lar. Olhei para ele e, antes que pudesse dizer alguma coisa, puxei-o pela mão para longe do mar e disse-lhe que queria tentar praticar o truque que me ensinara. Será que eu conseguiria nos levar para um lugar que eu nunca tinha estado? Será que funcionava assim mesmo?

Parei e, segurando as duas mãos dele, fechei os olhos mentalizando o que eu já tinha visto de um penhasco não muito longe dali. Ainda não tinha estado lá, mas pelo que eu conhecera daquela cidade, a vista de lá de cima deveria ser muito, muito bonita. Quando abri os olhos vi que tinha dado certo. Quer dizer, nós estávamos naquele ponto em que eu havia estado antes, de onde se pode ver o penhasco, mas não na beira dele. Acho que essa parte ainda precisa de um pouco mais de prática.

Ainda assim, sorri animadamente e puxei-o pela mão até mais à frente, a alguns passos da beira. Andei mais um pouco sozinha e parei bem na ponta, virando a minha cabeça para olhar para baixo. Aquela altura me deixou um pouco tonta por alguns segundos e me balancei de leve, recuperando o equilíbrio logo.

- Wow... – disse entre risos olhando para Sebastian – O que será que acontece se eu cair?? – E voltei a olhar para baixo.
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Sebastian Drake
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MensagemAssunto: Re: Building a relationship .'.'   Building a relationship .'.' EmptySáb Dez 27, 2008 9:19 am

Eu ainda estava um pouco desordenado. Deitado lá naquela areia e deixando-se banhar pelo sol que começava a se sobressair por entre as nuvens. Como se eu pudesse me bronzear. As manhãs em Carmel eram sempre nubladas e cheias de neblina. Mas elas logo se dissipavam e davam lugar ao sol agradável de sempre. Fiquei alguns momentos sem se mexer, apenas olhando para o céu azul, mas logo tive de mudar de posição, já que minha acompanhante estava demasiadamente agitada aquele dia.

Helena correu até mim; parecendo tão bela naquele momento quanto em todos os outros em que eu a vi. Sempre tão sorridente com aqueles olhos brilhantes e vivos... Como ela conseguia? Bem, é certo que no começo da morte a vivacidade é mais intensa. Mas ainda assim, ela não parecia se importar em estar morta. Ela se divertia como uma pessoa viva. Bom, é claro que isso é bem mais fácil quando se tem alguém para conversar. Mas ainda assim, estamos mortos! Ah, bem... na realidade eu acho que já não estou me sentindo assim. Pode me chamar de louco e alucinado, mas eu acho que estou me sentindo meio... vivo. Sobretudo depois de surfar.

Eu a esperei com um sorriso. Quando ela chegou até mim, mal deu tempo para que eu... er, bem, ela me puxou pela mão e saiu correndo pela praia; afirmando que queria treinar aquele “truque” de se “teletransportar”. Aquele era, eu percebi, mais um motivo pelo qual ela parecia gostar de ser um fantasma. Mas me deixei levar, até porque não era nada mal estar ali, eu confesso. Confesso.

Em um determinado momento, ela segurou minhas mãos [exatamente da mesma forma que fizemos para chegar até a praia] e fechou os olhos, mentalizando algum lugar que eu ainda não sabia, mas estava cheio de curiosidade. Ela não estava planejando levar-nos para algum lugar anormal demais, não é? Eu esperava que não. Mas ao final, o lugar que ela escolheu não foi nada mal. Aliás, ela escolheu muito bem e realizou a façanha sem nenhum erro. Não tem como errar, mas ainda assim...

Ela sorriu, feliz por ter conseguido e eu murmurei um “Você está sendo ótima com isso...” e até desejei que ela não percebesse o duplo sentido que eu empreguei na frase. Ela pegou minha mão [como se aquilo fosse algo costumeiro. E, na verdade, estava ficando costumeiro sim, já que só parecíamos andar de mãos dadas como se nos conhecêssemos toda a vida. Ou morte] e andou até o desfiladeiro do penhasco. Era um lugar muito algo e, quando ela se aproximou ao máximo da ponta e colocou a cabeça para olhar para baixo, segurei mais forte a sua mão, como se temesse que ela simplesmente desabasse a baixo.
- Wow... O que será que acontece se eu cair?? – Não gostei da pergunta e, apesar dos risos dela, eu fechei a cara. Segurei mais forte a sua mão e a puxei alguns centímetros para longe.

- Não sei e não quero que você descubra. – Fui curto e claro. De repente eu não estava gostando daquele lugar. Ainda segurando a sua mão, obriguei nossos corpos a afastarem-se daquele penhasco gigantesco e andei até algumas pedras e sentei, esperando que ela fizesse o mesmo. Ainda estava me sentindo um pouco estranho devido a pergunta dela. Foi uma pergunta inocente, mas meu instinto protetor deu um estalo. Tentei não parecer aborrecido. Afinal...

...Er, melhor eu ficar calado.
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MensagemAssunto: Re: Building a relationship .'.'   Building a relationship .'.' EmptySáb Dez 27, 2008 10:59 pm

Divertida e ainda rindo com a situação, voltei o meu olhar para Sebastian, esperando arrancar mais um sorriso dele. A expressão que eu encontrei, porém, foi totalmente oposta. Por algum motivo, ele estava de cara fechada e me puxou pela mão para o outro lado. Por alguns instantes, fiquei com uma expressão confusa de interrogação.

- Não sei e não quero que você descubra.

Ele me puxou para mais longe ainda e se sentou em algumas pedras, olhando para mim como se quisesse que eu fizesse o mesmo. Demorou alguns instantes para que a ficha caísse. Ele tinha ficado mal-humorado depois da minha brincadeira. Será que tinha medo que eu me machucasse? Mas assim... não dava exatamente pra eu me machucar. Não que a impossibilidade de fazer alguma coisa impedisse um fantasma de continuar tentando. Quer dizer... Por mais que não adiantasse nada, a gente continuava respirando, certo? Era simplesmente uma questão de hábito. Você tem o hábito de se preocupar com as pessoas com quem se importa. E ele tinha ido logo à minha procura quando eu estava submersa na praia, não tinha??

Olhei para Sebastian e fiz uma cara de "ooooown" quando tinha acabado de processar isso tudo. Ajoelhei então em sua frente e segurei suas duas mãos.

- Foi só uma brincadeira. Eu não ia testar de verdade. - Fui falando sem dar uma grande pausa entre as frases. - Você ficou chateado por causa da minha brincadeira? - Agora dei uma pausa maior, mas não grande o suficiente para que desse tempo de ele responder. - Own... Isso foi provavelmente a coisa mais fofa que um cara já fez comigo! - Colocando uma mão no rosto de Seb, encostei meus lábios nos dele e beijei-o por alguns segundos. Então me sentei ao seu lado e, segurando em seu braço, disse em tom divertido [apesar de haver um certo interesse na reação ocasionada pelo comentário]:

- Aposto que você já ganhou várias garotas com essa atitude!
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MensagemAssunto: Re: Building a relationship .'.'   Building a relationship .'.' EmptySeg Dez 29, 2008 9:34 am

Meus dentes estavam um pouco cerrados até aquele instante. Por um momento, ela se manteve pensando, como se ainda não houvesse realmente dado conta de que seu comentário não me agradou. Como se estivesse repassando na mente o que dissera para que eu reagisse daquela forma. Bem, creio que ela não demorou a perceber. Ela era expressiva o bastante para que eu conseguisse ler a maioria de suas feições. Bem, eu era observador e, além do mais, ficar olhando-a não era nada mal. De qualquer forma, após um momento suas faces se iluminaram e ela demonstrou uma expressão um tanto quando... encantada? Seria isso?

- Foi só uma brincadeira. Eu não ia testar de verdade. – Bingo. Eu cerrei ainda mais os dentes, respondendo silenciosamente com o olhar que eu achava que, como ela era um pouco... animada demais, não era muito dificil que ela simplesmente se jogasse abaixo para descobrir a posição em que ficaria depois que fosse esmagada lá em baixo.

- Você ficou chateado por causa da minha brincadeira? – perguntou.

- Não fiquei chateado. Fiquei... preocupado. Não importa se você já morreu ou o que seja. Você pode sentir dor e isso não me agrada. – Eu ainda não estava sorrindo. Falei sério e com os dentes um pouco cerrados. Para o meu assombro, repentinamente ela sorriu, com aquela mesma cara ‘encantada’ que eu começava a conhecer bem.

- Own... Isso foi provavelmente a coisa mais fofa que um cara já fez comigo! – Ela se aproximou, com seus dedinhos finos e macios, e tocou meu rosto. Logo depois eu senti seus lábios tocando os meus, em uma caricia tão profunda e agradável que eu simplesmente esqueci de quaisquer preocupações que antes se instalavam em minha mente. Aquele era um artifício nada justo que ela tinha. E, apesar de saber que só fazia com que eu ficasse um pouco desnorteado, eu adorava o artifício. Eu queria beija-la todo o tempo, mas ainda não havia me acostumado muito bem com isso. Então, por hora, melhor não passar dos limites. Se é que eu já me aproximei dos limites algum dia...

Depois que nos separamos, ela, ainda com seu sorriso no rosto, afirmou que eu já ganhara varias garotas com essa atitude preocupada. Eu sorri ladinamente, ao mesmo tempo que assumia uma expressão inocente e respondi sem hesitar.
- Ah, claro. Milhares de garotas! – Ela, de certo, notou a brincadeira em meu tom. Mas me apressei a falar a verdade. – Helena... – Fiz uma pausa sem querer. Eu nunca antes havia pronunciado o seu nome a ela. Sem contar em meus pensamentos, claro. – Está afirmando que minha preocupação é fingida e um artifício que uso pra te conquistar? – Eu ainda estava brincando, mas foi interessante ver sua reação.
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MensagemAssunto: Re: Building a relationship .'.'   Building a relationship .'.' EmptyTer Dez 30, 2008 10:44 am

Ali, sentada com Sebastian, eu estava confortável. Não confortável fisicamente, quer dizer, eu estava sentada numa pedra [não que estivesse desconfortável lá, mas enfim], mas confortável num aspecto... psíquico. Psíquico? Bom, a questão é que eu me sentia bem com ele. Eu tinha consciência de que não era preciso muito para interagir comigo, mas nem todos tinham... paciência, energia, ou o que quer que custasse. Mas ele... Ele não havia me tratado mal uma vez desde que o conheci, sendo sempre gentil, cortês, educado. É, parece que realmente não se fazem mais homens como antigamente.

- Ah, claro. Milhares de garotas!

Estava perdida em pensamentos, então não assimilei a brincadeira de imediato. Virei pra ele num sobressalto, mas, com a sua expressão, relaxei e dei risada. Então foi cair a ficha... Helena, pelo amor de Deus, o que foi aquilo? Esse susto todo por causa daquela brincadeira? O que diabos há com você? ... Ciúme? Não, claro que não. Por que se sentiria ciúmes de uma pessoa que se conheceu há poucos dias?

– Helena... – Seb fez uma pausa, que foi tempo suficiente pra que eu fugisse dos pensamentos e voltasse a minha total atenção para ele. – Está afirmando que minha preocupação é fingida e um artifício que uso pra te conquistar?

Agora eu não conseguia mais dizer se ele estava brincando ou não. Por um momento, não soube bem que recurso utilizar na resposta, mas, como sempre, na falta de um, eu preferia ficar na brincadeira. Era mais seguro. Sendo assim, fiz uma cara de desentendida e disse:

- Eu?? Jamais diria isso! Por que você pensaria algo assim? - Eu sentia que começava a pisar em um território novo pra mim. Eu não sabia exatamente como responder, já que não sabia se ele estava brincando. Quer dizer, não é como se ele tivesse falado dessa forma antes. Antes era fácil. Eu falava, ele ficava sem graça. Eu brincava, ele ficava sem jeito. E agora? - Não é como se você precisasse de um artifício... - Eu falei num tom mais baixo. Ainda estava com o tom de brincadeira na voz, mas não tinha certeza se havia falado na intenção de ele ouvir. Foi uma coisa mais automática. Controlar o que circula entre o cérebro e a boca não era das minhas maiores habilidades...
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MensagemAssunto: Re: Building a relationship .'.'   Building a relationship .'.' EmptyQui Jan 01, 2009 4:41 pm

Foi interessante o olhar que ela me lançou logo depois de minha pergunta. Eu não estava exigindo nada dela e ela poderia não responder se quisesse. Bem, na verdade não vejo porque não responderia, já que era somente um jogo de palavras relativamente interessante que havia, sem duvida alguma, me afastado dos pensamentos aborrecedores que antes não saiam de minha mente. O fato é que ela havia conseguido isso no momento em que me beijou. Foi como se ela houvesse pegado uma vassoura e varrido quaisquer outros pensamentos de minha cabeça. É certo que eu ainda me preocupava com aquela mente espoletada e o fato de ela ver somente o “bom” das pessoas. Hoje em dia as pessoas podem não ser tão amistosas ou verdadeiras, e somente pensar na possibilidade de que ela pode, por ventura, cair nas ‘garras’ de uma dessas pessoas, meu estomago revira.

Aliás, nesse tempo em que passei observando o comportamento humano, vi seus maiores pecados e descobri o quanto eu sabia pouco sobre o mundo. As pessoas são dissimuladas e absurdamente mentirosas. Mesmo que elas não se dêem conta disso, elas são. Talvez por isso um muro invisível foi criado em volta de mim mesmo. Talvez ver o que as pessoas são de verdade, sem mascara, serviu para eu criar um escudo para mim. Nunca cheguei a me envolver muito com uma pessoa. Meu ultimo amigo morreu há alguns anos. Era um mediador de setenta e dois anos e morreu de câncer no pulmão. Não sei se eu os atraio, mas a maioria são de meia idade. Talvez o fato de que eu tenha uma alma velha, continua com a parte social.

Por outro lado, o espírito jovial, amável e quase infantil dela havia me capturado de tal forma, que, repentinamente, eu me via preso àqueles olhos grandes e brilhantes e, muito mais, aos sorrisos e risadas. Seu olhar cintilava quando ela finalmente respondeu a minha pergunta.
- Eu?? Jamais diria isso! Por que você pensaria algo assim? – Ergui uma sobrancelha, olhando-a com interesse. Eu ia fazer mais uma pergunta por cima da dela, mas ela fez um comentário baixo que chamou a minha atenção de forma brusca. – Não é como se você precisasse de um artifício...

Apertei meus olhos em sua direção e, com um sorriso maroto quase imperceptível nos lábios, eu a encarei diretamente nos olhos.
- Está sendo sarcástica? – Eu não sou modesto, mas definitivamente não tenho nenhum atrativo que faria... Er...

Aquele era um terreno que estava se tornando um pouco intenso demais. Depois de ter realizado finalmente o meu desejo de surfar, eu queria um clima mais agradável entre nós. Eu queria... Abraçá-la. E o fiz, aliás. Não sei o que me fez tomar atitude para isso mas, logo depois de ela ter respondido, simplesmente ignorei os dizeres, a peguei pela cintura e dei-lhe um abraço que não era forte, mas diminuiu muito a distancia entre nós.

- Me fale sobre você. – Eu estava passando dos limites?
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MensagemAssunto: Re: Building a relationship .'.'   Building a relationship .'.' EmptyDom Jan 04, 2009 6:45 pm

Eu não tinha certeza se tinha a intenção de realmente expressar o meu último comentário. Foi mais uma constatação para mim mesma. Claro que o fato de que ele havia ouvido não me deixou sem graça, apenas levemente reflexiva. Fato 1: Eu acabara que falar pra um cara que ele me atrai sem precisar fazer nada. Isso seria uma coisa que uma moça geralmente não faria se antes parasse para pensar. Fato 2: Eu não paro para pensar. Fato 3: Ele não parecia ter ficado convencido com aquela "confissão". Ao invés disso, ele disse:

- Está sendo sarcástica?

E dessa vez me encarava nos olhos. Alguma coisa definitivamente havia mudado em Sebastian Drake e eu gostava disso. Eu havia aberto a boca para começar a rebater o comentário, mas fui pega de surpresa por um abraço. Isso mesmo, um abraço. Sem mais nem menos, senti a distância entre nós diminuir quando o braço dele passou pela minha cintura. Eu não estava esperando por aquilo. Depois de um ou dois segundos, tempo de superação da surpresa, passei os dois braços em volta do pescoço dele, puxando-o ainda mais para mim.

Alguma coisa diferente se acendeu em mim naquele momento. Normalmente as pessoas têm dificuldades em dizer quando começaram a gostar ou amar outra, mas pra mim foi bem nítido. Não que antes não houvesse nada, mas eu podia dizer que aquele foi o momento em que desenvolvi sérios sentimentos por Sebastian Drake. Ainda não conseguia identificar que sentimentos eram esses, mas era algo diferente de qualquer coisa que houvesse existido antes pra mim. Até porque aquela situação era diferente de qualquer coisa que houvesse existido antes pra mim.

- Me fale sobre você.

Eu ainda estava meio atordoada com aquela súbita confusão que se passava na minha cabeça, mas me afastei um pouco para que pudesse olhar para ele e franzi a sobrancelha com uma expressão divertida que tentava esconder a anterior. Abri a boca umas duas vezes e a voltei a fechar antes de começar a falar:

- Falar sobre mim? - Dei uma pausa. - Hmm... Deixa eu ver... - Fiz uma cara de pensativa e coloquei a mão no queixo. - Bom... Eu começo pelo meio ou pelo fim? - Outra pausa. - Bom, eu nasci em Tver, Rússia, em 1984. Minha mãe era russa, meu pai americano. Eles se conheceram aqui, mas minha mãe voltou pra me criar em casa. Ela deixou o meu pai aqui porque achava que era o melhor pra ele. Quando chegou de volta em Tver, ela teve alguns problemas e terminou tendo que me criar sozinha, mas eu acho que ela deu conta do trabalho. - Dei talvez um dos poucos sorrisos que não vinham acompanhados por um ar de brincadeira. - Ela era linda, sabe? Os olhos mais azuis que eu já vi! Muito expressivos também, eu sempre sabia quando ia levar bronca, mesmo antes de ela falar uma palavra! - Ri, com o olhar vago. Começava a me deixar levar pela minha própria história. Aos poucos o sorriso foi diminuindo e pairou o ar de nostalgia. - Quando eu tinha 17 anos, ela morreu. Pneumonia. Foi quando eu decidi encontrar o meu pai. Não sabia muito dele, mas consegui um endereço e vim pros Estados Unidos procurá-lo. Bom, mas a procura não durou muito... - Dei outra pausa e o meu olhar voltou a ter foco, mirando nos olhos dele. - Eu morri em algum lugar perto de Washington. Acidente de ônibus. 54 passageiros e eu fui a única fatalidade. Falta de sorte, huh? - Falei a última frase com casualidade, como se fosse um jogo de futebol perdido por um gol do time adversário nos acréscimos. Então, dando uma pausa, suspirei. - Bom, acho que de modo geral, é isso. Eu sei que terminei me empolgando e com certeza você já se arrependeu de ter perguntado, mas enfim. - Já recuperara então o meu ar de divertimento e falara a última frase entre risadas. - Essa é Helena Tikhvin Korsakov, prazer em conhecê-lo! Agora é a sua vez!

Me ajeitei para encontrar uma posição confortável e olhei para ele na expectativa.
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MensagemAssunto: Re: Building a relationship .'.'   Building a relationship .'.' EmptyQua Jan 14, 2009 7:38 pm

Era tão bom tê-la por perto. Inicialmente eu confesso que fora estranho demais. Digo, ela e seus impulsos não me pareceram lá muito saldáveis para mim e para a minha sanidade. Eu sou uma pessoa acostumada somente com a minha própria companhia e, ter alguém “invadindo” mesmo que inocentemente o meu espaço e a minha vida, era uma idéia perturbadora. Ou melhor, aterrorizante. Creio que qualquer fantasma que já tem um bom tempo de “caminhada” acaba acostumando-se com a solidão, por assim dizer. Não vendo-a mais como uma maldição e sim como algo com o qual temos que lidar. Ou nos conformar. O fato é que eu me dou muito bem comigo mesmo e, te-la tão perto era diferente e surpreendentemente bom. Não, não era bom. Era... extasiante.

Por isso era estranho. Eu, que já havia até me acostumado apenas comigo mesmo [Sebastian e Sebastian], me descobri ansioso por conhecer melhor Helena, saber do que ela gosta, como foi sua vida [literalmente toda a sua vida] e mais infinitas coisas pelas quais eu preferiria não saber normalmente. Mas algo nela me fazia se sentir vivo. Sim, exatamente isso. As vezes, olhando aqueles olhos acalorados e brincalhões, eu me esquecia que era o que eu sou. O que nós somos. Mas acho que posso me dar ao luxo de tentar seguir em frente, afinal.

Quando ela passou seus braços delicados por meu pescoço e praticamente ronronou de prazer perto de mim, todas as minhas afirmações mentais foram indubitavelmente ratificadas. Aparentemente ela também gostava de estar perto de mim. Provavelmente não tanto quando eu gostava, mas ainda assim ela não parecia se sentir desconfortável perto de mim. E, por mais idiota que possa parecer, eu desejava com força que a recíproca fosse verdadeira.

Ela se afastou um pouco só para me olhar enquanto respondia a minha pergunta peculiar. Sua sobrancelha estava franzida de uma forma imensamente encantadora e, vendo-a agir normalmente, eu só quis mais ainda destruir a distancia entre nós. Er, controle-se Sebastian. Depois de hesitar por alguns momentos, ela finalmente falou. Eu a ouvia com imensa curiosidade e mostrava que estava mesmo interessado sempre que tinha a oportunidade; anuindo com a cabeça e, no momento em que ela falou sobre sua morte...

- Eu morri em algum lugar perto de Washington. Acidente de ônibus. 54 passageiros e eu fui a única fatalidade. Falta de sorte, huh? – Como ela ousava brincar com isso? Eu não queria nem ao menos imaginar essa “fatalidade”. Fiz uma careta disconfortavel e tentei não ficar carrancudo de novo. Como ela conseguia ter tanto... humor? Hum, bem, talvez eu deva ser um pouco menos protetor. Além do mais, ela já estava morta. Sou idiota.

Ela suspirou e eu coloquei as mãos delicadamente em sua cintura, ainda não tentando imaginar sobre aquele acidente de carro. Minhas mãos não passaram da cintura dela. Eu não queria assusta-la agindo de forma impertinente. Mas ainda assim passei o máximo de segurança a ela que pude através do toque discreto.

- Bom, acho que de modo geral, é isso. Eu sei que terminei me empolgando e com certeza você já se arrependeu de ter perguntado, mas enfim. Essa é Helena Tikhvin Korsakov, prazer em conhecê-lo! Agora é a sua vez!

Soltei um “muxoxo” e revirei os olhos para ela.
- Sua historia é linda. Muito mais que a minha. – Fiz uma pausa, olhando-a diretamente nos olhos – E eu sinto muito pela sua mãe. E... por você. – A ultima frase soou estranha para nós dois. – Digo, não que eu não esteja feliz por você estar aqui, eu estou MUITO satisfeito com isso. Mas ainda assim... – minha voz sumiu, como sempre fazia essas horas. Maldição. Eu acho até que minhas faces ficaram vermelhas de novo [apesar de palidez normal de nossas peles].

E eu acabei esquecendo que ela me perguntou sobre a minha vida. mesmo. Juro que naquele momento as mãos dela no meu pescoço eram a minha única preocupação.
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MensagemAssunto: Re: Building a relationship .'.'   Building a relationship .'.' EmptySex Jan 16, 2009 12:06 am

Enquanto eu fazia o meu relato, não percebi as reações que Sebastian tinha às informações que eu lhe dava. Percebia que ele parecia sempre interessado, mas só isso. Me absorvi ao reviver aquilo tudo. Nunca contara a ninguém, até porque não havia ninguém para contar. Mas de repente eu me vejo contando a história da minha vida para um estranho. Quer dizer, tecnicamente ele era um estranho, certo? Não que isso costumasse me inibir, mas normalmente as pessoas não saíam contando todos os detalhes da sua existência para alguém que eles conheceram alguns dias antes. Mas aquele não era um caso normal, era? Eu não considerava Sebastian um estranho. Na verdade, eu já o sentia mais próximo de mim do que qualquer outro ser vivo sem considerar a minha mãe.

As mãos dele que estavam na minha cintura me passavam uma sensação de segurança. Coloquei uma mão sobre a dele na minha cintura. Talvez fosse besteira, mas eu me sentia segura com ele. Nunca realmente me sentira desprotegida, já que me acostumei desde pequena a me virar sozinha, mas aquele estado era diferente de antes. Era como se finalmente eu tivesse alguém por mim.

- Sua historia é linda. Muito mais que a minha.– Ele fez uma pausa, mantendo um contato visual. – E eu sinto muito pela sua mãe. E... por você.– Franzi de leve as sobrancelhas, o que causou uma reação imediata. – Digo, não que eu não esteja feliz por você estar aqui, eu estou MUITO satisfeito com isso. Mas ainda assim...

Não pude deixar de rir. A voz dele foi embora e seu rosto corou, uma reação a qual eu começava a me acostumar. Ele era bastante diferente de mim e talvez seja por isso que parecia dar tão certo. Sebastian era não só diferente de mim, mas de todos os outros caras que eu conheci. Talvez eu tivesse nascido na época errada.

Colocando uma mão no rosto dele, acariciei sua bochecha com o polegar, sem em nenhum momento romper o contato visual. Pelo contrário, eu olhava nos olhos dele como se pudesse enxergar ali mais do que o possível.

- Eu estou MUITO satisfeita por estar aqui também. - Disse, rindo de leve. Depois de uma pausa, deixei um pouco de lado o sorriso e continuei, em tom baixo. - Eu quero conhecer a sua história. Seja ela linda, feia, alegre ou triste. - E dei um sorriso sincero, com um leve ar de descontração.
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MensagemAssunto: Re: Building a relationship .'.'   Building a relationship .'.' EmptyQua Jan 28, 2009 6:47 pm

O som da risada fina e melodiosa dela invadiu os meus ouvidos. Talvez eu já esperasse essa reação. Helena era sempre sorridente; levava as coisas na esportiva e não se deixava aborrecer com qualquer coisa. Ao contrario de mim. Nós éramos extremamente contrastantes. Ela, despreocupada e animada. Eu, preocupado até demais e um pouco frio às vezes. Pelo menos era como eu costumava ser antes de conhece-la. Entretanto, creio que a minha preocupação e instinto protetor tenha redobrado, apesar de saber que nada poderia simplesmente machuca-la, salvo que ela já havia morrido. Eu só não conseguia evitar.

Ela colocou sua mão fina e macia em meu rosto com carinho. Eu fechei os olhos por um momento, apenas me deleitando com aquela sensação nova e absorvente que me incendiava sempre que ela me tocava. Quando abri os olhos ela me olhava intensamente. Quase corei de novo.
- Eu estou MUITO satisfeita por estar aqui também. Eu quero conhecer a sua história. Seja ela linda, feia, alegre ou triste.

Isso me encorajou e eu novamente me lembrei da pergunta dela sobre a minha historia. Assenti levemente com a cabeça e comecei.
- Eu nasci em 1922, em uma época obviamente muito diferente da atual. O mundo era um pouco mais tradicionalista do que hoje. Mas eu adorava absolutamente tudo. Participei dos primeiros torneios de Surf realizados nos estados unidos e até hoje me orgulho disso. – Dei uma pequena risada abafada e continuei um pouco mais sério. – Entretanto, havia a minha família. Meu pai era dono de uma empresa multinacional de exportação de sal que até hoje existe, mas não é tão poderosa. Eu ia herdar tudo, por ser o filho mais velho . – Fiz uma pausa pequena, enquanto olhava para a praia abaixo do alto penhasco e continuei – Quando meu pai morreu, as coisas mudaram de rumo. Tentei agüentar o máximo que pude, mas não estava sendo fácil. Meu irmão mais novo, que era mais envolvido com os negócios do que eu, me aconselhou a ir descansar em um chalé na fazenda. Foi uma ótima idéia, já que eu precisava mesmo de descanso. Só que lá... – outra pausa pequena - ...eu fui asfixiado enquanto dormia. – Sorri sem humor – É isso. Eu disse que a historia não era nada bonita.

Olhei para aqueles grandes olhos brilhantes dela e abaixei a minha cabeça. Eu não gostava de pensar sobre o meu passado e raramente tocava no assunto. Aliás, eu raramente pensava naquilo. Mas aquela era uma ocasião diferente. E, por algum motivo que nem eu mesmo entendia, eu queria que ela me conhecesse de verdade.
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Helena T Korsakov
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MensagemAssunto: Re: Building a relationship .'.'   Building a relationship .'.' EmptySáb Jan 31, 2009 12:45 am

Após o meu encorajamento, Sebastian pareceu se animar mais para contar a sua história. Eu não me importava o que ela contivesse, eu queria realmente saber. Curiosidade sempre foi uma característica minha e, se tratando dele, ela parecia aflorar ainda mais. Eu ficava fascinada pela sua personalidade característica de décadas atrás e conhecer a sua história não tinha como ser algo ruim. Me ajeitei na minha posição na medida em que ele começou a falar.

- Eu nasci em 1922, em uma época obviamente muito diferente da atual. O mundo era um pouco mais tradicionalista do que hoje. Mas eu adorava absolutamente tudo. Participei dos primeiros torneios de Surf realizados nos estados unidos e até hoje me orgulho disso. – Ele sorriu e eu o acompanhei. O sorriso dele era muito bonito e me satisfazia bastante quando ele o exibia. – Entretanto, havia a minha família. Meu pai era dono de uma empresa multinacional de exportação de sal que até hoje existe, mas não é tão poderosa. Eu ia herdar tudo, por ser o filho mais velho . – Ele fez uma pausa olhando para o longe e eu mantive o olhar fixo nele. Estava interessada e era possível notar-se isso perfeitamente. – Quando meu pai morreu, as coisas mudaram de rumo. Tentei agüentar o máximo que pude, mas não estava sendo fácil. Meu irmão mais novo, que era mais envolvido com os negócios do que eu, me aconselhou a ir descansar em um chalé na fazenda. Foi uma ótima idéia, já que eu precisava mesmo de descanso. Só que lá... – Ele deu outra pausa e eu realmente não esperava pelo que veio a seguir. - ...eu fui asfixiado enquanto dormia. – Ele deu um sorriso meio estranho e dessa vez eu não o acompanhei. – É isso. Eu disse que a historia não era nada bonita.

Fiquei por alguns instantes apenas olhando para Seb. Por um momento eu esquecera do óbvio final para a história dele, mas agora que ele havia contado, aquilo havia me causado um impacto muito grande. Não conseguia imaginar alguém o asfixiando e nem queria tentar. Era muito difícil pensar que alguém quis matá-lo. Senti uma súbita raiva e meus olhos encheram-se de lágrimas. Piscando várias vezes, abracei Sebastian fortemente. Fiquei abraçada a ele, com o rosto enterrado em seu ombro por alguns instantes. Depois, voltando a me afastar, segurei as suas duas mãos, mantendo um contato visual.

- Eu sinto muito. - Dei uma pausa. - Obrigada por me contar. - Abri a boca para falar umas duas vezes antes de realmente falar, num tom inquieto e levemente irritado. - Bom, quem quer que tenha feito isso com você teve sorte de eu não ter nascido ainda na época. Senão eu ia... - Pensei nas minhas possibilidades. - ... causar um problema sério!
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MensagemAssunto: Re: Building a relationship .'.'   Building a relationship .'.' EmptySáb Jan 31, 2009 6:39 pm

[Off: Recomendo que leiam o post ouvindo uma trilha sonora legal. Hahahah]


Eu havia resumido ao maximo a minha própria historia. Não havia falado com muita excitação (exceto na parte do surf) e o brilho no olhar que ela havia manifestado quando estava contando sua historia não havia se repetido em mim. Não sei realmente o por que. Talvez seja por meus longos e solitários anos. Em geral a indiferença costuma se penetrar mais e mais fundo, conforme os anos vão passando. Coisas que te faziam rir, ficam completamente sem graça. Algo que você gostava de fazer antes, torna-se repetitivo demais. É sempre assim. Sempre. Não tenho como fugir disso e não há como parar o tempo, não há como descansar. Você é obrigado a viver mesmo nos momentos em que queria desaparecer, descansar em paz sem ter que presenciar todas atrocidades do mundo atual.

Mas então eu levantei a cabeça e tive o vislumbre daqueles brilhantes olhos. Tão absurdamente expressivos que, a cada olhadela, eu me sentia mais infectado pela animosidade dela. Comigo perto de Helena era como comparar água e óleo. Eu, tão sem vida (literalmente, claro. Mas também metaforicamente) e ela ainda tão cheia de vivacidade. Talvez tudo isso tivesse um propósito. Sei que isso parece piegas. As pessoas hoje em dia não pensam como pensavam antes. Mas ainda assim, talvez ela tenha aparecido para... não sei, talvez para não me fazer ficar completamente louco de solidão.

Naquele momento seus olhos estavam cheios de compaixão. Eu não queria compaixão, por isso não havia contado minha historia de maneira triste. Mais ainda assim, as emoções que ela demonstrou para comigo, sua preocupação e até mesmo raiva, me enterneceram de tal forma que eu quase desabei ao ver seus olhos ficando embargados de lagrimas. Ela me abraçou forte; apertado; carinhosamente. Enterrou sua cabeça em meu ombro e, repentinamente, um turbilhão de sentimentos foram alternados de mim para ela. Naquele momento eu soube. Eu simplesmente soube que não queria que ela fosse embora.

Depois de alguns momentos ela afastou-se e segurou minhas mãos. Foi protetora e eu quase sorri diante disso. Mas sua expressão ainda era tão enternecida que eu quase a puxei para um novo abraço, sendo que na verdade a pessoa que fora assassinada fui eu.
- Eu sinto muito. – Falou. Eu só sorri, assentindo fracamente com a cabeça. – Obrigada por me contar.

- Eu queria fazer isso e agradeço por ouvir. – Ainda estava sorrindo. E sem esforço! Ela, entretanto, continuava seria, com as feições obstinadas e indignadas.

- Bom, quem quer que tenha feito isso com você teve sorte de eu não ter nascido ainda na época. Senão eu ia... causar um problema sério!

Eu a adorei naquele momento. Tão séria, enraivecida e... completamente linda. Me levantei e fiquei exatamente na frente dela, ainda segurando suas mãos.
- Não seja boba. – Eu ri. Uma pequena risada rouca. Ela continuou um pouco aborrecida. E então eu completei, de forma que ela não esperava. – Afinal, se você fosse da minha época, você não estaria aqui. Não teria esses olhos lindos que me hipnotizam. Não seria tão louca. Não seria tão impulsiva e absurdamente sem noção do perigo. – Fiz uma pausa. Eu falava em seu ouvido, soprando as palavras vagarosamente. Quando a olhei, não consegui decifrar sua expressão, mas meu olhar era penetrante. – E, por ultimo, se você não estivesse aqui hoje, eu não poderia fazer isso.

E então eu a enlacei pela cintura e a beijei apaixonadamente.



[rp finalizado *suspira*]
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MensagemAssunto: Re: Building a relationship .'.'   Building a relationship .'.' EmptyDom Fev 01, 2009 1:07 pm

Só pra constar... Quando você falou trilha sonora legal, eu achei uma que combina pra mim.

Everything, de Lifehouse.

Recomendo. Perfeita para o momento.
De preferência, o beijo acontece no instante 03:56 da música... ;D
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MensagemAssunto: Re: Building a relationship .'.'   Building a relationship .'.' Empty

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